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30/08/2016 1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS NA GRAVIDEZ Profª. Hellen Catunda 2016.2 Objetivos da aprendizagem Identificar o quadro clínico das hemorragias da gestação; Relacionar terapêutica e manejo das hemorragias obstétricas; Identificar cuidados de Enfermagem específicos para cada condição. 2 30/08/2016 2 INTRODUÇÃO Hemorragias: eventos que podem ser grave. Uma das três principais causas de mortalidade materna e perinatal em todo o mundo; Exigem cuidados rápidos e resolutos para a garantia de maiores chances de sobrevivência, tanto da mulher quanto do concepto; São estudadas como síndromes, pois desencadeiam eventos e sequelas em vários sistemas vitais; Divididas clinicamente em períodos da gravidez: na primeira metade e na segunda metade, tendo como linha divisória a 20ª semana. 3 PARÂMETROS Queda de hematócrito maior que 10%: parâmetro importante para caracterizar a gravidade das perdas sanguíneas. O nível normal na mulher é de 38 a 46%; Gravidade e significado clínico das hemorragias: depende do volume e velocidade das perdas e das condições hemodinâmicas individuais; Parâmetro de gravidade para causar choque: a partir de 20% do volume sanguíneo. 4 30/08/2016 3 FATORES DE RISCO PARA HEMORRAGIAS OBSTÉTRICAS NA GESTAÇÃO Anormalidades placentárias Gemeralidade Polidrâmnio Multiparidade Trauma Hipertensão diabetes Distúrbios genéticos (hemoglobulinopatias) Anomalias cromossômicas Incompatibilidade ABO Macrossomia fetal 5 FATORES DE RISCO PARA HEMORRAGIAS OBSTÉTRICAS NA GESTAÇÃO Hematócrito menor que 33% Condições nutricionais: subnutrição, baixo peso Tabagismo ativo ou passivo Etilismo Drogadicção Baixas condições socioeconômicas Falta de cuidados pré-natais Limites de idade (<15; >35) Raça negra Estresse emocional 6 30/08/2016 4 Classificação 1) Primeira Metade da Gravidez (até 20s) Abortamento Gravidez Ectópica Doença Trofoblástica Gestacional 2) Segunda Metade da Gravidez (a partir de 20s) Placenta Prévia (PP) Descolamento Prematuro da Placenta (DPP) Rotura Uterina 7 Abortamento Conceito: é a interrupção da gravidez antes de 20 semanas de gestação ou com peso fetal inferior a 500g (OMS); Cerca de 15 a 20% das gestações diagnosticadas terminam em abortamento. Mal formação do ovo e anomalias cromossomiais são 50% desses casos; Os parâmetros para Classificação das Formas de Abortamento: Grau de Sangramento; A intensidade da dor uterina; O Conteúdo uterino; Aspecto do colo uterino. 8 30/08/2016 5 Quadro clínico Paciente em idade reprodutiva; dor pélvica; S T V. HISTÓRIA • Confirmação de uma gestação intra-uterina (afastar menstruação normal e gravidez ectópica); • Presença de febre (processos infecciosos); • História de manobras abortivas; • Presença de leucorréia (infecção pélvica); • Uso de medicamentos (misoprostol); • Sintomas urinários. 9 Classificação - Abortamentos 10 30/08/2016 6 Fatores de risco 11 Rotinas comuns na internação hospitalar Explicar procedimento; Dieta zero (6 horas); Controle dos SSVV; Acesso venoso com SG a 5%; Solicitar tipagem sanguínea, hemograma completo e VDRL; Oferecer Anti-HIV; Oferecer apoio psicológico; Avaliar o volume e a cor do sangramento; Preparar p/ procedimento, se curetagem. 12 30/08/2016 7 Etiologia Anomalias genéticas em geral não relacionadas com a mãe. Ligadas as causas maternas: • Incompetência istmocervical; • Anomalia congênita ou adquirida na cavidade uterina; • DM; • Insuficiência do corpo lúteo; • Trombofilias; • Baixa reserva ovariana; • Lupus e infecções agudas; 13 Procedimento para esvaziamento uterino Até 12s: Aspiração Manual Intra-Uterina (AMIU) ou curetagem (com ou sem ocitocina e/ou misoprostol); De 12 a 16s: Curetagem (com ou sem ocitocina e/ou misoprostol); Após 16 s: Expulsão do feto seguida de curetagem (com ocitocina e/ou misoprostol;). COMPLICAÇÕES: - Tríade pós-aborto (Dor, STV e febrícula); - Hemorragia; - Perfuração uterina; - Lesão Vesical/ intestinal. 14 30/08/2016 8 Curetagem uterina 15 Tratamento Misoprostol/Ocitocina - Ação: estimula as contrações uterinas para favorecer a expulsão do feto; - Indicação: esvaziamento uterino após o aborto para assegurar-se da eliminação de todos os produtos da concepção. ATB combinado Gentamicina/Clindamicina 7-10d Abortamento infectado. 16 30/08/2016 9 Cuidados de Enfermagem Apoio psicológico; Monitorar os efeitos colaterais, dor abdominal, naúseas, vômitos dispepsia; Verificar sangramento vaginal e relatar qualquer aumento de sangramento, dor ou febre; Monitorar sinais e sintomas de choque, como taquicardia, hipotensão e ansiedade. 17 18 30/08/2016 10 Incompetência istmocervical 19 Cerclagem ou circlagem 20 30/08/2016 11 Gestação ectópica É considerada toda gravidez com implantação e desenvolvimento do óvulo fecundado fora da cavidade endometrial, podendo ocorrer nas trompas, nos ovários e no colo uterino. Está presente 1 a 2% de todas as gestações; A principal causa é a Doença Inflamatória Pélvica (DIP); Nos EUA, é a primeira causa de morte no primeiro trimestre. 21 Gestação ectópica 22 30/08/2016 12 Fatores de risco para gravidez ectópica DIP; Disfunção tubária; Realizações de cirurgias pélvicas e tubária prévias; Falha na laqueadura tubária; Uso de DIU; GE prévia; Tumores anexiais; Endometriose; Idade maior que 35 anos; Primeiro intercurso sexual com menos de 18a; Fumo/múltiplos parceiros sexuais; Cirurgia abdominal ou pélvica; Técnica de fertilização assistida. 23 Gravidez ectópica PATOLOGIA 97,7% Tuba; 1,4% abdominal e 1% no ovário ou na cérvice. DIAGNÓSTICO Clínica + Beta HCG Positivo + USG. CLÍNICA - Dor abdominal; - STV discreto; - Atraso menstrual; - Massa anexial palpável; - Grito de Douglas (sinal de Proust). 24 30/08/2016 13 Se não for visualizado o SG intra-útero na USG transvaginal, deve-se pensar em GE. 25 Tratamento A conduta terapêutica vai depender se a tuba está rota ou não: Cirúrgica? Se estiver integra, conduta clínica: - Encontra-se hemodinamicamente estável; - Sem sinais de hemorragia ativa peritonial; - Massa anexial de no máximo 4 cm; - Metotrexato: é um antagonista do ácido fólico, inibe a divisão celular RNA e DNA. A atividade do trofoblasto é altamente vunerável ao medicamento. Causa naúseas, vômitos, estomatite, diarreia, dor abdominal e tontura. Só usar se: IG < 6 sem, SG < 3,5cm, feto sem atividade cardíaca, Beta-hcg < 5000 mUl/ml. 26 30/08/2016 14 Condutas de Enfermagem Administrar analgésicos prescritos; Descrever sinais de ruptura ectópica (dor abdominal lateral lacinante, penetrante e intensa; vertigem/desmaio; hipotensão e pulso rápido); Prepara a cliente psicologicamente e fisiologicamente; Incluir o parceiro na discussão sobre sua fertilidade. 27 Doença trofoblástica gestacional Classificação: a) Mola hidatiforme Completa; Incompleta. b) Mola Invasora Coriocarcinoma; Tumor trofoblástico do sítio placentário. Quadro clínico: STV – 90% casos; Beta HCG elevado; Fundo uterino desproporcional a IG – 50%. 28 30/08/2016 15 Quadro clínico Prê-eclâmpsia precoce; Níveis de hCG muito elevado; STV intermitente e progressivo; STV com aspecto suco de ameixa; Útero amolecido (sanfona), indolor, AU Desproporcional a IG calculada; Ausência de embrião; US em “flocos de neve”; Hiperêmese gravídica; Formação de vesículas em forma de “cacho de uva”; Sintomas gravídicos exacerbados. 29 Exames avaliados na DTG 30 30/08/2016 16 Diagnóstico/Conduta Diagnóstico: Clínica e USG. Conduta: Esvaziamento uterino: vácuoaspiração preferencialmente; Histerectomia: >40a, prole completa; Quimioterapia. Seguimento pós-molar: Beta HCG seriado semanal até negativar; Mensal por 6 meses; Exame clínico; Contracepção por até 6 meses após negativação. 31 Manejo 32 30/08/2016 17 Seguimento pós-molar 33 34 30/08/2016 18 Causas/Peculiaridades Não se conhece a causa exata de gestações molares, mas alguns estudos revelam características importantes! Têm a capacidade de invadir a parede do útero; Pode ocorrer metástases para outros órgãos - pulmão, vagina, pelve, fígado e cérebro; Recorrem em gestações subsequentes; Podem transformar-se em coriocarcinoma, CA virulento; São influenciado por fatores nutricionais: déficit de proteína. 35 Intervenções de Enfermagem Ouvir preocupações e temores; Dar informações e/ou orientações de acordo com a necessidade da cliente; Apoiar membros da família. 36 30/08/2016 19 Placenta prévia Incidência - Ocorre em 0,5 a 1% das gestações; - Sua frequencia está associada a paridade (1:1500 nas primigestas, 1:20 nas múltiparas) e a idade materna ascendente até a quarta década. Conceito: Consiste na implantação de qualquer parte da placenta no segmento inferior do útero, após 28 semanas de gestação. 37 Classificação 38 30/08/2016 20 39 Manifestações clínicas STV após a 28ª semana de Gestação; Indolor; Sangue vivo de início súbito. 40 30/08/2016 21 Fatores de risco Idade; Multiparidade; Endometrites; Abortamentos induzidos; Curetagem uterina prévia; Cicatriz uterina prévia; Volume placentário; Tabagismo. 41 42 30/08/2016 22 Tratamento/Conduta 43 Intervenções de Enfermagem Monitorar volume de sangue perdido, nível de dor e contratilidade; Avaliação do SSVV maternos; Orientar sobre o distúrbio e sua implicações; Monitorar os resultados de exames laboratoriais; Proporcionar apoio emocional e ouvir a paciente; Repousar no leito, só caminhar para banheiro; Avaliar vitalidade fetal; Evitar a realização de toques vaginais; Estimular a ingesta hídrica e nutricional; Preparar para cesárea, SN. 44 30/08/2016 23 INSERÇÕES ANORMAIS DA PLACENTA 30/08/2016 45 LIGAÇÃO INVASÃO PENETRAÇÃO INSERÇÕES ANORMAIS DA PLACENTA Avaliação: Ecodoppler; Riscos: o Hemorragias profusas; o Histerectomia; o Invasão de bexiga e reto; o Emergência obstétrica CENTRO ESPECIALIZADO! 46 30/08/2016 24 Deslocamento prematuro de placenta Conceito: É a separação da placenta implantada no corpo do útero e gestação de 20 ou mais semanas completas. Etiopatogenia: Desconhecida. Tata-se de uma doença da decídua e dos vasos uterinos. 47 Fatores de Risco Hipertensão/pré-eclampsia (50%) ou hipertensão crônica; Doenças vascular; Causas Mecânicas ou traumáticas internas: - Brevidade do cordão; - Versão fetal externa; - Retração uterina intensa; - Miomatose uterina; - Hipertensão da veia cava inferior por compressão uterina; - Traumatismo abdominal. 48 30/08/2016 25 DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA 49 Classificação Grau 1: leve – assintomático - Sem comprometimento materno e fetal; Grau 2: STV moderado - hipertonia uterina - Sofrimento fetal; Grau 3: grave – comprometimento materno - óbito fetal - sem coagulopatia - com coagulopatia. 50 30/08/2016 26 Tipos de hemorragias 51 Útero de Couvelaire 52 30/08/2016 27 Clínica Hemorragia externa (80%); Hemorragia interna (20%); Hemorragia associada à contratilidade uterina em forma de tetania e dor abdominal aguda. 53 Diagnóstico CLÍNICO; LABORATORIAL: Tipagem Sanguínea, Hemoglobina e Hematócrito, Coagulograma (plaquetas, TP), Uréia, Creatinina, Eletrólitos Séricos; ULTRASSONOGRAFIA: Visualização de Coágulo Retroplacentário. 54 30/08/2016 28 Conduta terapêutica 55 Intervenções de Enfermagem Monitorização de SSVV; Sinais de choque hipovolêmico; Dor; Regularizar volemia; Exame obstétrico; Avaliação da vitalidade fetal. 56 30/08/2016 29 Diagnóstico diferencial PP/DPP 57 É um dos eventos obstétricos mais graves, sendo mais frequente em mulheres com cesárea anterior; Causas: pós-cesárea, parto obstruído, grande multiparidade, uso inadequado/excessivo de uterotônicos, provocando hipertonia ou hipermetrossistolia, traumatismo, acretismo, mal formação uterina, tentativa de versão, principalmente interna; Manobra de Kristeller! As extrações inadequadas por profissionais mal habilitados também podem provocar a rotura uterina: feto grande/desproporção cefalopélvica, feto pélvico, principalmente o podálico, feto transverso, extração manual da placenta. Rotura uterina 30/08/2016 30 Quadro clínico: dor violenta, cessação das contrações, sinais de hemorragia interna com irritação peritoneal e STV; Comumente evolui para choque materno e morte fetal; Faz-se necessário uma laparotomia de emergência, na maioria das vezes, com histerectomia com conservação dos anexos; Hemotransfusão e antibioticoterapia. Rotura uterina Rotura uterina total 60 30/08/2016 31 Uma característica importante da rotura é que a parturiente refere uma dor lascinante e sempre coloca a mão sobre a área do segmento inferior do útero; Isso porque a rotura vem precedida por violenta distensão segmentar, com retração patológica do anel de Bandl. Rotura uterina: atenção! Diagnóstico Diferencial de hemorragias da 2ª metade da gestação 62 30/08/2016 32 REFERÊNCIAS BRASIL. Gestação de alto risco: manual técnico – 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010. LOWDERMILK,D.L. O cuidado em enfermagem.P.Alegre.Artmed,2012 ORSHAN, S. A.Enfermagem na Saúde das Mulheres e, das Mães e dos Recém-nascidos. Porto alegre: Artmed, 2010 REZENDE,J.;MONTENEGRO,C.A.B. Obstetrícia fundamental. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2011 RICCI.S.S.Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher.Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan,2008.712. 63 Obrigada! 64
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