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Processo Penal II Resumo

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Processo Penal II - Resumo
Compacto para Provas
Processo Penal II – Resumo Compacto para Provas
Fonte: Universidade Estácio de Sá e IBMEC
 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO PROCESSO PENAL:
 
1) Princípio da verdade real – o que se busca no processo é a
verdade, pelo menos teoricamente. A reprodução dos fatos deve
ser como realmente aconteceu. O processo é o instrumento de
apreciação da verdade.
 
2) Princípio da indisponibilidade – só existe na ação penal
pública. Quando se tratar de crime de ação penal pública
ninguém pode dispor do processo. É de competência do
Ministério Público é ele que promove a ação penal pública e
uma vez ajuizada, ela torna-se indisponível, ninguém nem o
Ministério Público pode desistir da ação penal pública, porque
mesmo existindo a vítima, o direito é coletivo e não apenas
dessa vítima. Nenhum efeito tem a vontade da parte, porque
esse tipo de ação é indisponível. De acordo com a Lei 9099/95
pode ser suspenso o processo para os casos em que a pena
mínima não é superior a um ano. Se decorrido o prazo de
suspensão, a pessoa cumpre tudo, o processo é extinto. Esse é
um tipo de exceção para o princípio da indisponibilidade. Art.
129, I, CF.
 
3) Princípio da obrigatoriedade – só ocorre nas ações penais
públicas. Não existe no juizado especial criminal porque lá
mesmo a ação penal pública incondicionada não é obrigatória.
Nos demais é obrigatória. Naqueles casos previstos na Lei
9099/95, nessa lei há a possibilidade da transação. Nos demais
casos dessa ação estando presentes todos os seus pressupostos,
o Ministério Público é obrigado a propô-la.
 
4) Princípio do contraditório (art. 5º , LV, CF) – ninguém
pode abrir mão da defesa, ou tem defesa ou o processo é nulo.
Nesse caso a nulidade é absoluta. Art. 261, CPP.
 
5) Princípio do devido processo legal (art. 5º , LIV, CF) –
ninguém será privado da sua liberdade e de seus bens sem o
devido processo legal. Tem que haver necessariamente o
processo.
 
6) Princípio da inadmissibilidade das provas ilícitas ( art. 5
º, LVI, CF) – não se admite no processo as provas produzidas
ilicitamente, tudo o que for obtido de forma criminosa,
ilícita não deve servir de prova no processo penal. Na prática
não acontece bem assim. Ex.: um grampo telefônico,
interceptação de cartas não são admissíveis. Alguns
doutrinadores entendem que a prova mesmo ilícita mas
verdadeira deve ser admitida, essa é a posição da minoria. O
que prevalece é o que está na Constituição Federal.
 
7) Princípio da presunção de inocência (art. 5 º, LVII, CF) –
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória. Enquanto não existir uma sentença
definitiva que o condene, o réu é considerado inocente. Todo
réu goza da presunção constitucional de inocência.
 
8) Princípio do favor- rei – toda vez que a lei penal ou a lei
processual penal comportar mais de uma interpretação ou uma
interpretação divergente, deve prevalecer aquela que seja mais
benéfica para o réu. Se houver dúvida que se decida em favor
do réu – indubio pro réu. A condenação só pode existir quando
houver a certeza da prova.
 
9) Princípio da oficialidade – é próprio apenas da ação penal
pública. Só quem promove a ação penal pública é o Estado por
intermédio do seu órgão oficial público, que é o Ministério
Público (art. 129, I, CF). compete privativamente ao
Ministério Público o patrocínio da ação penal pública.
 
10) Princípio da publicidade – os atos processuais no processo
criminal são públicos, salvo exceções (art. 792, CPP). Quanto
a imprensa o réu pode exigir que não tire fotos, por exemplo,
mas a imprensa pode assistir o processo.
PRINCIPAIS TIPOS DE PROCESSO:
Inquisitório – o inquérito policial é inquisitório, enquanto
que o nosso processo penal é acusatório. Surgiu por intermédio
do tribunal da inquisição. Tinha como características básicas:
o próprio juiz era quem instaurava o processo, julgava,
procedia ele mesmo a toda instrução; os processos eram na
maioria dos casos secreto; não havia contraditório, não se
permitia a defesa. Ocorreu no Brasil na época do descobrimento
e na Europa. Instaurava o processo por mera denúncia; não
havia nenhuma garantia para o cidadão; o juiz podia decidir
com base em afirmações extra- autos e ele não precisava
fundamentar suas decisões.
 
Acusatório – é o processo penal moderno. As funções de
ingressar no processo, de julgar e defender pertencem a órgãos
diversos; existe o princípio da absoluta igualdade entre as
partes (todos estão no mesmo pé de igualdade); o juiz está
obrigado a fundamentar as suas decisões; o contraditório é uma
exigência que não pode deixar de existir. Só há uma decisão
judicial que não é fundamentada, é a decisão (voto) dos
jurados no tribunal do júri em que eles estão até proibidos de
fundamentar.
 
Misto – o processo teria a junção da parte condenatória e da
parte inquisitória. Quando a ação penal tiver sido precedida
de um inquérito policial é um exemplo desse tipo de processo,
já que o inquérito policial é inquisitório, enquanto que a
ação penal é acusatória. Há casos em que a ação penal não é
precedida de inquérito é o caso do processo acusatório.
 
A prova penal:: a doutrina, em geral, conceitua prova como
elemento (ou elementos) que, no processo penal, buscam
demonstrar a autoria do fato criminoso. E a respectiva
materialidade, com o objetivo de agregar elementos para os
participantes do processo (Juiz, Ministério Público, defensor,
delegado, advogado) para formar a convicção e a construção
jurídica das respectivas argumentações. Em regra, as provas
são colhidas na fase do procedimento administrativo,
denominado inquérito policial.
 Na fase processual, realiza-se a produção de
provas (testemunhas, documentos, pericia, exame
grafotécnico, DNA, exames radiográficos, etc.)
observando-se o principio do contraditório.
 Vedação de provas ilícitas: diz o artigo 5º,
inciso LVI que “são inadmissíveis, no processo, as
provas obtidas por meios ilícitos”. Portanto, podemos
concluir que todas as provas obtidas por meio lícitos
podem ser usadas.
 
– Objeto da prova: são todos os fatos, principais ou
secundários, que reclamem uma apreciação judicial e exijam uma
comprovação. Todavia, existem determinados fatos que se
excluem da necessidade de comprovação, que são:
 Fatos axiomáticos: são aqueles considerados
evidentes, que decorrem da própria intuição, gerando
grau de certeza irrefutável. São fatos indiscutíveis,
induvidosos, que dispensam questionamentos de qualquer
ordem.
 Fatos notórios: assim considerados os que fazem
parte do patrimônio cultural de cada pessoa. São fatos
que todo mundo sabe serem verdadeiros. O que é notório
dispensa prova.
 Presunções legais: são juízos de certeza que
decorrem da lei. Classificam-se em absolutas (que não
aceitam prova em contrário) e relativas (admitem a
produção de prova em sentido oposto).
 Fatos inúteis: são os que não possuem nenhuma
relevância na decisão da causa, dispensando, inclusive,
analise pelo julgador.
 Fatos incontroversos: ao contrario do Processo
Civil, os fatos incontroversos não dispensam a prova,
podendo o juiz, inclusive, determinar, no curso da
instrução ou antes de proferir sentença, a realização de
diligencias para dirimir a duvida sobre ponto relevante.
 
– Tipos de prova:
a) Quanto ao objeto:1.
 Provas diretas: são aquelas que por si sós
demonstram mo próprio fato objeto da investigação.
 Provas indiretas: são aquelas que não demonstram,
diretamente, determinado ato ou fato, mas que permitem
deduzir tais circunstâncias a partir de um raciocínio
lógico.b) Quanto ao valor:1.
 Provas plenas: são aquelas que permitem um juízo
de certeza quanto ao fato investigado, podendo ser
utilizadas, inclusive, como elemento principal na
formação do convencimento do juízo acerca da
responsabilidade penal do acusado.
 Provas não plenas: são aquelas que, inseridas em
condição de provas circunstanciais, podem reforçar a
convicção do magistrado quanto a determinado fato, não
podendo, porem, ser consideradas como o fundamento
principal do ato decisório.
 
– Sistema de apreciação das provas: o direito pátrio adota o
chamado sistema do livre convencimento motivado (ou persuasão
racional) para a apreciação das provas. O mesmo está previsto
no artigo 155 do CPP, que diz que “O juiz formará sua
convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis
e antecipadas.” Assim, pode-se concluir com relação a esse
sistema:
1) Não limita o juiz aos meios de prova regulamentados
em lei. Isso que dizer que, sendo licitas e legitimas, mesmo
as formas inominadas de prova poderão ser admitidas na
formação da convicção do julgador.
2) Caracteriza-se pela ausência de hierarquia entre os
meios de prova. O livre convencimento motivado não estabelece
valor prefixado na legislação para cada meio de prova, nada
impedindo, portanto, que o julgador venha a conferir maior
valor a determinadas provas em detrimento de outras.
Entretanto, essa liberdade não e absoluta, encontrando
restrições impostas na Lei e na Constituição, quais sejam:
a) Necessidade de motivação: essa exigência1.
decorre, principalmente, da Constituição, a qual, no
artigo 93, IX, obriga à motivação das decisões
judiciais. Mas também está no próprio CPP, que diz, em
seu artigo 381, I, que “a sentença conterá a indicação
dos motivos de fato e de direito em que se fundar a
decisão”.
b) As provas deverão constar nos autos do processo2.
judicial: não pode, assim, o magistrado formar sua
convicção com base em elementos estranhos ao processo
criminal.
3) Exige, para fins de condenação, que as provas nas
quais se fundar o juiz tenham sido produzidas em observância
às garantias constitucionais do contraditório e da ampla
defesa.
 
a) Sistema da intima convicção (ou prova livre): trata-1.
se do sistema que confere ao julgado total liberdade na
formação de seu convencimento, dispensando-se qualquer
motivação sobre as razoes que o levaram a esta ou àquela
decisão. Esse sistema não é a regra do CPP, sendo usado
apenas nos julgamentos feitos pelo Tribunal do Júri,
caso em que o veredicto absolutório ou condenatório tem
origem em um Conselho de Sentença, integrado por pessoas
do povo (os jurados).
 
– Fases do procedimento probatório: são quatro as etapas que
compõem o procedimento de produção de provas no processo
penal. São os seguintes momentos:
1) Proposição: é a fase na qual as provas são requeridas pelas
partes ao julgador ou por elas trazidas à sua admissão.
Existem dois momentos de propositura das provas: no pólo
acusatório, no momento do oferecimento da denúnciaou da queixa
crime e, no pólo defensivo, à fase de resposta à acusação ou
defesa prévia; e nos momentos extraordinários, que são aquelas
oportunidades de requerimentos de provas depois de já iniciada
ou encerrada a instrução criminal.
2) Admissão: momento na qual as provas produzidas ou
requeridas pelas partes serão deferidas ou não pelo
magistrado. Nos momentos ordinários, as provas só poderão ser
indeferidas se forem impertinentes ao processo. Nos momentos
extraordinários, poderão ser indeferidas pelo juiz a partir
que esse se convença de que sãodesnecessárias para a formação
de seu convencimento, fazendo-o, é lógico, sempre
fundamentadamente.
3) Produção: atos processuais destinados a trazer para dentro
do processo as provas propostas pelas partes e admitidas pelo
magistrado. Exemplo: oitiva de testemunhas, requisição de
documentos, etc.
4) Valoração: normalmente, é o momento da própria
sentença, no qual o juiz, valendo-se de seu livre
convencimento e sempre motivando seu entendimento, apreciará
cada uma das provas produzidas, conferindo-lhes o valor que
julgar pertinente.
 
– Ônus da prova: cabem às duas partes, sendo:
 Acusação: provas os fatos constitutivos da pretensão
punitiva (tipicidade da conduta, autoria, materialidade,
dolo ou culpa, etc.)
 Defesa: fatos extintivos, impeditivos ou modificativos
da pretensão punitiva (inexistência material do fato,
atipicidade, excludentes de ilicitude, causas de
diminuição da pena, privilegio, desclassificação, causas
extintivas da punibilidade, etc.).
 
– As provas em espécie:
 
1 – Perícia (artigos 158 a 184 do CPP): xame de alguma coisa
ou alguém, para comprovar a materialidade das infrações que
deixam vestígios.
a) Natureza jurídica: meio de prova.1.
b) Fundamento jurídico: exige-se pericia sempre2.
que o delito deixar vestígios materiais.
c) Autoridade responsável pela captação: autoridade3.
policial ou judiciária. Diz o artigo 159 do CPP que o
perito deve ser oficial portador de diploma
universitário. Na falta deste, poderão ser duas pessoas
idôneas, portadora de curso superior, preferencialmente
na área especifica, dentre as que tiverem habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame (artigo 159,
§1º). Se for matéria complexa, que abrange mais de uma
área de conhecimento, poderá ser designado mais de um
perito (artigo 159, §7º).
d) Momento: na investigação, pela autoridade4.
policial e no processo, com determinação do juiz.
e) Meio de produção: é direto quando realizado5.
diante do vestígio deixado pela infração penal. Exemplo:
necropsia do cadáver. Será indireto quando for realizado
com base em informações fornecidas aos peritos quando
não houverem o vestígio deixado pelo delito,
inviabilizando-o.
f) Outras considerações:6.
 Serão facultados ao Ministério Público, ao
assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao
acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico (artigo 159, §3º). Se for matéria
complexa, que envolva mais de uma área de conhecimento,
poderão as partes apresentarem mais de um assistente
técnico (artigo 159, §7º, parte final).
 O assistente técnico atuará a partir de sua
admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e
elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão (artigo 159, §4º).
 O perito pode ser convocado para prestar
esclarecimentos em audiência, caso haja duvidas sobre
suas considerações. Para isso, o mandado deve ser
encaminhado com antecedência mínima de dez dias da data
da audiência (artigo 159, §5º, I).
 Os assistentes apresentarão seus laudos em data
a ser fixada pelo juiz (artigo 159, §5º, II).
 Salvo se for impossível sua conservação, o
material que for alvo de pericia poderá ser apresentado
em audiência para melhores esclarecimentos, desde que
haja requerimento por alguma das partes. (artigo 159,
§6º).
 O laudo pericial será elaborado de forma a
descrever minuciosamente a matéria alvo de exame (artigo
160). O perito terá 10 dias para apresentar o laudo, mas
esse prazo pode ser estendido a requerimento deste e
deferimento pelo juiz responsável (artigo 160, §único).
g) Pericias em casos especiais: o CPP enumera1.
vários casos de pericias especiais, a saber:
 Necropsia: trata-se do exame interno do cadáver,
sendo obrigatório nos casos de morte violenta.
Existem três exceções:
 Quandoa causa mortis for absolutamente certa.1.
 Quando não houver indicativos para a prática de2.
infração penal.
 Quando não for possível a realização da necropsia em3.
face do desaparecimento dos vestígios. Nesse caso, a
prova testemunhal poderá suprir a falta de exame, nos
termo do artigo 167 do CPP.
 
 Exumação (artigo 163, CPP): ato de retirar o
corpo da sepultura, ou desenterrá-lo. Este procedimento
exige justa causa, ou seja, buscar evidencias acerca da
morte do individuo. Inumação é o ato contrario da
exumação, é quando se enterra um individuo. tanto a
exumação quanto a inumação, se for realizadas sem a
observância das formalidade legais, importarão na
legitimidade da prova, sem prejuízo de se configurar na
contravenção penal do artigo 67, da lei 3688/41.
 Lesões corporais graves (artigo 168, §§ 2º e 3º,
CPP): entende-se como lesões corporais graves, aquelas
que incapacitam a vitima para as suas ocupações
habituais por mais de 30 dias. A constatação da
incapacidade deve ocorrer a partir do exame complementar
realizado logo que ocorram os 30 dias (artigo 168, §2º).
Se não for possível a realização do exame complementar
após o decurso dos 30 dias, a doutrina majoritária
entende que a prova testemunhal suprirá essa falta. Se a
natureza da lesão, por si só não permite a afirmação de
que o ofendido ficou, efetivamente, incapaz para as
ocupações habituais, impõe-se a desclassificação do
crime da forma qualificada do artigo 129, §1º, I, do CP
para a forma simples do artigo 129, caput, desse artigo.
 Furto qualificado pelo rompimento de obstáculo à
subtração da coisa (artigo 171, 1ª parte, CPP): trata-se
do furto cometido mediante arrombamento de portas e
janelas, destruição de telhas, corte de cercas e
qualquer outra forma de violação de obstáculos. A
pericia será necessária para constatação do rompimento
do obstáculo à subtração da coisa. Se esta pericia não
for realizada, entende a jurisprudência dominante que ,
se a não realização da pericia ocorreu da circunstancia
de que os vestígios desapareceram, admitir-se-a a
comprovação do rompimento por meio de prova testemunhal
(artigo 167, CPP).
 Furto qualificado pela escalada (artigo 171, 2ª
parte, CPP): a escalada compreende no ingresso em
determinado lugar por meio anormal e com emprego de
meios artificiais de particular habilidade ou de esforço
sensível. Em tais casos, a exigência de pericia depende
do caso concreto. Caso não seja possível a pericia,
entende o STJ que a prova pericial não é o único meio
para comprovar a qualificadora da escalada, podendo ser
suprida por outros meios.
 Incêndio (artigo 173, CPP): o artigo 173 do CPP
diz que no caso de incêndio, os peritos verificarão a
causa e o lugar em que houver começado, o perigo que
dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. Em
tese, a realização da pericia técnica é necessária para
a comprovação do caráter criminoso do incêndio. No
entanto, se o conjunto probatório, ai se incluindo a
prova testemunhal, permitir essa conclusão, a perícia
pode ser dispensada.
 Porte ilegal de arma de fogo (artigo 175, CPP):
dispõe o artigo 175 que serão sujeitos a exame os
instrumentos empregados para a prática da infração, a
fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência.
Aplicando esse dispositivo ao crime de porte ilegal de
arma de fogo infere-se que, em principio, a arma
utilizada deverá ser apreendida e submetida a exame para
verificação de sua potencialidade ofensiva. Não há
doutrina dominante quando à possibilidade de condenação
pelos crimes dos artigos 14 e 16 da Lei 10.826/2003 na
hipótese de não ocorrerem apreensão e periciamento.
Porém, entende-se que não é necessário que a arma esteja
municiada para a configuração do crime de porte ilegal
de arma.
 Roubo majorado pelo uso de arma de fogo (artigo
157, §2º do CP C/C artigo 175 do CPP):seguindo o
dispositivo do artigo 175 do CPP, a pericia da arma
utilizada nos crimes de roubo é necessária. Na hipótese
de ausência dessa pericia, compreende a jurisprudência
do STF, assim como o do STJ, entende que o
reconhecimento de causa de aumento prevista no artigo
157, §2º, I, do CP, prescinde da apreensão e da
realização de pericia da arma quando provado seu uso no
roubo, por outros meios de prova.
 Grafia em escritos (artigo 174, CPP): trata-se da
pericia que tem a finalidade de confrontar a grafia
incorporada a um determinado documento com a letra da
pessoa suspeita de tê-lo produzido. Para a sua
realização, a autoridade policial poderá requisitar
documentos existentes em órgãos públicos para fins de
confrontação. Na ausência de documentos para fins de
confrontação, a autoridade mandará que a pessoa escreva
o que lhe for ditado. É entendimento consolidado que o
indiciado ou acusado não pode ser obrigado a fornecer o
material gráfico, sob pena de violação do principio da
não autoincriminação.
 Falsificação de documentos (artigo 158, CPP): a
exigência da pericia fundamenta-se no artigo 158, que
obriga esse exame quando se tratar de um crime que deixa
vestígio. Em tal situação, a perícia é indispensável,
sob pena de inviabilizar o prosseguimento da ação penal
e a prolação da sentença penal condenatória.
 Dano: compreende a jurisprudência que a falta do
exame de corpo de delito não impede a propositura da
ação, não só porque ele pode ser produzido na fase
instrutória, mas, também, porque pode ser suprido por
prova testemunhal.
 Tortura (Lei 9455/97): é possível o suprimento
da pericia por outros meios de prova quando os vestígios
houverem desaparecido.
 Crimes contra a dignidade sexual: a materialidade
dos crimes contra a dignidade sexual, havendo vestígios,
deverá ser atestada mediante exame de corpo de delito.
Não obstante, é tranqüila a jurisprudência no sentido de
que os crimes contra a dignidade sexual, a despeito da
previsão do artigo 158 do CPP, pode o exame de corpo de
delito ser suprido por outros meios de prova quando
tiverem desaparecido os vestígios.
 
2 – Interrogatório do réu (artigos 185 a 196 do CPP): ato de
inquirição do denunciado, para que este narre sua versão dos
fatos.
a) Natureza jurídica: é um meio de defesa.1.
b) Fundamento jurídico: é um ato obrigatório,2.
personalíssimo, oral, público e individual. Assim, temos
que analisar os seguintes requisitos:
 Ato obrigatório: tratando-se da oportunidade de que
dispõe o denunciado de informar ao juízo sua versão
quanto aos fatos, o aprazamento do interrogatório no
curso do processo penal é imprescindível, sob pena de
nulidade processual.
 Ato personalíssimo: somente o imputado pode e deve
ser interrogado, não sendo possível sua representação,
substituição ou sucessão neste ato por qualquer pessoa.
 Ato oral: a regra é que seja o interrogatório
realizado por meio de perguntas e respostas orais.
Entretanto, tal oralidade não chega a ser essencial ao
ato, tanto é que o próprio CPP expõe exceções para o
caso do imputado ser surdo, mudo, surdo-mudo ou
estrangeiro.
 Ato público: o interrogatório, em regra, será um
ato público, podendo qualquer pessoa assistir a ele.
Destina-se essa publicidade à constatação de que as
declarações feitas pelo acusado foram feita
espontaneamente, sem nenhuma forma de pressão.
Entretanto, se a publicidade do interrogatório causa
escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação
da ordem, o juiz pode determinar que o ato seja
realizado às portas fechadas.
 Ato individual: na hipótese de existirem dois ou
mais denunciados no mesmo processo,não permite o CPP o
interrogatório conjunto. Assim sendo, nesse caso, cada
denunciado será ouvido em separado e, caso hajam
contradições nas versões, o juiz pode realizar uma
acareação entre eles.
c) Autoridade responsável pela captação:1.
autoridade policial e judiciária.
d) Momento: investigação e processo2.
e) Meio de produção: direto, por ser um ato3.
personalíssimo.
f) Procedimento:4.
 Será feita a qualificação do acusado (artigo 185);5.
 O juiz advertirá o acusado quanto ao direito de6.
silencio (artigo 186);
 Realização, pelo juiz, de perguntas ao acusado7.
(artigo 187). Inicialmente, serão feitas as perguntas
subjetivas (ou seja, sobre o próprio denunciado). Logo
em seguida, serão feitas as perguntas objetivas (sobre o
fato), que são aquelas contidas no artigo 187, §2º, I a
VIII.
 O juiz facultará às partes a realização de8.
perguntas ao interrogando, apenas podendo indeferi-las
se impertinente ou irrelevantes (artigo 188).
g) Outras considerações:9.
 A presença do defensor no ato do interrogatório
é obrigatória, sob pena de nulidade absoluta. Ausente o
advogado constituído pelo acusado, o juiz nomeara um
defensor para assisti-lo.
 O artigo 185, §5º, 1ª parte, CPP, assegura a
acusado, antes do inicio de seu interrogatório, o
direito a entrevistar-se individualmente com seu
advogado.
 O acusado tem o direito de permanecer em
silencio, sendo que tal silencio não pode ser
interpretado como confissão e nem pode ser interpretado
em prejuízo de sua defesa.
 A qualquer tempo, poderá ser feito um novo
interrogatório do acusado.
 Encontrando-se preso o acusado, o interrogatório
será realizado em sala própria, no estabelecimento em
que o acusado estiver recolhido. Em caráter excepcional,
poderá o acusado ser ouvido por videoconferência.
 
3 – Confissão (artigos 197 a 200, CPP) : trata-se da admissão
de culpa feito pelo acusado da imputação que lhe foi feita. É
um ato voluntário (sem coação), expresso e formal.
a) Natureza jurídica: é um meio de prova.1.
b) Fundamento jurídico: direito do indiciado de2.
admitir o fato, para conseguir o beneficio de atenuante.
c) Autoridade responsável pela captação:3.
autoridade policial ou judiciária.
d) Momento: investigação e processo.4.
e) Meio de produção:5.
f) Classificação:6.
 Quanto ao momento: se não é realizada perante o
juízo, é conhecida como extrajudicial. Se for realizada
perante o juiz, será chamada judicial.
 Quanto à natureza: a confissão será real quando for
efetivamente realizada pelo investigado ou acusado,
perante autoridade, revelando a ele a autoria,
circunstancias e motivação do delito cometido. A
confissão será ficta quando for feita através de ação ou
omissão que leve à interpretação que o acusado é o autor
do fato. Essa forma de confissão não é reconhecida como
prova no direito processual penal brasileiro, uma vez
que não foi recepcionada pela Constituição.
 Quanto à forma: será escrita quando realizada
pelo próprio acusado por meio de carta, bilhete ou
qualquer outro documento escrito que venha a ser juntado
aos autos ou, então, por meio de petições redigidas pelo
advogado, reconhecendo total ou parcialmente a acusação
inserta na inicial acusatória. A confissão oral é aquela
que decorre da verbalização do acusado, perante
autoridade policial ou judiciária ou por meio de
interceptações telefônicas ou ambientais (dentro do
limite legal, obviamente).
 Quanto ao conteúdo: a confissão será simples quando
o acusado limita-se a admitir os fatos que lhe são
atribuídos. E será qualificada quando o acusado atribui
para si a pratica da infração, mas agrega, em seu favor,
fatos ou circunstancias que excluem o crime ou que o
isentem de pena.
 
h) Delação premiada: por delação premiada1.
compreende-se o beneficio concedido ao criminoso que
denunciar outros envolvidos na prática do mesmo crime
que lhe está sendo imputado, em troca de redução ou até
mesmo isenção da pena imposta. No direto brasileiro,a
 delação premiada está prevista em diversas leis, a
saber:
 Lei dos crimes contra o sistema financeiro
nacional (Lei 7492/86): redução da pena de um a dois
terços (artigo 25, §2º).
 Código Penal: nos crimes de seqüestro, se houver
concurso de agentes na sua prática, o que delatar os
outros, facilitando a libertação do seqüestrado, terá
sua pena reduzida de um a dois terços (artigo 159, §4º).
 Lei dos crimes hediondos (Lei 8072/90): o
participante que denunciar bando o quadrilha,
possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida
de um a dois terços (artigo 8º, § único).
 Lei dos crimes contra a ordem tributária e
relações de consumo (Lei 8137/90): redução de um a dois
terços (artigo 16, § único).
 Lei do crime organizado (Lei 9034/95): nos crimes
praticados em organização criminosa, a pena será
reduzida de um a dois terços, quando a colaboração
espontânea do agente levar ao esclarecimento de
infrações penais e sua autoria (artigo 6º).
 Lei da lavagem de capitais (Lei 9613/90): A pena
será reduzida de um a dois terços e começará a ser
cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de
aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de
direitos (artigo 1º, §5º).
 Lei de proteção a vítimas e testemunhas (Lei
9807/99): o juiz pode conceder o perdão judicial e a
conseqüente extinção da punibilidade, se a colaboração,
voluntária e efetiva, resultar na identificação dos
demais coautores ou participes, na localização da vitima
ou na localização total ou parcial do produto do crime
(artigo 13). A pena será reduzida de um a dois terços se
o mesmo colaborar voltariamente (artigo 14).
 Lei de drogas (Lei 11343/2006): redução da pena
de um a dois terços (artigo 41).
 
4 – Perguntas ao ofendido (artigo 201, CPP): declarações
prestadas pela vitima, dando sua versão in loco sobre os
fatos.
a) Natureza jurídica: meio de prova.1.
b) Fundamento jurídico: mecanismo de captação de2.
informação.
c) Autoridade responsável pela captação:3.
autoridade policial ou judiciária.
d) Momento: investigação e processo.4.
e) Meio de produção: direto.5.
f) Outras considerações:6.
 O ofendido faz declaração.
 A oitiva do ofendido é individual. Ou seja, caso
haja mais de uma vitima, cada uma será ouvida
separadamente.
 O ofendido deve ser avisado quanto ao ingresso e
a saída do acusado da prisão.
 As comunicações ao ofendido deverão ser feitas
no endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção, o
uso de meio eletrônico.
 O ofendido também deve ser avisado acerca de
audiência, sentença e acórdãos modificadores ou
mantedores de sentenças.
 Antes do inicio da audiência e durante a sua
realização, será reservado ao ofendido espaço separado.
Essa regra visa preservar a integridade física e moral
da vitima, não apenas nos momentos que antecedem o seu
ingresso na sala de audiências, como também no curso de
sua inquirição pelo juiz, a fim de que possa o
depoimento ser prestado ser o efeito de constrangimentos
ou intimidações de qualquer ordem.
 O espaço referido no tópico anterior não é,
necessariamente, um lugar distinto da sala de
audiências, podendo e devendo ser nesse mesmo local,
apenas determinando o juiz que se retirem da sala o
indiciado e terceiros que lá eventualmente se encontrem,
permanecendo apenas advogados, Ministério Público e
serventuários da justiça.
 Se a declaração da vitima for em Tribunal do Júri e
estiverem presentes um número grande de pessoas, o juiz poderá
ouvir o ofendidoem sala separada, junto com o Promotor de
Justiça, advogados e servidores, também os jurados.
 O ofendido pode ser encaminhado para
acompanhamento multidisciplinar (psicólogo, assistentes
sociais, etc.), às custas do ofensor ou do Estado.
 Normalmente, os processos são públicos. Porem, a
norma comporta algumas exceções. No caso da oitiva do
ofendido, determinados atos serão públicos apenas para
as partes, seus procuradores e um número reduzido de
indivíduos.
 
– Prova testemunhal (artigos 202 a 225): depoimento de uma
pessoa que sabe algo relevante sobre a imputação feita contra
o acusado.
a) Natureza jurídica: meio de prova.1.
b) Fundamento jurídico: qualquer pessoa pode ser2.
testemunha. Diz o artigo 202 que qualquer pessoa capaz
de perceber os acontecimentos ao seu redor e narrar o
resultado destas suas percepções pode testemunhar.
c) Autoridade responsável pela captação:3.
autoridade policial e jurídica.
d) Momento: investigação e processo.4.
e) Meio de produção: direto.5.
f) Classificação das testemunhas:6.
doutrinariamente, tem-se aplicado a seguinte
classificação das testemunhas:
 Testemunha referida: é aquela que, embora não tenha
sido arrolada nos momentos ordinários (denúncia ou
queixa para acusação, resposta à acusação, para o réu),
poderá ser inquirida pelo juiz ou a requerimento das
partes por ter sido citada por outra testemunha.
 Testemunha judicial: aquela inquirida pelo juiz
independentemente de ter sido arrolada por qualquer das
partes ou de ter sido requerida na oitiva.
 Testemunha própria: é a testemunha chamada para
ser ouvida sobre o fato objeto do processo, seja porque
os tenha presenciado, seja porque deles ouviu dizer.
 Testemunha imprópria ou instrumental: é a que
prestada depoimento sobre fatos que não se referem
diretamente ao mérito da ação penal. Neste caso, a
testemunha não estará depondo sobre algo que presenciou
ou soube do ocorrido, e sim sobre um ato de persecução
criminal que tenha assistido ou participado.
 Testemunha numérica: corresponde à testemunha
regularmente compromissada na forma do artigo 203 do
CPP.
 Testemunha não compromissada ou informante:
contempladas no artigo 208 do CPP, são aquelas
dispensadas do compromisso em razão da presunção de
serem suspeitas as suas declarações.
 Testemunha direta: trata-se da testemunha que
presenciou os fatos por meio dos sentidos.
 Testemunha indireta: é aquela que declara ao
magistrado sobre o que não presenciou, mas soube ou
ouviu dizer.
g) Numero de testemunhas: a quantidade de1.
testemunhas que podem ser arroladas pelas partes depende
do procedimento, a saber:
 Oito testemunhas: procedimento comum ordinário;
procedimento do júri; procedimento dos crimes de
responsabilidade de funcionário público; procedimento
dos crimes contra a honra; procedimento dos crimes
contra a propriedade imaterial; procedimento dos crimes
de competência dos tribunais dos Estados, tribunais
regionais federais e tribunais superiores; procedimento
dos crimes eleitorais, quando punidos com pena máxima
superior a quatro anos.
 Cinco testemunhas: procedimento comum sumário;
procedimento dos crimes falimentares; procedimento dos
juizados especiais criminais, por analogia ao artigo 522
do CPP (inaplicável o artigo 34 da lei 9099/95, por ser
especifico dos juizados especiais cíveis); procedimento
previsto na lei de drogas (artigos 54 e 55 da lei
11343/2006); procedimentos dos crimes eleitorais, quando
punidos com pena máxima de inferior a quatro anos.
 Três testemunhas: procedimento do crime de abuso
de autoridade.
 Importante: o numero de testemunhas deve levar
em consideração a quantidade de crimes imputados (para o
Ministério Publico) e da quantidade de réus no processo
(para a defesa).
h) Características da prova testemunhal:1.
 Oralidade: em regra, o depoimento da testemunha
deverá ser prestado oralmente perante a autoridade
responsável.
 Objetividade: a testemunha deverá depor
objetivamente sobre os fatos, não lhe sendo permitido
fornecer impressões pessoais, salvo quando forem essas
inseparáveis da narrativa.
 Individualidade: as testemunhas serão ouvidas
individualmente.
 Incomunicabilidade: não é permitido que as
testemunhas se comuniquem entre si.
 Retrospectividade: a testemunha prestará
depoimento sobre fatos passados, nunca sobre fatos
futuros.
i) Outras considerações:1.
 Testemunha faz depoimento.
 Toda testemunha é advertida pelo julgador que
poderá ser presa se mentir ou omitir algum fato. É o
chamado compromisso.
 
Estão isentos do compromisso: Os menores de 14 anos;
 Doentes mentais;
Parentes do réu enumerados no artigo 206 do CPP: ascendente,
descendente, irmão e cônjuge, ainda que separado
judicialmente; pai, mãe ou filho adotivo e os afins em linha
reta (sogro, sogra, enteado, etc.).
 É possível a contradita nesses casos:
Em relação aos menores de 14 anos, doentes mentais ou parentes
do réu. Estas pessoas são dispensadas do comprimisso, podendo
ser ouvidas como informantes.
Em relação à pessoa que seja proibida de depor, que são
aquelas que têm ciência do fato em virtude da profissão
(exemplo: padre, psicólogo, etc.), se acolhida a contradita
pelo juiz, essa testemunha deve ser excluída do processo. Vale
dizer, não deve ser tomado seu depoimento pelo juiz.
 No caso das testemunhas cujo depoimento, apesar
de não ser impedido ou suspeito, possa sugerir não ser
isenta (como no caso de amigos íntimos, por exemplo), a
parte contrária pode-se fazer a argüição de defeito.
 
 Uma vez regularmente notificada para depor, a
testemunha tem obrigação de comparecer a juízo, sob pena
de condução coercitiva, pagamento das despesas da
condução, multa e, até mesmo, processo criminal por
desobediência. Esta regra possui duas exceções:
Pessoas que, em razão de doença ou idade, estiverem
impossibilitadas de comparecer a juízo.
Presidente, Vice Presidente, senadores, deputados federais,
ministros de estado, governadores de estado, secretários de
estado, prefeitos, deputados estaduais, membros do Poder
Judiciário, ministros e juízes dos Tribunais de Contas da
União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como do Tribunal
Marítimo.
 Uma vez compromissada, a testemunha não pode
mentir, sob pena de responder processo criminal por
falso testemunho (artigo 342, CP).
 
7 – Reconhecimento de pessoas e coisas (artigos 226 a 228):
ato pelo qual uma pessoa afirma certa a identidade ou
qualidade de algo ou alguém (auto de reconhecimento).
a) Formalidades: o artigo 226 do CPP estabelece as1.
formalidades de efetivação do reconhecimento (tanto de
pessoas quanto de coisas), quais sejam:
 A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento
será convidada a descrever a pessoa que deva ser
reconhecida;
 A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela
tiverem qualquer semelhança, convidando‑se quem tiver de
fazer o reconhecimento a apontá‑la;
 Se houver razão para recear que a pessoa chamada
para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou
outra influência, não diga a verdade em face da pessoa
que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará
para que esta não veja aquela;
 Do ato de reconhecimento lavrar‑se‑a auto
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
testemunhas presenciais.
b) Natureza jurídica: meio de prova.1.
c) Fundamentojurídico: necessidade de2.
reconhecimento.
d) Autoridade responsável pela captação:3.
autoridade policial e judiciária.
e) Meio de produção:4.
f) Outras considerações:5.
 O reconhecimento por meio de fotografia é um
meio legitimo de prova.
 Havendo mais de uma pessoa que deva proceder ao
reconhecimento, cada uma fará a prova em separado,
impedindo-se qualquer comunicação entre elas.
 Se a pessoa estiver presa, pode-se proceder o
reconhecimento através de videoconferência.
 
8 – Acareação (artigos 229 e 230): ato procedimental de
confronto entre pessoas, para que esclareçam, mediante
confirmação ou retratação, aspectos que se evidenciaram
contraditórios.
a) Natureza jurídica: meio de prova.1.
b) Fundamento jurídico: detectar a contradição e2.
esclarecê-la.
c) Autoridade responsável pela captação:3.
autoridade policial, na fase de inquérito, que pode ser
por intermédio de sua própria iniciativa ou provocada
por requisição do juiz ou do Ministério Público; e
judiciária, na fase processual, determinada pelo juiz de
ofício ou a requerimento das partes.
d) Momento: investigação e processo.4.
e) Meio de produção: direta.5.
f) Outras considerações:6.
 Podem ser acareados os acusados, as testemunhas
e ofendidos, entre si ou uns com os outros.
 Peritos não são sujeitos a acareação.
 Não se deve constranger alguém a ser acareada.
Porem, nada impede que essas pessoas sejam conduzidas à
Delegacia de Polícia ou ao Juízo na hipótese do não
comparecimento injustificado.
 
9 – Prova documental (artigos 231 a 238): o artigo 232 do CPP
define documento como quaisquer escritos, instrumentos ou
papéis, públicos ou particulares, e tem como finalidade servir
de base material de informações.
a) Natureza jurídica: meio de prova.1.
b) Fundamento jurídico: prova direta sobre fato ou2.
ato.
c) Autoridade responsável pela captação:3.
autoridade policial e judiciária.
d) Momento: investigação e processo.4.
 Segundo dispõe o artigo 231 do CPP, documentos
podem ser juntados em qualquer fase do processo.
 A exceção a essa regra está no artigo 479,
restringindo, no Tribunal do Júri, a exibição de
documento aos jurados. De acordo com o dispositivo, é
vedado apresentar os documentos aos jurados na hora da
audiência. Estes devem ser apresentados com, no mínimo,
três dias de antecedência da audiência, para ser dado à
outra parte tempo para analisar o documento.
e) Meio de produção:1.
f) Outras considerações:2.
 Não é licito ao juiz autorizar a apreensão de
documentos que se encontrem em poder do advogado.
 Quanto ao valor probante dos documentos, deve
ser levado em conta se o documento é publico ou
particular:
Se é público, tem força probante não apenas entre as partes,
mas também em relação a terceiros.
Se é particular, desde que subscritos pelas partes e sendo
assinado por, no mínimo, duas testemunhas, tem força probante
quanto às obrigações nele contidas.
 Se o documento for provadamente falso, deve-se
fazer o incidente de falsidade documental.
 O destinatário pode utilizar, como prova de
defesa de seu direito, a correspondência que lhe foi
encaminhada, ainda que não haja o consentimento do
remetente (artigo 233, §único).
 Quanto à utilização de documento por terceiros
deve-se diferenciar as situações:
 Terceiro obtém a carta por meios fraudulentos, subtraindo-a,
por exemplo, do respectivo destinatário. A prova será ilícita,
tendo em vista a evidente violação do artigo 5º, XII, da
CR/88, bem como o artigo 233, caput, do CPP.
 Se o destinatário, pessoa conhecida do subscritor, mas que
não tem relações de confiança, entregar a carta para terceiro.
O terceiro pode utilizar a correspondencia de forma licita,
desde que não haja quebra de confiança.
 Se o destinatário da carta, pessoa conhecida do subscritor e
que com ele mantém relações de confiança, entrega carta que
lhe foi encaminhada confidencialmente a terceiro. Considera-se
violado o artigo 5º, X, da CR/88, em razão da quebra de
confiança levada a efeito pelo destinatário em relação ao
subscritor. O documento não poderá ser usado contra o
subscritor. Mas pode ser usada para evitar condenação se o
acusado for o terceiro.
 
10– Indícios (artigo 239): circunstâncias conhecidas e
provadas, a partir das quais, por dedução, conclui-se sobre um
fato determinado.
a) Natureza jurídica: meio de prova.1.
b) Fundamento jurídico: fatos secundários2.
relacionados ao principal.
c) Autoridade responsável pela captação:3.
autoridade policial e judiciária.
d) Momento: investigação e processo.4.
e) Meio de produção: direto.5.
f) Outras considerações: Indícios não se confundem6.
com presunções. Estas, com efeito, são estabelecidas
pela lei e, por isso, são capazes, em situações
expressamente autorizadas, por si, a fundamentar juízo
de condenação.
 
– Busca e apreensão (artigos 240 a 250): por busca
compreendem-se as diligências realizadas com o objetivo de
investigação e descoberta de materiais que possam ser
utilizados no inquérito policial ou no processo criminal. É
uma atitude de procura, a ser realizada em lugares ou em
pessoas. Já a apreensão depreende-se o ato de retirar alguma
coisa que se encontre em poder de uma pessoa ou em determinado
lugar, a fim de que possa ser utilizada com caráter probatório
ou assecuratório de direitos.
a) Natureza jurídica: meio de prova.1.
b) Fundamento jurídico: descobrir algo.2.
c) Autoridade responsável pela captação:3.
autoridade policial e judiciária.
d) Momento: investigação e processo.4.
e) Meio de produção:5.
f) Considerações sobre a busca domiciliar:6.
 A busca e a apreensão poderá ser realizada na
casa do investigado ou acusado (artigo 240, §1º), a
chamada busca domiciliar. Também pode ser realizada no
corpo da pessoa ou em objetos que traga consigo, é a
chamada busca pessoal (artigo 240, §2º).
 A busca e a apreensão domiciliar só podem ser feitas se
atendidas as exigências constitucionais (artigo 5º, XI, da
CR/88). Como casa, devemos utilizar os conceitos dos artigos
70 e 72 do Código Civil (local onde a pessoa se estabelece com
animo definitivo ou onde exerce sua profissão) e as definições
dos artigos 150, §4º, do CP e 246 do CPP.
 O pátio da casa deve ter o mesmo tratamento.
 Os veículos não, pois se trata de coisas que pertencem à
pessoa.
 Trailers, cabine de barcos, barracas, motor homes e afins só
terão proteção constitucional se forem destinados à habitação.
 Repartições públicas se equiparam ao domicilio. Sendo
necessária a autorização da autoridade competente para o seu
ingresso.
 Quarto ocupado de hotel, motel, pensão, hospedaria e
congêneres também podem ser considerados como domicilio se
forem ocupadas para este fim.
 O STF afastou a proteção constitucional da inviolabilidade
domiciliar em relação aos escritórios, consultórios, gabinetes
de trabalho e similares quando não ocupados por qualquer
pessoa no momento da busca.
 A busca e apreensão domiciliar, obviamente, só
podem ser realizadas com autorização judicial,
devidamente fundamentada.
 A busca e a apreensão domiciliar só podem ser
feitas durante o dia, salvo nos casos de flagrante,
desastre e socorro, ou a qualquer hora, se houver
consentimento do morador.
 O artigo 240, §1º, do CPP estabelece, em rol
taxativo, as hipóteses de cabimento de busca e apreensão
domiciliar. Consistem tais hipóteses:
a) Prisão de criminosos;1.
b) Apreender coisas achadas ou obtidas por meios2.criminosos;
c) Apreender instrumentos de falsificação ou de3.
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) Apreender armas e munições, instrumentos4.
utilizados na prática de crime ou destinados a fim
delituoso;
e) Descobrir objetos necessários à prova de5.
infração ou à defesa do réu;
f) Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao6.
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação
do fato;
g) Apreender pessoas vítimas de crimes;7.
h) Colher qualquer elemento de convicção.8.
 Comparecendo a autoridade ou seus agentes ao
local da busca, deverão declarar ao morador as
respectivas condições, bem como o objeto da diligencia.
Em caso de desobediência do morador, o artigo 245, §2º,
do CPP, autoriza o ingresso forçado.
 No caso de recalcitrância (o morador atrapalha a
busca dentro do domicilio), a autoridade pode dar voz de
prisão ao morador e conduzi-lo à delegacia de policia
para os devidos fins.
 Se o morador estiver ausente, a autoridade
poderá arrombar as portas e empregar violência contra
coisas que estejam fechadas ou lacradas. Nesse caso,
deve-se solicitar a algum vizinho que acompanhe a
diligência e este não poderá recusar, visto que a
intimação para assistir o ato configura ordem legal.
 Assim que terminado o ato de busca domiciliar,
os executores devem lavrar auto circunstanciado,
assinando-o com duas testemunhas presenciais,
registrando detalhadamente os fatos ocorridos no curso
da diligência, alegações de abusos, ou indagações quanto
ao objeto de apreensão.
 No caso de foro privilegiado (juízes), a busca
só poderá ser realizada em função de mandado expedido
pelo Presidente do Tribunal de Justiça, ou por
determinação do Órgão Especial, ou ainda por quem estes
delegarem.
 O mesmo será feito com relação ao membro do
Ministério Público. Porém, quem expedirá o mandado será
o Procurador Geral.
i) Considerações sobre a busca pessoal:1.
 Não é necessária autorização judicial para se
fazer busca pessoal, bastando a suspeita, desde que
fundada.
 Mulher só pode ser revistada por mulher, se não
importar retardamento ou prejuízo da diligência (artigo
249).
 Em regra, a busca deve ser realizada em
território de sua própria circunscrição. Mas o artigo
250 do CPP possibilita que a autoridade ou seus agentes
penetrem no território de jurisdição distinta quando
estiverem em atitude de seguimento de pessoas ou coisas.
 No caso de foro privilegiado, a busca (de
caráter geral) pode ser feita. Sendo constatada a
atividade ilícita pelo detentor do foro privilegiado,
seguir-se-á, então o seu encaminhamento à autoridade
competente para a lavratura do auto de prisão em
flagrante e adoção das medidas investigatórias cabíveis.
 No caso dos magistrados, eles deverão ser encaminhados ao
Presidente do Tribunal que são vinculados para fins de
lavratura do respectivo auto (artigo 33, II, da Lei
Complementar 35/79).
 Os membros do Ministério Público, deverão ser encaminhados
ao Procurador Geral de Justiça com idêntica finalidade (artigo
40, III, da Lei 8625/93).
 Importante: a prisão em flagrante de juízes e membros do MP
é restrita aos crimes inafiançáveis.
 Ainda em relação ao foro privilegiado, se a
busca pessoal for realizada com o propósito de
investigar determinada pessoa, a diligência exige
determinação da autoridade legalmente incumbida ao poder
de investigá-la.
 
– Observações gerais:
O acervo probatório colhido na fase pré processual servirá de
elemento para sustentar a futura ação penal. Em regra, as
provas são a materialização, no inquérito policial, onde a
atribuição da policia civil, federal e judiciária militar, em
acatamento ao preceito do artigo 144, terão suas atribuições
especificas. Por derradeiro, o fundamento processual localiza-
se no artigo 12 do CPP.
O termo policia judiciária não pode ser confundido com a
função jurisdicional do Estado (poder judiciário). Na verdade,
a policia judiciária integra o Poder Executivo, atuando como
auxiliar do judiciário, no levantamento do acervo probatório.
Na produção de provas na fase processual, torna-se
imprescindível o conhecimento técnico da prova a ser
examinada, podendo a parte interessada, contratar profissional
com notória capacidade técnica na área especifica, tendo por
objetivo formar elementos de convicção para construção da tese
jurídica a ser ministrada no momento adequado.

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