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TEORIA GERAL DO PROCESSO Prof. Roberto de Araujo Vieira Universidade Federal Fluminense - UFF 2013 AULA 05 Processo e Ação Ação É o instituto jurídico por meio do qual é conferido à parte o direito subjetivo de submeter uma pretensão resistida à tutela jurisdicional do Estado. É o direito subjetivo e público de buscar obter judicialmente proteção para seus interesses. Modo de provocar a jurisdição. CFB 5o, XXXV – Direito constitucional Vem antes do processo Condições da ação São as exigências para que o Juiz possa conceder a tutela jurisdicional Possibilidade Jurídica do pedido: não vedação, pelo ordenamento, de sua concessão Interesse de agir: necessidade de ir a juízo para obter a medida e adequação da via eleita para tanto; e Legitimidade ad causam: titularidade de relação com o interesse em conflito. Legitimidade ordinária: o próprio indivíduo que se alega titular do direito vai a juízo; Legitimidade extraordinária: há substituição processual (art. 6o): ao invés de estar em juízo o alegado titular do direito, outrem, autorizado por lei, propõe a ação em nome próprio para a defesa de direito alheio. Condições da ação Carência de ação – Falta de uma ou mais das condições da ação. Autor é chamado carecedor. CPC 295, II e III e par., inciso III – 267, VI c/c 329o. Elementos da ação São os componentes que a individualizam: Partes: sujeitos que, envolvidos na disputa pelo bem, sofrerão os efeitos da coisa julgada. No CPP as partes são o MP ou o querelante e o acusado. Pedido (petitum): providência pretendida. Pedido imediato é a manifestação pleiteada ao juiz, pedido mediato é o bem da vida, a utilidade pretendida. Na ação penal é sempre genérico. Deve ser determinado pelo autor, mas a lei permite que seja formulado genericamente quando ainda não se possa fixar seu valor (art. 286) Causa de pedir (causa petendi): fundamentos do pedido. Inclui os fatos motivadores do conflito (causa de pedir remota – 282, III e 41 CPP) e os fundamentos jurídicos que amparam o pedido formulado (causa de pedir próxima). Ações com com elementos similares Um ou dois elementos iguais, com a lógica da reunião processual no mesmo órgãoa julgador, para maior economia e harmonia de decisões. ➔CONEXÃO (art. 103 CPC): São conexas duas ou mais ações quando tiverem em comum o objeto da ação (o que se pede) ou a causa de pedir (a fundamentação do pedido). ➔CONTINÊNCIA (art. 104 CPC): É um tipo de conexão. Ocorre quando as partes e a causa pedir são idênticas, mas o objeto de uma das ações, por semais amplo, abrange o das outras. Ações com com elementos similares Quando os três elementos são iguais, isto é, há uma identidate total dos elementos da ação, ocorre a extinção do último processo repetido. Litispendência: existência de uma ação idêntica em curso, tendo o réu já sido citado validamente; Coisa julgada: existência de prévia e definitva decisão judicial sobre a causa; Perempção: perda do direito de ação após três abandonos em processos anteriores. Processo Processo: é uma operação (série de atos coordenados) ou procedimentos por meio da qual se pretende a composição do litígio. É também conceituado como uma sequência de atos interdependentes, destinados a solucionar um litígio, com a vinculação do juiz e das partes a uma série de direitos e obrigações. Não confundir com procedimento que vem a ser a forma como o processo anda, ou seja, a maneira pela qual se encadeiam os atos processuais. É o rito, ou a forma de andamento do processo. Pode ser comum ou especial. O comum pode ser ordinário ou sumário. Espécies de Processo Processo de conhecimento: é quando o juiz é chamado para, após conhecer os fatos, afirmar quem tem razão. Processo cautelar: veículo assecuratório da utilização do resultado final de outro processo Processo de execução: instrumento para a realização prática da prestação que foi inadimplida pelo devedor. Partes no processo Como vimos, para atuar em juízo, devem ter capacidade processual (aptidão para o exercício pessoal de direitos e obrigações processuais, ainda que mediante representação/assistência (arts. 7 e 8o) e capacidade postulatória (atuação por advogado, profissional com habilitação técnica). Partes no processo LITISCONSÓRCIO: Reunião de várias pessoas na mesma posição processual (autor ou réu). Pode ser: 1) Facultativo (art. 46), quando há opção de litigarem em conjunto ocorrido o que se segue: ➔ Há comunhão de direitos ou obrigações; ➔ Obrigações ou direitos derivam do mesmo fundamento de fato ou de direito; ➔ Há conexão entre as causas (pelo objeto ou pela causa de pedir); e ➔ Há afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. Partes no processo 2) Necessário (art. 47 a 49): Todos os envolvidos com certos elementos da causa devem participar do processo, seja por imposição legal, seja pela natureza da relação jurídica. CPP 46 a 48 e 580. No chamado litisconsórcio Unitário, o juiz deve decidir a lide de modo uniforme para todos os litisconsortes. Opõe- se ao simples, em que cabem decisões diversas. Partes no processo INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: Possibilidade de participação, nos casos em que a lei prevê, por quem, não fazendo parte do processo, tem interesse jurídico em sua solução. a) ASSISTÊNCIA (art. 50) – Pedido de ingresso de terceiro com interesse jurídico em auxiliar uma das partes a alcançar um resultado favorável. Se divide em: Simples: o assistente só tem relação jurídica com o assistido, de quam será mero auxiliar no processo; Litisconsorcial: o assistente tem um direito próprio envolvido no processo e age como se fosse parte. Partes no processo b) OPOSIÇÃO (art. 56) – O terceiro ajuiza uma ação incidental ao processo pedindo para si, no todo ou em parte, o bem sobre o qual controvertem autor e réu. Estes figuram, em tal tipo de ação, na condição de opostos em litisconsórcio passivo necessário. c) NOMEAÇÃO À AUTORIA (art. 62) – Manifestação do réu no processo para solicitar sua exclusão do pólo passivo e a inclusão de um terceiro. Casos: o detentor de coisa alheia nomeia o dono ou o possuidor; quem agiu danosamente atendendo ordens nomeia quem as deu. Partes no processo d) DENUNCIAÇÃO À LIDE (art. 70) – a parte denuncia a lide a um terceiro (seu garantidor) para que este, em caso de sucumbência, pague-lhe o valor da condenação à título de regresso. É obrigatória: Ao alienante, na ação de evicção (perda da posse/propriedade em virtude de decisão judicial); Ao possuidor indireto ou ao proprietário, quando o possuidor direto for demandado; Ao obrigado, por lei ou contrato, a indenizar por direito de regresso aquele que perder a demanda. Partes no processo e) CHAMAMENTO AO PROCESSO (art. 77) – O réu pede, no prazo da contestação, que venham integrar o pólo passivo outros co-resposáveis pelo cumprimento da obrigação. Caso pague a integralidade do débito, poderá acertar as contas com os co-devedores no mesmo processo. Situações: O fiador pode chamar ao processo o devedor originário; O fiador pode chamar outros fiadores; O devedor solidário demandado pode chamar outros devedores solidários.
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