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Toginho Filho, D. O., Zapparoli, F. V. D., Pantoja, J. C. S., Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral Departamento de Física Universidade Estadual de Londrina, Fevereiro de 2012. OSC 1 - Pêndulo Simples 1 01 - Conceitos relacionados Pêndulo simples, período, frequência, amplitude, oscilação harmônica. 2 - Objetivos Verificar a dependência do período de oscilação do pêndulo simples com a massa oscilante, com o comprimento do fio e com o deslocamento angular máximo. Obter o valor da aceleração da gravidade local. 3 - Método utilizado Mede-se a duração do período de oscilação de um corpo de massa m suspenso por um fio inextensível, que é deslocado de sua posição de equilíbrio e posto para oscilar sujeito à aceleração da gravidade. 4 - Equipamentos 1 base em Y para suporte universal 1 haste metálica de 70 cm 1 haste metálica de 20 cm (com furo) 1 mufa 1 conjunto de massas aferidas 1 trena 1 cronômetro digital 3 metros de fio de polipropileno 1 transferidor 5 - Fundamentos Teóricos Um pêndulo simples é um sistema composto por partícula de massa m, ligada a um fio de comprimento L que se move em uma trajetória dentro em um arco de circunferência com raio R (R=L), conforme o diagrama apresentado na Figura 1. As forças que agem sobre a partícula são a forças peso P = mg e a tensão T do fio. Adotando um referencial de coordenadas polar, a componente tangencial da força resultante é descrita pela expressão: senmgFT . (1) Sendo FT a força tangencial e θ o ângulo formado entre o fio do pêndulo e a direção vertical. A equação para o movimento ao longo do perímetro do arco, também chamado de movimento tangencial é: TT amF . (2) Sendo atg a aceleração aplicada à partícula na direção do movimento, também chamada aceleração tangencial. Figura 1 - Diagrama da decomposição de forças em um pêndulo simples, com fio de comprimento L e partícula de massa m. A variação da posição angular (θ) da partícula ao longo de uma trajetória circular, por unidade de tempo é chamada velocidade angular ω. Assim podemos definir a velocidade angular ω como: dt d (3) A velocidade escalar da partícula, também chamada velocidade tangencial está relacionada à velocidade angular através da seguinte expressão: Ltg v (4) Sendo L o raio da circunferência descrita pela partícula durante o movimento. Aplicando a expressão (3) na expressão (4), temos: Toginho Filho, D. O., Zapparoli, F. V. D., Pantoja, J. C. S., Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral Departamento de Física Universidade Estadual de Londrina, Fevereiro de 2012. OSC 1 - Pêndulo Simples 2 dt dLtg v (5) Sabendo que a aceleração é a variação da velocidade em função do tempo, a aceleração tangencial é descrita como: dt d a tgtg v (6) Substituindo a expressão (5) na expressão (6), temos: 2 2 dt dLatg (7) A expressão (7) descreve a aceleração tangencial em função do comprimento do fio e do ângulo θ. A equação do movimento tangencial é obtida com a substituição das expressões (1) e (7) na expressão (2): 2 2 . dt dLmmgsen Simplificando e organizando os termos da equação anterior temos: 0.2 2 senL g dt d (7) Considerando a validade da equação acima apenas para ângulos muito pequenos, fazendo a aproximação em que senθ θ, a equação anterior é reescrita como: 0.2 2 L g dt d (8) A equação (8) é a equação diferencial que descreve o movimento harmônico simples, cuja solução é: ( / )msen g Lt (9) onde θm é o ângulo máximo da oscilação (amplitude angular. O movimento do pêndulo é periódico, pois qualquer posição θ volta a se repetir após o mesmo intervalo de tempo. O tempo de duração de um ciclo completo é chamado período do movimento, T, e pode ser obtido pela equação (9), se considerarmos que o deslocamento angular de θm corresponde a T/4, ou seja, um quarto do ciclo completo, percorrido no tempo T. Assim, para um deslocamento angular θ=θm , o tempo decorrido t = T/4, que substituído em (9), resulta em: 2 LT g (10) Expressão válida apenas para oscilações de pequenas amplitudes (θm< 8o), quando então o período de oscilação de um pêndulo depende apenas do comprimento L do fio, já que a aceleração da gravidade g se mantém constante em um determinado ponto da Terra. Se a amplitude de oscilação não for pequena, a equação geral do período apresenta dependência com o ângulo máximo, θm, na forma: )2(4 3 2 1)2(2 11 42 2 2 2 20 mm sensenTT (11) onde g LT .20 e θm é o deslocamento angular máximo. A precisão do período de oscilação dependerá do número de termos da série acima. 6 - Montagem e procedimento experimental Prática 1 - Dependência com a massa 1. Montar o pêndulo no suporte utilizando uma massa 50 gramas e um fio de polipropileno ligado ao suporte que passa por um gancho superior; 2. Ajustar o comprimento do fio em 100 cm; 3. Ajustar a posição do suporte universal sobre a bancada para delimitar a amplitude de oscilação; Toginho Filho, D. O., Zapparoli, F. V. D., Pantoja, J. C. S., Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral Departamento de Física Universidade Estadual de Londrina, Fevereiro de 2012. OSC 1 - Pêndulo Simples 3 4. Colocar o pêndulo para oscilar deslocando a massa de um ângulo pequeno (5 cm de amplitude, em relação a direção vertical do equilíbrio da massa); 5. Medir o tempo de duração de uma série com 10 períodos de oscilação, para depois se obter a duração de um único ciclo (período T). Repetir as medições de cada série no mínimo 3 vezes, ou seja, realizar 3 conjuntos de medidas, cada um deles com 10 medições. Não se esquecer de ajustar o comprimento do fio para 100 cm, a cada nova massa; 6. Repetir o procedimento anterior para corpos com massas de 100 g, 150 g, 200 g e 250 g; 7. Organizar os valores obtidos em uma tabela (Tabela I) estruturada de forma que descreva de claramente as medidas realizadas, anotando para cada valor da massa o seu erro; Prática 2 - Dependência com o comprimento do fio 1. Montar o pêndulo no suporte utilizando uma massa 100 g e um fio de polipropileno ligado ao suporte que passa por um gancho superior; 2. Ajustar o comprimento do fio em 200 cm; 3. Ajustar a posição do suporte universal sobre a bancada para delimitar a amplitude de oscilação; 4. Colocar o pêndulo para oscilar deslocando a massa de um ângulo pequeno (10,0 cm de amplitude em relação a direção vertical do equilíbrio da massa); 5. Medir o tempo de duração de uma série com 10 períodos de oscilação, repetindo a série no mínimo 3 vezes (3 conjuntos de 10 séries de medições), para depois ser calculado a duração de um único ciclo; 6. Repetir os procedimentos 2 até 5 para o fio para o comprimento de 170 cm e amplitude de 8,5 cm, de 140 cm de comprimento e amplitude de 7,0 cm, de 110 cm de comprimento e amplitude de 5,5 cm e 80 cm de comprimento e amplitude de 4,0 cm, mantendo a massa constante em 100 g. Use o transferidor para medir o ângulo máximo de oscilação (θm). Note que ele será mantido constante nos diferentes comprimentos do fio. 7. Organizar os valores obtidos em uma tabela (Tabela II) estruturada de forma que descreva de claramente as medidas realizadas. Prática 3 - Dependência com o ângulo deoscilação 1. Montar o pêndulo no suporte, utilizando uma massa de 100 g e um fio de polipropileno com comprimento ajustado em 100 cm; 2. Ajustar a posição do suporte universal sobre a bancada para delimitar a amplitude de oscilação; 3. Colocar o pêndulo para oscilar deslocando a massa de um ângulo pequeno (10 cm de amplitude em relação a direção vertical do equilíbrio da massa); 4. Medir o tempo de duração de 10 ciclos de oscilação; 5. Repetir os procedimentos de 3 a 4, mantendo o valor da massa e o comprimento do fio, mas variando o ângulo máximo (amplitude angular) de oscilação, θm, alterando a amplitude linear entre 10 cm a 100 cm, em intervalos de 10 cm; 8. Organizar os valores obtidos em uma tabela (Tabela III) estruturada de forma que descreva de claramente as medidas realizadas. 7 - Análises 1. Com os dados da Tabela I construir um gráfico da grandeza 10.T em função da massa (Gráfico1). Note que para cada valor de massa serão 3 valores (no mínimo) de 10.T; 2. Verificar se há alguma tendência da variação de T com a massa (aumento, diminuição, espalhamento dos valores). Interpretar e explicar os resultados; 3. Acrescentar na Tabela II uma coluna, calculando o valor médio do período T de duração de um único ciclo de oscilação, para cada comprimento do fio; 4. Construir um gráfico do período T (valor médio) em função do comprimento L do fio (Gráfico 2); 5. Fazer o ajuste dos pontos experimentais utilizando uma função apropriada; 6. Avaliar os parâmetros de ajuste, correlacioná-los com a equação (10), e fazer os comentários pertinentes; 7. Utilizar a equação (10) para calcular o valor da aceleração da gravidade local, g; 8. Acrescentar na Tabela III três novas colunas: uma para o valor do período T, outra para o cálculo da amplitude angular máxima de oscilação, θm, em graus e outra para o sen(θm/2) Toginho Filho, D. O., Zapparoli, F. V. D., Pantoja, J. C. S., Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral Departamento de Física Universidade Estadual de Londrina, Fevereiro de 2012. OSC 1 - Pêndulo Simples 4 9. Construir no aplicativo de tratamento de dados, um gráfico de T em função de θm (Gráfico 3); 10. Ajustar os pontos experimentais do Gráfico 3 com uma função apropriada; 11. Construir no aplicativo de tratamento de dados, um gráfico de T em função de sen2(θm/2) (Gráfico 4); 12. Ajustar os pontos experimentais do Gráfico 4 com uma função apropriada; 13. Avaliar o resultado do ajuste de linearidade com a equação (11) considerando apenas os termos até sen2(θm/2), e fazer os comentários pertinentes; 14. O pêndulo devidamente calibrado poderia ser usado para medir o tempo? Como seria os ajustes deste pêndulo para se medir um intervalo de tempo arbitrário? Referências Bibliográficas 1. Halliday, D., Resnick, R., Walker, J. – “Fundamentos de Física 2” - São Paulo: Livros Técnicos e Científicos Editora, 4a Edição, 1996. 2. Mathematical pendulum, disponível em: http://www.fizika.org/skripte/of- prakt/of-praktikum.html, acessado em 02/03/2009.
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