Poder Constituinte

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IUS RESUMOS 
 
 
 
 
Poder Constituinte 
 
 
 
 
 
 
 Organizado por: Samille Lima Alves 
 
 
IUS RESUMOS 
 
 
 
I. PODER CONSTITUINTE ....................................................................................................................... 3 
1. Conceito .................................................................................................................................................. 3 
2. Da titularidade do Poder Constituinte ........................................................................................ 4 
3. Formas de exercício do Poder Constituinte............................................................................... 5 
4. As espécies do Poder Constituinte ............................................................................................... 6 
5. Referências .......................................................................................................................................... 10 
 
SUMÁRIO 
 
PODER CONSTITUINTE 
[3] 
 
 
Nesse Ius Resumo prosseguiremos o estudo do Direito Constitucional 
tratando sobre o Poder Constituinte. 
Veremos o conceito e as teorias do poder constituinte, quem detém a 
titularidade do exercício desse poder, sob a visão originária da teoria constituinte e a 
visão atual, assim como os modos de manifestação, criando ou refundando um 
Estado, as formas de exercício do poder, democrática ou autocrática e as 
particularidades brasileiras. Finalmente, estudaremos as espécies do poder 
constituinte, que subdivide-se em originário, derivado, difuso e supranacional. 
Espero que sua leitura seja proveitosa. 
Samille Lima Alves 
Equipe Ius Resumos 
--- ♠ --- 
 
I. PODER CONSTITUINTE 
1. Conceito 
Para se definir poder constituinte deve-se levar em conta o tipo de 
constituição adotada por determinado Estado. A Constituição brasileira é do tipo 
rígida, existindo processos legislativos diversos para a elaboração de normas 
constitucionais e de normas não constitucionais. Vejamos: Caracterizando o Poder Constituinte
Originada na França, pelo abade Emmanuel Sieyes, e 
aperfeiçoada pelo constitucionalista Carré de Malberg
Teoria do 
Poder 
Constituinte
 
PODER CONSTITUINTE 
 
IUS RESUMOS 
 
Competência para elaborar normas 
constitucionais, exerce o poder constituinte
Legislador 
ordinário
Legislador 
constituinte
Poder 
constituinte x 
poderes 
constituídos
Categorias de 
legisladores na 
Constituição 
rígida
Poder 
constituinte
Competência para elaborar as normas 
infraconstitucionais do ordenamento
Elaborar e 
modificar normas 
constitucionais
Quem 
exerce?
Legislador 
constituinte
Finalidade Poder de estabelecer a 
Constituição de um 
Estado, ou de modificar 
uma já existente
Poder constituinte 
é o poder que cria 
a Constituição
Poderes constituídos são o resultado 
dessa criação, isto é, são os poderes 
estabelecidos pela Constituição
 
2. Da titularidade do Poder Constituinte 
O titular do poder constituinte alterou-se no decorrer dos séculos. Passando 
inicialmente da Nação até consolidar-se com o povo: 
A titularidade do Poder Constituinte
Originariamente
· A titularidade do Poder Constituinte pertencia à 
Nação, segundo Sieyes
· Decorre do momento de forte oposição do 
racionalismo ao absolutismo das monarquias e o 
direito divino
· A titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo
· A soberania popular é a fonte única de que procedem 
todos os poderes públicos do Estado
Atualmente
 
 
Mesmo em uma ditadura, o povo permanece como único 
e legítimo detentor do Poder Constituinte
Atenção!
 
PODER CONSTITUINTE 
[5] 
3. Formas de exercício do Poder Constituinte 
O poder constituinte assim se manifesta: 
Poder constituinte histórico 
Poder constituinte revolucionário
O poder 
constituinte 
manifesta-se 
na...
Criação de um 
novo Estado 
Refundação de um 
Estado
 
 
Quanto à forma de exercício do poder constituinte tem-se que: 
Formas de exercício do Poder Constituinte
É o Poder constituinte 
legítimo
Poder constituinte 
usurpado
Democrática
Autocrática
Promovido pela Assembleia 
Nacional Constituinte ou 
Convenção
Caracteriza-se 
pela outorga
É possível a participação direta do povo no processo de 
elaboração ou de aprovação da Constituição por plebiscito, 
referendo ou apresentação de propostas populares 
É ato unilateral do governante, que 
autolimita o seu poder e impõe as 
normas constitucionais ao povo 
A Constituição é estabelecida pelo 
indivíduo, ou grupo, líder do 
movimento revolucionário que o 
alçou ao poder, sem a participação 
popular
As Constituições democráticas brasileiras foram promul-
gadas diretamente pela assembleia constituinte, sem qual-
quer participação popular direta no ato de promulgação
No Brasil
Constituições 
democráticas
Constituições de 1891, de 1934, de 
1946 e de 1988
Constituições 
outorgadas
Constituições de 1824, 1937, 1967 e 
1969
 
IUS RESUMOS 
 
4. As espécies do Poder Constituinte 
Trataremos adiante das seguintes espécies do poder constituinte: 
Originário Derivado Difuso Supranacional
 
 
É o poder de elaborar uma Constituição
Exercido em dois 
momentos
Poder constituinte originário
Momento 
material
É o poder de autoconformação do Estado, 
segundo certa ideia de Direito. É a deci-
são política de criação de um novo Estado
Momento 
formal
É responsável pela elaboração da 
Constituição em si, momento em que se 
dá juridicidade e forma à ideia de Direito
Conceito
Características
Político
É o poder de criar uma Constituição, 
quando o Estado é novo (poder cons-
tituinte originário histórico), ou quando 
uma Constituição é substituída por outra, 
em um Estado já existente (poder cons-
tituinte originário revolucionário)
Inicial
Representa a base da ordem jurídica, pois 
cria um novo Estado, rompendo 
completamente com a ordem anterior
Incondicio-
nado
Não está sujeito a qualquer forma 
prefixada para manifestar sua vontade
Permanente
Não se esgota no momento do seu exer-
cício, subsistindo fora da Constituição e 
está apto para manifestar-se a qualquer 
tempo, quando convocado pelo povo
Ilimitado ou 
autônomo
A ordem jurídica anterior não limita a 
atividade de criar uma nova Constituição
 
 
PODER CONSTITUINTE 
[7] 
Por poder constituinte derivado entende-se: 
Poder constituinte derivado
É o poder de modificar a Constituição Federal e, também, 
de elaborar as Constituições estaduais
Criado pelo poder 
constituinte originário
Está previsto e regulado no 
texto da própria Constituição
Conhece limitações constitu-
cionais expressas e implícitas 
É passível de controle de 
constitucionalidade
Conceito
Características
Poder jurídico
Integra o Direito, está presente e 
regulado no texto da Constituição 
Federal (art. 60, CRFB)
Derivado
Instituído pelo poder constituinte 
originário, para modificar e 
complementar a sua obra
Limitado ou 
subordinado
Encontra limitações constitucionais 
expressas e implícitas, não podendo 
desrespeitá-las, sob pena de 
inconstitucionalidade
Condicionado
Não se esgota no momento do seu exer-
cício, subsistindo fora da Constituição e 
está apto para manifestar-se a qualquer 
tempo, quando convocado pelo povo
Ilimitado ou 
autônomo
Deve observar fielmente as regras pre-
determinadas pelo texto constitucional
Poder constituinte 
reformadorPoder constituinte 
decorrente
Classificação
 
 
O poder Constituinte reformar se caracteriza da seguinte maneira: 
IUS RESUMOS 
 
É o poder de modificar a Constituição Federal de 1988, desde 
que respeitadas as regras e limitações impostas pelo poder 
constituinte originário
Poder constituinte reformador 
Baseia-se na ideia de que o povo tem sempre o direito de 
rever e reformar a Constituição
Atribuído ao Congresso Nacional
Conceito
Quem 
exerce?
Emenda à Constituição 
(art. 60)
Formas de 
alteração
Revisão constitucional 
(ADCT, art. 30)
Limites à 
alteração da 
Constituição 
Temporal
A Constituição estabelece um período 
durante o qual o seu texto não pode ser 
modificado
Circunstancial
A Constituição veda a sua modificação 
durante certas circunstâncias excepcionais, 
de conturbação da vida do Estado
Material
A Constituição enumera certas matérias que 
não poderão ser abolidas do seu texto pelo 
reformador
Processual ou 
formal
A Constituição estabelece certas exigências 
no processo legislativo de aprovação de sua 
modificação, tornando este distinto e rígido 
que o estabelecido para a elaboração das 
demais leis do ordenamento
 
 
Enquanto o poder constituinte decorrente entende-se por: 
 
PODER CONSTITUINTE 
[9] 
É o poder que a Constituição de 1988 atribui aos estados-membros para se 
auto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições (art. 
25, CRFB e art. 11, ADCT)
Poder constituinte decorrente 
O Distrito Federal exerce o 
poder constituinte decorrente 
na elaboração de sua lei 
orgânica
Os municípios não dispõem desse poder, 
visto que submissos à Constituição da 
república e à Constituição estadual (art. 29)
 
A terceira espécie de poder constituinte é o difuso, que significa: 
Poder constituinte difuso
É o poder de fato que atua na 
etapa da mutação constitucional, 
meio informal de alteração da 
Constituição
Altera o conteúdo, o alcance e o sen-
tido das normas constitucionais, mas de 
modo informal, sem qualquer modi-
ficação na literalidade do texto da 
Constituição
É um poder de fato 
porque nascido do fato 
social, político e 
econômico
É meio informal porque se manifesta por 
intermédio das mutações constitucionais, 
modificando o sentido das Constituições, mas 
sem nenhuma alteração do seu texto expresso
 
A quarta e última espécie é o poder constituinte supranacional, sobre o qual 
é importante saber: 
Poder constituinte supranacional
É o poder de fato encarregado de fazer e reformular as Constituições 
transnacionais, supranacionais ou globais
Tem como fonte de validade na cidadania universal, na multiplicidade de 
ordenamentos jurídicos, no desejo dos povos de se integrarem e interagi-rem, 
propondo um redimensionamento no conceito clássico de soberania, com o 
fim de elaborar Constituições que ultrapassem fronteiras domésticas de um 
Estado, em nome de uma integra-ção maior, com vistas a alcançar uma 
comunidade de nações
 
IUS RESUMOS 
 
Até o próximo IUS RESUMO! 
 
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5. Referências 
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional 
descomplicado. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2015.