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Resumo discursivo sobre o documentário LEVA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
PLANEJAMENTO EM GEOGRAFIA
HUDSON SILVA ROCHA
RESUMO/DISCUSSÃO DO DOCUMENTÁRIO “LEVA” (2012)
	A migração nordestina teve grande relevância na história da migração no Brasil. Devido ao auge da industrialização, entre as décadas de 1960 e 1980, a migração para a região Sudeste, em especial aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, foi intensa. As capitais destes estados tornaram-se "terras de oportunidades". Entre as décadas de 1980 e 1990 o fluxo migratório para o Sudeste diminuiu e surgiram também migrações para a região do Distrito Federal e também para o Amazonas.
	A imensa maioria dos migrantes nordestinos, que estão em São Paulo, desempenha funções braçais de baixa remuneração, trabalhos domésticos, vivem do comércio informal ou estão desempregados. Além de preencher o subemprego, os migrantes nordestinos e seus descendentes também figuram como os principais moradores das periferias da cidade, e muitos se tornam até moradores de rua, submetidos às péssimas condições de vida e a discriminação regional.
	Em contrapartida aos “sem-teto”, há um grande contingente de propriedades desocupadas na cidade. O direito de propriedade está claro na Constituição da República do Brasil: “se o proprietário não acata aos princípios que gere o direito de propriedade, se sua terra descumpre a função social que lhe é imposta, o interesse social estará descumprido e o descumprimento deste princípio será punido com a desapropriação”. Nesse âmbito, há grupos sociais que se organizam interessados em ocupar tais propriedades que se encontram inabitadas.
	O Estado deveria implantar políticas públicas efetivas, com vasto empenho orçamentário e ações concretas inteiramente voltadas ao resgate de moradores de rua, à erradicação de favelas e de moradores de risco. Assim, o grande problema da falta de moradia para tantos cidadãos é a ausência de políticas públicas, mas ocorre também devido a uma política que sempre está voltada para os interesses individuais, deixando de lado os menos favorecidos.
	Logo, se reconhece o direito à moradia como elemento constitutivo para a aquisição do domínio de áreas urbanas abandonadas e que não cumprem a função social, sendo, então, utilizadas para fins de moradia por pessoas. Pois, desde o início da formação de nossa sociedade, a desigualdade social sempre esteve presente, impossibilitando, assim, o acesso de todos os cidadãos à moradia. Como exemplo tem o Edifício Mauá, no centro de São Paulo e abandonado a mais de 20 anos, foi ocupado em março de 2007 por diversas famílias, que através dos movimentos de moradia “apropriaram” e a reivindicaram sua transformação em habitação de interesse social.
	Esses movimentos organizam-se em prol do direito à moradia, no qual são grandes conhecedores da cidade, verificando os prédios que não cumprem sua função social. Com a superioridade do número de prédio abandonados em relação à quantidade de moradores de rua, se preparam para ocupações, para proporcioná-los habitação digna e de baixo custo.
	Entranto, muitos problemas surgem quando se especula uma possível reintegração de posse desses imóveis. De acordo com a lei brasileira, após cinco anos de ocupação entra-se com o pedido de usucapião, para que haja a total posse do imóvel. A reintegração de posse sempre é um momento difícil para as famílias, logo os movimentos iniciam articulações e idealizações de novas possibilidades, para que todo o esforço não tenha sido em vão.
	Outro problema é a imagem que muitos vislumbram dos movimentos: a do vandalismo. Essa é uma barreira que deve ser destruída, pois são compostos por muitas pessoas e famílias dignas e trabalhadoras, que estão defendendo o direito à moradia, em busca de uma vida menos sofrida em relação às mazelas sociais criadas pela produção capitalista. Tentando acabar com essa visão, usando o caso do Edifício Mauá, moradores coletivamente fizeram o embelezamento do edifício.
	Em casos como esse, no qual edifícios particulares não cumprem a sua função social, deveria haver um levantamento por parte do governo para que o mesmo sirva de moradia para os sem-teto, mas com um cadastro como forma de controle de posse ao imóvel, ao invés de serem apenas edifícios “fantasmas”, onde possivelmente seria um ponto de tráfico e usuários de drogas e de acúmulo de lixo, sujeito a proliferação de doenças.

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