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BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: MECANISMOS REGULADORES DO TGI : • O trato gastrointestinal passa por períodos de quiescência relativa ( entre as refeições ) e períodos de intensa atividade após a ingestão de alimentos ( período pós-brandial ). • O TGI então, tem que detectar e responder adequadamente à ingestão de alimentos, comunicando-se com os órgãos a ele associados. • Os mecanismos de controle envolvidos na regulação do funcionamento GI são endócrino, parácrino e neurócrino. REGULAÇÃO ENDÓCRINA: • Constitui-se no processo por meio do qual a célula sensora do trato GI ( célula enteroendócrina ), responde a um estímulo secretando um peptídeo ou um hormônio regulador que viaja pela corrente sanguínea até as células-alvo situadas em um local distante de onde ocorreu a secreção. • As células que respondem ao hormônio GI expressam receptores específicos. • Os hormônios geram efeitos sobre células localizadas em outras regiões do trato GI e em glândulas associadas ao trato, como o pâncreas. • As células enteroendócrinas estão repletas de grânulos de secreção, cujos produtos são liberados por essas células em resposta aos estímulos químicos e mecânicos que atingem a parede do TGI. • Além disso, podem ser estimuladas por impulsos neurais ou por outros fatores não associados a um refeição. • As células enteroendócrinas mais comuns na parede do intestino são as células do tipo “aberto”: ✓ Apresentam uma membrana apical, que está em contato com o lúmen do trato GI e é o local de detecção de estímulos. ✓ Apresentam uma parede basolateral, através da qual ocorre a secreção. • Apresentam também células do tipo “fechado”, cuja membrana não entra em contato com a superfície luminal do intestino. • Hormônios secretados: ✓ Secretina: estimula a secreção das células do ducto pancreático ( H20 e HCO3 ). ✓ Gastrina: liberada por células da parede da parte distal do estômago, a partir da estimulação parassimpática. Estimulam as células parietais para que secretem H+ ( secreção de ácido gástrico no período pós-prandial ). REGULAÇÃO PARÁCRINA: • É o processo pelo qual um mensageiro químico ou peptídeo regulador é liberado por uma célula sensora ( pode ser CEE ) da parede intestinal que age em uma célula alvo próxima pela difusão através do espaço intersticial. • Os agentes parácrinos exercem suas ações em vários tipos diferentes de células na parede do trato GI, como células da musculatura lisa, enterócitos absortivos, células secretoras das glândulas e outras CEEs. • A histamina atua como um mediador parácrino na parede do intestino: ✓ No estômago, é armazenada e separada pelas CSCEC localizadas nas glândulas gástricas. Ela difunde-se através do espaço intersticial da LM até células parietais vizinhas e estimula a produção de ácido. ✓ A serotonina regula o funcionamento da musculatura lisa e a absorção de água através da parede intestinal. ✓ Outros mediadores são as prostaglandinas, as adenosinas e o óxido nítrico ( NO ). ✓ A colecistoquinina é liberada pelo duodeno e age de modo parácrino sobre as terminações nervosas locais. BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: REGULAÇÃO NEURAL: • Os nervos e os neurotransmissores desempenham um papel importante na regulação. • Na forma mais simples, a regulação neural ocorre quando o neurotransmissor é liberado de uma terminação nervosa localizada no trato GI e age sobre a célula inervada por esse neurônio. • Em alguns casos, não existem sinapses entre os nervos motores e as células efetoras do trato GI. • A regulação neural do trato GI é complexa. • O trato GI é inervado por um conjunto de nervos, os sistemas nervos intrínseco e extrínseco. • O sistema nervoso extrínseco são os nervos que inervam o intestino com os corpos celulares localizados fora da parede do intestino e são parte do sistema nervoso autônomo ( SNA ). • O sistema nervoso intrínseco ( sistema nervoso entérico ), apresenta corpos celulares que estão contidos na parede do intestino ( plexos submucoso e mioentérico ). INERVAÇÃO NEURAL EXTRÍNSECA: • A inervação neural extrínseca é feita através das inervações simpática e parassimpática do SNA. • Inervação parassimpática é feita pelos nervos vago e pélvico. • Os componentes de uma via reflexa ( neurônios aferentes, interneurônios e neurônios eferentes ) fazem parte da inervação extrínseca que se dirige ao trato GI. Esses reflexos aferentes podem ser mediados pelo nervo vago ( reflexo vagovagal ). ✓ Um exemplo de um reflexo vagovagal importante é o reflexo do relaxamento receptivo gástrico, no qual a distensão do estômago resulta no relaxamento da musculatura lisa nesse órgão; esse processo permite que o estômago encha sem que ocorra aumento na pressão intraluminal. INERVAÇÃO NEURAL INTRÍNSECA: • O sistema nervoso entérico é formado por dois plexos: plexo mioentérico, que está localizado entre as camadas musculares circular e longitudinal e o plexo submucoso que se situa na submucosa. • Os neurônios do sistema nervoso entérico são caracterizados funcionalmente como aferentes, interneurônios e eferentes. Portanto, todos os componentes estão compostos no SNE. RESPOSTAS DO TRATO GI A UMA REFEIÇÃO: • Dividida nas fases cefálica, oral, esofágica, gástrica, duodenal e intestinal. • Em cada fase, a refeição apresenta certos estímulos ( químico, mecânico e osmótico ), que ativam as diferentes vias ( reflexos neurais, parácrinos e humorais ) que resultam em alterações na função efetora. FASES CEFÁLICA E ORAL: • A principal característica da fase cefálica é a ativação do trato GI em prontidão para a refeição. ✓ Os estímulos envolvidos são cognitivos e incluem a antecipação ou pensamento sobre o consumo de alimentos, entrada olfativa, entrada visual e a entrada auditiva. ✓ Todos esses estímulos causam aumento da descarga parassimpática neural excitatória para o trato GI. A entrada sensorial estimulam os nervos sensoriais que ativam a descarga parassimpática do tronco encefálico. ✓ A via final comum ativa fibras eferentes que passam para o trato GI no nervo vago e o aumento do fluxo parassimpático, BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: melhora a secreção salivar, gástrica ácida, secreção de enzimas pancreáticas, contração da vesícula biliar e o relaxamento do esfíncter de Oddi. • Muitas das características da fase oral são indistinguíveis da fase cefálica. A única diferença é que o alimento está em contato com a superfície do trato GI. • Dessa forma, existem estímulos adicionais gerados a partir da boca, tanto mecânicos quanto químicos ( paladar ). • A boca é importante para a ruptura mecânica do alimento e para o início da digestão. ✓ Mastigação divide o alimento com enzimas amilase salivar e lipase lingual e glicoproteína mucina lubrifica o alimento para a mastigação e a deglutição. PROPRIEDADES DA SECREÇÃO: • As secreções no trato GI são provenientes das glândulas associadas a esse trato ( glândulas salivares, pâncreas e fígado ), das glândulas formadas pela própria parede do trato GI ( glândulas submucosas no esôfago e no duodeno ) e da própria mucosa intestinal. • As secreções são água, eletrólitos, proteína e agentes humorais. • A secreção é iniciada por vários sinais associados à refeição ( componentes químicos, osmóticos e mecânicos ) e é provocada pela ação de substâncias efetoras ( secretagogos ), que funcionam de forma endócrina, parácrina e neurócrina. • Constituintes das secreções: ✓ Eletrólitos, como HCO3 e H+. ✓ HCL do estômago, ativa a pepsina e inicia a digestão de proteínas. ✓ HC03- no duodeno, que neutraliza o ácido gástrico e fornece condições para a ação de enzimas digestivas no intestino delgado.✓ Enzimas. ✓ Mucina. SECREÇÃO SALIVAR: • Durante as fases cefálica e oral, ocorre uma estimulação da secreção salivar. • Principais funções da saliva na digestão: ✓ Lubrificação e umidificação do alimento para a deglutição. ✓ Solubilização do material para o paladar. ✓ Início da digestão de carboidratos. ✓ Depuração e neutralização do refluxo das secreções gástricas no esôfago. ✓ Apresenta funções antibacterianas. • Anatomia funcional: ✓ São formadas por células serosas, mucosas ou mistas. ✓ As três principais são parótidas, submandibulares e sublinguais. ✓ São produzidas nos ácinos e modificadas nos ductos: Ductos intercalados, estriados e excretores maiores. COMPOSIÇÃO DA SALIVA: • Apresentam grande taxa de fluxo relativo à massa da glândula, a baixa osmolaridade, a alta concentração de potássio e os constituintes orgânicos, tais como enzimas ( amilase, lipase ), mucina e fatores de crescimento. • A secreção salivar é sempre hipotônica e os principais componentes são sódio, potássio, HCO3- , cálcio, magnésio e cloro. • A secreção primária é produzida pelas células acinares e é modificada pelas células ductais conforme a saliva passa através dos ductos, então é isotônica. • A secreção é controlada pela sinalização dependente de cálcio, que abre os canais de íons cloreto apicais nas células acinares. Desse modo, há influxo de cloro e um gradiente. O sódio flui para o epitélio. BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: • Para produzir a secreção secundária, as células dos ductos reabsorvem sódio e cloro e secretam potássio e HCO3-. • Os constituintes orgânicos da saliva são produzidos nas células acinares e são glicoproteínas e proteínas. • O controle da secreção salivar é exclusivamente neural ( SNA simpático e parassimpático ). • O transporte iônico nas células acinares pe controlado por uma ATPase de NA/K e um cotransportador NA-K-2CL. DEGLUTIÇÃO: • Pode ser iniciada voluntariamente, mas depois desse processo se dá inteiramente sob controle reflexo. • O reflexo da deglutição é uma sequência de eventos rigidamente ordenados que levam o alimento da boca para a faringe e de lá para o estômago. ✓ Esse reflexo inibe também a respiração e evita a entrada de alimento na traqueia durante a deglutição. • A via aferente do reflexo da deglutição começa quando os receptores de estiramento, próximos à faringe, são estimulados. Os impulsos sensoriais desses receptores são transmitidos para uma área do bulbo e na ponte inferior denominada centro de deglutição. Os impulsos motores seguem do centro de deglutição para a musculatura da faringe e esôfago superior. • A fase voluntária de deglutição é iniciada quando a ponta da língua separa um bolo da massa de alimento na boca. Primeiro, a ponta da língua e, a seguir, as partes posteriores da língua pressionam contra o palato duro. A ação da língua move o bolo alimentar para cima e depois para trás da boca. Esse bolo é forçado para a faringe, onde estimula os receptores de tato, que iniciam o reflexo da deglutição. • Fase faríngea da deglutição: • 1. O palato mole é puxado para cima e as dobras palatofaríngeas movimentam-se para dentro uma em direção à outra; esses movimentos evitam o refluxo do alimento para a nasofaringe e abrem uma estreita passagem pela qual o alimento se move para a faringe. • 2. As cordas vocais aproximam-se e a laringe é movida para trás e para cima contra a epiglote; essas ações evitam que o alimento entre na traqueia e ajudam a abrir o esfíncter esofágico superior (EES). • 3. O EES relaxa para receber o bolo alimentar. • 4. Os músculos constritores superiores da faringe contraem-se fortemente para forçar o bolo alimentar para dentro profundamente na faringe. SECREÇÃO GÁSTRICA: • O fluido secretado no estômago é denominado suco gástrico. • O suco gástrico é uma mistura de secreções das células epiteliais superficiais e das secreções das glândulas gástricas. • Um dos componentes mais importantes do suco gástrico é o H+, que é secretado contra um grande gradiente de concentração. • A principal função do H+ é a conversão do pepsinogênio inativo em pepsina, que iniciam a digestão de proteínas no estômago. • O H+ também protege o intestino da invasão e colonização de bactérias e outros patógenos. • O estômago secreta também o HCO3- e muco, que são importantes para a proteção da mucosa gástrica. • O epitélio gástrico secreta o fator intrínseco, que é necessário para a absorção de vitamina B12. COMPOSIÇÃO DAS SECREÇÕES G ÁSTRICAS: • Entre os ingredientes importantes do suco gástrico, estão o HCl, os sais, as pepsinas, o fator intrínseco, o muco e o HCO3-. • Componentes inorgânicos: BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: ✓ Depende da taxa de secreção. ✓ Em taxas secretoras baixas, a concentração de H+ diminui e a de Na+ aumenta. ✓ A concentração de K+ é sempre maior no suco gástrico do que no plasma. ✓ Em todas as taxas de secreção, o Cl- é o ânion principal. ✓ O HCl gástrico converte pepsinogênios em pepsinas ativas e proporciona o pH ácido no qual as pepsinas estão ativas. • Componentes orgânicos: ✓ O componente orgânico predominante é o pepsinogênio, a pró-enzima inativa da pepsina. ✓ Os pepsinogênios estão contidos em grânulos de zimogênio e são liberados por exocitose quando as células principais são estimuladas a secretar. Eles são convertidos em pepsinas ativas, que atuam proteoliticamente sobre os pepsinogênios, formando mais pepsina. ✓ Quando o pH do lúmen duodenal é neutralizado, as pepsinas são inativadas pelo pH neutro. ✓ O fator intrínseco, uma glicoproteína secretada pelas células parietais do estômago, é necessário para a absorção normal da vitamina B12. O fator intrínseco é liberado na resposta aos mesmos estímulos que desencadeiam a secreção de HCl pelas células parietais. MECANISMOS CELULARES DE SECREÇÃO GÁSTRICA ÁCIDA: • As células parietais apresentam uma ultraestrutura diferenciada. • As ramificações dos canalículos secretores seguem através do citoplasma e são conectadas por uma saída comum na superfície luminal da célula. • As microvilosidades revestem a superfície dos canalículos secretores. • O citoplasma das células parietais contém numerosos túbulos e vesículas que formam o sistema tubulovesicular. • As membranas das tubulovesículas contêm as proteínas de transporte responsáveis pela secreção de H+ e de Cl- para o interior do lúmen da glândula. • Quando as células parietais são estimuladas a secretar HCl, as membranas tubulovesiculares fundem-se com a membrana plasmática dos canalículos secretores. Essa fusão aumenta o número de proteínas antiporte H+/K+ na membrana plasmática dos canalículos secretores. • O Cl- penetra na célula através da membrana basolateral em troca do HCO3- gerado na célula pela ação da anidrase carbônica, que produz HCO3- e H+. • O H+ é secretado através da membrana luminal pela H+,K+-ATPase em troca do K+. O K+ é reciclado através da membrana luminal por meio de um canal de K+. • O aumento na condutância de K+ hiperpolariza o potencial da membrana luminal, o que aumenta a força motriz para o efluxo de Cl- através da membrana luminal. • A secreção de H+ das células parietais é também acompanhada pelo transporte de HCO3- para o interior da corrente sanguínea para manter o pH intracelular. BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: SECREÇÃO DE HCO3- E DE MUCO: • As células parietais secretam o HCO3- em altas concentrações e ele fica retido no muco viscoso que recobre a superfície do estômago. Desse modo, o muco secretado pela mucosa reveste o estômago com uma cobertura pegajosa e alcalina e quando o alimento é ingerido, ocorre um aumento nas taxas de secreçãotanto de muco quanto de HCO3-. • As secreções que contêm mucinas são viscosas e pegajosas, chamadas coletivamente de muco. • O muco é armazenado em grandes grânulos, no citoplasma apical das células mucosas do colo e das células epiteliais superficiais e é liberado por exocitose. • As mucinas são formadas por carboidratos e são quatro monômeros ( tetrâmeros ), que formam um gel pegajoso que adere à superfície do estômago. ✓ Esse gel está sujeito à proteólise pelas pepsinas e essa proteólise dissolve a camada protetora de muco. Portanto, a manutenção dessa camada requer a síntese de novas mucinas. ✓ O muco é secretado em uma taxa significativa no estômago em repouso. ✓ A secreção de muco é estimulada por alguns dos mesmos estímulos que aumentam as secreções ácidas e de pepsinogênios, especialmente pela acetilcolina liberada pelas terminações nervosas parassimpáticas próximas às glândulas gástricas. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO GÁSTRICA: • A inervação parassimpática através do nervo vago é o estimulante mais forte da secreção gástrica de H+. • As fibras eferentes extrínsecas terminam em neurônios intrínsecos que inervam as células parietais, as CSCEC, que secretam o mediador parácrino histamina, e as células endócrinas, que secretam o hormônio gastrina. • Além disso, a estimulação vagal resulta nas secreções de pepsinogênio, de muco, de HCO3- e de fator intrínseco. • A estimulação do sistema nervoso parassimpático ocorre também durante as fases cefálica e oral da alimentação. Entretanto, a fase gástrica produz uma estimulação maior da secreção gástrica no período pós-prandial. • Ação do acetilcolina: ➢ A ativação dos neurônios intrínsecos pela atividade eferente vagal resulta na liberação de acetilcolina a partir das terminações nervosas, o que ativa as células no epitélio gástrico. ➢ As células parietais expressam os receptores muscarínicos e são ativadas para secretar H+ em resposta à atividade dos nervos eferentes vagais. • Ação da gastrina: ➢ Além disso, a ativação parassimpática, através do peptídeo liberador de gastrina libera gastrina a partir das células G localizadas nas glândulas gástricas no antro do estômago. ➢ A gastrina entra na corrente sanguínea e através de um mecanismo endócrino, estimula ainda mais as células parietais a secretar H+. ➢ As células parietais expressam os receptores de colecistocina do tipo 2 (CCK2) para gastrina. • Ação da histamina: ➢ A histamina também é secretada em resposta à estimulação do nervo vagal, e as CSCEC expressam os receptores muscarínicos e de gastrina. ➢ Desse modo, a gastrina e a atividade eferente vagal induzem a liberação de histamina, que intensifica os efeitos tanto da gastrina quanto da acetilcolina nas células parietais. • A histamina é o agonista mais forte da secreção de H+, enquanto a gastrina e a acetilcolina são os agonistas mais fracos. MOTILIDADE GASTROENTESTINAL: • O movimento da parede intestinal controla o fluxo do conteúdo luminal ao longo de sua extensão. • Os principais padrões da motilidade são de mistura ( segmentação ) e de propulsão ( peristalse ). • Geralmente, movimento de mistura é do estômago e movimento segmentar é do intestino delgado e grosso, mas são as mesma coisa. • Movimentos peristálticos ou propulsivos geralmente relacionado ao intestino delgado e movimenta o alimento. BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: • No intestino grosso, o movimento de mistura é austral e movimento de propulsão, é o de massa ( defecação ). • Além disso, a musculatura lisa no estômago e no cólon destina-se à função de armazenamento. • A musculatura lisa do TGI tem células fusiformes que formam feixes circundados por bainha de tecido conjuntivo. • As junções comunicantes permitem uma contração sincronizada. • As células intersticiais de Cajal ( ICCs ) são células da parede intestinal que estão envolvidos na transmissão de informações de neurônios entéricos para células musculares lisas, agindo como “marca-passo”, que têm a capacidade para gerar um ritmo elétrico básico, ou uma atividade de ondas lentas, característica da musculatura lisa GI. • As células lisas possuem um plexo intramural ELETROFISIOLOGIA DA MUSCULATURA LISA GI: • A variação cíclica no potencial da membrana em repouso da musculatura lisa GI é denominada ritmo elétrico básico ou ondas lentas. • Acredita-se que as ondas lentas são geradas pelas ICCs. • Essas células estão localizadas em uma camada fina entre as camadas circular e longitudinal da região muscular externa e em outros locais na parede do trato GI. • As junções comunicantes possibilitam que as ondas lentas sejam conduzidas para ambas as camadas musculares. • A fase de ascensão do potencial de ação é causada pelo fluxo de íons através de canais que conduzem cálcio e sódio. • O Ca++ que penetra na célula durante o potencial de ação auxilia no início da contração. • A extensão da despolarização das células e a frequência de potenciais de ação são aumentadas por alguns hormônios, agonistas parácrinos e por neurotransmissores das terminações nervosas excitatórias entéricas (p. ex., acetilcolina e substância P). • Os hormônios inibitórios e as substâncias neuroefetoras (p. ex., polipeptídeo intestinal vasoativo e óxido nítrico) hiperpolarizam as células da musculatura lisa e podem diminuir ou abolir os picos de potenciais de ação. • Entre as rajadas de potenciais de ação, a tensão desenvolvida pela musculatura lisa GI cai, mas não a zero. Essa tensão muscular não zerada de repouso, ou linha de base, é denominada tônus, ou seja, o tônus do músculo liso. • Há ocasiões em que a barreira da mucosa gástrica falha. O rompimento da superfície de revestimento GI não envolvendo a submucosa é denominado erosão. Geralmente, esses processos cicatrizam sem intervenções. Em contrapartida, o rompimento do revestimento GI envolvendo as camadas musculares e as camadas mais profundas é denominado úlcera. As erosões gástricas e duodenais e as úlceras ocorrem como uma consequência de um desequilíbrio entre os mecanismos que protegem a mucosa dos fatores agressivos que podem causar essas rupturas. Um estômago e um duodeno saudáveis apresentam uma ampla proteção natural contra os efeitos destrutivos do H+. Os fatores que intensificam o efeito nocivo do H+ no estômago e no duodeno, ou atuam separadamente do H+, são a pepsina, a bile, a bactéria Helicobacter pylori, e a classe de fármacos conhecida como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). De fato, a doença ulcerosa está se tornando mais comum à medida que a população envelhece e apresenta maior necessidade de uso de AINEs para as queixas não GI, como a artrite. O álcool, o tabaco e a cafeína também são fatores de risco para as úlceras. Os agentes infecciosos também podem causar gastrite (inflamação do epitélio gástrico). PADRÕES ESPECIALIZADOS DE MOTILIDADE: • O peristaltismo é um anel de contração que se move e propele o material ao longo do trato GI. ✓ Esse processo envolve contrações e relaxamentos das duas camadas musculares mediadas por eventos neurais. BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: • O peristaltismo ocorre na faringe, esôfago, antro do estômago, e nos intestinos delgado e grosso. MOTILIDADE GÁSTRICA: • O estômago é divido em duas regiões funcionais- proximal e distal- com esfíncteres em cada extremo. • O esfíncter esofágico inferior (EEI) e a cárdia desempenham funções importantes: ✓ O relaxamento do EEI e da cárdia permite a entrada de alimento a partir do esôfago para o estômago e a liberação de gazes, denominadas eructações. ✓ Com a manutenção do tônus, é possível impedir o refluxo. • A parte proximal do estômago (o fundo juntamente com o corpo)produz lentas alterações no tônus, compatíveis com sua função de reservatório. Isso é importante para o recebimento e a armazenagem de alimento e para misturar o conteúdo com o suco gástrico. • A geração de tônus na porção proximal do estômago é também uma importante força motriz na regulação do esvaziamento gástrico. • O tônus baixo e, consequentemente, a baixa pressão intragástrica estão associados ao esvaziamento gástrico lento ou tardio, e portanto é necessário um aumento no tônus nessa região para que o esvaziamento gástrico possa ocorrer. • A parte distal do estômago é importante na mistura do conteúdo gástrico e para a propulsão através do piloro e para o duodeno. • s camadas musculares na região do antro gástrico são muito mais espessas do que aquelas nas regiões mais proximais do estômago, e assim o antro é capaz de produzir fortes contrações fásicas. • A força dessas contrações varia durante o período pós-prandial. • Na fase gástrica da refeição, geralmente o piloro é fechado, e essas contrações antrais servem p • ara misturar o conteúdo gástrico e reduzir o tamanho dos pedaços sólidos (trituração). No entanto, eventualmente essas contrações antrais também são importantes para o esvaziamento do conteúdo do estômago. • O esfíncter pilórico é a junção gastroduodenal, e é definido como uma área de musculatura circular espessa. Essa é uma região de alta pressão gerada pela contração tônica da musculatura lisa. É importante para regular o esvaziamento gástrico. CONTROLE DA MOTILIDADE GÁSTRICA NA FASE GÁSTRICA: • Os estímulos que regulam a função motora gástrica que resultam da presença de alimento no estômago são mecânicos e químicos, e incluem a distensão e a presença de produtos da digestão proteica (aminoácidos e pequenos peptídeos). • As vias que regulam esses processos são predominantemente neurais e consistem nos reflexos vagovagais iniciados pelas fibras aferentes extrínsecas vagais que inervam o músculo e a mucosa. • Os aferentes mucosos respondem aos estímulos químicos, e os aferentes mecanossensíveis respondem à distensão e à contração da musculatura lisa. Essa estimulação aferente resulta na ativação reflexa das vias eferentes vagais (nervos parassimpáticos) e na ativação de neurônios entéricos que inervam a musculatura lisa. • A ativação dos neurônios entéricos produz efeitos inibitórios e excitatórios sobre a musculatura lisa gástrica; esses efeitos variam dependendo da região do estômago. • O padrão motor predominante na parte distal do estômago na fase gástrica da refeição é a ativação da musculatura lisa para produzir e reforçar as contrações antrais. • A frequência das contrações antrais é determinada pelo marca-passo gástrico; no entanto, a magnitude das contrações é regulada pela liberação de neurotransmissores dos neurônios entéricos, incluindo a substância P e a acetilcolina, que aumentam o nível de despolarização da musculatura lisa, e desse modo produzem contrações mais fortes. • Nessa fase da refeição, o piloro está, na maior parte do tempo, fechado. Desse modo, as contrações antrais tentarão mover o conteúdo em direção ao piloro; no entanto, como o piloro está fechado, o conteúdo será retornado para as porções mais proximais do estômago. Dessa forma, o conteúdo gástrico será misturado. Além disso, as contrações antrais podem ocluir o lúmen, BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: e então os pedaços maiores serão dispersados, um processo denominado trituração . ESVAZIAMENTO GÁSTRICO NA FASE DO INTESTINO INESTINO DELGADO: • A regulação do esvaziamento gástrico é realizada por alterações na motilidade da parte proximal ( fundo e corpo ) e da parte distal ( antro e piloro ) do estômago. • Durante as fases gástrica e esofágica, a resposta reflexa predominante é o relaxamento receptivo. • Quando a parte proximal do estômago está dilatada, mesmo com o esfíncter pilórico aberto, o esvaziamento gástrico é pouco ( bomba antral/contrações antrais não é forte ). • O esvaziamento gástrico ocorre quando há um aumento no tônus ( pressão intraluminal ) na porção proximal do estômago, aumento da força das contrações antrais, abertura do piloro e pela inibição simultânea das contrações do segmento duodenal. • Quando a refeição entra no intestino delgado, este atua de volta por vias neurais e hormonais para regular a taxa de esvaziamento gástrico com base nas comparações química e física do quimo. • Ativação reflexa do fluxo dos eferentes vagais reduz a força das contrações antrais, contrai o piloro e reduz a motilidade gástrica proximal (com uma redução na pressão intragástrica), resultando, assim, na inibição (desaceleração) do esvaziamento gástrico. • Essa mesma via é responsável pela inibição da secreção gástrica ácida que ocorre quando os nutrientes estão no lúmen duodenal. • A colecistocinina (CCK) é liberada pelas células endócrinas na mucosa duodenal em resposta a esses nutrientes. • Evidências experimentais recentes sugerem que a CCK atua diretamente (inibe o esvaziamento gástrico) e indiretamente (estimula a descarga das fibras aferentes vagais para produzir uma redução no esvaziamento gástrico mediada por reflexos vagovagais). SECREÇÃO PANCREÁTICA: • As secreções que se originam no pâncreas são quantitativamente as maiores contribuintes para a digestão enzimática dos alimentos. • O pâncreas fornece também outros importantes produtos secretores que são vitais para a função digestiva normal. Esses produtos são as substâncias que regulam a ação ou a secreção (ou ambas) de outros produtos pancreáticos, bem como água e íons de bicarbonato. ✓ Os íons de bicarbonato neutralizam o ácido gástrico. • O pâncreas apresenta uma estrutura que consiste em ductos e ácinos. • As células acinares pancreáticas revestem as extremidades cegas de um sistema ductal ramificado que eventualmente é esvaziado para o ducto pancreático principal e dessa região para o intestino delgado sob controle do esfíncter de Oddi. • Também em comum com as glândulas salivares, a secreção primária ocorre nos ácinos e é, então, modificada quando passa pelos ductos pancreáticos. • Muitas das enzimas digestivas produzidas pelo pâncreas, especialmente as enzimas proteolíticas, são produzidas na forma de precursores inativos. O armazenamento nessas formas inativas parece ser muito importante na prevenção da digestão do próprio pâncreas. • Quando o pH luminal cai abaixo de aproximadamente 4,5, as células S são acionadas para liberar secretina em resposta ao aumento na [H+]. • No nível celular, a secretina estimula as células epiteliais a secretar bicarbonato no lúmen BÁRBARA BEHRENS 20.1 [Data] RESUMO DE FISIOLOGIA/BMC: ductular, com a água seguindo através da via paracelular para manter o equilíbrio osmótico. PADRÕES MOTORES DO INTESTINO DELGADO: • A segmentação é um padrão estereotípico de contrações rítmicas que provavelmente reflete a atividade programada do sistema nervoso entérico sobreposta ao ritmo elétrico básico. • Após a refeição ter sido digerida e absorvida, é desejável eliminar quaisquer resíduos não digeridos do lúmen para preparar o intestino para a próxima refeição. Essa depuração é efetuada pela peristalse uma sequência coordenada de contração, que ocorre acima do conteúdo intestinal, e de relaxamento, que ocorre abaixo, permitindo que esse conteúdo seja transportado por distâncias consideráveis.
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