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Aluno FCMPB 2013.2: Álef Lamark Alves Bezerra Álef Lamark Acesse:www.facebook.com/alef.lamark Página 1 Sistema Digestório 1. Introdução O Sistema Digestório possui duas funções: digestão e absorção. Ele movimenta o alimento dentro do TGI por propulsão ou mistura com o objetivo de que os alimentos se misturem aos sucos digestivos e convertam-se em partículas menores que serão absorvidas. A digestão consiste na ação dos sucos digestivos sobre o alimento, convertendo macromoléculas em micromoléculas que consigam atravessar a mucosa intestinal para causar a absorção (transporte de nutrientes do lúmen intestinal para a corrente sanguínea). Enquanto a função do estômago consiste praticamente em armazenar, misturar e propulsionar os alimentos para o intestino delgado; o intestino proporciona maior absorção devido a sua maior permeabilidade e a apresentar muitas células epiteliais com proteínas transportadoras. 2. Digestão de um modo geral. Para serem reabsorvidos, os carboidratos necessitam ser convertidos a monossacarídeos (glicose). Monossacarídeos: glicose, galactose e frutose. Dissacarídeos: maltose, lactose e sacarose. Polissacarídeos: amido e celulose. Dentre os lipídeos o principal componente é o triglicerídeo (ácido graxo + glicerol), quanto às proteínas, a maioria é composta de polipeptídeos (junção de vários aminoácidos), é necessário que sejam degradadas a tripeptídeos, dipeptídeos ou aminoácidos para que sejam absorvidas. Da boca, o alimento segue para o esôfago, estômago e intestino. Temos muco secretado ao longo do TGI e as enzimas digestivas sendo secretadas a partir da boca. Os principais carboidratos que são digeridos em nossa dieta são: sacarose, lactose (dissacarídeos), amido e celulose (polissacarídeos). A celulose não é considerada alimento, pois, não temos a enzima capaz de digeri-la. 2.1.Digestão dos carboidratos 2.1.1. Digestão dos carboidratos na boca Na saliva existe uma enzima secretada pela glândula parótida, ptialina (alfa amilase / amilase salivar), que inicia o processo de digestão dos carboidratos. Essa enzima converte o amido em maltose (dissacarídeo em monossacarídeo). 2.1.2. Digestão dos carboidratos no estômago Enquanto o alimento não é misturado com as secreções gástricas (leva em torno de uma hora), a ptialina (pH próximo do neutro) vai exercendo sua função e só para quando o pH baixa mediante ação do suco gástrico. Nesse órgão, há pouca absorção. Aluno FCMPB 2013.2: Álef Lamark Alves Bezerra Álef Lamark Acesse:www.facebook.com/alef.lamark Página 2 2.1.3. Intestino delgado Ocorre a maior parte da digestão. Nessa região há muitas microvilosidades que irão formar a borda em escova aumentando grandemente a área superficial de absorção. A ptialina (amilase pancreática) – liberada pelo pâncreas - degrada o amido que não foi degradado na boca e no estômago, convertendo-os a dissacarídeos, como a maltose, e em polímeros de glicose. Apresenta enterócitos que fazem a lactase, sacarase, maltase e alfa-dextrinase. Enzima Dissacarídeo Monossacarídeos Lactase Lactose Glicose + Galactose Sacarase Sacarose Glicose + Frutose Maltase Maltose Glicose + Glicose Alfa-destrinase age nos polímeros de glicose 2.2.Digestão das proteínas 2.2.1. Digestão das proteínas no estômago A gastrina (liberada quando consumimos proteínas) estimula a secreção de HCl que ativa o pepsinogênio à pepsina. Ela é a única enzima que digere o colágeno (proteína que dá resistência ao tecido conjuntivo), sua digestão é necessária para que possamos digerir as demais proteínas da carne. Além disso, ela é responsável por 10 a 20% do processo total de digestão das proteínas. A maioria dos polipeptídeos não é absorvida, devem ser convertidos a moléculas menores. 2.2.2. Digestão das proteínas no intestino A maior parte da digestão resulta da ação do pâncreas no duodeno e no jejuno por meio das seguintes enzimas: tripsina (há tripsinogênio no pâncreas), quimiotripsina, carboxipolipeptidase e proelastase (convertida em elastase). A tripsina e a quimiotripsina degradam proteínas a tripeptídeos e a dipeptídeos, a elastase promove a digestão da elastina, a carboxipolipeptidase digere proteínas ao seu produto final (aminoácidos). Nos enterócitos, nas vilosidades e as microvilosidades do intestino delgado, estão às enzimas responsáveis pela digestão final das proteínas, convertendo dipeptídeos e tripeptídeo a aminoácidos. 2.3.Digestão dos lipídios A maioria das gorduras da nossa dieta são gorduras neutras, ou seja, triglicerídeos, que são formados por moléculas de Ácido graxo + Glicerol. Existem também os fosfolipídios, (que são os lipídios de membrana, são considerados gorduras porque o metabolismo dele é igual ao do triglicerídio). Os produtos finais da digestão do triglicerídeo e os produtos finais da digestão dessas gorduras pela lípase pancreática são os ácidos graxos livres. Os sais biliares formam micelas que aceleram a digestão de gorduras. Aluno FCMPB 2013.2: Álef Lamark Alves Bezerra Álef Lamark Acesse:www.facebook.com/alef.lamark Página 3 A enzima responsável por hidrolisar fosfolipídio é a fosfolipase A2. O éster de colesterol é hidrolisado pela hidrolase de éster de colesterol. 2.3.1. Intestino Haverá ação insignificante da lípase lingual (começa no intestino), secretada pelas glândulas linguais da boca e deglutida com a saliva. A colecistocinina secretada no intestino estimula a liberação da lípase pancreática e da bile. Nas microvilosidades há o ducto lactífero contendo linfa, a maioria das gorduras (com exceção dos ácidos graxos de cadeia curta) passam primeiro pela linfa para depois passar direto para o sangue após a sua absorção. Bile: produzida no fígado, armazenada e concentrada na vesícula biliar, sofrendo feedback da colecistocinina. É formada por sais biliares (facilita a ação da lípase pancreática por possuir uma parte hidrofílica e uma hidrofóbica para facilitar na emulsificação de gorduras), lectina, bilirrubina e colesterol. Sua função consiste em emulsificar gorduras (quebrá-las em pedaços menores, micelas). Quando a gordura chega ao estômago, ela não é digerida, mas o movimento que ocorre na passagem do alimento do estômago para o intestino modifica discretamente sua estrutura, facilitando a ação biliar mesmo sem haver enzimas digestivas no estômago. 3. Hidrólise Hidrólise: enzimas digestivas irão atuar sobre carboidratos, proteínas e lipídios, na presença de água, garantindo que macromoléculas sejam convertidas a micromoléculas, caracterizando sua digestão. 3.1.Hidrólise dos carboidratos R” + R’ H2O → R”OH + R’H Condensação: a enzima, durante sua atuação, desfaz uma molécula de água e um dissacarídeo e dá uma hidroxila para um e um hidrogênio para o outro. Em nossa dieta habitual, ingerimos mais polissacarídeos e dissacarídeos do que monossacarídeos. 3.2.Hidrólise dos lipídios Ao invés da enzima quebrar a água, ela oferece-a aos ácidos graxos para que eles consigam se separar do glicerol. As enzimas reinserem três moléculas de água na molécula de triglicerídeo e, separam moléculas de ácidos graxos do glicerol. 3.3.Hidrólise de proteínas Ocorre da mesma forma da hidrólise dos carboidratos. 4. Absorção dos alimentos Aluno FCMPB 2013.2: Álef Lamark Alves Bezerra Álef Lamark Acesse:www.facebook.com/alef.lamark Página 4 Cotransporte Transporte no mesmo sentido Contratransporte Transporte no sentido contrário Absorção Do lúmen para a célula (do órgão para o sangue) Secreção Do enterócito para o intestino (do sangue para o órgão) Por causa da absorção se dá em transporte ativo (proteínas carreadoras), irá necessitar de energia produzida pela bomba de Na+ e K+. É absorvida pelo intertino uma média de 8,5L (1,5L ingerida e 7L secretada pelos sucos digestivos). Desse líquido total, 1,5L passa para o cólontodos os dias. Organização geral da vilosidade: Vasos + Ducto Lactífero. A vilosidade é um sistema vascular vantajoso para absorver líquido e material dissolvido para o sangue porta. A disposição dos vasos linfáticos (lactíferos centrais) para absorção da linfa dos quilomícrons. Pequenas quantidades de substâncias são absorvidas por pinocitose. No momento da absorção, a substância vai sair do enterócito para um sistema de vasos presente nas vilosidades (aumentam a absorção em até 10x), esse sistema de vasos vai para o sistema porta que vai para o fígado. Os quilomícrons (ácidos graxos de cadeia longa convertidos) vão para o ducto lactífero. Em síntese, o nutriente sai do lúmen do órgão, passa para o enterócito, depois para o líquido intersticial e por fim para os vasos. 4.1.Absorção no intestino delgado Enquanto que no intestino delgado há absorção de carboidratos, gorduras, aminoácidos, íons e água; no intestino grosso há apenas absorção de água e íons eletrólitos. A absorção de água vai ocorrer por osmose (difusão de água), logo, a sua absorção depende da concentração do quimo: em caso de muito fluido a água é absorvida, ou seja, vai sair do lúmen para o enterócito, se o quimo tiver muito concentrado a água irá sair do plasma para o órgão, ou seja, a água vai ser secretada. 4.2.Absorção de íons Toda vez que ocorre a absorção de sódio (25 a 35g), também há absorção de cloreto por cotransporte. O sódio se move do quimo para o citoplasma da célula epitelial através da borda em escova da membrana intestinal por transporte ativo, ele é cotransportado por várias proteínas. Existe vários tipos de cotransporte com o sódio: cotransporte de sódio com glicose e galactose; cotransporte de sódio com aminoácido; cotransporte de sódio com hidrogênio. Aluno FCMPB 2013.2: Álef Lamark Alves Bezerra Álef Lamark Acesse:www.facebook.com/alef.lamark Página 5 Aldosterona: é secretada pelas glândulas adrenais e tem a função de reter sódio e secretar potássio. Em casos de desidratação o córtex adrenal secreta aldosterona que irá agir no intestino aumentando a absorção de sódio e consequentemente a absorção de íons de cloreto, água e outras substâncias. A aldosterona age de uma forma favorável para que o indivíduo não desidrate, ela tem um efeito importante no cólon, pois, praticamente não permite a perda de cloreto e água nas fezes. 4.2.1. Absorção de íons cloreto no intestino delgado. Parte superior: é rápida, por difusão. O cloreto irá entrar no enterócito através de cotransporte com o sódio, porém para sair do enterócito com destino ao sangue ele irá passar pelo canal de cloreto. Ocorre absorção pela membrana da borda em escova de partes do íleo e do intestino grosso: através do trocador de cloreto-bicarbonato. O bicarbonato será secretado e o cloreto absorvido. 4.2.2. Absorção de íons bicarbonato do suco pancreático e da bile no duodeno e jejuno. Intestino delgado superior: devido a grande quantidade secretada pelo pâncreas e vesícula biliar, a absorção ocorre de forma indireta. Além disso, existe a absorção ativa de íons bicarbonato que ocorre da seguinte forma: o sódio é reabsorvido e o hidrogênio é secretado [hidrogênio se combina com bicarbonato e forma ácido carbônico que se dissocia em água e dióxido de carbono (a água permanece como parte do quimo e o dióxido de carbono é expirado)]. Íleo e intestino grosso: secreção de bicarbonato em troca de íons cloreto que são reabsorvidos (isso irá proporcionar a neutralização dos produtos ácidos formados pelas bactérias do intestino grosso). 4.2.3. Absorção ativa de cálcio, ferro, potássio, magnésio e fosfato A absorção de cálcio é regulada pelo paratormônio (faz parte da vitamina D e quando ocorre essa ativação irá sintetizar a calbidina que é a proteína transportadora de cálcio para que ele seja absorvido). Grande parte do cálcio é absorvido no duodeno de acordo com a necessidade corporal diária. O ferro é importante na formação da hemoglobina. Potássio, magnésio e fosfato são absorvidos de acordo com a necessidade diária. 4.3.Absorção de nutrientes 4.3.1. Absorção de carboidratos Os carboidratos são absorvidos, em sua maioria, como monossacarídeos: glicose, frutose e galactose. A glicose é transportada por mecanismo de cotransporte (transporte ativo secundário) com o sódio, logo, na ausência de sódio, quase nenhuma glicose é absorvida. Quando a glicose entra na circulação sistêmica, a insulina começa a agir. Aluno FCMPB 2013.2: Álef Lamark Alves Bezerra Álef Lamark Acesse:www.facebook.com/alef.lamark Página 6 A galactose é transportada por mecanismo exatamente igual ao da glicose, ou seja, por cotransporte também. O transporte da frutose ocorre por difusão facilitada, ela requer o auxílio do glut 2 e do glut 5. As enzimas da borda em escova irão transformar polissacarídeos em glicose. Observação: a bomba de sódio e potássio irá gerar energia para que ocorra absorção através do transporte ativo secundário. 4.3.2. Absorção de proteínas como dipeptídeos, tripeptídeos ou aminoácidos Ocorre cotransporte com o sódio semelhante à glicose. Alguns aminoácidos não utilizam o cotransporte com o sódio, mas são transportados por proteínas transportadoras da membrana, como a frutose. As proteínas vão sofrer a ação da pepsina e proteases pancreáticas. Os grandes peptídeos, pela ação das enzimas em borda em escova, vão se tornar dipeptídeos e tripeptídeos que vão entrar com o auxílio do sódio ou aminoácidos livres que vão entrar também com a ajuda do sódio. As peptidases presentes no citoplasma vão agir sobre os dipeptídeos e tripeptídeos, transformando eles em aminoácidos. O que vai para o capilar são os aminoácidos. 4.3.3. Absorção de gorduras Questões 1. Quais alimentos são digeridos na boca? 2. Quais alimentos são digeridos no estômago? 3. Quais alimentos são digeridos no intestino?
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