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PERFIL PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA, MERCADO DE TRABALHO E TENDÊNCIAS DE ATUAÇÃO DENIS ALCIDES REZENDE * Universidade Tuiuti do Paraná – Dep. Informática maio de 1999 1 * Professor do Dep. Informática, Gestor do Laboratório de Informática Científica da Universidade Tuiuti do Paraná e Mestrando em Informática (UFPR). Rua São Paulo, 1765, 80630-150, Curitiba-PR (041) 263.3424 e 974.1168 www.netpar.com.br/drezende drezende@netpar.com.br RESUMO O objetivo deste artigo é apresentar pesquisa elaborada junto as empresas sobre o perfil profissional requerido pelo mercado de trabalho, com contribuição de várias entidades vinculadas a informática empresarial, requerentes de uma postura moderna, contemplando as habilidades técnica, de negócios e comportamental. Bem como, relatar sobre as formas de atuação dos profissionais de informática junto ao mercado e suas respectivas tendências, contextualizadas na exigência da qualidade e produtividade, capacitação e geração de soluções profícuas dos informáticos. PALAVRAS-CHAVE: Perfil profissional, qualidade e produtividade, mercado e tendências de informática. I. QUESTÕES PRELIMINARES O mercado de trabalho para os profissionais de informática é promissor, porém, as empresas requerem um perfil profissional qualificado, exigindo habilidades que vão além da capacitação técnica. É muito grande o número de profissionais formados a cada ano em Instituições de Ensino de 3º Grau, com cursos superiores relacionadas diretamente com informática, nos levando a uma reflexão significativa quanto a formação e atuação destes. a. Entidades de informática Tendo em vista que as profissões de informática não são reconhecidas, muitas entidades atuam nesta área, visando complementar e sustentar algumas regras respeitantes destas profissões, cada uma com seus objetivos próprios. Entre elas, destacam-se a SUCESU (Sociedade dos Usuários de Informática e Telecomunicações), a ASSESPRO (Associação das Empresas Brasileiras de Software e Serviços de Informática), o CITS (Centro Internacional de Tecnologia de Software), a MOREI (Movimento de Reconhecimento da Profissão de Informáticos), a ABES (Associação Brasileira de Empresas de Software) e ainda, alguns sindicatos. Portanto, a profissão informático não é legalmente reconhecida, permitindo que qualquer pessoa a exerça, independente do local, tempo e qualidade de formação. b. Iniciativa da pesquisa Esta pesquisa iniciou-se no Grupo de Interesse em Qualidade e Produtividade em Informática, constituído em 1991, em Curitiba-PR, na SUCESU-PR, onde um grupo de informáticos e de profissionais da área organizacional de empresas tinham como objetivos o estudo, discussão, reflexão e trocas de experiências de temas de qualidade e produtividade em informática, contemplando as questões técnica e do comportamento humano. II. PREMISSAS DA PESQUISA a. Ênfase no desenvolvedor de soluções A pesquisa focou-se principalmente nos profissionais que desenvolvem soluções, ou seja, analistas de sistemas, engenheiros de software, analistas de negócios e/ou informações e correlatos. Com vertente investigatória e com densidade científica, pois relata sobre uma nova postura da informática no desenvolvimento de sistemas e de soluções. 1 XXXI Congresso Nacional de Informática e Telecomunicações da SUCESU-PR, Curitiba (PR), maio de 1998. Artigo publicado na Revista de Informática das Faculdades de Valinhos (SP), vol. 01, nr. 02, maio de 1999. b. Dados da pesquisa Os números iniciais de 1991/92 com pesquisas junto a 117 empresas, de todos os tamanhos, setores, origens, e também junto a 8 instituições de ensino de 3º grau da Região Metropolitana de Curitiba- PR. Em 1995/96 foram elaboradas mais de 250 pesquisas. Em julho de 1997, foram consultadas algumas empresas, diversos sites e documentações correlatas, junto ao escritório do CITS/SOFTEX 2000, em Pembroque Pines, Flórida, Estados Unidos da América, onde identificou-se que o perfil do Desenvolvedor de Soluções americano é semelhante ao brasileiro. Todos estes dados forneceram a base para as conclusões referente a Pesquisa Junto às Empresas, Pesquisa junto às Instituições de Ensino de 3º Grau e a Pesquisa sobre as Tendências de Atuação dos Informáticos. III. REFERENCIAL TEÓRICO a. Quadro anterior das empresas As "Empresas" e os "Sistemas" já existem há muito tempo, pois Jacó e Labão 4.000 A.C. já possuíam um sistema de controle quantitativo de ovelhas, e os Egípcios e Babilônios 3.000 A.C. registravam num sistema em pedras de transações, salários e impostos. Desta forma fica evidente que os informáticos não inventaram os sistemas. A Revolução Industrial (em torno de 1700) exigia o esforço físico do homem, diferenciando da atualidade onde temos as revoluções intelectual e da informação. O administrador Taylor (em torno de 1890) evidenciava a produtividade como processo mecânico e o elemento humano não era considerado, e Fayol (em torno de 1900) tinha a administração de cúpula e responsabilidades do topo, defesa da centralização e organização, surgindo Weber (em torno de 1910) com a teoria da burocracia como modelo de organização formal e impessoal, e a documentação. Infelizmente em algumas empresas ainda hoje, esta forma de gestão de administração ainda está presente. b. Quadro atual das empresas Atualmente as empresas tem uma abordagem sistêmica, integrativa e corporativa, como uma visão da floresta, combinando ciência administrativa com comportamental, envolvendo sistemas como conjunto de partes que interagem entre si para atingir objetivos, onde toda empresa é um grande sistema com vários subsistemas, inclusive de informática, contemplando software, hardware e recursos humanos. As empresas também tem como objetivos a racionalização do trabalho, para minimizar esforços e eliminar o uso de forma não econômica de componentes, o aumento da produtividade e a qualidade e ainda, a maximização do lucro. Neste caso, fica evidente a redução de níveis hierárquicos e de pessoas, carecendo de maior capacitação dos recursos humanos e principalmente dos profissionais de informática que nelas atuam. Antes de informatizar a empresa é necessário sua organização, pois a informática nem sempre 'resolve' problemas nas empresas, devendo ser uma ferramenta de trabalho e suporte a tomada de decisões. Organizar abrange ciência, metodologias de trabalho, técnicas, ferramentas e envolvimento comprometedor das pessoas. Sendo assim, devem estar primordialmente organizadas e sedimentadas todas funções empresariais (produção e/ou serviços, comercial, financeira, de materiais, recursos humanos e jurídico legal), com seus respectivos sistemas de informações contemplando todas as características e personalizações da empresa, em conseqüência, formalizadas as atribuições e responsabilidades, normas e procedimentos. As pessoas tem recebido mais atenção dentro das empresas, pois o ser humano é que faz as 'engrenagens empresariais' funcionarem, sendo integrador das informações e constantemente buscando relacionamento cooperativo e satisfatório para ambas as partes, com objetivos comuns, pois o cliente humano (interno e externo) está muito mais exigente. Facilitam o intercâmbio de estrutura e comportamento para integração do homem à empresa: a antropologia, sociologia, filosofia, psicologia organizacional, embasamento espiritual, etc., tendo em vista que estes conceitos pessoais estão presentes no cotidiano das empresas. As organizações dependem dos indivíduos que nela atuam e vice-versa, e esta união e mudanças fazem com que seja maior a valorização do ser humano,a ampliação das emoções e a elevação da consciência, aplicadas nas atividades dos profissionais de informática. Como resultado esperado temos: pessoas que ousam e com visão de futuro, investimento em pesquisas e agilidade de implementar mudanças. Todas as pessoas possuem um repertório individual, que é o conjunto de valores, conhecimentos, experiências, cultura, códigos de comunicação, habilidades, traços de personalidade, que cada sujeito possui como resultado de sua formação e desenvolvimento (LYRA,1991). Estamos na era da revolução tecnológica, onde prevalecem o intelecto, o conhecimento, a informação, tornando a informatização inexorável e irreversível, juntamente com os avanços tecnológicos e a sociedade informatizada e automatizada. Para tanto, há necessidade de planejamento conjunto, de definição da missão, forma de atuação e objetivos da empresa e informática, em estágios de cultura crescentes, modernos e perenes. A informatização das empresas e a utilização efetiva dos recursos da informática oferece oportunidades de maximizar a produtividade, alavancar seus ciclos de negócios, melhorar o relacionamento com agentes externos, melhorar o posicionamento no mercado e consequentemente obter maior lucro. O informático deve observar estas citações para melhor atuar profissionalmente. c. Qualidade e produtividade em informática Tema de inexorável relevância, onde qualidade e produtividade devem ser palavras de ordem, que indubitavelmente implicam em novas abordagens: tecnologia competente, economia atraente, sistemas efetivos e completos, mudança no papel da área de informática e exigência dos profissionais de excelente capacitação. Conceitualmente qualidade é conformidade com os requisitos funcionais, e sua existência aparece quando a informática está adequada ao uso e ao cliente. Produtividade é a relação entre os resultados obtidos e os recursos disponíveis consumidos, considerando o cumprimento de planejamento de tempo, independente dos recursos de hardware e software disponíveis. Efetividade é a soma da eficiência e eficácia, baseada na regularidade, praticidade, durabilidade e constância, considerando também o fator econômico envolvido. Em informática, qualidade e produtividade é 80% composta de atitudes e comportamentos e o restante é complementado por técnicas e programas. Trata-se de uma mudança de cultura organizacional, que implica necessariamente em novas concepções de valores e sobretudo de atitudes pessoais (LYRA, 1991). Onde apenas ISO 9000 isoladamente é diferente e está longe da Qualidade Total. d. Anticrises Anticrise da informática, é o trabalho conjunto entre a administração da empresa, área de informática e o usuário; e no ensino, é a união entre: administração da instituição, professor e o aluno. Para tanto, deve-se evitar a dicotomia entre estas partes e trabalhar harmoniosamente em equipes e em conjunto para atingir objetivos comuns. e. Postura da Informática Nos anos 60, os recursos de hardware e software eram precários, onde surgiram os Centros de Processamento de Dados (CPD), que eram órgãos misteriosos e enclausurados, utilizando-se de digiprogramalistas, profissionais excêntricos, robóticos e endeusados, gerando resultados fechados e questionáveis aos usuários . Infelizmente este conceito de CPD ainda está presente em algumas empresas. Nos anos 70, o hardware e software ficaram um pouco melhores, os profissionais dividiam-se em 4 categorias: digitadores, operadores, programadores e analistas, mais ainda não geravam muitas soluções efetivas. Nos anos 80, o hardware e software ficaram melhores, iniciou-se a cultura de informática nas empresas e nos usuários, os profissionais começaram a ser conhecidos e mais organizados, principiou-se a desmistificação da informática, o mercado era carente de profissionais devido ao crescimento desordenado do país e a falta de estruturação educacional. Nos anos 90, surgiu uma nova postura, onde hardware e software tiveram menor custo, passaram a ser mais confiáveis, amigáveis e efetivos, a informática começa a ser efetivamente aplicável ao mercado e aos negócios das empresas, como prestadora de serviços (interna e externa) transparente, atuante e desmistificada. Ficou mais evidente o envolvimento dos usuários (da concepção à implantação total do sistema), com utilização de metodologias para desenvolvimento de sistemas (com fases, subfases, produtos, equipe, responsabilidades, avaliação e aprovações) e normas e padrões técnico-operacionais (procedimentos, programas, manuais, etc.). O CPD é substituído por Unidades de Informática, com as atividades de desenvolvimento, suporte, produção, racionalização, Organização e Métodos, etc., caracterizando-se como uma função empresarial informática, geradora de informações para suporte e tomada de decisões em todos os níveis. Sendo assim, evidenciou-se a necessidade de formação complementar dos profissionais, com habilidades além da técnica em informática, ou seja, capacitação integral para soluções empresarias integradas. IV. PESQUISA JUNTO ÀS EMPRESAS A pesquisa centrou-se na região metropolitana de Curitiba-PR, utilizando-se os meios: mala direta da SUCESU-PR, da Nove D Consultoria em Informática, de alunos voluntários das faculdades e visitas pessoais nas empresas com questionários, entrevistas e observações. Com a abrangência de todos os segmentos de mercado, todas as origens e todos os tamanhos de empresas, com contextualização do profissional de informática, respeitando a cultura, filosofia e políticas de atuação empresarial e respectivos talentos internos. O questionário respondido pelas empresas contempla as seguintes perguntas: 1. A informática passa por uma transformação na sua forma de atuação ? Tanto em 1991/92 como em 1995/96/97: 100% responderam que sim, destacando a evolução conjunta da informática com a sociedade, a necessidade de acompanhamento das tecnologias, o atendimento as exigências das pessoas e por estarmos na era da informação. 2. A informática deve ser desmistificada, aberta, transparente ? O usuário deve ser devidamente envolvido nos sistemas / projetos ? Em 1991/92: 82% e em 1995/96/97: 90% responderam que sim, relatando que mesmo assim, trata- se de uma perspectiva ideal, e que não acontece na prática e na sua totalidade, aparecendo ainda a dicotomia entre o informático e o usuário, gerando a necessidade de estabelecer na empresas, as políticas, metodologias, responsabilidades e normas para favorecer esta desmistificação. 3. As questões da qualidade e da produtividade são consideradas importantes ? Em 1991/92: 82% e em 1995/96/97: 99% responderam que sim, evidenciando que qualidade e produtividade estão ainda em voga, que é uma exigência dos consumidores (interno ou externo à empresa), relatando a necessidade de 'contagiar todos' na empresa, onde a informática deve estar neste contexto (não isolada). 4. Deve ser exigida qualidade e produtividade dos profissionais de informática ? Em 1991/92: 94% e em 1995/96/97: 99% responderam que sim, independente dos recursos de hardware e software disponíveis, porem observando as devidas proporções destes recursos. Relata- se ainda a necessidade da capacitação efetiva da mão-de-obra, contemplando a qualidade e produtividade, com um programa abrangente e atuante na empresa e constante reciclagem e aquisição de experiência e prática. 5. É importante que profissionais de informática tenham conhecimento sedimentado em informática ? Em 1991/92: 80% e em 1995/96/97: 90% responderam que sim, porém reiteraram que o foco esta direcionado ao gerador de soluções, dando um peso menor paraatividades administrativas e complementares. Contatou-se também, que é exagero conhecer tudo em informática, pois esta área é complexa e necessita de diversas funções e profissões . 6. Para que os profissionais de informática obtenham a competência integral para a empresa, devem ter apenas conhecimentos de informática ? Em 1991/92: 94% e em 1995/96/97: 97% responderam que não, onde inicia-se a reflexão no tocante à nova postura do informático, e as empresas começaram a preocupar-se com outras habilidades, sendo uma evolução natural da informática e de seus recursos não focar apenas na parte técnica. 7. O conhecimento do negócio da empresa é necessário para os profissionais de informática ? Em 1991/92: 93% e em 1995/96/97: 96% responderam que sim. Para o conhecimento do negócio, que é a principal função da empresa, as mesmas normalmente exigem e fornecem subsídios para aquisição desta habilidade e observou-se que é uma considerada uma exigência normal denotando que a atuação dos informáticos fica prejudicada sem esta habilidade. Muitas empresas segmentam as suas equipes em unidades de negócio, porém, focam principalmente seus esforços no negócio principal. Para facilitar o entendimento, integram também o conhecimento do negócio: as funções empresariais (produção ou serviços, materiais, comercial, financeira, recursos humanos, jurídica legal), as funções da administração (planejamento, organização, direção e controle, e, processos, procedimentos, gestão, etc.), os idiomas (destacando-se no Brasil o inglês, espanhol, francês e nos EUA os idiomas da Europa, Ásia, URSS). 8. Que características comportamentais organizacionais são indispensáveis para um bom desempenho ? Em todos os anos, destacaram-se entre 60% e 90% as seguintes habilidades comportamentais: adaptabilidade, assiduidade, atenção, comunicabilidade, concentração, criatividade, eloquência, iniciativa, pontualidade, proação (iniciativa, execução e conclusão), responsabilidade e sociabilidade. E aparecem outras características comportamentais que variaram entre 5 a 20%: agente mudança, compreensão, comprometimento, disciplina, empatia, equilíbrio, futurismo, humildade, liderança, organização, paciência, percepção, pesquisa e sensatez. Ou seja, são necessárias também habilidades que envolvam o ser humano, pois as atitudes, comportamentos e emoções fazem parte das atividades cotidianas da informática e as pessoas é fazem computadores e respectivos sistemas trabalharem. 9. Você concorda com essa afirmação: "Um profissional de informática qualificado e apto para o mercado de trabalho deve ter conhecimento técnico em informática, conhecimento do negócio da empresa e conhecimento do comportamento humano / comportamental " ? Em 1991/92: 82% e em 1995/96/97: 95% responderam que sim. Com o direcionamento ao solucionador de informática, evidenciou-se que as empresas exigem competência integral para os profissionais que atuam no mercado. Deve-se então, também focar esforços no negócio da empresa, pesquisar e reciclar constantemente os conhecimentos, praticar e acumular experiências, gostar da profissão informática, ser agente de mudança incansável que corrobora com os objetivos empresariais e de crescimento profissional coletivo e individual. A partir destas respostas pode-se elaborar algumas considerações, tais como, o mercado exige profissionais com habilidades que vão além do conhecimento técnico de informática, e devem ser agregados conhecimentos complementares à sua formação acadêmica. As empresas sem dúvida requerem profissionais com comportamentos voltados à qualidade e produtividade nas suas atividades cotidianas. Buscam permanência no mercado, perenidade, continuidade, crescimento e maximização dos lucros, mas infelizmente, não necessariamente preparam o profissional para isso, transferindo para terceiros esta responsabilidade. V. PESQUISA JUNTO ÀS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DE 3º GRAU Em 1991/92, na região metropolitana de Curitiba-PR, foram discutidos nestas instituições os seguintes itens: currículo do curso (grade) a distribuição das disciplinas nas 3 habilidades requeridas pelo mercado, laboratório, biblioteca, atividades paralelas, tais como, seminários, estágios, convênios com empresas, etc., perfil dos professores, tais como, exigências de treinamentos, titulação, cursos extracurriculares, reciclagem, etc., esquema de aulas e o envolvimento dos alunos, tais como, forma de participação dos alunos nas atividades didáticas, tipos de aulas, etc. Merecem destaque e incentivo as atividades identificadas: empresa de Consultoria Júnior e equivalentes, convênios com empresas, projetos empresariais, acordos com fornecedores, estágio supervisionado, seminários, feiras, palestras, laboratórios de pesquisas científicas e de práticas profissionais, biblioteca informatizada com renovação literária, treinamento para docentes, avaliação de professores e da administração, suporte a esquema de aulas diversificado e estrutura administrativa organizada. As entidades formadoras de informáticos, de maneira geral preocupam-se com as habilidades requeridas pelo mercado de trabalho, onde suprem uma forte formação técnica em informática. Em segundo plano a formação voltada aos negócios empresariais, com disciplinas ligadas a administração de um modo geral, programas de estágios e projetos vinculados a empresas. Em terceiro plano, com menor ênfase aparecem as disciplinas para as habilidades comportamentais, tais como, Psicologia Aplicada, Ética, Comunicação e Expressão, Dinâmica de Grupo, etc. VI. PESQUISA SOBRE AS TENDÊNCIAS DE ATUAÇÃO DOS INFORMÁTICOS A pesquisa sobre o perfil profissional do informático reitera que nas empresas estão acontecendo muitos trabalhos definidos por tarefas e/ou objetivos, com redução dos níveis hierárquicos e diminuição do número de funcionários, gerando a necessidade de melhor capacitação. Sendo assim, a forma de atuação dos profissionais de informática podem ser das seguintes formas: a. especialista segmentado Com atuação principalmente nas empresas prestadoras de serviços de um negócio definido, como por exemplo: redes, internet, administrador de banco de dados, multimídia, computação gráfica, treinamento, manutenção, vendas, etc. b. analista de negócios e/ou de informações Com atuação nas empresas em Unidades de Negócios ou Departamentais, utilizando o conhecimento dos recursos de informática em um negócio específico, participando ativamente dos processos das empresa, como por exemplo: Analista de Sistemas Industriais, ISO 9000, Comercial, ou implantando pacotes de software empresarial, etc.; c. engenheiro de software focado no desenvolvedor de soluções Com atuação principal nas Software-Houses, mas atua também nas empresas em geral, profissional de soluções integradas, que pode ser conhecido com a junção do programador e analista de sistemas. Detém as habilidades e as características relatadas nesta pesquisa. d. CIO (Chief Information Officer) Gestores de informática e/ou líder de unidade de negócios, assessor em staff ligado a alta administração, gerindo e fornecendo informações para tomada de decisões. e. ITM (Information Technology Manager) Executivo que participa das decisões das empresas, fortemente embasado em tecnologias de informática e informações gerais. Todas estas atividades podem exercidas como funcionário ou prestador de serviços (ou consultor). As empresas não são responsáveis pela carreira individual dos profissionais, e como dicas de uma boa atuação e crescimento profissional, pode-se relatar: atualização permanente (via internet, livros, treinamentos, etc.), disposição para apreender e trabalhar em equipe, estudar idiomas estrangeiros,dominar o português (oral e escrito), estar sempre com um currículo atualizado e objetivo, ter postura pessoal e uma grande rede de relacionamentos. VII. CONCLUSÃO Este trabalho não teve pretensão de esgotar o tema, mas de estabelecer uma reflexão acerca deste assunto e de contribuir com cultura de informática no país. As escolas e a sociedade não podem estar paradas e alienadas, devem fazer parte desse contexto contemporâneo, devem dar sua parcela de contribuição na formação de alunos e atenção à capacitação profissional integral. Nas escolas a freqüente revisão e/ou ajustes na grade curricular e nas ementas das disciplinas, a reflexão na conduta da administração, dos professores e dos alunos, são fundamentais para adequação ao mercado e boa formação dos profissionais. As empresas tem constante preocupação com a organização e a com a informação, visando a permanência no mercado, abertura de novos horizontes empresariais, a reflexão sobre sua cultura, política e filosofia de trabalho, a satisfação do cliente interno e externo com a qualidade e produtividade, visando a maximização dos lucros. A pesquisa junto as empresas, não deixa dúvida que o mercado espera a competência integral dos profissionais de informática, que consideram como parte de seu trabalho os requisitos funcionais de qualidade e produtividade. Constata-se que o mercado de trabalho oferece oportunidades e é carente de bons profissionais, com completa formação. Indubitavelmente, o sucesso na carreira profissional depende da absorção e da efetivação das três habilidades técnica, do negócio e comportamental, onde o desafio é individual, de forma cotidiana e contínua. Será plenamente possível o destaque pessoal, na medida em que exista o esforço pessoal e o cuidado com a atuação não mediana nas empresas. VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LYRA, Cleila Elvira. Relatos sobre Questões Comportamentais na Informática, Grupo de Interesse em Qualidade e Produtividade, SUCESU/PR, 1991. REZENDE, Denis Alcides. Pesquisa sobre “Perfil Profissional do Informático e Tendências de Atuação”, pela SUCESU/PR, 1991/92/93 e pela Nove D Consultoria em Informática, 1995/96/97. REZENDE, Denis Alcides. Engenharia de Software Empresarial, 1ª Edição, RJ:BRASPORT, 1997, 191p. SUCESU/PR - Sociedade dos Usuários de Informática e Telecomunicações do Paraná, Relatos e Atas de Reunião sobre Qualidade e Produtividade em Informática, 1991/92/93.
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