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SISTEMASISTEMA DIGESTIVO DOSDIGESTIVO DOS BEZERROSBEZERROS Os bezerros ao nascerem são considerados pré-ruminantes. Por sua dieta ser composta basicamente por leite, seu sistema digestivo está preparado para digerir apenas proteínas do leite, lactose e gordura do leite. Com o passar dos dias, mudanças fisiológicas vão acontecendo, preparando este animal para ser um futuro ruminante. No nascimento, o abomaso está totalmente ativo e funcional, pronto para a digestão dos nutrientes do leite. O rúmen, por sua vez, ainda não está totalmente desenvolvido, sendo o responsável pela digestão das fibras e alimentos sólidos, quando o animal estiver mais velho. Por isso, é de extrema importância que o leite seja direcionado diretamente para o abomaso, por ser o único estômago que fará sua digestão. Para que isso ocorra, é necessário que se tenha o reflexo de fechamento da goteira esofágica, músculo temporário que desvia o leite do retículo- rúmen direcionando-o para o abomaso. SISTEMA DIGESTIVO DOS BEZERROS A goteira esófagica e uma especie de "porteira" que conduz o leite para o abomaso, onde ira ocorrer a digestão. A formação da goteira e um reflexo nervoso, que se da apartir da contração do sulco retícular, que conecta os oríficios da cardia e retículo-omasal. A goteira esófagica se forma a partir do estimuli de sucção que contrai a parede da musculatura do esofago. Goteira esófagica A colostragem e um ponto muito importante em criação de bezerras. Para fornecer o colostro aos neonatos e necessário usar mamadeira ou sonda, devido a contaminações não e recomendado que o animal engira colostro ou leite direto do teto da mãe. O uso da sonda e uma estratégia rápida, pois e possível garantir que o animal receba a quantidade de colostro de qualidade devida, porém com o uso da sonda não ocorre a formação da goteíra esófagia, por tanto o leite vai para o rúmen, mais como o animal e jovem, consequentemente o rúmen e apenas uma camera bem pequena, rápidamente o leite cai para o abomaso causando nenhum problema. Colostragem via sonda -A Sucção é o melhor estímulo para que ocorra o fechamento. -Fluxo lento de leite. O fluxo rápido e alto, faz pressão na goteira esofágica, fazendo com que haja uma falha no seu fechamento, podendo levar até 50% do leite ingerido até o rúmen (Wise e Anderson, 1939). - A cabeça do animal deve estar inclinada em relação ao seu corpo. -O posicionamento do alimentador deve simular a altura do úbere de uma vaca. O nariz do bezerro deve estar levemente abaixo dos olhos. -Temperatura adequada do leite (38ºC). -Constância no manejo. -Ausencia de extresse. FATORES IMPORTANTES PARA O REFLEXO DO FECHAMENTO DA GOTEIRA ESOFÁGICA Quando o bezerro se alimenta com sólidos e água, não há reflexo do fechamento da goteira esofágica, direcionando estes alimentos para o rúmen, como é esperado no funcionamento do sistema digestivo desses animais. No entanto, no aleitamento, a falha no fechamento da goteira leva leite ao rúmen. Esse é um dos maiores problemas nos bezerreiros atualmente. A entrada de leite no rúmen e sua consequente fermentação por bactérias, resulta em grande produção de ácido lático que será absorvido causando acidose metabólica em bezerros, causando: anorexia, dor, timpanismo (acúmulo de gases no rúmen), diarreia e desidratação, podendo levar o animal a óbito. LEITE NO RÚMEN NÃO É BOM SINAL! Nos primeiros dias de vida do bezerro, a presença de leite no rúmen geralmente não é danosa, principalmente em razão do rúmen ainda não possuir uma população microbiana estabelecida que seja capaz de promover processos fermentativos. Assim, quando há o uso de uma sonda esofágica para a alimentação dos animais, como por exemplo para a administração do colostro, este será depositado no rúmen, mas em poucas horas chegará ao abomaso, onde então sofrerá os processos de digestão. No entanto, para bezerros a partir da segunda semana, já com uma microbiota ruminal estabelecida, a presença de leite no rúmen pode representar um problema. Assim, não se recomenda o uso de sonda esofágica para fornecimento de leite ou sucedâneo. A sucção é fundamental para o reflexo de fechamento da goteira esofágica e controle da quantidade de leite ingerida a cada sucção. Uma pesquisa de Appleby et al. 2001, comparando bezerros aleitados em baldes abertos com bezerros com livre acesso a bicos, mostrou que os animais que se alimentavam em bicos passavam 47 minutos ingerindo leite entre 6 a 10 refeições. E durante cada refeição 44 segundos ingerindo leite e 6 minutos sugando o bico. Isso indica que a sucção é um comportamento natural dos bezerros, e que quando são privados deste comportamento (quando alimentados em baldes abertos) no momento do aleitamento, procuram algo para sugar após consumir o leite, a fim de satisfazerem seu desejo de mamar. A IMPORTÂNCIA DA SUCÇÃO E SALIVAÇÃO Sucção Quando em grupo e não alimentados com bicos de fluxo controlado, os animais para satisfazerem a necessidade de sugar, sugam partes do corpo dos companheiros de grupo. O problema é ainda maior quando a parte do corpo escolhida é o teto. A sução do teto faz com que o tampão de queratina presente ali seja retirado, deixando o canal do teto aberto para a entrada de patógenos. Esse fato pode levar a um desenvolvimento de mastite na futura novilha. A sucção também promove uma maior produção e liberação de hormônios como a Colecistoquinina e Insulina. A Colecistoquinina é importante para a digestão de gordura e saciedade, já que a Insulina é responsável pelo direcionamento da energia aos tecidos corporais. A digestão do leite começa na boca! Na saliva do bezerro encontra-se a Lipase, uma enzima capaz de fazer a digestão da gordura do leite. Assim, quanto mais o bezerro salivar ao se aleitar, maior será a produção de Lipase, e melhor a gordura será digerida no abomaso. O bicarbonato de sódio também está na composição salivar, auxiliando no equilíbrio de pH abomasal, o que ajuda na coagulação do leite. A saliva também é a primeira barreira antibacteriana dos bezerros, uma vez que possui propriedades antibióticas, sendo uma das principais defesas contra infecções. Salivação A água é fundamental para o correto desenvolvimento tanto do rúmen quanto do animal como um todo. Mesmo assim muitos criadores falham no seu fornecimento em quantidades adequadas. Isto reflete em menor consumo de alimentos secos, atraso no desenvolvimento ruminal, maior estresse e possível aumento no risco de doenças (PEREZ, 2001). Segundo Campos e Lizieire (1995) animais recebendo concentrado ingerem, em média, 12% do seu peso vivo em água. Água fresca e limpa deve estar sempre à disposição dos animais a partir do 1° dia de vida. Influencia da água no Desenvolvimento do rúmen Sem água suficiente, as bactérias não conseguem crescer e o desenvolvimento ruminal é retardado. A maior parte da água que entra no rúmen vem da livre ingestão de água. O leite ou sucedâneos não podem ser considerados água a vontade, pois o bezerro ao ingerir estes produtos direciona-os para o abomaso, através do reflexo de fechamento da goteira esofágica. Isto faz com que os animais que recebem apenas leite não consigam conteúdo suficiente de água no rúmen para o desenvolvimento normal deste órgão (QUIGLEY, 1997b). Alguns produtores argumentam que os bezerros não devem receber água nas primeiras semanas de idade, pois o animal não controla sua ingestão, bebendo em excesso, acreditando estar consumindo leite. O problema de consumo excessivo pode ser evitado deixando as bezerras sem água por 30 a 60 minutos após o aleitamento (CAMPOS E LIZIEIRE, 1995). Em trabalhos realizados por Kertz et al. (1984) foi constatado que a presença de água à vontade reduz a duração dos casos de diarréias, entre outras doenças. Estes autores tambémverificaram que água limpa a disposição das bezerras aumentou em 31% o consumo de concentrado, consequentemente, o ganho de peso. • Regulação da temperatura corporal • Transporte de nutrientes e metabólitos • Digestão e metabolismo de nutrientes • Diluente (Veículo de excreção uréia, ácido úrico) • Homeostase mineral • Meio para reações químicas – solvente • Faz parte das reações químicas – Hidrólise de proteína, gordura e carboidratos Papel da água no organismo animal
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