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Regulação da motilidade e secreção do TGI

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Resumo Aula 6 - Regulação da motilidade e secreção do TGI 
 
A regulação das atividades que são realizadas pelo trato gastrointestinal, tais 
como motilidade e secreção, é dividida em regulação extrínseca e intrínseca. A 
regulação extrínseca se resume às decisões que são tomadas pelo sistema nervoso 
central (SNC), por meio de reflexos longos (já que o estímulo tem que viajar até o 
cérebro para promover uma resposta). Na regulação intrínseca, quem toma as 
decisões é o sistema nervoso entérico (SNE), por meio de reflexos curtos (já que o 
estímulo não precisa viajar até o cérebro); essa regulação também é realizada por 
hormônios do TGI. 
O SNE controla maior parte das funções do TGI e é parte do sistema nervoso 
autônomo. Pode também atuar independente do SNC, pois nesse é necessário que o 
estímulo chegue ao cérebro para elaboração de respostas, já no sistema nervoso 
entérico, os estímulos precisam alcançar apenas os plexos nervosos do TGI, o que 
reduz a velocidade de resposta, pois esses plexos se localizam na parede do próprio 
TGI. 
Os plexos do SNE são redes de neurônios e são classificados de acordo com sua 
localização: plexo submucoso e plexo mioentérico. O plexo submucoso regula 
principalmente as secreções. Por se localizar entre a camada submucosa e o músculo 
circular, o plexo submucoso está mais próximo das glândulas secretoras. Os receptores 
químicos localizados na membrana intestinal percebem as mudanças nas 
concentrações de nutrientes no lúmen e enviam estímulos para o plexo submucoso, 
que envia respostas às glândulas secretoras. Já ao plexo mioentérico é delegada a 
função de controle principalmente da motilidade. Esse plexo, por sua vez, se localiza 
entre o músculo circular e o músculo longitudinal, tornando mais fácil o envio de 
comandos aos músculos em respostas a estímulos de distensão do TGI percebidos 
pelos receptores mecânicos. 
O controle extrínseco se baseia nos órgãos do sentido para percepção do 
ambiente, seja em uma situação onde há comida disponível ou uma situação de perigo 
eminente para o animal. Na situação de perigo ou também conhecida como reação de 
fuga ou luta, a subdivisão do sistema nervoso autônomo responsável pelas respostas é 
o SN simpático. Nesse sistema, a liberação de norepinefrina inibe a motilidade e as 
secreções do TGI, e também promove o fechamento do piloro. Por outro lado, quando 
o animal se encontra calmo e relaxado, o sistema que atua é o parassimpático, com o 
neurotransmissor acetilcolina, que age de forma oposta a norepinefrina, estimulando a 
motilidade e secreções do TGI. 
Quando o animal tem a percepção de que há comida disponível, ocorre a fase 
cefálica do controle extrínseco, na qual visão, gosto, cheiro ou pensamento de comida 
é passado para o SNC, que transmitirá pelo nervo vago impulsos para estimular as 
glândulas salivares e o plexo mucoso. O plexo mucoso estimulará a secreção das 
células mucosas, das células principais, células parietais e células G, dando assim início 
ao processo digestivo. 
A regulação intrínseca depende da presença do alimento no TGI, estimulando 
receptores químicos e mecânicos e promovendo respostas de secreção e motilidade. 
Além disso, a regulação intrínseca é feita também pelos hormônios do TGI, sendo os 
principais: a gastrina, secretina, colecistoquinina (CCK) e o polipeptídeo inibidor 
gástrico (PIG). Cada um deles é produzido em determinado lugar por diferentes células 
e exercendo diferentes funções para uma melhor e mais completa regulação da 
digestão. 
A gastrina é secretada pela célula G, no estômago. A célula G é estimulada a 
produzir gastrina por meio de estímulos cefálicos (extrínsecos) e quando há presença 
de alimento no estômago (distensão do estômago e aumento da concentração de 
proteínas no seu conteúdo interno; intrínsecos). Por outro lado, essas células são 
inibidas com o abaixamento do pH estomacal. A gastrina tem como funções estimular 
secreções de HCl e pepsinogênio e também estimula a motilidade, preparando o 
estômago para a digestão química. 
Secretina é produzida por células S, no duodeno e jejuno. Ela é secretada 
quando há presença do quimo, que diminui o pH do duodeno, e sua produção é inibida 
com o inverso, o aumento do pH duodenal. No estômago a secretina exerce a função 
de inibir as secreções de HCl e pepsinogênio, inibir a motilidade e contrai o piloro, age 
oposta a gastrina. No pâncreas ela por sua vez vai estimular a produção e secreção de 
bicarbonato, diminuindo assim a acidez no intestino delgado. 
Colecistoquinina ou CCK, produzida no duodeno, jejuno e íleo, é secretada pela 
célula I, e estimulada quando há a presença do quimo, principalmente com o aumento 
da concentração de lipídios no meio interno. Esse hormônio vai atuar na vesícula biliar 
contraindo e abrindo o esfíncter de oddi, para que aja liberação de bile. A CCK também 
atua no pâncreas estimulando a produção, secreção de enzimas digestivas, inibindo a 
ingestão de alimentos. 
Por fim o polipeptídio inibidor gástrico, também conhecido como PIG. Esse 
hormônio é produzido pela células K, que estão no duodeno e jejuno. O PIG é 
secretado com presença do quimo, em geral com o aumento da concentração de 
carboidratos no meio interno. Ele tem por função no estômago de inibir secreções e a 
motilidade e no pâncreas estimula a produção e secreção de insulina.

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