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Alcenos Profa. Dra. Eliane de Oliveira Silva Departamento de Química Orgânica Universidade Federal da Bahia Alcenos (alquenos ou olefinas) Carbonos com hibridização sp2 Ligações σ e π Carbono com geometria trigonal plana 2 substituintes diferentes em cada C: isomeria cis/trans ou E/Z Relação diastereoisomérica Ligações duplas conjugadas = cromóforo da molécula Dienos: moléculas com duas ligações duplas a) Dieno conjugado b) Dieno isolado c) Dieno acumulado Polienos: moléculas com várias ligações duplas conjugadas Espectroscopia UV/Vis Informação estrutural de moléculas com ligações duplas conjugadas Promove elétrons de um orbital ligante (menor energia) para um antiligante (maior energia) Quando o elétron retorna ao estado de menor energia, ele emite radiação que pode ser detectada Cromóforo da molécula Responsável pela absorção da luz UV/Vis e pela cor Estrutura química dos alcenos Fórmula geral: Alcenos acíclicos (alifáticos): CnH2n Alcenos cíclicos (cicloalcenos): CnH2n-2 Alcanos → hidrocarboneto saturado Alcenos → hidrocarboneto insaturado Nomenclatura dos alcenos Nomenclatura sistemática (IUPAC): substituição do sufixo “ano” dos alcanos por “eno” 1. Maior cadeia contínua contendo a insaturação é numerada para dar o menor número à insaturação 2. Nome do substituinte é citado antes do nome da cadeia carbônica (mais de um substituinte → citação em ordem alfabética) 3. Cicloalcenos possuem insaturação entre C 1 e 2 Hidrogenação de alcenos HIDROGENAÇÃO CATALÍTICA Catalisador metálico (platina, paládio ou níquel) adiciona H à ligação dupla do alceno e gera alcano Calores de hidrogenação mostram a estabilidade dos alcenos Quando diferentes alcenos fornecem o mesmo alcano ao serem hidrogenados, a diferença entre os calores de hidrogenação é igual à diferença de energia potencial entre os alcenos Alcenos mais estáveis Mais substituídos e em configuração trans Influência da configuração relativa de alcenos na reatividade Ácido butenodióico: O OH OH O ác. cis-butenodióico (ác. maleico) ~140°C O O O + H2O anidrido maleico OH O ác. trans-butenodióico (ác. fumárico) ~290°C O O O + H2O anidrido maleico O HO~140°C Não reage Alcenos: diferem dos alcanos pela presença de uma insaturação, uma ligação π (confere reatividade aos alcenos) Ligação π é mais fraca que σ Nuvem de elétrons π: base de Lewis, nucleófilo ALCENOS REAGEM COM ELETRÓFILOS Reações orgânicas = átomos ou moléculas ricos em elétrons são atraídos por átomos ou moléculas pobres em elétrons Bases de Lewis reagem com ácidos de Lewis Nucleófilos reagem com eletrófilos Setas curvas saem da região de maior densidade eletrônica e apontam para a região pobre em elétrons Explicam mecanismos de reações Setas curvas são desenhadas na direção do fluxo de elétrons (sai da carga negativa e vai para a carga positiva) Seta curva nunca deve ser usada para indicar saída de átomo Seta curva parte da fonte de elétrons (e não do átomo) 1. Adição de haletos de H Produto da adição de haleto de H a alceno → haleto de alquila Haleto de H = HF, HCl, HBr, HI H2C CH2 + H Cl H2C CH2 H + Cl H2C CH2 H + Cl H2C CH2 Cl H Alceno POSSUI os mesmos substituintes nos dois C sp2 1. Eletrófilo (H+) adiciona-se a um dos C e forma-se carbocátion 2. Nucleófilo (Cl-) adiciona-se ao outro C H3C C CH2 H3C + H Cl H3C C CH2 H3C H + Cl H3C C CH2 H3C H + Cl CH3 C CH2H3C Cl H 1. Adição de haletos de H Alceno NÃO POSSUI os mesmos substituintes nos dois C sp2 1. Eletrófilo (H+) adiciona-se a um dos C para formar o CARBOCÁTION MAIS ESTÁVEL 2. Nucleófilo (Cl-) adiciona-se ao outro C H3C C CH2 H3C H CH3 C CH2H3C H Dois carbocátions são possíveis: Mecanismo de formação de carbocátions Carbocátions terciários são formados mais rapidamente Carbocátions terciários têm menor energia = são mais estáveis Grupos alquilas exercem efeito indutivo doador de elétrons para carbocátion Quanto maior o número de substituintes alquilas, maior a estabilidade do carbocátion Efeito indutivo doador de elétrons → estabilização de carbocátion Efeito indutivo retirador de elétrons → desestabilização de carbocátion Regra de Markovnikov: o hidrogênio (ou o eletrófilo) se liga preferencialmente ao carbono mais hidrogenado do alceno assimétrico O principal produto formado provém do carbocátion mais estável REARRANJO DO CARBOCÁTION formado gera carbocátion mais estável Deslocamento 1,2 de metila ou hidreto Reação de adição eletrofílica a alcenos é REGIOSSELETIVA Reação Regiosseletiva: quando dois ou mais isômeros constitucionais podem ser obtidos, mas um deles é obtido em maior quantidade Regioespecífica (altamente regiosseletiva): formação de 1 único produto Regiosseletiva: formação de 1 produto em maior quantidade Não é regiosseletiva: formação de 2 produtos em quantidades iguais Estereoquímica da reação de adição de HX a alceno Se alceno que sofre adição for assimétrico Carbocátion formado é plano triangular (sp2) e aquiral Forma-se mistura racêmica após adição C C H3CH2C H H H H X C C H3CH2C H H H H X :: C C H3CH2C H H H HX C C H3CH2C H H H H X :: R S 2. Adição de água (hidratação de alcenos) Água pura não se adiciona à alcenos: não há eletrófilo para iniciar a reação Usam-se ácidos (ácido fortes: HCl ou H2SO4) como catalisadores da reação: ácido fornece eletrófilo H+ (deve retornar no final da reação) Nucleófilos disponíveis: Cl- e H2O (aquele em quantidade maior, adiciona-se) 2. Adição de água Adição de água de maneira indireta: OXIMERCURAÇÃO-REDUÇÃO Resultado é o mesmo da adição direta de água(catalisada por ácidos) VANTAGENS: não há formação de carbocátions (não há rearranjos) não há emprego de condições ácidas (degradam muitos alcenos) Oximercuração: Mercúrio eletrofílico do acetato de mercúrio adiciona-se à lig. dupla = forma-se íon mercuriônio cíclico H2O ataca C mais substituído (menos hidrogenado) 2. Adição de água Adição de água de maneira indireta: OXIMERCURAÇÃO-REDUÇÃO H2O adiciona-se ao C mais substituído do íon mercuriônio para formar estado de transição mais estável Reação de redução com boroidreto de sódio (NaBH4): gera álcool Os estados de transição não permitem rearranjos!!! 3. Adição de álcoois Mecanismo semelhante ao da adição de água Requer catálise ácida Produto: éter 4. Adição de halogênios Adição de Cl2 ou Br2 à dupla ligação (I é pouco reativo e F é reativo demais) Utilizar solvente inerte. Ex.: diclorometano Um dos halogênios comporta-se como eletrófilo, pois ligação com o outro halogênio é facilmente rompida Elétrons π do alceno polarizam ligação entre halogênios (um dos halogênios fica com os elétrons da ligação covalente) 4. Adição de halogênios Se usar água como solvente: Formação HALOIDRINA (cloridrinas ou bromidrinas) como produto majoritário HALOIDRINA: molécula que contém grupo OH e halogênio Reação inicia-se com adição de Br, que é o único eletrófilo disponível Nucleófilos disponíveis: Br- e H2O H2O adiciona-se preferencialmente porque está em maior concentração (é o solvente) 5. Hidroboração/oxidação Hidroboração: Boro tem orbital vazio e recebe par de elétrons (ácido de Lewis), é eletrófilo H é parte básica na moléculaEFEITO ESTÉRICO: Boro tem grande volume e tende a ligar-se ao C menos impedido estericamente (C mais hidrogenado) Hidroboração é uma REAÇÃO PERICÍCLICA OU CONCERTADA: não há formação de intermediários carbocátions, formam-se e rompem-se ligações em uma única etapa H não se ligou a C mais hidrogenado 6. Adição de radicais (polimerização) Polimerização: formação de macromoléculas (polímeros) Os polímeros são produzidos a partir dos monômeros por reações radicalares Ex.: plástico Obtenção do polietileno: aquecimento do etileno (100-280 °C), sob pressão 1000-3000 atm, na presença de peróxido (catalisador) Radical é eletrófilo: adiciona-se ao C mais hidrogenado
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