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18/10/2016 
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Assistência de Enfermagem em 
IST – Abordagem Sindrômica 
Profª Hellen Catunda 
 
2016.2 
O manejo sindrômico das IST na 
atenção básica de saúde 
 • Abordagens diagnósticas: clínica, 
laboratorial/etiológica, sindrômica. 
 
• O diagnóstico clínico: baseado na experiência 
pessoal do profissional que utiliza os sintomas e 
sinais que caracterizam determinada IST. Em 
muitos casos, não é possível fazer clinicamente 
o diagnóstico diferencial entre as possíveis 
infecções e, além disso, é comum que ocorram 
infecções mistas (PASSOS, 2005). 
 
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• O diagnóstico laboratorial: agente 
etiológico daquela doença e indicação do 
tratamento adequado. Requer técnicos 
especializados e equipamentos de 
laboratório, nem sempre disponíveis. 
 
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• Abordagem sindrômica: classifica os principais 
agentes etiológicos segundo as síndromes clínicas por 
eles causados e indica o seu tratamento (BRASIL, 
2000; PASSOS, 2005). 
 
• No Brasil esta abordagem foi instituída desde 1993 e, 
atualmente, o Ministério da Saúde tem preconizado o 
manejo sindrômico das IST em nível primário dos 
serviços de saúde (WHO, 2007; PASSOS, 2005). 
 
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Principais Síndromes Clínicas 
Úlceras Genitais Corrimento 
Uretral/Cervicite 
Corrimento vaginal Dor pélvica 
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• A atenção a saúde das pessoas usuárias com 
IST na ESF tem como finalidade (BRASIL, 
2006): 
 
Interromper a cadeia de transmissão de forma 
mais efetiva e imediata possível; 
Evitar as complicações advindas das IST e a 
transmissão do HIV; 
 A regressão imediata dos sintomas. 
 
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• O principal objetivo: prover em um único 
encontro clínico o tratamento imediato e 
estabelecer uma relação de confiança com 
o usuário (BRASIL, 2006a, 2006b; WHO, 
2007; FEBRASGO, 2004). 
 
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Enfermagem e as IST 
• Lei nº 7.498/1986; 
• Portaria nº 145/2012; 
 
 
• Consulta de Enfermagem; 
• Acolhimento do paciente; 
• Diagnóstico precoce; 
• Adesão/tratamento paciente e parceiro; 
 
 
 
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Nota
estudar as leis referidas.
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• Seguindo os passos dos fluxogramas, o 
enfermeiro estará habilitado a: 
 
Fazer o diagnóstico sindrômico; 
 Iniciar o tratamento imediatamente; 
Realizar o aconselhamento para testagem do HIV 
e sífilis, adesão ao tratamento, promoção do uso 
de preservativos e convocação de parceiro(s) para 
rastreamento e tratamento de IST; 
Desenvolver ações educativas para prevenção das 
IST e promoção da saúde. 
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A Enfermagem e as IST... 
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Informação 
Educação em 
saúde 
Utilização de 
fluxogramas 
Convocação e 
tratamento dos 
parceiros 
Oferecimento 
de exames 
adicionais 
Abordagem 
Sindrômica 
Fornecimento 
de insumos 
Notificação Aconselhamento 
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Aconselhamento.... 
 “É um processo de escuta ativa, individualizada e 
centrada no usuário, baseando-se numa relação de 
confiança, que visa proporcionar à pessoa 
condições para que avalie seus próprios riscos, 
tome decisões e encontre maneiras realistas de 
enfrentar seus problemas relacionados às IST/HIV.” 
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Atendimento Individual 
• Anamnese; 
• Exame físico; 
• Diagnósticos de Enfermagem; 
• Identificação das principais vulnerabilidades; 
• Interrupção da cadeia de transmissão; 
• Abordagem sindrômica; 
• Educação em Saúde; 
• Insumos; 
• Vigilância Epidemiológica; 
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• Realização de exames laboratoriais; 
• Orientação de vacinação para hepatite B; 
• Orientação para tratamento; 
• Oferta e realização de triagem sorológica para sífilis, 
HIV, hepatite B e C, precedidas de aconselhamento e o 
seguimento; 
 
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Conhecendo as IST: Úlceras 
genitais 
 
• Sífilis 
• Cancro mole 
• Linfogranuloma venéreo 
• Donovanose 
• Herpes genital 
 
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SÍFILIS 
Agente etiológico: Treponema pallidum; 
 
CARACTERÍSTICAS: Infecção sistêmica e de 
evolução crônica; 
 
 FASE PRIMÁRIA: altamente infectante. Desaparece 
espontaneamente em um período que varia de 2 a 6 
semanas. Úlcera geralmente única, indolor, de bordos 
duros e fundo limpo, altamente infectante. 
 
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FASE SECUNDÁRIA: 1 a 2 meses após 
aparecimento do cancro duro; 
 
MANIFESTAÇÕES: lesões cutâneas eritematosas 
generalizadas, exantemáticas ou placas úmidas na 
região vulvar e perineal, alopecia e placas úmidas na 
região vulvar e perineal. Pode vir acompanhado de 
sintomas gerais; 
 
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FASE TERCIÁRIA: pode aparecer após 3 a 12 
anos de infecção; 
 
 
MANIFESTAÇÕES: lesões cutâneo-mucosas, 
neurológicas, cardiovasculares e articulares. Pode ser 
assintomática; 
 
 
 
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Sífilis congênita 
MANIFESTAÇÕES: óbitos fetais, abortos, 
prematuridade, baixo peso, hepatomegalia, lesões 
cutâneas, sofrimento respiratório, icterícia, meningite, 
retardo mental, surdez e cegueira; 
 
 
 
 
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Positividade 
sorológica até 18 
meses pós-parto 
Cancro Mole 
Agente etiológico: Haemophilus ducreyi; 
 
É uma infecção de transmissão exclusivamente 
sexual caracterizada por lesões múltiplas 
(podendo ser única), extremamente dolorosa, 
auto-inoculável. A borda da úlcera é irregular, 
eritemato-edematosa, com fundo necrótico e de 
sangramento fácil. 
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CANCRO DURO CANCRO MOLE 
Incubação: 21 a 30 dias Incubação: 2 a 5 dias 
Lesão única Lesões múltiplas 
Erosão ou ulceração Ulceração 
Base dura Base mole 
Fundo limpo, eritematoso, 
seroso 
Fundo sujo, purulento 
Bordas planas Bordas irregulares 
Adenopatia bilateral, não 
inflamatória, indolor, 
múltipla, não fistulizante, 
ocorrendo em quase 100% 
dos casos 
Adenopatia unilateral, 
inflamatória, dolorosa, única, 
fistulizante por um orifício em 
30 a 60% dos casos 
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Linfogranuloma Venéreo 
• Agente etiológico: Chlamydia trachomatis 
 
FASES 
 
- Primária (lesão de inoculação) de lesão ulcerada, 
indolor, após a inoculação do agente. 
- Secundária (disseminação linfática regional) 
adenopatia inguinal dolorosa; 
- Terciária (sequelas); 
 
 
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Donovanose 
• Agente etiológico: Klebsiella granulomatis; 
 
• MANIFESTAÇÕES: acomete, preferencialmente, 
a pele e as mucosas das regiões genital, perianal e 
inguinal; 
• lesões granulomatosas, ulceradas, indolores e 
autoinoculáveis. Acomete mais pele e mucosas das 
regiões genitais, perianais e inguinais. 
 
• Muitos autores consideram, também, a 
possibilidade de contágio não sexual. 
 
 
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Herpes 
• Agente etiológico: herpes simplex virus (HSV), 
tipos 1 (lesões periorais) e 2 (lesões genitais); 
 
 
 
 
 
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MANIFESTAÇÕES 
 
- Primoinfecção (sintomas locais e gerais); 
- Infecção Recorrente (menos intensos); 
- 7 a 10 dias (regressão) 
 
• O HSV fica latente na bainha 
de mielina dos nervos periféricos; 
 
 
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Uretrites/cervicites 
• Corrimento purulento ou mucopurulento; 
 
• Principais Agentes: Neisseria gonorrhoeae e 
Chlamydia trachomatis; 
 
• 25% das mulheres tornam-se inférteis (co-infecção);• Se infecção persistente, considerar: Mycoplasma, 
hominis, Ureaplasma urealyticum, Trichomonas 
vaginalis); 
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Critérios de Risco para Cervicites 
• Parceiro com sintomas; 
• Paciente com múltiplos parceiros, sem 
proteção; 
• Paciente acredita ter se exposto a IST; 
• Paciente proveniente de áreas de alta 
prevalência de gonococo e clamídia; 
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Infecção por Gonorréia 
• Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae; 
 
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• MANIFESTAÇÕES 
 
- Assintomática (60%); 
- Homem: prurido, disúria, 
uretrite, corrimento 
mucopurulento, edema, febre; 
- Mulher: disúria, urgência 
urinária, secreção amarelada, 
dispareunia, colo friável; 
• Conjuntivite gonocócica; 
 
 
Gestantes: cesárea indicada 
apenas para casos de infecção 
ativa não tratada até o 
momento do parto. 
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CLAMÍDIA 
• Agente etiológico: Chlamydia trachomatis; 
 
 
 
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MANIFESTAÇÕES 
 
 
•Homens: disúria, secreção; 
•Mulheres: endocervicites com 
muco cervical, ectopia e friabilidade, 
dor hipogástrica; 
 
 
Pode causar gravidez ectópica, DIP 
e infertilidade. 
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VULVOVAGINITES 
• Inflamação ou infecção da vulva, vagina ou 
ectocérvice, podendo ser assintomática; 
 
• Conteúdo vaginal fisiológico x patológico; 
 
• Lactobacilos e polimorfonucleares; 
 
• 70% das mulheres; 
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CANDIDÍASE 
• Agente etiológico: Candida albicans (Fungo); 
 
• Período de incubação desconhecido; 
 
• 75% das mulheres apresentarão infecção clínica 
em algum momento da vida; 
 
• Transmissão/Predisposição; 
 
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Fatores predisponentes para o desencadeamento: 
• gravidez ; 
• contato oral-genital 
• obesidade 
• diabetes mellitus (descompensado) 
• uso de anticoncepcionais orais de altas dosagens 
(estrógeno), de antibióticos, corticóides ou 
imunossupressores 
• hábitos de higiene e vestuário inadequados 
• contato com substâncias alérgenas e/ou irritantes 
• alterações na resposta imunológica (imunodeficiência), 
inclusive a infecção pelo HIV 
 
(FEBRASGO, 2004; BRASIL, 2006b; ZUGAIB, 2012): 
 
 
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• Manifestações: Prurido, edema, hiperemia, disúria, 
dispaurenia. 
 
• SECREÇÃO: Branca, grumosa com aspecto caseoso 
(“leite coalhado”) 
 
• Teste do pH < 4,5; 
 
• O simples achado no citopatológico 
 não justifica o tratamento; 
 
• Recorrência: oferecer sorologia 
para HIV. Tratar com medicação 
sistêmica; 
 
 
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TRICOMONÍASE 
• Agente etiológico: Trichomonas vaginalis 
(Protozoário); 
• 50% das mulheres são assintomáticas; 
• Teste pH vaginal > 4,5; 
• Manifestações: Disúria, prurido, irritação, colpite 
(hiperemia da mucosa) 
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Tratamento dos 
parceiros atuais 
(1s-2s); 
 
Suspender relações. 
SECREÇÃO: 
- Abundante 
- Amarela ou amarela-
esverdeada 
- Bolhosa 
VAGINOSE BACTERIANA 
• Agente etiológico: Gardnerella vaginalis, Mobiluncus 
sp., Bacteroides sp., Mycoplasma hominis e 
Peptostreptococcus sp. 
 
• Desequilíbrio da flora vaginal (aumento de bactérias 
anaeróbias e diminuição dos lactobacilos acidófilos); 
 
• Pode ser desencadeada pela relação sexual em mulheres 
predispostas (pH elevado do sêmen); 
 
• Transmissão; 
 
 
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• Manifestações: 50% assintomáticos; Odor fétido. 
 
 
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Critérios de Amsel 
 
• Corrimento vaginal homogêneo, 
geralmente acinzentado e de 
quantidade variável; 
 
• pH vaginal > 4,5; 
 
• Teste das aminas ou teste de Whiff 
positivo (KOH 10%); 
 
• Presença de “clue cells” no exame 
bacterioscópico. 
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Dor Pélvica 
• Causas ginecológicas ou não; 
 
• Realizar investigação; 
 
• Presença de discreta defesa muscular ou dor à 
descompressão e/ou dor à mobilização do colo - 
tratamento para DIP; 
 
• Reavaliação (piora ou estagnação); 
 
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Doença inflamatória pélvica (DIP) 
• Síndrome clínica secundária à ascensão de 
microrganismos ao trato genital feminino 
superior; 
 
• Agentes etiológicos; 
 
• Causas: espontânea ou à manipulação (DIU, 
biopsia, curetagem); 
 
• Infecção polimicrobiana (90% IST); 
 
 
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Fatores de Risco 
 Idade inferior a 25 anos; 
Múltiplos parceiros sexuais; 
Baixo nível socioeconômico; 
Historia prévia de IST e/ou DIP; 
Tabagismo e uso de duchas; 
Ausência de uso de método de barreira. 
 
 
MANIFESTAÇÕES 
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Critérios para diagnóstico da DIP 
Critérios maiores (3 maiores + 1 menor): 
Dor em abdômen inferior 
Dor à palpação dos anexos 
Dor à mobilização do colo uterino 
Critérios menores: 
Temperatura axilar maior que 37,5 ºC 
Corrimento cervical ou vaginal anormal 
Hemograma com sinais infecciosos 
Massa pélvica 
Clamídia, gonococo ou micoplasmas na cérvix (laboratório) 
Critérios elaborados (1): 
Evidência histológica de endometrite 
Ultrassonografia pélvica evidenciando abscesso tubo-ovariano 
Laparoscopia evidenciando DIP 
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Infecção pelo HPV 
• Agente etiológico: Papilomavírus 
Humano (mais de 100 sorotipos). 
Oncogenicidade (16,18,31,33); 
 
• Manifestação (clínica, subclínica ou 
latente); 
 
• Câncer de colo uterino; 
 
• Vacina contra HPV; 
 
 
 
 
 
• A paciente pode também referir prurido, 
sangramento, queimação, dor e corrimento 
vaginal; 
 
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TRATAMENTO 
 
• Podofilina 10-25%; 
•ATA 80-90%; 
•Eletrocauterização; 
• Criocauterização; 
• Exérese cirúrgica; 
 
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OBRIGADA! 
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