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Direito Internacional

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Direito Internacional
 *Público*
Professor Thiago Borges 
Livro: Curso de Direito internacional público – Thiago borges 
 Curso de direito internacional público - Valerio Mazzoli 
 Direito Internacional público: curso elementar – Rezeke 
 Manual de Direito Internacional Público
Prova: 23/09 25/11 
 
Introdução
O que é? 
Não se confunde com o direito internacional com direito estrangeiro (ordenamento jurídico para tais Estado), o direito internacional é a situações que envolve mais de um ordenamento. É o conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas dos Estados e das demais pessoas internacionais, como determinadas organizações, e as dos indivíduos.
Essencialmente tem três funções: função normativa, onde o ordenamento jurídico dos Estados se conforma às normas de direito internacional reconhecidas, variando o grau desta vinculação de acordo com a determinação constitucional de cada; função de apuração judiciaria, onde ele se ocupa as controvérsias entre os Estados (via arbitral – cortes interncionais); e por ultimo a função de atuação coativa da norma, onde os meios previstos pelo direito internacional para atuar coativamente as normas estão enquadrados na autotutela, possibilidade de fazer-se justiça por si mesmo, uma vez que as instituições internacionais não tem posição hierárquica superior em relação aos Estados.
O direito internacional se resume nas relações entre os Estado soberanos, pois tais convivem na sociedade internacional e por tanto estão sujeitos a regras que regulam este ambiente. Todos os Estado soberanos são pessoa jurídica de direito público internacional, sujeitos de direitos, tendo direitos e deveres, sendo o direito internacional o ordenamento de onde se extrai tais direitos e deveres dos Estados.
 Os Estados convivem em um ambiente de sociedade internacional (comunidade internacional; na sociedade internacional os interesses coletivos estão a serviços dos individuais – a frente dos coletivos- na comunidade o interesse coletivo prevalece sobre o interesse individual – abdica de propósitos individuais para resultados coletivos melhor – ex: indígenas). Os Estados se unem para formar resultados melhores coletivamente e não individualmente (ex: EUA em não entrar no protocolo de Kioto – para não subir os gastos da produção na criação de energia limpa, eles investiriam mais, redução de gás poluente, porem o preço do bem final não faria frente com a concorrência chinesa). 
O direito internacional exerce um oficio de levar os Estados a ter um papel mais comunitário, o grau de envolvimento tem crescido, o bônus é político, existe muito mais custos, existe a promoção de interesses coletivos, varia entres estados mais individualistas e países mais comunitaristas. A ONU age como se todos os países fossem cooperativos. A sociedade internacional tem uma formação complexa, existe atores que não fazem parte, mas interfere, formado por Estado soberanos que tem um caráter multifacetário, os Estados são diferentes entre si (não só a cultura); estão compondo também as organizações internacionais (agrupamento de Estados que criam uma pessoa jurídica distinta deles) representam o espaço de institucionalizam da sociedade internacional, decisões coletivas (ex:UNESCO) são sujeitos de direito internacional; existe também uma serie de atores que não são sujeitos mas não fazem parte (ex: comitê olímpico internacional, FIFA) entidades privadas, que traz as vezes, consequências ao direito internacional; as ONG’s que atuam em assuntos internacionais (ex: Médicos sem fronteiras, Greenpeach) contribuem para formação do direito internacional; as empresas transnacionais (ex: FORD) podendo influenciar na política, economia e entre outras áreas, que são atuantes; os grupos armados beligerantes, recentes, contudo atuantes constantemente (ex: ETA, FARC) não são sujeitos de direito internacional e sim atores, por vezes galgam como sujeitos de direitos pelo seu forte poder; um outro sujeito é o ser humano, sujeito de direito internacional, porque ele detém direito e deveres, sendo sui generis, não contribui para criação de direito internacional (ex: tratado entre Thiago e Argentina) ela titulariza direitos, acesso para exercer direito e deveres.
HISTORIA DO DIREITO INTERNACIONAL
O tempo do direito internacional é diferente, o tempo dos Estado é diferente não sendo fadado a se extinguir, um tempo mais lento, não há o geracionismo que impulsiona mudanças. 
Só pode falar de história do direito internacional quando existe estados soberanos, antes dos estados modernos não há direito internacional, o que existe são fatores que contribuíram ao surgimento do direito internacional (ex; Grécia antiga ajudou e trouxe instituições - guerra, é a obrigatoriedade de declaração de guerra, hoje em dia a guerra é proibida, mas quando admitida, a declaração era obrigatória; outro traço importante da Grécia antiga e que se aplica até hoje é a concessão de asilo às lideranças políticas, na Grécia, o asilo tinha uma simbologia diferente, o vencedor de um conflito acolhia o outro, realizando o aprisionamento do derrotado, que tinha alguns sentidos como a ideia de controle do derrotado. A ideia de que enquanto for mantido vivo o líder, o povo deveria se submeter ao vencedor. Com o tempo isso foi incorporado no Direito, como forma de preservar as lideranças).
A ideia de direito internacional é de boa convivência entre os povos, o direito romano trouxe a proteção ao mensageiro a outros povos, imunidade ao mensageiro, a imunidade dos diplomatas esta pessoa diplomata não pode ser agredida. A distinção entre estrangeiro e nacional surgiu no direito romano, que traz a figura da nacionalidade tem inspiração na cidadania romana; herdou-se também de Roma a lógica da fronteira, limites de domínio territorial, útil na delimitação do território dos Estados. 
Os clérigos que espalharam o direito romano pelo ocidente (ius comunim), o direito romano em toda Europa, facilitando o mercantilismo, os tratados entre os senhores feudais para facilitar o trânsito entre os mercadores que trouxe o processo de diplomacia, representações de caráter diplomático, bem semelhante ao que existe atualmente nas embaixadas brasileiras.
PRIMEIRA FASE DO DIREITO INTERNACIONAL
Surge os Estado no século XIII a XV, não podendo se falar ainda em direito interacional, que a doutrina só comenta sobre tal no século XVII, que só se constitui em 1648 quando foi assinado o Tratado de Westfallen, fim da guerra entre protestante e católicos, findando a parti da influência de Hugo Grócio (pai do direito internacional) que participou ativamente no tratado, neste acordo foi a primeira vez que apareceu o Princípio da Igualdade jurídica entre os Estados (principio fundante do direito internacional), pois até então não existia a ideia que os Estados eram iguais uns aos outros ( aqui fixa a primeira fase do direito fundamental), Esse período depois do tratado é conhecido como paz de Westfália, conhecido como o equilíbrio europeu, já que as relações se apaziguaram um pouco e muitos Estados soberanos se estabeleceram nesse período, consolidação dos estados europeus, essa paz proporciona o desenvolvimento do mercantilismo e fortalecendo a burguesia, contribuindo a doutrina burguesa se propagasse, que tinham o foco em diminuir o foco do Estado na vida privada. Neste período surge a Bill of Rigths, ideias burgueses, menor intervenção do estado sobre o patrimônio dos burgueses – vindo a acontecer a Revolução burguesa. 
As invasões napoleônicas quebra o princípio da igualdade jurídica do direito internacional, com a queda de Napoleão os reinos derrubados foram se reestabelecendo. A fase de Wesfallen termina com as invasões napoleônicas. 
SEGUNDA FASE DO DIREITO INTERNCIONAL 
A fase seguinte começa na queda de Napoleão, 1815, que foi proclamada no Congresso de Viena, um evento histórico muito famoso que determinou o exílio de Napoleão e estabeleceudois novos princípios para as relações internacionais: o princípio da não-intervenção e o da autodeterminação dos povos. Outras coisas importantes foram decididas, a proclamação da proibição do tráfico de pessoas (parece humanista, mas é econômico, o Reino Unido não tinha territórios para explorar a escravidão, eles queriam minar a economia da Espanha e Portugal). Outro princípio foi a liberdade de navegação (mesmo com isso, a passagem inocente é livre, que não oferece risco ao território) e a determinação do mar territorial (logica de defesa – 3 milhas náuticas). Período de amadurecimento do direito internacional, princípios mais fortes, indo até a I Guerra Mundial. 
 Período de consolidação do direito internacional, a relação entre os estados tem uma base mais solida, o período de positivação do direito internacional, onde era essencialmente um direito costumeiro. 
O século XIX foi o estado de consolidação do Estado Soberano dominante, de modo que no século XIX inicia o processo de positivação do Direito Internacional, que até então possuía normas consuetudinárias. A partir dessa fase, os estados passam a firmar acordos multilaterais tendo em vista a positivação progressiva de normas internacionais.
1856- Conferência de Paris para discutir a solução pacifica de conflitos – é muito importante para estabelecer bases para a arbitragem internacional, porque ainda existia muitas guerras, guerras justas (jus of bellun), importante como forma de solução de conflitos, o único meio de soluções jurisdicionais, não existia tribunais (ex: arbitragem entre Chile e Argentina sobre território, o arbitro desta causa foi o papa em 1870). É considerada a maior conferencia nacional da história por ter reunido todos os Estados então reconhecidos internacionalmente.
1864- Cruz Vermelha – entidade que existe até os dias de hoje, voltada para proteção do direito humanitário. A cruz vermelha é uma precursora das organizações internacionais, embora não seja uma. Criada em Genebra para proteger o direito humanitário. Financiada pelos Estados, mas não filiada pelos Estados membros, contribuem financeiramente. Não se confunde Direito humanitário (proteção dos civis em guerra, evitar de externalidades da guerra, efeitos colaterais – proteger médicos, reportes, soldados que estão fora de combate) com Direitos humanos. Entidade essencialmente neutra, ela não toma partido. Eles adotam o símbolo da cruz vermelha em todas as culturas para reconhecimento em todas as localidades, não como entidade médica.
1889 – Conferência de Bruxelas –Proibição do tráfico de pessoas e da escravidão. Em 1815 proclamou o princípio, mas princípio não tinha força normativa, era uma orientação, uma condição para reconhecer países internacionalmente (ex: Brasil – reduzindo o tráfico internacional de pessoas, progressivamente a escravidão foi se extinguindo até chegar a Lei Aurea em 1888). 
1899 – Primeira Conferência de paz da Haya – essa conferência estabeleceu várias normas relativas a arbitragem internacional, que são aplicadas até hoje, essa conferencia deu a Haya essa posição, o reino dos países baixos doou para sociedade internacional um palácio – Palácio da Paz – se instalando a corte permanente de arbitragem internacional, não propriamente uma corte, mas lista de árbitros internacionais. Na segunda conferência da paz, Ruy Barbosa esteve lá representando o Brasil e tendo-lhe dado o título de águia de Haya. 
Essas conferencias internacionais da paz foram voltadas para regular a guerra, adotadas algumas convenções para limitar a ação dos combatentes durante os conflitos, começando o Direito da Guerra – Jus in Bello – regula a guerra. Um século depois foi incorporado no direito da guerra virão a ser incorporados como hipótese de crimes de guerra. 
O Tratado de Versalhes põe fim a primeira guerra mundial, mandou que a Alemanha indenizasse países que atacou e proibia que a Alemanha adotasse um exército, essas decisões foram determinantes para que acontecesse a segunda guerra: primeiro por causa do empobrecimento da Alemanha e queda profunda do povo alemão dando assim o caráter nazista; Hitler foi eleito presidente, uma figura extremamente carismática.
A liga das nações foi criada pelo Trado de Versalhes, que tinha um embrinhão da ONU, nasceu com proposito de assegurar a paz e pouco mais de 20 anos depois iniciasse a segunda guerra, ela não funcionou porque adotou a regra da unanimidade na tomada de decisões entre Estados, sinal de engessamento, a busca da unanimidade impedia desenvolvimento. Produziu como bons atos a assinatura do pacto Briand-Kellg, tratado de proscrição (adiar – ultima ratio a guerra para solução de conflitos) da guerra, 1926-29, proibição de adotar a guerra para alcançar objetivos do Estado. Com base nesse tratado, que no fim da segunda guerra à Alemanha é dividida. 
Em 1920 surgiu a Corte permanente de justiça internacional, uma corte, que depois se incorpora a ONU, que que fica em Haya. 
Em 1919 criou a OIT (organização internacional do trabalho) apaziguar os ânimos da revolução Russa, a CLT veio em 1934 no Brasil. 
A segunda guerra mundial é muito mais traumática por causa da questão ideológica gravíssima, obrigou toda comunidade humana a mudar seus valores e também nas relações internacionais. A segunda guerra tem fim em 1945 com as bombas no Japão. A segunda guerra termina em 1945, revelando, obviamente uma grande fragilidade do Direito Internacional, uma frustração da sociedade das nações e uma necessidade premente de se estabelecer novos paradigmas de relações internacionais. Muitos traumas e junto com ela surge a ONU, em junho de 1945, pelos vencedores da guerra, os derrotados não tiveram vez. 
Em Bretton Woods, que foi assinado o GAAT (acordo geral para transferências e tarifas), um outro fator importante do pós-guerra é que em 1944 ocorre a conferência de Breton Woods, onde inicia o GATT- acordo tarifário internacional. O GATT gerou várias rodadas de negociação tendo em vista a diminuição de tributação sob bens e serviços no comércio internacional. 
Em 1948 foi assinada a DUDH, não um tratado internacional, mas sim um compromisso assumido pelos Estados, tendo força pelo seu tema pela proteção a pessoa, que a parti daqui multiplica-se acordos para proteção da pessoa humana (ex: pacto internacional de direitos civis e político – 1966 NY, entre outros), também no bojo da proteção a pessoa humana, em 1972 foi assinada a convenção de Estocolmo para a proteção ao meio ambiente, ampliando o leque de assuntos. 
Voltando para o fim da segunda guerra, a Alemanha sofreu fortes sanções, a divisão de Berlim. 
Institucionalização da sociedade internacional por causa proliferação de organizações internacionais, que dão infraestrutura a sociedade internacional. 
O ambienta de pos guerra é um ambiente de bipolarização ideológico, político e econômico entre EUA x União Sovietica (guerra fria), um exemplo foi a guerra do Vietnã, guerra fria que vai até a queda do muro de Berlim. A ONU surgiu e se criou no ambiente da guerra fria. Há um déficit de legitimidade da ONU porque os EUA era um grande financiador e os países vencedores da segunda guerra, a ONU dá alguns sinais de fraqueza internacional. Com a guerra do Iraque em 2003, muito do que se conquistou no direito internacional no século XX foi posto em causa. Os EUA levaram a questão ao Conselho de Segurança, não foi aprovada a resolução quedaria o direito de uma intervenção militar no Iraque por meio das forças armadas da ONU e mesmo assim os EUA invadiram o Iraque sob o argumento fajuto de legítima defesa prévia.
A ONU necessita de mudanças, seu papel não tem sido desenvolvido em plenitude. A ideia até de substituição da ONU, o pensamento de que o direito internacional também sofre crises. 
FUNDAMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL
Grandes personalidades que já falavam em direito internacional: Francisco de Vitória em 1483 falou em valores universais entre os povos,Francisco Soares em 1558 os estados fazendo pactos para soluções de conflitos, Hugo Grócio o pai do direito internacional e autor de princípio da igualdade jurídica e da liberdade de navegação, Samuel Pufondorf regras sobre a guerra justa, Emer de Vatter também sustenta a guerra justa e o convívio harmônico entre os Estados é uma questão de direito natural, Christian Wolff um dos principais autores a sustentar a obrigatoriedade dos tratados – pacto sunservanda no plano internacional – e comentando também da guerra justa, Kant falou no direito internacional de paz perpetua – Estados deveriam se conduzir com esse valor universal com limitação real ao poder do Estado – e no campo do direitos humanos a ideia de que o homem é o fim em si mesmo – imperativo categórico – racionalidade pura, Heinhard Trippel autor da escola do dualismo – se preocupou com o direito interno – e também recebeu contribuições de Anzilotti – seu discípulo - , hans Kelsen se opôs ao dualismo e funda o monunismo – direito internacional estaria até mais próximo da norma hipotética fundamental, Antonio Cassese põe em causa tanto o monismo como o dualista onde todos os Estados tem situações que são monistas e as vezes dualistas e o que varia é o modo operante que varia de constituição para constituição, Ian Brownlie, Jame Cranford livro de Ian atualizado pelos princípios do direito internacional. 
Todos esses autores conduzem a seguinte ideia – Cançado Trindade – o caráter obrigatório na sociedade internacional, a globalização é um fenômeno da civilização e o direito internacional que há uma necessidade entre os Estados se internacionalizarem entre si para alcançar seus objetivos encontrando ai a sua coercividade, sendo assim o Estado obrigatório a se conectar, coletividade necessária, surgindo a obrigatoriedade do direito internacional e com um convívio harmônico (fundamento do direito internacional), as regras que emergem dessas relações são obrigatórias. 
Fontes do direito internacional
Em que situação se manifesta o direito, onde se encontra o direito internacional, historicamente ele se manifesta desde suas origens por meio dos costumes internacionais, relações entre os Estados, reguladas por costumes. 
Também desde suas origens, as relações bilaterais são objeto de acordos escritos, os tratados. Da mesma forme se pode observar desde suas origens a presença de princípios regentes das relações, com o passar do tempo e até em razão do viés positivista do direito no século XIX, os Estados passaram também a adotar tratados multilaterais para estabelecer regras gerais para as relações internacionais. Grande parte desses tratados são positivações de costumes já existentes, pelo seu viés escrito eles dão segurança jurídica, quando no início do século XX após a primeira guerra mundial foi criada a Corte Permanente de Justiça Internacional pelo estatuto da corte, os Estados estabeleceram no art.38 que ela iria decidir as questões que lhe fossem levadas com base nas convenções internacionais, costumes internacionais e princípios gerais do direito, fontes primarias do estatuto da corte, depois que passou a fazer parte da ONU ela passou a se chamar de Corte internacional de justiça com o mesmo estatuto, o art.38 também diz que são fontes auxiliares a jurisprudência e a doutrina, no parágrafo 2° diz que a corte pode decidir por meio de equidade “ ex aequo ex bono”, referência de estabelecimento das fonte do direito internacional. 
Convenções são bi ou multilaterais, tratam de assuntos muito particulares entre os estados, tem semelhança com a ideia de contrato, a doutrina chama de “tratados-contratos”, já os tratados multilaterais se assemelham as leis, a doutrina chamava de tratados-normativos, uma distinção puramente didática, tratado é sempre tratado bi ou multilateral. Na convenção de Viena em 1969, entrou em vigor em 80, comentando uma diferença de tratamento conforme for bi ou multilateral. 
Os costumes internacionais 68 possuem dois elementos: material que se refere de uma pratica reiterada pelos estados, essencial para existência de um costume ; já o segundo é um elemento psicológico, uma sensação de obrigatoriedade na pratica, que a doutrina chamou de “opinio juris”, qualquer estado em litigio internacional que alega existência do costume tem o ônus da prova (provar a pratica reiterada e a “opinio juris”), a pratica reiterada não é difícil provar em atos Estatais, pois são eles atos formais (documentos, atos públicos), contudo a “opinio juris” nem sempre é fácil comprovar que os estados entendem que aquela pratica é obrigatória, um ônus difícil de ser atendido. No que tangem a pratica estatal admitisse várias práticas para comprovar um costume, tradição, coisa antiga, no plano internacional não é assim, uma pratica pode ter acontecido poucas vezes e até espaça no tempo e a pratica estatal a mesma já pode sustentar o costume, se aconteceu diversas e não forem iguais não se admite costume, o importante é a identidade na prática para sua configuração. Os fatos recentes configuram, uma tendência como pratica estatal de se criminalizar a invasão de sites “.gov” (sites públicos), discursão para ser feito um tratado, mas autores levantam que estados já adotam como pratica, extremamente recente,. Formação de pratica não é tradicionalismo nem multiplicidade, podendo configurar em muitos extintos. Fala-se em costumes regionais, como o áxilo diplomático, costume latino-americano. Os costumes internacionais são hierquicamente importantes quanto os tratados, o costume posterior ao tratado prevalece. 
Princípios gerais do direito, código civil anterior, de 1916, a LINDB substitui a lei de introdução ao código civil, na lei de introdução do civil de 16, em caso de lacuna da lei cabe ao interprete os princípios, servia para preencher lacuna da lei no início do século xx, não se enxergava a força cogente, era valor de interpretação das leis, no estatuto da corte ele aparece em terceiro lugar, após a segunda guerra mundial iniciasse uma virada teórica na teoria geral do direito e os princípios passam a ser acolhidos como normas cogentes, várias teoria se desenvolvem nesta ideia no neocostitucionalismo, no direito internacional não foi diferente e a doutrina passou a dar mais importante aos princípios na prática, se reflete na jurisprudência das cortes, decisões são tomadas com base nos princípios, sem recorrer a nenhuma outra fonte. No plano internacional os princípios ocupam posição central no rol de fontes e mais que isso, percebe-se que eles se consolidam como normas imperativas do direito internacional (“jus cogens”) embasamento valorativo ao ordenamento, tratados não podem contrariar “jus cogens” dito no art. 63 da Convenção de Viena de 1964, se posicionando acima das normas do direito internacional, deveres que os Estados tem em participar da sociedade internacional, são consensos pelos estados soberanos, não tem um rol escrito sobre todos, a doutrina pode divergir sobre consenso, mas pra ser “jus cogens” precisa ser consenso. 
Fontes primárias do direito internacional, tratados, costumes e princípios; mas a jurisprudência deu um salto de fonte auxiliar para primaria, a jurisprudência entre os tribunais ( uma corte usa a de outra), precedentes são utilizados que dá força a aplicação do direito, no tribunal da união europeia cria direito, cria princípios, se tornando ainda mais poderoso, não é interno nem internacional, um direito produzido pelas autoridades da união europeia, a jurisprudência do tribunal criou esse direito comunitário. A doutrina é secundaria, fonte auxiliar, forma de reforçar a aplicação de outra norma, não se decide com base em opinião doutrinaria, útil para provar existência de um costume, ou do caráter de “jus cogens”, mas não como fonte isolada, o uso é pequeno nas cortes é pequena como fonte normativa. 
A equidade, no art 38 da Convenção de Viena, a boa parte da doutrina remete a equidade, que não são utilizados nas obras em inglês por tradução literal, mas sim “fairnes”,é justeza da decisão em tradução literal, que a corte decide com sensação de senso justiça, mas como diz o art 38 se os estados concordarem a deixar o juiz decidir com base no “fairnes”. 
Depois que surgiu e funcionamento da ONU, doutrina observa outras fontes do direito internacional, pela evolução do direito internacional, sendo a principal os atos unilaterais de organizações internacionais, sua força cogente varia, sendo obrigatórios (resoluções do conselho de segurança e os estados que não cumprem podem sofre sanção) ou não vinculantes (se não for obedecida pode-se abrir um processo, mas não tem caráter de sanção - “soft law” no sentido de normas que não são dotadas de obrigatoriedade, não tem deveres propriamente ditos, mas permeiam o ordenamento internacional promovendo o comportamento dos Estados com base em impressões de caráter metajurídico como político, econômico, social. A doutrina as vezes percebesse que é a melhor forma de chegar a um resultado, não é obrigatório, mas se tornam normas impositivas).
Tratados internacionais 
Art2º, §1. Para os fins da presente Convenção: 
a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;”
tratado pode ter qualquer nome, em geral uma convenção é multilateral, para tratar sobre assunto genérico, pode ter nome de protocolo que normalmente é tratado anterior complementando, pode se chamar de acordo que é um tratado bilateral, não necessariamente, pode ter também o nome de estatuto, ser chamado de ato, ou pacto; o nome não tem muita importância.
O tratado é resultante de acordo, diferente de declarações que não são acordos que gera relação entre os envolvidos, mas feita a sociedade internacional que não gera obrigação, o acordo cria vinculo. São vínculos de obrigatoriedade entre os envolvidos, concluído por escrito, sempre uma norma positivada, a formalidade é sua essência, entre Estados e/ou organizações internacionais, a sua validade e sua eficácia é regida pelo direito internacional e não cabe a jurisdição interna dos Estados falar sobre tais assuntos, a regência do direito internacional remete as cortes internacionais assim como o âmbito de sua interpretação. Cabe às Cortes Internacionais e à arbitragem internacional a aplicação das normas internacionais nos tratados. Um tratado pode se materializar em um único documento, ou em mais de um documento. Quanto mais Estados tiverem num tratado, a probabilidade maior é que tenha um único instrumento, que todos os Estados assinem de forma conjunta o tratado. Quanto a nomenclatura, há uma liberdade no nome. Em relações bilaterais acontece mais de um instrumento, informações de troca de informações entre Estados (diplomáticas), cria vinculo jurídico. 
Validade dos tratados 
A natureza jurídica de um tratado é da mesma lógica de negócio jurídico, agentes (estados e organizações internacionais), o que se refere a validade necessita, no caso dos Estados soberanos, o requisito essencial para que ele manifeste um consentimento com força para criar tratado no âmbito internacional é o reconhecimento internacional. 
O reconhecimento é um ato declaratório (e não constitutivo) da condição de Estado soberano e independente formulada expressa ou tacitamente por um estado em relação a outro. Um Estado é soberano independentemente do reconhecimento, porque este é um ato declaratório e não constitutivo. Mas trata-se de um ato necessário para o estabelecimento das relações internacionais entre os envolvidos. Será expresso o reconhecimento quando o Estado se manifestar na sociedade internacional no sentido de expressamente afirmar que reconhece para todos os efeitos a condição de Estado soberano de um outro. Por outro lado, o reconhecimento será tácito quando decorrer da própria conduta do Estado em relação àquele outro. Se o Estado reconhecer garante a validade do tratado, não confundindo com reconhecimento do governo (interrupção das ações internacionais e não reconhecimento do Estado). Para as organizações internacionais é preciso que no seu ato constitutivo os estados tenham atribuído autonomia, que lhe dá a possibilidade de assinar tratados validos. 
Pelo processo histórico de formação da sociedade internacional temos um grande número de Estados que goza de reconhecimento pleno internacional. É claro que qualquer novo Estado que surja, que venha a pleitear o reconhecimento da condição de soberano, deverá se valer do apoio desses Estados consolidados no ambiente internacional. Em razão do processo histórico de formação dos Estados, também é curioso perceber que são considerados Estados internacionalmente conhecidos, alguns Estados que certamente, nos dias de hoje, teriam dificuldade de obter um reconhecimento internacional, como por exemplo, alguns principados europeus. O que importa é que o Estado tenha o reconhecimento internacional daqueles com quem ele mantém relações, ainda que seja com um único Estado. 
Ao objeto tem como limite apenas o “jus cogen” e a sua licitude necessita ser observada pelo “jus cogen”, a amplitude do objeto é enorme. O art. 53 da Convenção de Viena estabelece que são nulos os tratados que violam os jus cogens. Daí se verifica a licitude do objeto. O art. 64 complementa essa lógica ao dizer que: ainda que a jus cogens seja posterior, o tratado não pode com essa norma colidir.
A forma precisa ser sempre por escrito. 
A manifestação de vontade do Estado deve ser soberana. O que caracteriza a manifestação soberana é uma manifestação independente, livre de qualquer influência de Estados terceiros e consciente dos fatos que envolvem as circunstancias do tratado. Ou seja, há de ser uma manifestação livre e consciente, o que vai suscitar defeitos que podem anular. 
Nulidades dos tratados 
O art.46 comenta que as condições para alegar são a violação não se manifesta, e disse respeito ao direito fundamental, Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de importância fundamental. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda, na matéria, de conformidade com a prática normal e de boa fé.
Isso quer dizer que em princípio o Estado não pode alegar o seu direito interno, mas é estabelecida uma exceção fundamental sob as seguintes condições: que haja uma violação manifesta do Direito interno; que a regra violada verse sobre competência para concluir tratados e que esta norma tenha importância fundamental. O parágrafo segundo estabelece que deve ser facilmente perceptível pelos estados negociadores que há ali uma violação de uma regra. A regra deve ser alguma norma de Direito Interno que estabeleça quem é o agente habilitado para firmar o tratado. Aqui no Brasil, compete ao presidente da república celebrar tratados, podendo delegar poderes. O Brasil só poderá alegar o art. 46 quando houver violação dessa regra. O dispositivo 46 ainda diz que a regra violada deve ser de importância fundamental, isto é, constitucional. 
Esse artigo em questão tenta preservar as situações de golpe de estado, em que uma pessoa se apresente na comunidade nacional de modo ilegítimo, mediante uma tomada precária de poder por outro, em que um agente se apresenta como chefe de Estado de um país. Por conveniência política, por vezes a presença do agente que se apresenta é aceita e os Estados assinam o tratado. Se houver uma reviravolta e a retomada do poder pelo Estado originariamente legitimo, pode ser alegada a violação de uma norma interna sobre competência internacional. 
Art. 47- Se o poder conferido a um representante de manifestar o consentimento de um Estado em obrigar-se por um determinado tratado tiver sido objeto de restriçãoespecífica, o fato de o representante não respeitar a restrição não pode ser invocado como invalidando o consentimento expresso, a não ser que a restrição tenha sido notificada aos outros Estados negociadores antes da manifestação do consentimento. 
O que acontece aqui é que o sujeito se apresenta como representante do Estado mas ele tem uma restrição especifica quanto ao poder dele de manifestar a vontade do Estado. Nessa hipótese, o Estado poderá alegar uma macula da sua manifestação de vontade, mas a condição para tanto é a de que todos os Estados tenham sido notificados dessa restrição. Essa restrição deverá ser especifica, não pode ser genérica. No caso do Brasil, todo representante internacional do Brasil tem restrições genéricas bem claras no que tange a manifestação de vontade. As cláusulas pétreas são as restrições genéricas. Ainda que o Brasil firme um tratado violando cláusulas pétreas, no âmbito internacional isso não fará diferença nenhuma, proteção a violação especifica de firmar tratado. 
Art. 48- 1. Um Estado pode invocar erro no tratado como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado se o erro se referir a um fato ou situação que esse Estado supunha existir no momento em que o tratado foi concluído e que constituía uma base essencial de seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. 
2. O parágrafo 1 não se aplica se o referido Estado contribui para tal erro pela sua conduta ou se as circunstâncias foram tais que o Estado devia ter-se apercebido da possibilidade de erro. 
3. Um erro relativo à redação do texto de um tratado não prejudicará sua validade; neste caso, aplicar-se-á o artigo 79. 
O erro há de ser essencial, um fato sobre o qual o tratado verse e que se o Estado soubesse não teria firmado o tratado daquela forma. O erro é um instituto raro de ser alegado no âmbito internacional, mas não é impossível. Ex- Tratado sobre a exploração de mina, cujo veio vai para o território de outro país. Se soubesse do erro não faria. 
Art. 49- Se um Estado foi levado a concluir um tratado pela conduta fraudulenta de outro Estado negociador, o Estado pode invocar a fraude como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. 
O dolo é o induzimento a erro, a existência de uma conduta fraudulenta por outro Estado que falseia informações, omite informações, falsifica documentos. Se ficar provado que um Estado agiu dessa maneira, o Estado ludibriado poderá alegar o dolo.
Art. 50- Se a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado foi obtida por meio da corrupção de seu representante, pela ação direta ou indireta de outro Estado negociador, o Estado pode alegar tal corrupção como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. 
A corrupção ocorre pela ação direta ou indireta de outro Estado negociador. A corrupção é qualquer tipo de ação direta ou indireta de terceiro sob o representante do Estado que macule o seu consentimento no compromisso que o representante assume de representar os interesses do seu Estado. Desse modo, pode-se afirmar que seria corrupção o tráfico de influências. 
Esses artigos são causas de nulidade relativa, isto é, o interessado deverá alegar. Contudo, nos arts. 51 e 52 há causas de nulidade absoluta. 
Art.51 –Não produzirá qualquer efeito jurídico a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado que tenha sido obtida pela coação de seu representante, por meio de atos ou ameaças dirigidas contra ele. 
Qualquer ato ou ameaça dirigido contra o representante do Estado representam coação e invalidam de pleno direito o consentimento do Estado. 
Art. 52- É nulo um tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça ou o emprego da força em violação dos princípios de Direito Internacional incorporados na Carta das Nações Unidas. 
Aqui não é o representante que está sendo coagido, e sim o próprio Estado. Ameaça ou emprego da força não podem ser meios para obter a manifestação de vontade de um Estado.
FORMAÇÃO DOS TRATADOS
Treaty Maring Power – Pressupostos constitucionais do consentimento 
Tratado internacional é negócio jurídico como vimos, mas antes de falar sobre a sua eficácia, vamos falar sobre o processo de formação dos tratados, em modo geral eles possuem dois âmbitos de formação, um internacional e outro interno, o interno varia de estado para estado onde cada estado tem seu procedimento interno de formação do tratado, já internacional nos temos regras comuns, em geral os tratados passam por duas etapas, a primeira é a da assinatura e a segunda da ratificação. A assinatura tem por principal efeito a finalização das negociações, quando os estados assinam os tratados é sinal que eles já concluíram todas as tratativas e que comungam com o texto finalizado, espécie de acordo que aquele é o texto final das tratativas, contudo não significa que eles estejam se obrigando pelo texto, apenas concordando que aquele é o texto resultante da negociação, a assinatura também produz outras consequências, como por exemplo o estado que assina se obriga a submeter o texto aos seus procedimentos internos, um outro efeito da assinatura está no art. 18 da convenção de Viena que é a obrigação de não frustrar a obrigação o objeto e a finalização do tratado antes da sua entrada em vigor, obrigação de não fazer, não inviabilizar o objeto do tratado, ate em razão da boa-fé.
 
Art. 18 Um Estado é obrigado a abster-se da prática de atos que frustrariam o objeto e a finalidade de um tratado, quando: 
a)tiver assinado ou trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva de ratificação, aceitação ou aprovação, enquanto não tiver manifestado sua intenção de não se tornar parte no tratado; ou 
b)tiver expressado seu consentimento em obrigar-se pelo tratado no período que precede a entrada em vigor do tratado e com a condição de esta não ser indevidamente retardada) 
Aprovado o texto assinado ele partirá para ratificação, é o ato que torna completo o consentimento do estado em obrigar-se por um tratado, no entanto tal obrigatoriedade depende da entrada em vigor do acordo. A ratificação por tanto é o ato que efetivamente obriga o estado.
Obs: embora sejam incomuns existem tratados que dispensam a ratificação e que se tornam perfeitos desde a assinatura (acordos executivos nos EUA – só o poder executivo- no brasil não há previsão expressa, mas eventualmente poderá fazer parte deles – ex: pequenos acordos do Mercosul). 
Um estado também pode fazer parte de um tratado por adesão, a adesão é a assinatura posterior a entrada em vigor do tratado, ela não dispensa a ratificação. 
Ambirto interno, no direito brasileiro nos temos um procedimento de aprovação dos tratados no âmbito interno. 
A manifestação da vontade do Estado no âmbito internacional sempre passa por um assunto que se refere a essa expressão: “treaty making Power”. Cada Estado tem suas próprias regras acerca da manifestação internacional do seu consentimento. 
No caso do Brasil, o que é necessário para que ele se comprometa internacionalmente? 
Constitucionalmente, temos que lidar inicialmente com dois artigos: art.84, VIII e o art. 49, I. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
Obs: compete ao presidente privativamente, pode haver delegação, feita comumente principalmente ao ministro das relações exteriores, os “plene potenciarios” – plenos poderes – informando a ONU e os outros países tomem conhecimento e ele representa a diplomacia. O presidente pode nomear até outras pessoas para ocupar esta função em certas circunstancias. 
Celebrar o tratado envolve a pratica dos atos internacionais, se refere a assinatura e ratificação, mas a pratica desses atos está sujeita a referendo do Congresso Nacional, mas não é referendo é aprovação. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
Primeiro cabe ao presidente a pratica internacional, ele vem ao âmbito interno, submete a mensagem presidencial que se dirige ao Congresso para aprovação do texto, que submete o texto a votação, em geral os tratados são submetidos a votação pelo quórum de lei ordinária de lei federal – primeiro na câmara depois no senado – no entanto se for matéria de lei complementar o rito deverá ser observado, em que há previsão constitucional, e por fim se versar sobre direitos humanos eles será submetido ao rito de aprovação de emendas constitucionais (parágrafo terceiro do art. 5 da CF). 
Se não for aprovado no congresso, o presidente do congresso nacional emitirá uma mensagem parlamentar ao presidente da república informando a sua reprovação, informando aos signatários indicando que o Brasil não fará parte do acordo; por outro lado, no caso de aprovação é publicado um decreto legislativo com aprovação, não põem ainda o tratado em vigor, tem apenas o poder de legitimar o presidente a praticar legitimação e ao ratificar se entrar em vigor irá promulgar o tratado por meio de um decreto presidencial, este ato que põem em vigor o tratado no Brasil. 
A doutrina brasileira entende que a ratificação é um ato discricionário do presidente, ele não tem obrigação de ratificar, já a doutrina estrangeira fala muito no ato discricionário, falando de modo geral que assinar é uma coisa e ratificar é outra, não tem regra se é ou não ato discricionário, Thiago borges entende que se trata de um ato vinculante, manifestação da presidência já se exauriu na assinatura, depois do congresso aprovar o consentimento do estado já está formado, dai ele está adstrito a ratificação, o âmbito das leis caso haja aprovação o presidente se recuse a sanciona-la o congresso se reúne e aprova, isso não ocorre nos tratados, não existe imposição ao presidente sobre a ratificação, uma dificuldade constitucional para estabelecer uma obrigatoriedade da ratificação. 
EFEITOS DOS TRATADOS
Reservas
 
Art. 26 da convenção de Viena o princípio da pactasurcervanda, vetor dos tratados, obrigatórios, só que os estados podem na assinatura ou ratificação apresentar reservas que são uma declaração unilateral do estado no sentido de não se obrigar por parte do tratado, formula uma reserva para se eximir de determinada obrigação. 
Em primeira vista causa estranheza, antes do juízo de justiça, a reserva é admitida é permitir uma participação do número maior de estados nas relações internacionais, formula esta reserva por diversas razões, pois a obrigação internacional é incompatível com sua CF por exemplo, a reserva é para se adequar e poder participar, ao contrário do pensamento inicial, a reserva é um instrumento de fortalecimento e não de enfraquecimento, principalmente pela disciplina dos assuntos nos art. 19 e 20. Se o tratado não falar nada sobre reserva, o estado pode, mas a reserva não pode ser incompatível com os tratados – tese da compatibilidade das reservas – assim não sendo qualquer dos estados poderá apresentar objeção a reserva formulada que constitui um conflito que é solucionado por diplomação ou por litigio em corte internacional interpretar o tratado pra saber se a objeção prevalece ou não, objeção seja improcedente o estado objetor terá que se resignar e aceitar (pode se retirar do tratado e não poderá alegar a reserva como motivo) se a objeção for vencedora e a reserva considerada incompatível (o estado que formulou a reserva derrotado, poderá permanecer no acordo sem a reserva ou retirar-se do acordo com o fundamento da incompatibilidade da reserva). O estado pode a qualquer tempo retirar a reserva, ampliando seu âmbito de obrigações do tratado, duas reservas no congresso de Viena art. 25 e 26.
Obs: no direito interno brasileiro no processo de aprovação dos tratados, texto assinado não pode modificação, no entanto eles podem apresentar o congresso uma reserva, submetendo a presidência da casa uma proposta de destaque, votação apartada de um certo dispositivo. Na hora da ratificação o presidente pode formular a reserva, se o congresso botou uma reserva não pode o presidente ratificar na integra e se assim fizer ele viola a CF. 
Efeitos sobre terceiros 
 
Em principio, prevalece a regra dos efeitos relativos do tratado internacional. Ou seja, a ideia de que os tratados tenham direitos e obrigações apenas para os Estados envolvidos. O tratado não tem um efeito absoluto, apenas relativos àqueles que são signatários. Ocorre que, pode se observar, na pratica, a existência de efeitos de fato do tratado sobre Estados terceiros e eventualmente até mesmo efeitos jurídicos. 
A convenção de Viena disciplina apenas a questão dos efeitos jurídicos, mas não podemos ignorar que os tratados internacionais produzem efeitos difusos em relação a Estados terceiros, não criando para eles necessariamente nenhum direito ou obrigação, mas, estabelecendo limites para as suas relações internacionais. Ex- Um tratado que fixa fronteira entre dois Estados opera efeitos difusos em relação aos outros, na medida em que é esse tratado que delimita o limite da soberania exercida por um e outro Estado. Ex- Se o Brasil quiser manter relações comerciais com a França, sofrerá difusamente os efeitos do Tratado da União Europeia. De um modo geral, os tratados internacionais operam esse efeito como fatos, perante terceiros. O tratado existe, e uma vez existente deve ser respeitado. Essa é uma constatação doutrinária, mas os efeitos difusos do tratado não estão disciplinados na Convenção de Viena. 
A convenção de Viena disciplina, a partir do seu art. 34, a possibilidade do tratado produzir efeitos jurídicos sobre terceiros. 
Art. 35 - Uma obrigação nasce para um terceiro Estado de uma disposição de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de criar a obrigação por meio dessa disposição e o terceiro Estado aceitar expressamente, por escrito, essa obrigação.
Não sendo parte um Estado terceiro, ele pode assumir obrigações, desde que concorde expressamente de forma escrita. A forma mais comum é quando o terceiro Estado entra como garantidor do cumprimento da obrigação dos Estados-parte. O depositário também pode ser um terceiro com obrigações de um tratado, mesmo não sendo parte dele. 
Art. 36- 1. Um direito nasce para um terceiro Estado de uma disposição de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de conferir, por meio dessa disposição, esse direito quer a um terceiro Estado, quer a um grupo de Estados a que pertença, quer a todos os Estados, e o terceiro Estado nisso consentir. Presume-se o seu consentimento até indicação em contrário, a menos que o tratado disponha diversamente. 
Consentimento se presume por silencio, mas para o terceiro estado exerça o direito que o tratado lhe confere ele deverá anuir com as condições previstas no tratado. Ex: direito de adesão. 
2. Um Estado que exerce um direito nos termos do parágrafo 1 deve respeitar, para o exercício desse direito, as condições previstas no tratado ou estabelecidas de acordo com o tratado. 
Certos tratados podem criar direitos para um terceiro. Quando o tratado prevê direito para o Estado terceiro, presume-se o seu consentimento, salvo se o tratado exigir a manifestação expressa. A forma mais comum de se atribuir direitos a Estados terceiros é a previsão de adesão aos contratos multilaterais. Evidentemente que, se o terceiro Estado quiser exercer o direito previsto no tratado, terá que respeitar as condições estabelecidas no próprio tratado para o exercício desse mesmo direito. Ex: Para um Estado aderir à Carta da ONU precisa de uma indicação do Conselho de Segurança e aprovação de 2/3 da Assembleia.
Tratados sucessivo sobre o mesmo assunto 
Art. 30 da convenção de Viena, os estados podem eventualmente firmar tratados sucessivos versando sobre o mesmo assunto, de acordo com o art. 30 parágrafo2°, posterior prevalece sobre o anterior, dois tratados sobre o mesmo assunto sendo compatíveis irão coexistir aplicando-se o posterior em regra mas podendo recorrer ao anterior no que lhe for mais especifico. De acordo com art. 59 a superveniência de um tratado sobre o mesmo assunto poderá extingui o tratado anterior quando houver disposição expressa nesse sentido ou quando houver incompatibilidade entre as normas. Mesmas partes.
Possibilidade de um tratado posterior não possuir as mesmas partes de um anterior, distintas, de forma a situação ficar complexa, art. 30 incisos III e IV. 
3.1 interpretaçãos dos tratados 
A convenção de Viena traz nos art. 31, 32 e 33, a interpretação leva em consideração a boa-fé objetiva, no seu modo de agir. 
O sentido comum atribuível a seus termos, deve-se buscar na interpretação dos tratados o sentido comum dos termos e não o sentido figurado e não o metafórico, comum das expressões e também deve-se se fazer uma referência ao caráter teleológico das interpretações, objetivos e finalidades do tratado. 
O âmbito de interpretação que se refere ao contexto, que envolve o texto do tratado, seus artigos, preambulo, os anexos e também qualquer acordo relativo ao tratado firmado entre as partes e outros documentos adotados pelas partes, nos tratados firmados no âmbito da aviação civil internacional, é comum informações acerca de estrangeiros que chegam ao território via aérea. Nesse tratado, diz que os estados podem estabelecer algumas regras para os estrangeiros obedecerem, a exemplo de declarações, etc.
Meios suplementare:s Artigo 32 
Meios Suplementares de Interpretação 
Pode-se recorrer a meios suplementares de interpretação, inclusive aos trabalhos preparatórios do tratado e às circunstâncias de sua conclusão, a fim de confirmar o sentido resultante da aplicação do artigo 31 ou de determinar o sentido quando a interpretação, de conformidade com o artigo 31: 
a)deixa o sentido ambíguo ou obscuro; ou 
b)conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou desarrazoado. 
O meio complementar irá ser usado para contribuir para melhor aplicação do artigo 31. O artigo 32 traz dois meios suplementares de interpretação: primeiro os trabalhos preparatórios – Os tratados não brotam do nada, eles resultam de um processo de negociação que antecede a assinatura do tratado e, nessa negociação, há uma seria de documentos que são trocados, esses documentos constituem os chamados trabalhos preparatórios, podendo ser usados para contribuir na interpretação do tratado. O que se pode fazer, por exemplo, é buscar qual o objetivo do tratado, o que uma das partes esperava com aquilo. Esse artigo também coloca como meio de interpretação a circunstância da conclusão, ou seja: o momento histórico que se vivia, o contexto e as circunstancias fáticas no momento em que o tratado for assinado. Podem haver ainda outros meios suplementares de interpretação, já que o artigo faz menção á palavra INCLUSIVE, quando cita os trabalhos preparatórios e as circunstancias; pode existir ainda a analogia como meio suplementar importante, por exemplo. Se a aplicação da regra do artigo 31 falhar, se, usando a boa-fé a luz dos objetivos e finalidades não se conseguir chegar a um resultado satisfatório, pode se valer aos trabalhos preparatórios para chegar a finalidade dos tratados.
Artigo 33 
Interpretação de Tratados Autenticados em Duas ou Mais Línguas 
1. Quando um tratado foi autenticado em duas ou mais línguas, seu texto faz igualmente fé em cada uma delas, a não ser que o tratado disponha ou as partes concordem que, em caso de divergência, prevaleça um texto determinado. 
2. Uma versão do tratado em língua diversa daquelas em que o texto foi autenticado só será considerada texto autêntico se o tratado o previr ou as partes nisso concordarem. 
3. Presume-se que os termos do tratado têm o mesmo sentido nos diversos textos autênticos. 
4. Salvo o caso em que um determinado texto prevalece nos termos do parágrafo 1, quando a comparação dos textos autênticos revela uma diferença de sentido que a aplicação dos artigos 31 e 32 não elimina, adotar-se-á o sentido que, tendo em conta o objeto e a finalidade do tratado, melhor conciliar os textos. 
Se for uma escolha dos estados, havendo mais de um texto em mais de uma língua, eles podem escolher uma língua para prevalecer sobre as outras. Outra hipótese, inclusive mais usada pelo brasil, quando o brasil firma tratados cuja língua de origem não tem profissionais do Itamaraty, a exemplo do húngaro, é comum se estabelecer uma terceira versão, em inglês, que servirá como parâmetro de interpretação, estando acima dos outros dois textos. O brasil tem exigido nos últimos tempos que os tratados latino americanos tenham uma versão em português oficial. 
Extinção dos tratados 
Forma mais comum de extinção é por consenso das partes envolvidas, forma autentica. Os tratados podem ser extintos por várias causas naturais – passagem do prazo, convenção das partes, extinção de um Estado- parte. Do mesmo modo, a suspensão dos tratados pode se dar por acordo entre as partes e por outras causas.
 
- Tratados sucessivos sobre o mesmo assunto 
É comum, principalmente na área comercial, que os Estados assinem um tratado depois do outro sobre o mesmo assunto. Se, por exemplo, alguns países firmam um tratado em 48, e posteriormente firmam outro em 62. Como fica essa situação? Aqui, viola a regra de que o posterior prevalece sobre o anterior, mas essa prevalência não é revogatória. Em princípio, se nada for dito, a Convenção de 48 não é revogada pela de 62, salvo o tratado expressamente dispuser expressamente sobre isso ou se houver uma total incompatibilidade entre os textos. O que acontece é que aplicar-se-á a Convenção de 62 nessa matéria, mas também pode-se aplicar a convenção de 48 na medida em que ela seja compatível com a de 62. No que a convenção de 48 contrariar a de 62, os efeitos serão suspensos. Os Estados podem alegar a convenção de 48 desde haja compatibilidade com a de 68.
A parte pode requerer suspensão, deliberação das demais no que se refere a extinção do acordo em razão da violação, por necessidade superveniente do objeto (art.61) que para tal deverá implicar na destruição ou desaparecimento do objeto essencial do tratado, caso possibilidade temporária é cabível uma suspensão. 
A mudança fundamental das circunstancias que afete as obrigações dos tratados a parte prejudicada pode pedir extinção, clausula “ Rebus Sic Stantires”, carga obrigatória do conteúdo do tratado, podendo se extinguir em razão da superveniência dos “sus cogens” ocorrência de uma das causas de nulidade, principalmente da coação. 
4.1 Denuncia
Ou retirada é uma declaração no sentido de desobrigar-se pelo tratado internacional, nem sempre vai extinguir o tratado, art. 56 
Art. 56- 1. Um tratado que não contém disposição relativa à sua extinção, e que não prevê denúncia ou retirada, não é suscetível de denúncia ou retirada, a não ser que: 
a)se estabeleça terem as partes tencionado admitir a possibilidade da denúncia ou retirada; ou 
b)um direito de denúncia ou retirada possa ser deduzido da natureza do tratado.
2. Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze meses de antecedência, a sua intenção de denunciar ou de se retirar de um tratado, nos termos do parágrafo 1. 
Pela leitura do caput, a regra parece ser que não havendo previsão sobre denuncia, o tratado não pode ser denunciado. À rigor, essas duas exceções do art. 56, acabam por tornar a regra a possibilidade de denúncia. Em geral, entende-se que o tratado pode ser objeto de denúncia, mesmo que não haja previsão a respeito. Em princípio, a regra que acaba restando desse parágrafo primeiro é uma regra contrária a do caput. As alíneas a e b acabam por fazer como regra a possibilidade de denúncia. Para não haver denuncia, deve haver uma disposição expressa, ou quando a natureza do tratado impedir a denúncia (tratados cujo objeto a ser executado já se esgotou). Ex- Tratado sobre fronteiras. Os tratadossobre direitos humanos não podem ser objeto de denúncia por conta da proibição ao retrocesso, que é um jus cogens. Há uma proibição do retrocesso também em matéria ambiental. 
O Estado deve formular a denúncia por escrito, direcionada ao depositário do tratado, e ela só produzirá efeitos após doze meses. Faz-se uma notificação, com doze meses de antecedência, e passado esse prazo a denúncia produz seus efeitos. É possível, entretanto, que os Estados-parte, antecipem os efeitos da denúncia. Esse prazo para a denúncia produzir seus efeitos é em favor dos Estados-parte que continuam na relação internacional. A retirada imediata de um Estado de uma relação internacional com base em um tratado, só pode ocorrer diante da violação substancial do tratado, mudança de circunstâncias, impossibilidade do objeto, etc. Mas quando a retirada é imotivada, há de ser feita por essa via
É possível, entretanto, que o Estado que fez a denúncia se retrate, enquanto ela ainda não tiver produzido seus efeitos. A doutrina admite a figura da denúncia parcial, mas indica que ela só será possível nas hipóteses em que couber reserva. O Estado se desobrigará por parte das obrigações do tratado. Não havendo previsão sobre reserva, a denúncia deve ser compatível com o objeto e finalidade, sob pena de ser objetada.
Existem tratados que não podem ser objetos de denúncias, aqueles cuja a execução já se exauriu, tratados executados.
A denúncia só produz efeito após doze meses e as partes podem decidir sobre a produção dos efeitos da denúncia, se os estados que ficam no tratado assim os quiserem. 
 - O presidente pode denunciar um tratado? Caso do “TRATADO OIT” , por enquanto ainda não se sabe pois está em julgamento no STF, mas pela doutrina acredita que ele não pode sem ouvir o Congresso, já que ele é ouvido no início, parte-se da analogia da celebração dos tratados, deveria seguir o mesmo rito. 
RELAÇÕES ENTRE DIREITO INTERNO E INTERACIONAL
Esse assunto vem sendo discutido desde o final do século XIX. E no fim do séc. XIX, um autor alemão chamado Trieper, sustentou a tese de que o ordenamento interno dos Estados seria distinto e desconexo do ordenamento internacional. Então haveria o ordenamento interno, emanado da manifestação soberana interna do Estado, sujeito à jurisdição interna. Para ele, o Direito Internacional seria um outro ordenamento, que serviria para inter-relacionar os Estados, que se vinculariam a esse ambiente jurídico por conta da manifestação soberana externa. Segundo ele, um componente do ordenamento jurídico interno não teria nenhuma relevância para o ordenamento internacional. Ao mesmo passo que, nenhum tratado internacional também não teria relevância no ordenamento interno. De modo que, os juízes internos não levariam em conta os tratados para a resolução dos problemas que conhecia, universo distinto o internacional do interno. Segundo Trieper, seria necessária uma transposição do tratado para que ele fosse aplicado internamente. O tratado não seria aplicado como tratado, mas sim como lei, como ato interno. Teria o mesmo conteúdo do tratado, mas uma outra formatação. Essa teoria é chamada de dualismo. Do mesmo jeito que na arbitragem as normas do ordenamento internacional e não levará em consideração as normas do direito interno. 
Um pouco depois disso, na década de 30, Kelsen, manifestou uma tese no sentido de que Trieper estaria errado. Não existiria dois ordenamentos, porque a soberania é única (soberania uma). O Estado deve se conduzir conforme as normas de Direito interno e Internacional, de maneira que o ordenamento ao qual o Estado está submetido é único, com normas de Direito Interno e Internacional. Essa tese é conhecida como monismo. Kelsen chega a afirmar que na sua concepção o Direito Internacional estaria mais próximo da norma hipotética fundamental do que qualquer outra norma interna. Kelsen afirma que o que havia de mais próximo de uma norma hipotética fundamental seria as normas de direito internacional, seria a carta das nações unidas que estaria mais próxima da norma hipotética fundamental. Isso porque, essa seria a norma que representa o maior consenso da humanidade. Uma norma de Direito Interno representaria uma norma unilateral do Estado. Nessa visão, haveria um único ordenamento envolvendo as normas de Direito Interno e Internacional, e no seu entendimento as constituições e normas de direito interno deveriam se submeter aos tratados internacionais. Mas cada Estado escolhe as leis as quais se submeterá no direito interno e o direito internacional os Estados comungam as normas que vão ser regidos, Kelsen dizia que o ordenamento internacional era a norma hipotética e não estaria errado. 
Com o passar do tempo, alguns autores Kantianos passaram a defender outras teses, embora seguissem Kelsen ao afirmar o monismo, seguiam a ideia de prevalência do Direito Interno, uma vez que os tratados internacionais são sujeitos ao crivo interno. 
O sistema, em verdade, é misto, não existe nenhum pais puramente monista e nem puramente dualista. Antônio Cassese, na década de 80, pôs em causa essa discussão sobre monismo e dualismo, já que todos os países do mundo têm traços dos dois sistemas. Nesse sentido, propôs uma nova classificação. Ele queria analisar todas as constituições do mundo. Para classificar em: constituição que não falam nada sobre o Direito Internacional; constituição que falam do Direito Internacional, mas que o submetem ao crivo de constitucionalidade; constituição que colocam o Direito Internacional acima da constituição, etc. Ele não chegou a nenhuma conclusão, há que seria impossível realizar uma classificação dessa forma, pois não funciona, por causa da criação de caixas especiais de cada Estado, pois cada Estado tem suas peculiaridades, cada pais estabelece sua relação com direito internacional. A constituição reflete o grau de envolvimento de cada Estado com a sociedade internacional.
Nos anos 90 o brasil se envolveu mais no plano internacional, ratificando por exemplo o Pacto de San Rose da Costa Rica, algumas coisas mudaram. O Brasil é um pais dualista com traços monistas. 
A constituição brasileira é bem lacunosa, a primeira questão que se suscitou foi: 
Convenção de Genebra sobre o Cheque 
Nos anos 60, o Brasil ingressou numa relação internacional que resultou da assinatura da Convenção de Genebra sobre do Cheque. A participação do Brasil nesse tratado, nos anos 60, foi muito importante para desenvolver a atividade bancária no Brasil, porque acabou por garantir alguma segurança jurídica aos bancos, no que se refere a regulamentação em do torno do cheque, a possibilidade do protesto, o caráter executivo do título de crédito, etc. 
O problema foi que, depois de o tratado já estar em vigor no Brasil, uma lei federal foi aprovada no Congresso Nacional, modificando o prazo prescricional de seis meses para um ano. A partir de então, iniciou-se uma discussão se a lei federal poderia revogar um dispositivo do tratado. O caso foi julgado pelo STF, e essa decisão resultou no precedente 80004, que tem origem em Sergipe. Esse recurso se tornou um paradigma na jurisprudência do Supremo nessa matéria. O voto vencedor desse recurso se baseou numa interpretação estrutural do art. 105 da Constituição Federal, esse artigo se refere a competência do STJ, mas é importante lembrar que na época de julgamento do recurso não havia STJ, então a competência era do STF (na constituição vigente nessa época, havia esse mesmo dispositivo, mas atribuindo a competência ao STF). O argumento se baseou na localização das palavras “tratado” e “ lei federal”, uma vez que foi alegado que como os tratados e lei federal encontravam-se na mesma alínea, no mesmo dispositivo, por conta disso, presumidamente eles seriam de mesma hierarquia e por conta disso a lei federal poderia revogar um dispositivo do tratado. Esse recurso se reiterou nos anos 70, 80, sem discussão acerca disso. Acaba que virou precedente,tomado como decisão do STF como verdade absoluta.
A doutrina sempre questionou isso, porque significa admitir que a adoção de uma lei federal, revoga um tratado internacional. A partir do momento em que o Brasil revoga o tratado por uma lei ordinária ele passa a descumprir o tratado. Então, ou ele deve apresentar uma reserva, ou uma denúncia total ou parcial. Nesse caso do cheque, no que se refere ao prazo prescricional, o Brasil deveria ter se desobrigado por esse dispositivo.
Pacto de San Jose da Costa Rica 
Nos anos 90 uma nova discussão recolocou esse assunto na agenda, que foi acerca da constitucionalidade da prisão do depositário infiel. Primeiro no que tange ao objeto, a discussão é que a constituição federal, no art. 5 proíbe a prisão civil, mas abre duas exceções que podem ser objeto de previsão legal que são a prisão do devedor de alimentos e do depositário infiel. Em nenhum desses dois casos a prisão terá um caráter penal, punitivo. A prisão tem uma finalidade coercitiva, de coagir o sujeito a cumprir a obrigação. É importante refletir que a Constituição não prevê a prisão por dívida de alimentos e depositário infiel, ela permite esse tipo de prisão, que dependerá de uma lei infraconstitucional que preveja. Há uma diferença entre prever e permitir. 
Em 1993, o Brasil ratificou a Convenção Americana de Direitos Humanas- Pacto de San Jose da Costa Rica. Nessa convenção, no art. 7, §7º há uma previsão de que não haverá prisão civil, senão por dívida de alimentos. 
A primeira interpretação foi no sentido de que teria havido uma incorporação pelo Brasil, do direito do depositário infiel de não ser preso. Isso se deve ao texto do art. 5, §1º, §2º. Na constituição original, não haviam os parágrafos terceiro e quarto da constituição atual. O entendimento que houve, foi o de que a entrada do Brasil no Pacto de San Jose da Costa Rica criava o direito de não ser preso o depositário infiel. Outra parte da doutrina dizia que não, que o tratado estava contradizendo a constituição. Um grande doutrinador, Trindade, na época, entendeu que não havia nenhuma contrariedade entre o Pacto de San Jose da Costa Rica e a constituição, porque a constituição não determina a prisão civil do depositário infiel, ela faculta. 
Não há uma previsão, há uma permissão. Ele diz que o Pacto de San Jose da Costa Rica prevê um direito que foi abraçado pela Constituição, qual seja o do depositário infiel não ser preso por dívida. Isso tem força no art. 5, parágrafo segundo, porque isso dá uma abertura, de modo que esse direito se incorporaria aos direitos constitucionais.
OBS- Na época da ditadura, havia uma grande relação de instabilidade no Brasil. Os militares resolveram estabelecer um diálogo com as indústrias automobilísticas para saber o que elas precisavam para criar segurança e se instalar aqui. Nesse contexto, surge a lei que regulou o contrato de alienação fiduciária e garantia, em que a instituição financeira tem a certeza de que se não houver pagamento pode fazer a busca e apreensão, porque ela é proprietária do bem. Se o bem não for encontrado na busca e apreensão, o dispositivo da lei de alienação fiduciária e garantia converte esse contrato em contrato de depósito, permitindo, em razão disso, a prisão civil do depositário infiel. 
O contrato de depósito é um contrato de confiança, há uma gravidade moral na conduta de quem recebe algo para guardar e a retém no momento em que é pedida a restituição. No contrato de alienação fiduciária e garantia é uma realidade completamente diferente, não há uma confiança, a conversão da alienação fiduciária em depósito é uma ficção. Nesse sentido, foi iniciada uma discussão para saber se a prisão do depositário infiel estava em vigor ou não. Para completar essa situação, veio o código civil e previu a prisão do depositário infiel. Então voltou toda aquela discussão do recurso 80.004.
Existem duas discussões: no plano constitucional, o Pacto de San Jose da Costa Rica cria um direito constitucional novo, que é o do depositário infiel não ser preso por dívida. No plano infraconstitucional, o tratado era posterior a constituição federal, então seria impraticável a prisão do depositário infiel.
Como código civil de 2002, que era posterior ao pacto (ratificado em 93) voltou a ter a prisão do depositário infiel. Nesse momento, caiu a tese infraconstitucional, já que veio posterior, então supostamente revogaria. 
Os constitucionalistas, de um modo geral, entendiam que se o Pacto de San Jose da Costa Rica foi aprovado pelo quórum de lei ordinária, não poderia ser considerado como norma constitucional. Para sê-lo, deveria ser aprovado com quórum de emenda. Os internacionalistas entenderam que a proibição da prisão do depositário infiel seria materialmente constitucional, por força do art. 5, § 1° e 2º, e formalmente infraconstitucional, por ter sido aprovada pelo quórum de lei ordinária.
Em 2004, veio a emenda constitucional, que inseriu o parágrafo terceiro, no artigo quinto, para evitar problemas futuros. 
O STF, em 2009, julgou o RE 466.344 -SP, e nesse julgamento, entendeu que os tratados sobre direitos humanos, anteriores a emenda 45, teriam um caráter supralegal, pois seriam formalmente infraconstitucionais, porém, contendo matéria constitucional. Então, estariam abaixo da constituição, não integrariam o texto constitucional, mas estariam acima das leis, prevalecendo a tese da supralegalidade dos tratados humanos que não foram aprovados como emenda. Nesse julgamento, Celso de Mello acabou puxando o voto vencedor e Gilmar Mendes dá um voto que discute o precedente 80.004. 
O entendimento que prevalece hoje, em razão dessa decisão, sobre os tratados no Brasil, é o de que os tratados são, em geral, normas infraconstitucionais, no mesmo patamar hierárquico das leis ordinárias, salvo se versarem sobre direitos humanos. Nesse caso, teremos duas possibilidades: aqueles aprovados antes da emenda 45 tem caráter supralegal, e os aprovados depois, tem caráter constitucional.
Thiago não acha que os tratados de direitos humanos estejam num patamar de supralegalidade em relação as leis. Quando o Supremo faz isso, ele coloca os tratados na pirâmide do ordenamento jurídico brasileiro. Dentro dessa pirâmide, também estão os tratados que não versam sobre direitos humanos e estão abaixo da CF e acima do patamar das leis. Se olharmos na própria constituição, dentre as normas que compõem o Direito Brasileiro, não encontramos os tratados internacionais.
 O art. 59, dispõe sobre processo legislativo e estabelece quais as normas devem ser adotadas pelo Brasil. Os tratados internacionais não integram o rol de normas do Direito Interno. Para Thiago, os tratados não estão nem abaixo da constituição, nem acima das leis. Eles não estão na pirâmide, são normas internacionais, integram o ordenamento jurídico no plano internacional, e não do plano do Direito Interno. 
Se a manifestação do Estado deve ser condizente com a constituição é possível que o tratado seja submetido ao exame de constitucionalidade? Não. Mas pode haver o controle de constitucionalidade do decreto presidencial que põe em vigor o tratado. A validade do tratado, enquanto ato, não está sujeito à constituição. É um ato internacional, não se torna invalido por contrariar nenhuma constituição do mundo. O que se invalida é o decreto que coloca o tratado em vigor. O tratado não submete a sua validade à conformidade internacional. 
Do mesmo modo, as leis internas também não se invalidam ao colidirem com tratados. Para uma lei ser considerada como valida, deve atender ao procedimento formal e estar em consonância com a constituição. Isso quer dizer que se ela contraria um tratado internacional ela não é invalida, ela é ineficaz. Porque enquanto vigorar o tratado, o Brasil não pode praticar nada que contrarie. A lei é um ato unilateral, que o Estado não pode praticar enquanto vigorar o tratado. Então não há o problema de hierarquia, por isso Thiago não concorda com a ideia de supralegalidade. Porque a constituição não estabeleceu,que as leis devem ser, sob pena de invalidade, compatíveis com o tratado. A produção de efeitos da lei, significa para o âmbito internacional, uma violação do tratado. No que se refere a prisão do depositário infiel é conforme a constituição e lei vale, no entanto, ela é ineficaz, pois se produz efeito o Brasil vai descumprir o tratado. 
Recurso 466343 (leitura obrigatória). 
Lei de anistia 
No que tange a Lei de Anistia, os familiares das vítimas das atrocidades ocorridas reclamaram a inconstitucionalidade dessa lei, porque no Pacto de San Jose da Costa Rica, os direitos cometidos contra aos direitos fundamentais ali previstos são tidos como imprescritíveis. No STF, houve o entendimento de que a lei de anistia é constitucional, pondo fim a discussão sobre a possibilidade de se estabelecer ação penal contra os agentes estatais por atos praticados na ditadura. Quando isso chegou na Corte Internacional de Direitos Humanos, essa Corte condenou o Brasil ao pagamento de indenizações aos familiares da vítima, considerando que a Lei de Anistia viola o Pacto de San Jose da Costa Rica. Então, se instaurou um conflito que está em aberto. O MPF iniciou ação penal contra vários agentes da época da ditadura, com base na decisão da Corte Internacional de Direitos Humanos, não pode ser trancada. O argumento de o STF dizer que a lei constitucional não contradiz o fato de a lei violar o Pacto de San Jose da Costa Rica.
 O que acontece aqui é que a lei não deve ter ser seus efeitos. A lei de anistia não deve prevalecer. O STF terá que decidir se a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos irá retirar a eficácia da lei de anistia, mesmo que ela seja constitucional. Se o STF continuar aplicando a norma, estaria violando o tratado. 
SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL
Estados e Organizações internacionais
Os sujeitos de direito internacional são aquelas entidades que assumem obrigações e direitos em decorrência do ordenamento jurídico internacional. Os sujeitos primário do Direito Internacional são os Estados, já que o Direito Internacional surge a partir da relação interestatal. Já as organizações internacionais são sujeitos em caráter derivado, porque as organizações internacionais surgem do próprio direito internacional, a partir da vontade dos Estados que as constituem, ex: os tratados. 
Pessoa humana 
Já a pessoa humana, é um sujeito de direito internacional sui generis, no sentido de que, enquanto pessoa humana, não cria tratados, nem costumes internacionais. A pessoa humana não assina tratados enquanto pessoa. Mas, a pessoa humana adquire direitos e contrai obrigações em virtude de normas internacionais. A sociedade internacional evoluiu e vem evoluindo na direção de uma acessibilidade direta à pessoa ao ambiente internacional. Portanto, uma pessoa pode, por exemplo, levar diretamente ao conhecimento da Comissão Interamericana de Direitos uma violação ao Pacto de San Jose da Costa Rica. Uma pessoa pode iniciar diretamente um processo na Corte de Direitos da União Europeia. Daí porque a sentença da Corte Interamericana de Direitos confere ao particular, por exemplo, direitos indenizatórios. Isso demonstra que a pessoa humana tem uma relação com as instituições internacionais sem precisar passar pelo Estado. Do mesmo modo, a pessoa humana está sujeita, por exemplo, ao Tribunal Penal internacional. Então, embora as pessoas não participem diretamente da construção do Direito Internacional elas estão submetidas a ele no que tange a direitos e deveres. 
A pessoa humana é destinatária dos efeitos da norma, especialmente no que tangem os direitos humanos.
A sociedade internacional possui muitos outros atores como ONGs, grupos beligerantes, etc. Esses outros atores, embora não sejam sujeitos de Direito Internacional, eventualmente se conectam com a ordem internacional para participar da sociedade internacional.
I – ESTADO SOBERANO 
Elementos constitutivos
Quanto ao surgimento do Estado, pode surgir de diversas formas, a parti do desmembramento de outro Estado (ex: Thequislovaquia ), que tem sido a forma mais comum, mas pode surgir também de uma fusão de outros Estados (Ex: fusão do Estado Alemão pós muro de Berlim).
Pra um Estado ter capacidade no plano internacional ele precisa ter reconhecimento, mas pra ser reconhecido ele precisa ser estável. 
Revela os elementos dos Estados. Em primeiro lugar, soberania não é elemento constitutivo do Estado. Essencialmente, os elementos constitutivos do Estado são: povo, território e governo. Parte da doutrina também inclui a finalidade como um elemento constitutivo do Estado. À rigor, esses elementos são elementos mínimos para a existência de um Estado. 
Povo 
“Povo” é uma expressão que se refere ao coletivo de cidadão, e a cidadania decorre de uma outra coisa, que é a nacionalidade, vinculo que a pessoa estabelece com o Estado. O povo tem direitos políticos e direito de participar da vida política do Estado. Elemento mínimo para se constituir o Estado, não envolve só o povo, submetida a todas as pessoas que se submetem a sua jurisdição. A dimensão humana do Estado não se restringe ao povo, os imigrantes de um modo geral, também fazem parte da dimensão humana do Estado, na medida em que se submetem à jurisdição estatal, estão sujeitos a ela. De maneira que, a partir da perspectiva do âmbito internacional, todas as pessoas que estão sujeitas à jurisdição do Estado, naquele dado momento, compõem a dimensão humana do Estado. Ainda que seja apenas um estrangeiro que está de passagem pelo Brasil. Todas as pessoas que estejam sujeitas, de algum modo à dimensão estatal, podem ser consideradas como elemento humano do Estado. Os nacionais que vivem em outros países também são consideradas como elemento humano do Estado, porque possuem deveres perante o Brasil ainda que seja residente permanentemente no exterior. Também possuem direitos, como o direito de votar. A dimensão humana de um Estado é muito fluida e possui tentáculos em relação as pessoas que estão espalhadas pelo mundo. É possível que uma mesma pessoa esteja sujeita a mais de um Estado, por exemplo. É o caso de um imigrante, que se sujeita à jurisdição do Estado local e do seu país de origem. A dimensão mínima do Estado é o povo, mas a dimensão em si não se restringe só a isso. Até a própria constituição faz referência aos estrangeiros residentes no Brasil. O cidadão tem vínculo permanente, mesmo fora do seu Estado nato.
Território 
O território é o espaço do globo delimitado nas fronteiras do Estado onde ele exerce com plenitude a sua jurisdição é mais ampla que seu território. Elemento mínimo, também. A dimensão territorial envolve subsolo e espaço aéreo, faz parte da dimensão do Estado e da sua soberania. É claro que em qualquer das dimensões, seja no subsolo, seja na superfície, seja no espaço aéreo, a convivência com demais Estados impõe concessões. Então, por exemplo, em uma bacia hidrográfica internacional normalmente há lençóis freáticos internacionais, o que impõe limites a exploração dele. O Estado não pode explorar livremente lençóis freáticos internacionais. Há limites na própria disposição que o Estado tem na sua área territorial. O mesmo ocorre no espaço aéreo, a liberdade de navegação aera é consagrada nos mesmos termos que a navegação marítima. Convenções internacionais regulam a questão da liberdade, o direito de as aeronaves passarem sobre o território dos Estados. Os Estados é, claro, tem o direito de monitorar a passagem, mas a passagem é livre.
A soberania do Estado não se exerce só sobre esses espaços. Ela também é exercida sobre as costas. A plenitude do exercício da soberania vai se esvaindo conforme o Estado se distancia da costa, daí a questão da plenitude. No mar territorial o Estado exerce soberania plena. Já na zona continua exclusiva, a soberania é mais mitigada. Território mesmo é o local onde o exerce a sua soberania em caráter pleno. Mas a dimensão territorial envolve também esses espaços onde o Estado não exerce sua soberania de caráter

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