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NCPC - Das Partes e seus Procuradores

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DAS PARTES E SEUS PROCURADORES
RELAÇÃO JURIDICA PROCESSUAL
Toda relação jurídica que se instaura tem por finalidade a modificação, extinção ou criação de algum efeito jurídico.
No processo se desenvolve a relação jurídica surgida entre os litigantes e o Estado-juiz. Essa relação é complexa porque é impulsionada pela prática de vários atos processuais ordenados das partes e do juiz (atos de criação e modificação), todos visando levar o procedimento até a obtenção de sua finalidade precípua, a tutela jurisdicional (ato extintivo). Tal fim é obtido mesmo que as partes não exerçam suas faculdades processuais e deixem de praticar os atos de movimentar, ao do processo, pois, muito embora a jurisdição) seja inerte, a relação jurídica processual se movimenta pelo princípio do impulso oficial, incumbindo ao juiz levar o processo até seu final, analisando ou não o mérito da causa.
A relação jurídica processual e de direito público, na medida em que regula o relacionamento entre as partes e um órgão estatal investido da jurisdição e de todo independente da relação jurídica de direito material existente entre os litigantes. Toda ela é desenvolvida sem vínculo direto entre as partes, pois os efeitos visados pelos atos processuais por elas praticados só serão gerados após a análise formal e deferimento do juiz (relação angular).
A	B
São, então, sujeitos da relação jurídica processual e, por consequência, do processo, o juiz e as partes.
CONCEITO DE PARTE
Partes são aquelas que participam da relação processual existente com o Estado-juiz, exercem as faculdades que lhes são oferecidas, observam os deveres a elas impostos e sujeitam-se aos ônus processuais.
Conforme o procedimento escolhido ou a fase processual, a denominação da parte varia. Por exemplo, "autor" e "réu" são expressões utilizadas nos processos de conhecimento; "credor" e "devedor na execução; "excipiente" e "êxito", nas exceções; "denunciante" e "denunciado", na denunciação da lide etc.
FACULDADES, DEVERES E ÔNUS PROCESSUAIS
FACULDADES PROCESSUAIS
As partes, na defesa de seus interesses e buscando formar o convencimento daquele que irá proferir a decisão sobre o litisconsórcio instaurado, adquirem, por forma da relação jurídica processual, a faculdade de praticar os atos destinados ao exercício do direito de ação e de defesa, como, por exemplo, o direito de produzir provas, recorrer, comparecer aos atos processuais etc.
DEVERES PROCESSUAIS
De outro lado, surgem também deveres impostos as partes, participantes que são de um instrumento público, cujo descumprimento poderá acarretar sanções não só no próprio processo civil (litigância de má-fé), como até mesmo na esfera criminal (desobediência). É exemplo de dever processual atuar no processo com lealdade, urbanidade e boa-fé.
ÔNUS PROCESSUAIS
São faculdades processuais concedidas as partes, as quais, apesar de não obrigatórias, geram ao desidioso um prejuízo na relação jurídica processual, consistente em passar a ostentar situação desvantajosa perante aquele que irá decidir a lide. Exemplo típico é o da contestação. Muito embora ninguém seja a ela obrigado, a ausência de contestação gera uma desvalia processual ao réu, o estabelecimento da presunção de veracidade dos fatos alegados como constitutivos do direito do autor, possibilitando o julgamento antecipado da lide.
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL E SUBSTITUIÇÃO DE PARTE
Conforme já visto, o titular da ação é o titular do direito material violado (legitimação ordinária). Só quando a lei permitir é admissível que terceiro venha a juízo tutelar direito alheio, em nome próprio (legitimação extraordinária). A substituição processual é, portanto, sinônimo de legitimação extraordinária, agindo o substituto na defesa do interesse que não Ihe pertence.
Esse instituto não pode ser confundido com a substituição de parte, a qual significa a alteração da pessoa que figura em um dos polos do processo.
Após estabilizada a demanda, nosso ordenamento só permite a substituição das partes originárias em caso de falecimento, mediante a suspensão do feito até que se proceda a habilitação dos sucessores ou do espólio e contanto que o direito de ação não seja intransmissivel, pois nesse caso deverá ser o processo extinto (CPC, artigo 487).
Nem mesmo a eventual alienação do objeto litigioso implica alteração das partes. 
Pelo contrário, a transferência do direito material versado nos autos, após a citação válida, é irrelevante para o processo, vez que ele prosseguira até seu final com as partes originarias, a não ser que haja concordância destas quanto a substituição em um dos polos, comunicada nos autos até o saneamento do feito. Senão, ao adquirente do objeto ou direito litigioso resta, caso assim deseje, intervir na causa como assistente simples do alienante.
CAPACIDADE DE ESTAR EM JUIZO E CAPACIDADE PROCESSUAL
 	Qualquer pessoa que possua capacidade de ser sujeito de direitos e obrigações na vida civil tem capacidade de estar em juízo. Equivale ela a personalidade civil. Determinadas ficções jurídicas processuais tem capacidade de estar em juízo, muito embora não possuam personalidade civil, tais como o nascituro e as pessoas meramente formais (massa falida, espolio e condomínio), as quais podem atuar como partes nos processos de seus interesses, desde que corretamente representadas (genitora, síndico e inventariante).
Já a capacidade processual (legitimatio ad processum), a princípio, segue as regras da capacidade de exercício do Código Civil. Como a relação jurídica processual implica atos de manifestação de vontade, exige a lei processual os mesmos requisites integrativos da vontade daqueles que, seja por forca da idade, seja por forca de alguma debilidade mental, não tenham vontade plena.
Logo, muito embora o menor impúbere possa ser parte em uma demanda (capacidade de estar em juízo), para que exerça regularmente as faculdades ou se sujeite aos ônus processuais validamente, deve estar sempre acompanhado de seu representante legal (ausência de capacidade processual). 
Este não assume a posição de parte no lugar do menor, mas apenas comparece nos autos para representá-lo e suprir sua incapacidade. Da mesma forma, a pessoa jurídica deverá comparecer no processo devidamente representada por quem seus estatutos designarem.
O direito processual civil impõe, ainda, algumas limitações especiais a capacidade processual, em virtude do interesse público inerente ao processo e pela necessidade de observância do princípio do contraditório e da ampla defesa. São os casos do réu preso, que demanda em seu favor a nomeação de um curador especial, e as hipóteses do artigo 73, que exigem a outorga uxória ou material entre os cônjuges. Neste último caso e possível a obtenção do suprimento judicial, quando a recusa não for justificada (CPC, artigo 74).
 	Não pode a capacidade processual ser confundida com a legitimatio ad causam, condição da ação. A primeira é pressuposto processual cuja ausência gera a nulidade do processo, por ausência de existência e validade da relação jurídica, enquanto a ausência da segunda gera a extinção do processo sem julgamento de mérito, por carência de ação.
A irregularidade da representação das partes é matéria de ordem pública e comporta reconhecimento de oficio pelo juiz, o qual deverá determinar sua regularização em prazo razoável. Se o vício for apresentado pelo autor da demanda e este não o sanar no prazo assinalado, será o processo extinto. Se a desídia em regularizar for do réu, devera o processo seguir a sua revelia.
DO ADVOGADO
CAPACIDADE POSTULATÓRIA
Em sendo o processo instrumento objeto de direito positivado, com regras técnicas próprias de quem tenha o conhecimento das leis, somente aquele habilitado em curso superior jurídico tem capacidade de postular em juízo. O advogado é o técnico em direito que representa a parte em suas postulações no processo e no exercício das suas faculdades processuais. É sua exclusividade a capacidade postulatória, sendo absolutamente nulo o processo no qual aparte se faça representar por quem não detém habilitação legal para o exercício da advocacia.
A lei excepciona essa regra geral, possibilitando a postulação diretamente pela parte:
quando advoga em causa própria (CPC, artigo 103, § único);
mesmo quando não sendo advogado, não houver causídico no lugar ou os que existam tenham recusado o patrocínio da causa. Essas pessoas são conhecidas como rábulas (CPC, artigo 103);
nas causas de competência do juizado especial cível, quando seu valor não ultrapassar vinte salários mínimos.
O MANDATO JUDICIAL
Para que a representação da parte pelo advogado seja válida e necessária a outorga de mandato, por instrumento público (obrigatório para os analfabetos) ou particular. Para a pratica de atos no processo basta que a procuração faca referenda a clausula ad judicia (CPC, artigo 105), com exceção dos atos processuais de desistência, confissão ou recebimento de citação, que demandam poderes específicos. Já os atos da vida civil, como a transação, renúncia ao direito, receber e dar quitação, reconhecer a procedência do pedido e firmar compromissos, não estão acobertados pela clausula judicial referida, exigindo disposição expressa no mandato.
A procuração jamais pode ser dispensada. Entretanto, medidas de urgência podem ser praticadas sem mandato, desde que no prazo máximo de trinta dias seja ele exibido no processo (validação), sob pena de inexistência do ato e responsabilização do advogado pelas custas, perdas e danos gerados no processo.
Considerando que a lei civil ainda exige tal formalidade no mandato, o reconhecimento da assinatura da parte só deve ser dispensado quando a procuração outorgar apenas os poderes da cláusula ad judicia, sendo exigido quando ela trouxer em seu bojo poderes para atos da vida civil.
SUBSTITUIÇÃO DO ADVOGADO
Pode dar-se pela vontade da parte manifestada nos autos (revogação do mandato). Neste momento, o autor devera constituir outro causídico, sob pena de extinção do processo. Se a revogação partir do réu e a nomeação do novo patrono não for realizada, prosseguira o feito a sua revelia.
Em se tratando de renúncia ao mandato pelo próprio advogado, somente terá eficácia no processo se houver prova escrita da cientificação do patrocinado, prosseguindo o causídico na defesa, se necessário, pelo prazo de dez dias de sua juntada aos autos.
Por fim, se sobrevier incapacidade ou morte do patrono da parte, o feito será suspenso por vinte dias, para constituição de novo defensor pela parte, sob as penas de extinção ou revelia já referidas.
O MINISTÉRIO PÚBLICO NO PROCESSO CIVIL
O Ministério Público tem por função constitucional (CF, artigo 129) a defesa, no âmbito civil, dos interesses públicos, sociais, difusos e coletivos. A regulamentação e a determinação das hipóteses dessas funções vem expressas em diversas leis especiais, tais como a Lei do Mandado de Segurança, a Lei da Ação Civil Pública, o Código de Defesa do Consumidor etc. As disposições do Código de Processo Civil hoje são insuficientes, ante o aumento das atribuições civis do Ministério Público, decorrente da manifestação das lides e da opção atual do legislador pela criação de meios de defesa coletiva dos interesses comuns da sociedade.
O MINISTÉRIO PÚBLICO COMO PARTE (CPC, artigo 177)
Nessa qualidade, tem o Ministério Público legitimidade extraordinária para ajuizar as ações expressamente previstas em lei, agindo em nome próprio mas na defesa de interesse que não lhe pertence (substituto processual), cabendo-lhe os mesmos direitos e ônus que as partes.
Além da função natural de defesa dos interesses públicos, por vezes a ele e atribuída legitimidade para a defesa de terceiros, quando a lei expressamente equiparar tais interesses privados alheios ao interesse público,
Como exemplo de legitimidade para a defesa dos interesses públicos propriamente ditos, podemos citar a Lei n. 7.347/85 (Ação Civil Pública), a Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), a ação de nulidade de casamento (CC/2002, artigo 1.549; CC/16, art. 208), a ação rescisória (CPC, artigo 966) etc.
J a na defesa do interesse privado equiparado temos a ação civil ex delicto (CPP, artigo 68), o pedido de interdição (CPC, artigos 747, IV e 748), a ação de investigação da paternidade (Lei n. 8.560/92, artigo 2ºi, § 4ºi) etc.
O MINISTÉRIO PÚBLICO COMO FISCAL DA LEI
Essa função vem prevista no artigo 178. Diferentemente de quando é parte, assume o Ministério Público nessas hipóteses verdadeira posição de sujeito especial do processo, cuja presença e demandada pelo interesse público na correta aplicação da lei.
Entre as ires hipóteses estabelecidas, as duas primeiras demandas (CPC, artigo 178, I e II) versam sobre direitos privados, mas, ou em virtude da hipossuficiência de uma das partes (incapazes), ou em decorrência da natureza do direito material em litigio, tutelado de maneira especial pelo Estado, exige o legislador um maior controle na correta aplicação da lei.
Ante a ausência de determinação legal expressa, podem surgir duas formas distintas de intervenção ministerial.
 	A primeira forma é a espontânea, mediante requerimento voluntário do Ministério Público para ingresso no feito, por manifestação justificada. Caso o requerimento seja aceito pelo juiz da causa, sua habilitação estará completa. Do contrário, da decisão de indeferimento caberá recurso de agravo de instrumento ao tribunal hierarquicamente superior.
A segunda forma é a provocada, através de despacho judicial em que se reconheça a presença do interesse público. Compete exclusivamente ao Ministério Público a análise da pertinência da sua participação nos processos judiciais, por força de sua autonomia constitucional. Em sendo aceitas as motivações da decisão judicial, passará ele a intervir nos autos. Caso contrário, devera manifestar-se nos autos justificando a sua recusa e possibilitando ao juiz a aplicação do artigo 28 do Código de Processo Penal, por analogia, com remessa dos autos ao Procurador Geral de Justiça para análise do cabimento da intervenção. Ratificada por este a recusa, seguira o feito sem a intervenção do Ministério Público. Em entendendo o procurador ser caso de intervenção ministerial, designara outro promotor de justiça para atuar no feito, por delegação.
VANTAGENS PROCESSUAIS DO MINISTÉRIO PUBLICO
Considerando a natureza especial da função do Ministério Público, a lei processual estabelece em seu favor diversas vantagens processuais. Tais regras especiais não são benefícios estabelecidos em favor da instituição em si, mas sim para possibilitar uma melhor defesa dos interesses públicos em jogo. Na realidade, consistem na aplicação da verdadeira isonomia substancial (tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais). Em síntese, são elas:
a) necessidade de intimação pessoal do representante do Ministério Público de todos os atos do processo, ao contrário das partes, intimadas, via de regra, pelo Diário Oficial da União ou do Estado;
b) não-sujeição ao pagamento antecipado de custas nem a condenação em verbas de sucumbência;
c) manifestação em último lugar, quando o Ministério Público atuar como fiscal da lei;
d) prazo em dobro para se manifestar, quando atuar como parte. Polêmica ainda persiste na jurisprudência quanto a extensão desse benefício ao Ministério Público nas funções de fiscal da lei, ante o que dispõe o artigo 188. Muito embora a interpretação meramente gramatical indique para a aplicabilidade do prazo em dobro apenas quando exercendo as funções de parte, a análise de que o benefício e estabelecido em favor do interesse público em jogo indica para a necessidade de interpretação extensiva da norma, aplicando-se o prazo especial em todas as hipóteses de atuação do Ministério Público.
Por fim, a ausência de intervenção do Ministério Público em feito no qual sua presença era obrigatória gera a nulidade absoluta do processo, abrindo azo até mesmo para a ação rescisória (CPC, artigo 967, III, a).

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