Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de Alongamento Terapêutico MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 62 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO III Avaliação Físico-funcional da Flexibilidade e da Amplitude de Movimento 1. Avaliação da flexibilidade A avaliação da flexibilidade permite estabelecer parâmetros para prescrição de exercícios de alongamento, identificar grupos musculares com déficit de flexibilidade, além de possibilitar o correlacionamento entre dores músculo- articulares e encurtamento muscular. 1.1 Formas de medidas e avaliação da flexibilidade Os métodos para avaliação da flexibilidade podem ser classificados em função das unidades de mensuração dos resultados em adimensionais, lineares e angulares. 1.1.1 Testes adimensionais Testes em que não existe uma unidade de medida convencional, tal como ângulo e centímetros, para expressar o resultado obtido. Não dependem de equipamentos, utilizando-se unicamente de critérios ou etapas de análise pré- estabelecidas. Como exemplos deste tipo de teste são citados o teste de Carter e o flexiteste. O teste de Carter avalia a mobilidade articular por um escore crescente variável de 0 a 9 pontos, atribuindo-se um ponto para a habilidade de realizar cada um dos seguintes movimentos: extensão passiva dos quirodáctilos mínimos além de 90°; posição passiva dos polegares à face “flexora” dos antebraços; hiperextensão dos cotovelos, além de 10°; hiperextensão dos joelhos, além de 10º e flexão do tronco, partindo da posição ereta, com os joelhos estendidos, de modo que as palmas das mãos repousem, facilmente, no solo. O flexiteste consiste em medir a mobilidade máxima de 20 movimentos corporais, sem aquecimento prévio. Cada movimento é medido em uma escala de 63 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores zero a quatro, no total de cinco níveis de flexibilidade. O profissional que está realizando o teste, força o movimento nas articulações do paciente até o ponto máximo de amplitude, detectado pela resistência mecânica ao prosseguimento da execução ou pelo relato de desconforto. O grau de flexibilidade é definido quando a amplitude alcançada é comparada com padrões de flexibilidade, que vão de zero (flexibilidade quase inexistente) a quatro (muito grande). Os movimentos avaliados são: flexão e extensão do tornozelo; flexão e extensão do joelho; flexão, extensão, abdução e adução do quadril; flexão, extensão e flexão lateral do tronco; flexão e extensão do punho; flexão e extensão do cotovelo; adução posterior do ombro com 180º de abdução; extensão com adução posterior do ombro; extensão posterior do ombro; rotação lateral e medial do ombro com 90º de abdução. Existe uma adaptação do flexiteste em que oito movimentos são avaliados: flexão, extensão e abdução do quadril, flexão e flexão lateral do tronco, extensão posterior e extensão com adução posterior do ombro, adução posterior a partir da abdução de 180° do ombro. 1.1.2 Testes lineares Caracterizam-se por expressar os resultados em escalas de distância, tipicamente em centímetros ou polegadas, utilizando-se primariamente de fitas metálicas, réguas, ou trenas para a mensuração. Os testes lineares apresentam como pontos fracos a incapacidade de dar uma visão global da flexibilidade do indivíduo e a provável interferência das dimensões antropométricas sobre os resultados dos testes. Como exemplo deste tipo de teste pode-se citar o teste de sentar e alcançar, proposto por Wells, que fornece um indicativo da flexibilidade da articulação coxo- femoral. É um dos testes mais utilizados nas baterias de avaliação da aptidão física. Utiliza-se uma caixa de madeira com medida padronizada, sendo que na parte superior, onde se localiza a escala, há um prolongamento de 26 cm e o 23º cm da escala coincide com o ponto onde o avaliado toca a planta dos pés. O avaliado senta com os joelhos estendidos, tocando os pés descalços na caixa sob a escala, em seguida posiciona as mãos uma sobre a outra, na escala, com os cotovelos 64 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores estendidos, e executa uma flexão do tronco à frente, registrando-se o ponto máximo, em centímetros, atingido pelas mãos. Figura 01 – Teste de sentar e alcançar Fonte: AVALIAÇÃO FÍSICA ON LINE, 2008. Existem inúmeros outros testes de características lineares descritos na literatura específica. Dentre eles, pode-se citar como mais relevantes: teste de extensão de tronco e pescoço; teste de afastamento lateral dos membros inferiores; teste de Schoberlike que avalia a coluna cervical; teste de Schober e de Ott, que avaliam a coluna torácica e lombossacra; teste de tocar os dedos que avalia a flexibilidade do manguito rotador e testes de amplitude de movimento das costas, passivo e ativo. 1.1.3 Testes angulares Testes que possuem resultados em ângulos (formados entre os dois segmentos corporais que se opõem na articulação). É o método mais utilizado na literatura sobre mobilidade articular. Os principais instrumentos são o flexímetro e o goniômetro. 65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2. Exame físico funcional da flexibilidade 2.1 Anamnese e história clínica A avaliação do indivíduo é um componente muito importante, uma vez que fornece uma idéia de seu estado geral. Deve-se observar a postura corporal completa, se o paciente está adotando uma posição antálgica, se utiliza alguma órtese de posicionamento. Os contornos ósseos e de tecidos moles devem ser inspecionados, para se detectar qualquer tumoração ou derrame articular localizado ou possíveis alterações vasomotoras, sudomotoras, pilomotoras e tróficas. Observar a posição normal de função da articulação e se há deformidades. Algumas questões importantes: Sexo, idade e profissão; Houve alguma lesão e se houve qual o mecanismo da lesão e quando ocorreu? Existe dor presente? Se existe, quais são os locais e limites da dor? Quais atividades ou posições aumentam ou diminuem a dor? Há alguma indicação de deformidade, equimose, atrofia ou espasmo muscular? Há movimentos prejudicados? O que o indivíduo é capaz de fazer funcionalmente? O indivíduo tem qualquer histórico de lesão por excesso de uso ou trauma? 2.2 Avaliação da mobilidade dos segmentos Importante para determinar onde e se é necessária uma avaliação goniométrica específica. Se forem identificadas limitações na amplitude de movimento articular, deverá ser realizado um teste goniométrico específico para se obter um quadro das restrições, estabilização e registro das limitações. 66 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa.Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.2.1 Movimentação ativa Quantidade de movimento articular realizada por um indivíduo sem qualquer auxílio. O examinador tem a informação exata sobre a capacidade, coordenação e força muscular da amplitude de movimento do indivíduo. Deve-se observar: Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre dor; Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da mesma; A quantidade de restrição existente; O padrão, o ritmo e a qualidade do movimento; O movimento das articulações associadas. 2.2.2 Movimentação passiva Quantidade de movimento realizada pelo examinador sem o auxílio do indivíduo. Fornece ao profissional a informação exata sobre a integridade das superfícies articulares e a extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e músculos. Deve-se observar: Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre dor; Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor; O padrão de limitação do movimento; A sensação final do movimento; O movimento das articulações associadas; A amplitude de movimento disponível. 2.2.3 Goniometria Técnica de avaliação mais usada na prática da fisioterapia. É um instrumento de diagnóstico funcional, capaz de medir de forma objetiva amplitudes articulares através da utilização do goniômetro. O goniômetro é um instrumento durável, lavável e de baixo custo que pode ser aplicado em quase todas as articulações. Assemelha-se a um transferidor, com dois braços longos, um fixo e outro móvel. Existe ainda um eixo, que deve estar alinhado com o eixo longitudinal 67 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores dos seguimentos adjacentes à articulação. O centro deve ser posicionado sobre o eixo da articulação a ser examinada. Figura 02 – Goniômetro universal Fonte: PORTAL DA SAÚDE, 2008 A medida e o registro das amplitudes articulares devem obedecer a certos preceitos de forma a minimizar possíveis erros: é fundamental conhecer os valores de referência considerados normais para cada movimento articular, considerando variáveis como: constituição física, idade, sexo, profissão. O comparativo com o lado contralateral do indivíduo também é um dado importante para comparação. Outras considerações importantes: realizar a mensuração com goniômetros válidos; explicar ao indivíduo o que vai ser executado e de que maneira; posicionar o indivíduo corretamente; os pontos de referências anatômicas devem ser deixados descobertos; a posição inicial do seguimento a ser avaliado deve ser a posição zero (posição de partida), que é normalmente a posição de extensão; se existir dor na posição de partida, esta pode ser alterada e o teste deve ser executado na posição de maior conforto para o indivíduo; o movimento deve ser executado lentamente para permitir observar a resposta do indivíduo a sinais de dor ou desconforto; deve ser realizada a estabilização de segmentos adjacentes, para evitar compensações. 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3. Conceitos importantes para o estudo das amplitudes articulares 3.1 Posição anatômica Posição de referência, que dá significado aos termos utilizados na descrição das regiões do corpo. O corpo está em postura ereta ou em pé, com os braços ao lado do tronco e as palmas voltadas para frente. A cabeça e pés também estão apontados para frente. Existem expressões utilizadas na descrição da posição do corpo, quando este não se encontra na posição anatômica. Na posição supina, o corpo está deitado com a face voltada para cima. Na posição prona, o corpo está deitado com a face voltada para baixo. Figura 03 – Posição anatômica Fonte: WECKER, 2008 3.2 Planos anatômicos Subdividem-se em seccionais ou tangenciais. 3.2.1 Planos seccionais □ Sagital: plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em metades direita e esquerda; □ Frontal (coronal): plano vertical que passa através do corpo em ângulos retos com o plano mediano, dividindo-o em partes anterior e posterior; 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores □ Transverso: plano que passa através do corpo em ângulos retos com os planos coronais e mediano. Divide o corpo em partes superior e inferior. Figura 04 – Planos seccionais Fonte: WECKER, 2008 3.2.2 Planos tangenciais Imagine-se um indivíduo em posição anatômica dentro de um caixão de vidro. As seis paredes que constituem o caixão representariam os planos tangenciais: O plano superior é a parede acima da cabeça; o plano inferior é o que se situa por baixo dos pés; o plano anterior é o que passa pela frente do corpo; o plano posterior é o que está atrás das costas e os planos laterais são as duas paredes laterais, que limitam os membros (superiores e inferiores), do lado direito e esquerdo. 3.2.3 Movimentos articulares As articulações movem-se em direções diferentes. O movimento ocorre em tomo de um eixo e de um plano. Os termos a seguir são usados para descrever os vários movimentos que ocorrem numa articulação sinovial: ? Flexão: é o movimento de dobra de um osso sobre o outro causando uma diminuição do ângulo da articulação. ? Extensão: movimento inverso à flexão. O movimento, geralmente, traz uma parte do corpo à sua posição anatômica após esta ser flexionada. A hiperextensão é a continuação da extensão, além da posição anatômica. 70 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ? Abdução: é o movimento para longe da linha média do corpo e adução é o movimento de aproximação da linha média do corpo. As exceções a esta definição de linha média são os dedos e os artelhos, onde o ponto de referência para os dedos é o dedo médio. ? Adução: movimento que aproxima qualquer segmento corporal da linha média do corpo. ? Circundação: é a combinação de todos esses movimentos numa seqüência em que a parte da extremidade faz um grande círculo no ar, enquanto as partes próximas à extremidade proximal fazem um círculo pequeno. ? Rotação: movimento de um osso ou parte dele em torno de seu eixo longitudinal. Se a superfície anterior se move em direção à linha média, o movimento é chamado de rotação interna (medial). Se a superfície anterior se movimenta para longe da linha média, é chamado de rotação externa (lateral). ? Inclinação lateral: inclinação do tronco para a direita ou para a esquerda. 4. Exame físico-funcional da amplitude de movimento 4.1 Ombro O ombro é constituído por um conjunto de cinco articulações, que funcionam em sinergia para posicionar o membro superior no espaço ao nosso redor, para fixá-lo contra o gradil costal nos momentos em que elevamos um objeto pesado. Para regular a aceleração e a desaceleração do deslocamento angular do braço quando atiramos uma pedra, e para uma série infindável de outros gestos. Dentre as articulações do ombro, três são do tipo sinovial e duas são, "mecanismos articulares" que, apesar de não contarem com características anatômicas próprias de uma articulação, funcionam, do ponto de vista biomecânico, como articulações importantes entre os segmentos da cintura escapular.71 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A mobilidade do membro superior advém, em parte, das estruturas conhecidas como o cíngulo do membro superior e articulação do ombro. Através dessa unidade funcional, o braço, antebraço, punho e mão são conectados ao esqueleto axial. Embora estruturalmente separados, o cíngulo do membro superior e a articulação glenonumeral são funcionalmente inseparáveis. Os componentes esqueléticos do cíngulo do membro superior incluem duas clavículas, duas escápulas e o esterno. Estes ossos são responsáveis pela transmissão de forças dos membros superiores para o corpo. Esta transmissão de força segue um caminho definido pelas articulações associadas ao cíngulo do membro superior. O cíngulo é considerado um sistema mecânico aberto, uma vez que os lados: esquerdo e direito não são conectados diretamente e podem mover-se de modo independente. O ombro realiza os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e externa, além de movimentos de abdução e adução horizontais e movimentos escapulares (abdução, adução, elevação, depressão, rotação inferior e superior, inclinação posterior e inferior). Figura 05 – Articulação do ombro Fonte: KAYAPRAJNA, 2008 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.1.1 Articulações do ombro 4.1.1.1 Articulação glenoumeral Principal articulação do ombro. Funciona como fulcro dos movimentos do membro superior. Tem amplos graus de liberdade de movimento e é instável, do ponto de vista mecânico. A sua estabilidade é mantida por um “Sistema Passivo”, composto pelo complexo cápsulo ligamentar glenoumeral e um “Sistema Ativo”, representado pelos músculos e tendões do manguito dos rotadores. Esta articulação consiste numa cabeça do úmero quase hemisférica e numa cavidade glenóide relativamente rasa na margem lateral da escápula. O lábio glenoidal é uma estrutura fibrosa que reveste o perímetro da cavidade glenóide e serve, essencialmente, para aprofundar a articulação e desse modo aumentar sua estabilidade. A extrema mobilidade da articulação glenoumeral é alcançada em sacrifício direto da estabilidade. A cápsula articular, que circunda completamente a articulação, não é uma estrutura rígida e permite uma separação significativa das faces articulares durante o movimento umeral anterior e inferior. 4.1.1.2 Articulação acromioclavicular e esternoclavicular Articulações sinoviais planas, que permitem movimentos entre a clavícula e o eixo axial (esternoclavicular) e entre a clavícula e o acrômio (acromioclavicular). A articulação esternoclavicular situa-se entre a ponta medial da clavícula e o manúbio do esterno. É uma articulação sinovial em sela. Há um disco cartilaginoso entre as duas faces, que ajuda a articulação a mover-se melhor, reduzindo a incongruência das superfícies e absorvendo o choque transmitido através do membro superior para o esqueleto axial. A articulação acromioclavicular é uma pequena articulação sinovial entre a ponta lateral da clavícula e o processo acromial da escápula. 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.1.1.3 Articulação subacromial Não é uma articulação verdadeira, porém, funciona como se fosse. É formada pelo arco coracoacromial, a bolsa subdeltóidea e os tendões do manguito rotador. Seu mecanismo de estabilização depende da ação dos sistemas estabilizadores da articulação glenoumeral e também dos músculos escapulotorácicos. 4.1.1.4 Articulação escapulotorácica Também não é uma articulação verdadeira. É representada pela escápula, que constitui a base móvel sobre a qual a raiz do membro superior se apóia e os arcos costais, contra os quais, ele é fixado durante o movimento do ombro. 4.1.2 Amplitude articular do ombro 4.1.2.1 Flexão do ombro O movimento ocorre na articulação glenoumeral no plano sagital, sendo acompanhado por movimentos nas articulações esternoclavicular, acromioclavicular e escapulotorácica. Os músculos responsáveis por este movimento são o peitoral maior (porção clavicular), o deltóide anterior, o coracobraquial, e o bíceps (porção curta). Neste teste, deve-se evitar a hiperextensão da coluna lombar, a abdução do ombro e a elevação da escápula; manter o cotovelo em extensão. Amplitude articular: 0 - 180°. Figura 06 – Goniometria: flexão do ombro Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.1.2.2 Extensão do ombro Movimento de retorno da flexão que ocorre no plano sagital. Os músculos responsáveis por este movimento são o grande dorsal, redondo maior, deltóide posterior, tríceps (porção longa) e peitoral maior. Neste teste, deve-se evitar a flexão do tronco; a elevação e a adução da escápula e a abdução do ombro. Amplitude articular: 0°- 50°. Figura 07 - Goniometria: extensão do ombro Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.1.2.3 Abdução do ombro Movimento do segmento afastando-se da linha média, em plano frontal. Os responsáveis por este movimento são o deltóide anterior e médio, o supra-espinhoso e o bíceps. Neste teste, deve-se evitar a flexão da coluna vertebral para o lado contralateral; a elevação da escápula e a flexão e extensão do braço. Amplitude articular: 0° - 180. Figura 08 – Goniometria: abdução do ombro Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.1.2.4 Adução do ombro Movimento do segmento aproximando-se da linha mediana, em plano frontal e eixo ântero-posterior. Em geral, é uma redução de um estado prévio de abdução. Os responsáveis por este movimento são o peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, subescapular, coracobraquial. Neste teste, deve-se evitar a flexão ipsilateral da coluna vertebral, a depressão escapular e a rotação de tronco. Amplitude articular: 0°- 40°. Figura 09 – Goniometria: adução do ombro Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.1.2.5 Rotação externa do ombro Na posição anatômica, o movimento ocorre no plano transverso. O epicôndilo medial do úmero se move anteriormente. Os músculos responsáveis por este movimento são o redondo menor, infra-espinhal e o deltóide posterior. Para a avaliação goniométrica, o ombro é abduzido e a articulação do cotovelo é fletida em 90°, o antebraço move-se em sentido cranial. O movimento teste ocorre no plano sagital. Neste teste, manter o ombro abduzido em 90º para que o olécrano fique em linha com a fossa glenóide; evitar a flexão, extensão, a adução e a abdução do ombro; evitar a extensão do cotovelo; evitar a adução e abdução da mão e a inclinação posterior da escápula. Amplitude articular: 0°- 90°. 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 10 – Goniometria: rotação externa do ombro Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.1.2.6 Rotação interna do ombro Na posição anatômica, o movimento ocorre no plano transverso. O epicôndilo medial do úmero se move posteriormente. Os músculos responsáveispelo movimento são o peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, subescapular e o deltóide anterior. Para a avaliação goniométrica, o ombro é abduzido e a articulação do cotovelo é fletida em 90°, o antebraço move-se em sentido caudal. O movimento teste ocorre no plano sagital. Neste teste, deve-se manter o ombro abduzido em 90º para que o olécrano fique em linha com a fossa glenóide; evitar a flexão, extensão, adução ou abdução do ombro; evitar a extensão do cotovelo; evitar a adução e abdução da mão; evitar a elevação e a inclinação anterior da escápula. Amplitude articular: 0°- 65/90°. Figura 11 – Goniometria: rotação interna do ombro Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.1.3 Resumo geral dos movimentos do ombro e amplitudes articulares normais Músculos envolvidos nos movimentos do ombro e amplitude articular normal Movimentos Músculos Primários Amplitude articular Flexão Peitoral maior, deltóide anterior, coracobraquial, e bíceps. 0° - 180º Extensão Grande dorsal, redondo maior, deltóide posterior, tríceps e peitoral maior. 0º - 50º Abdução Deltóide médio e anterior, supra-espinhoso e bíceps. 0º - 180º Adução Peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, subescapular e coracobraquial. 0º - 40º Rotação externa Redondo menor, Infra-espinhal e deltóide posterior 0º - 90º Rotação interna Peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, subescapular e o deltóide anterior. 0º - 65/90° 4.2 Cotovelo O cotovelo é um dos elos da cadeia biocinemática do membro superior. Realiza a junção mecânica entre o primeiro segmento (braço) e o segundo (antebraço) do membro superior. Permite em colaboração com o ombro, levar a mão a posições mais ou menos distantes do corpo, em uma ação de ampla varredura tridimensional. Os constituintes ósseos da articulação do cotovelo são: o úmero, proximalmente e a ulna e o rádio distalmente. Estes ossos formam três articulações: a umeroulnar e a umeroradial, que possibilitam a flexo-extensão, e a radioulnar superior, que, em conjunto com a radioumeral, possibilita o movimento de prono- supinação. 78 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Estas três articulações são envolvidas por apenas uma cápsula articular (tróclea), que geralmente é cilíndrica ou em forma de carretel. Os ligamentos colaterais radial (lateral) e ulnar (medial) suplementam a estabilidade natural da articulação do cotovelo. O cotovelo realiza os movimentos de flexão, extensão, pronação e supinação. Figura 12 – Articulação do cotovelo Fonte: FISIONET, 2008 4.2.1 Articulações do cotovelo 4.2.1.1 Articulação úmero-ulnar ou troclear A articulação úmero-ulnar é sinovial do tipo gínglimo (ou em dobradiça) e atua de forma preponderante na articulação do cotovelo, permitindo, no entanto, ligeiros ajustes laterais e mediais durante o movimento do rádio na pronação e supinação. Sua estabilidade não é afetada com a retirada cirúrgica da cabeça do rádio. 4.2.1.2 Articulação úmero-radial A articulação úmero-radial é uma juntura sinovial trocóide que acompanha a ulna nos movimentos de dobradiça do cotovelo e neste movimento, a face superior 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores côncava da cabeça do rádio desliza-se sobre o capítulo do úmero na pronação e supinação, girando como pivô contra o capitulo. 4.2.1.3 Articulação rádio-ulnar proximal A articulação rádio-ulnar proximal, é uma articulação sinovial que compreende movimentos de rotação do rádio sobre a incisura radial da ulna nos movimentos de supinação e pronação. 4.2.2 Amplitude articular do cotovelo 4.2.2.1 Flexão do cotovelo Diminuição do ângulo entre o antebraço e o braço, com a aproximação da superfície anterior dos mesmos, partindo da posição anatômica. Os principais músculos envolvidos são o bíceps braquial, o braquiorradial e o braquial. O movimento teste ocorre no plano sagital. Ao realizar este teste, evitar a flexão do ombro e observar a posição do antebraço, se não estiver na posição anatômica. Amplitude articular: 0 - 145°. Figura 13 – Goniometria: flexão do cotovelo Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 80 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.2.2.2 Extensão do cotovelo Movimento que reduz uma flexão prévia. Trata-se, portanto, de uma extensão relativa, sendo sua amplitude igual à da flexão. O principal músculo responsável pela extensão do cotovelo é o tríceps. O movimento teste ocorre no plano sagital. Ao realizar este teste, evitar a flexão do ombro e observar a posição do antebraço, se não estiver na posição anatômica. Amplitude articular: 145°- 0/-5°. Figura 14 – Goniometria: extensão do cotovelo Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.2.2.3 Supinação do cotovelo Movimento de rotação lateral do punho em relação ao cotovelo. O teste ocorre no plano transverso. Deve-se manter o cotovelo próximo da parte lateral do tronco; evitar a flexão lateral do tronco para o mesmo lado da mensuração; evitar a adução e a rotação lateral da articulação do ombro. Amplitude articular: 0°- 90°. Figura 15 – Goniometria: supinação do cotovelo Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.2.2.4 Pronação do cotovelo Movimento de rotação medial do punho em relação ao cotovelo. Os músculos envolvidos são os pronadores, redondo e quadrado. Ao realizar este teste, manter o cotovelo próximo da parte lateral do tronco; evitar a abdução e a rotação do ombro e a flexão lateral do tronco para o lado oposto. Amplitude articular: 0° - 90°. Figura 16 - Goniometria: pronação do cotovelo Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.2.3 Resumo geral dos movimentos do cotovelo e amplitudes articulares normais Músculos envolvidos nos movimentos do cotovelo e amplitude articular normal Movimentos Músculos Primários Amplitude articular Flexão Bíceps braquial, braquiorradial e braquial 0º - 145º Extensão Tríceps 145° - 0 a -5% Pronação Pronador redondo e quadrado 0º - 90º Supinação Supinador e biceps braquial 0º - 90º 82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.3 Punho e mão O punho e a mão são articulações muito complexas, formadas por numerosos músculos, ossos e ligamentos. Anatômica e estruturalmente, são capazes de realizar uma variedade de movimentos, por serem formadas por 29 ossos, mais de 30 músculos e mais de 25 articulações. Todos os elos que compõem o membro superior podem ser relacionados ao asseguramento da função de movimentos especializados da mão. O complexo punho-mão realiza movimentos de flexão, extensão, desvio radial e ulnar, além dos movimentos específicos dos quirodáctilos, que não serão abordados. Figura 17 – Complexo articular do punho e da mão Fonte: FISIONET, 2008 83 Este material deve ser utilizado apenas comoparâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.3.1 Articulações principais do punho. 4.3.1.1 Articulação rádio-ulnar distal Articulação entre a extremidade distal convexa da ulna e a incisura ulnar côncava no rádio. Apresenta um disco articular fibrocartilagíneo. 4.3.1.2 Articulação radiocarpal (punho) Articulação elipsóidea biaxial. Está envolvida por uma cápsula frouxa, porém forte, reforçada por ligamentos também compartilhados com a articulação mediocárpica. 4.3.1.3 Articulações intercarpais (articulação do carpo) Incluem as articulações entre os ossos individuais da fileira proximal de ossos do carpo e as articulações entre os ossos individuais da fileira distal de ossos do carpo. 4.3.1.4 Articulação mediocárpica Formada entre as superfícies proximais do trapézio, trapezóide, capitato e hamato, articuladas com as superfícies distais do escafóide, semilunar e piramidal. 4.3.1.5 Articulações carpometacarpais No polegar, a articulação carpometacarpal é selar, e no 2º ao 5º dedos, a articulação carpometacarpal é plana. 4.3.1.6 Articulações intermetacarpais / metacarpofalângicas / interfalângicas As articulações intermetacarpais têm somente uma pequena amplitude de movimento de deslizamento. As metacarpofalângicas são articulações biaxiais com a extremidade distal de cada metacárpico convexa e a falange proximal côncava. As articulações interfalângicas são dobradiças uniaxiais, com um grau de liberdade. 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.3.2 Amplitude articular do punho e mão 4.3.2.1 Flexão de punho Os músculos responsáveis pelo movimento são o flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo e palmar longo. Ocorrem na articulação radiocárpica, no plano sagital, nas articulações radiocárpicas e intercárpicas. Neste teste, certificar-se de que os dedos estão relaxados; evitar os desvios: radial e ulnar do punho. Amplitude articular: 0°- 90°. Figura 18 – Goniometria: flexão do punho Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.3.2.2 Extensão de punho Ocorrem no plano sagital nas articulações radiocárpicas e intercápicas. Os músculos responsáveis pelo movimento são o extensor radial longo e curto do carpo e o extensor ulnar do carpo. Neste teste, evitar a extensão dos dedos e os desvios radial e ulnar do punho. Amplitude articular: 0°- 70°. 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 19 - Goniometria: extensão do punho Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.3.2.3 Desvio radial do punho (abdução) Os principais músculos responsáveis por este movimento são o flexor radial do carpo, o abdutor e o extensor longo polegar, o extensor radial longo do carpo, o extensor radial curto do carpo e o extensor curto do polegar. Na posição anatômica, o movimento de desvio radial no punho ocorre no plano frontal. Neste teste, evitar a flexão e a extensão do punho e a supinação do antebraço. Amplitude articular: 0°- 20° Figura 20 – Goniometria: desvio radial Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.3.2.4 Desvio ulnar do punho (adução) Os principais músculos responsáveis por este movimento são o flexor ulnar do carpo e o extensor ulnar do carpo. Na posição teste, o movimento ocorre no plano frontal. Evitar a flexão ou extensão do punho. Evitar a pronação ou a supinação do antebraço. Amplitude articular: 0°- 45°. Figura 21 – Goniometria: desvio ulnar Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.3.3 Resumo geral dos movimentos do punho e amplitudes articulares normais Músculos envolvidos nos movimentos do punho e da mão e amplitude articular normal Movimentos Músculos Primários Amplitude articular Flexão de punho Flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo e palmar longo 0º - 90º Extensão de punho Extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo e extensor ulnar do carpo. 0º - 70º Desvio radial Flexor radial do carpo, o abdutor e o extensor longo polegar, o extensor radial longo do carpo, o extensor radial curto do carpo e o extensor curto do polegar. 0º - 20º Desvio ulnar Flexor ulnar do carpo e o extensor ulnar do carpo 0º - 45º 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.4 Quadril e Pelve A articulação do quadril é uma articulação esferóide formada pelo encaixamento da cabeça do fêmur no acetábulo do osso do quadril. A cabeça do fêmur forma aproximadamente dois terços de uma esfera. O acetábulo é uma estrutura côncava que está angulada obliquamente em uma direção anterior, lateral e inferior. A cartilagem articular recobre ambas as superfícies articulares, sendo que a cartilagem no acetábulo é mais espessa na sua periferia, onde ela se une a um lábio de fibrocartilagem que contribui para a estabilidade da articulação. O acetábulo também fornece um encaixe mais profundo que a cavidade glenóide. A despeito da estabilidade inerente proporcionada à articulação por sua arquitetura e sustentação ligamentosa, a articulação do quadril demonstra um alto grau de mobilidade. Vários ligamentos espessos contribuem para a estabilidade do quadril. O ligamento iliofemoral e o pubofemoral fortalecem a cápsula articular anteriormente com um reforço posterior do ligamento isquiofemoral. Dentro da cápsula articular, o ligamento redondo fornece uma inserção direta da borda do acetábulo até a cabeça do fêmur. Várias bolsas estão presentes nos tecidos circunjacentes para auxiliar na lubrificação. O quadril realiza os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e externa, além do movimento de circundação. Figura 22 – Quadril e pelve Fonte: KAYAPRAJNA, 2008 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.4.1 Articulação do quadril Articulação sinovial esferóidea com 3 graus de liberdade. 4.4.2 Amplitude articular do quadril 4.4.2.1 Flexão do quadril A flexão do quadril é o movimento que leva a face anterior da coxa ao encontro do tronco, de modo que a coxa e o conjunto do membro inferior são levados para diante do plano frontal que passa pela articulação. Os principais músculos responsáveis por este movimento são situados na parte anterior da coxa: - psoas; - ilíaco; - sartório; - reto femoral; - tensor da fáscia lata. O movimento ocorre no plano sagital, entre a cabeça do fêmur e o acetábulo do ilíaco. Neste teste, manter o membro oposto plano sobre a mesa para controlar a inclinação pélvica posterior e evitar a movimentação lombossacra. Amplitude articular com o joelho fletido: 0°- 125°. Figura 23 – Goniometria: flexão do quadril Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.4.2.2 Extensão do quadril A extensão leva o membro inferior para trás do plano frontal. A amplitude da extensão do quadril é mais fraca que a daflexão. Os músculos extensores do quadril são os músculos da região glútea e posteriores da coxa: - glúteo máximo; - fibras posteriores de glúteo médio; - fibras posteriores de glúteo mínimo; - porção longa do bíceps femoral; - semitendinoso; - semimembranoso; - porção extensora do adutor magno. O movimento ocorre no plano sagital. O indivíduo deverá manter as espinhas ilíacas ântero-superiores planas sobre a mesa para se ter certeza de que o movimento irá ocorrer nas articulações do quadril e não nas vértebras lombares. Neste teste, evitar a inclinação pélvica anterior. Amplitude articular: 0°-10°. Figura 24 – Goniometria: extensão do quadril Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.4.2.3 Abdução do quadril A abdução leva o membro inferior para fora e o afasta do plano de simetria do corpo. Os principais músculos responsáveis por este movimento são o glúteo médio, glúteo mínimo, o tensor da fáscia lata e as fibras superiores do glúteo máximo. Neste teste, evitar a rotação medial ou lateral do quadril. Amplitude articular: 0°- 45°. Figura 25 – Goniometria: abdução do quadril Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.4.2.4 Adução do quadril A adução leva o membro inferior para dentro e o aproxima do plano de simetria do corpo. Os principais músculos responsáveis por este movimento são o pectíneo, adutor longo, adutor curto, adutor magno e grácil. Na posição teste, o movimento de adução ocorre no plano frontal. Evitar a rotação medial do quadril e a inclinação lateral da coluna. Amplitude articular: 0°- 30°. Figura 26 – Goniometria: adução do quadril Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.4.2.5 Rotação interna do quadril A rotação do quadril ocorre em torno do eixo mecânico do membro inferior. A rotação interna é o movimento que leva a perna para fora. Com o joelho completamente estendido, não existe a seu nível nenhuma rotação, e somente o quadril é responsável pelo movimento. Os rotadores internos são o glúteo mínimo, tensor da fáscia lata, fibras anteriores de glúteo médio. Na posição teste, o movimento ocorre no plano transversal. Evitar a rotação e a inclinação lateral da pelve para o mesmo lado; evitar que a pelve se afaste da mesa. Amplitude articular: 0°- 45°. Figura 27 – Goniometria: rotação interna do quadril Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.4.2.6 Rotação externa do quadril A rotação externa é o movimento que leva a perna para dentro. Os principais rotadores externos são: - o piriforme; - obturador externo e interno; - gêmeo superior e inferior; - quadrado femoral; - fibras posteriores do glúteo médio; - sartório; - porção longa do bíceps femoral; - pectíneo; 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - grácil; - adutores longo, curto e magno. Neste teste, evitar a rotação da pelve para o lado oposto; evitar a adução do quadril; evitar a inclinação contralateral da pelve e a flexão ou rotação ipsilateral do tronco. Amplitude articular: 0°- 45°. Figura 28 – Goniometria: rotação externa do quadril Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.4.3 Resumo geral dos movimentos do quadril e amplitudes articulares normais Músculos envolvidos nos movimentos do quadril e amplitude articular normal Movimentos Músculos Primários Amplitude articular Flexão Psoas, ilíaco, sartório, reto femoral e tensor da fáscia lata. 0º - 125º Extensão Glúteo máximo, médio e mínimo, bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso, e adutor magno. 0º - 10º Abdução Glúteo médio, mínimo, máximo e tensor da fáscia lata. 0º - 30º Adução Adutor longo, curto e magno, pectíneo e grácil. 0º - 45º Rotação interna Glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; glúteo médio. 0º - 45º Rotação externa Piriforme; obturador externo e interno; gêmeo superior e inferior; quadrado femoral; glúteo médio; sartório; bíceps femoral; pectíneo; grácil; adutores longo, curto e magno. 0º - 45º 93 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.5 Joelho A articulação do joelho tipicamente classificada como uma sinovial em dobradiça é a maior e mais complexa articulação do corpo. É vulnerável em atletas e supostamente também em não-atletas. Trata-se de uma articulação intermediária do membro inferior. Possui um grau de liberdade (flexão/extensão), que lhe permite aproximar ou afastar a extremidade do membro da sua raiz. O joelho trabalha essencialmente em compressão, sob a ação do peso. Acessoriamente, o joelho comporta um segundo grau de liberdade: a rotação sobre o eixo longitudinal da perna, que só surge quando o joelho está fletido. A rotação interna leva a perna para dentro e intervém no movimento de adução do pé. Os músculos responsáveis por este movimento são: semitendinoso, semimembranoso, sartório, grácil e poplíteo. A rotação externa leva a perna para fora e intervém no movimento de abdução do pé. O músculo responsável por este movimento é o bíceps femoral. O joelho engloba três articulações: duas femorotibiais e uma femoropatelar. As duas primeiras são os locais onde os côndilos femorais medial e lateral fazem contato, através de cartilagem articular interposta, com a face articular superior da tíbia. A articulação femoropatelar é composta pela face articular da patela e face patelar do fêmur. A patela é um osso sesamóide, que se caracteriza por seu desenvolvimento dentro do tendão do músculo quadríceps. A cápsula articular do joelho, diferentemente do que acontece em outras articulações, não forma uma estrutura envolvente completa da articulação. Os poucos ligamentos capsulares verdadeiros que conectam os ossos são auxiliados por tecidos tendíneos dos músculos associados à articulação. Outras estruturas ligamentosas importantes que estabilizam o joelho incluem os ligamentos poplíteo oblíquo, poplíteo arqueado, colaterais medial e lateral e cruzados anterior e posterior. Os meniscos medial e lateral desempenham papel importante na função do joelho. Auxiliam a estabilização da articulação, aprofundando as faces articulares da tíbia, servindo como fonte de absorção de choque e transmissão de forças ao 94 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores aumentar a área de superfície articular, aumentando a eficiência de a lubrificação articular. O joelho realiza os movimentos de flexão, extensão, rotação interna e externa. Figura 29 – Articulação do joelho Fonte: FISIONET, 2008 4.5.1 Articulações do joelho 4.5.1.1 Articulação femorotibial É uma articulação sinovial. Os côndilos femorais medial e lateral fazem contato através dos meniscos interpostos à face articular superior da tíbia. 4.5.1.2 Articulação femoropatelar A articulação femoropatelar é uma articulação sinovial, do tipo plana ou planartrose. A face articular da patela é adaptado à face patelar do fêmur. 4.5.1.3 Articulação tibiofibular-superior Articulação sinovial plana entre a tíbia e a cabeça da fíbula.95 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.5.2 Amplitude articular do joelho 4.5.2.1 Flexão do joelho A flexão é o movimento que aproxima a face posterior da perna da face posterior da coxa. Durante a flexão, os meniscos são tracionados para trás. Os músculos responsáveis por este movimento são: bíceps femoral; semitendinoso; semimembranoso; sartório e grácil. Gastrocnêmios e poplíteo são auxiliares. O movimento ocorre no plano sagital entre os côndilos do fêmur e da tíbia. Neste teste, evitar a rotação do quadril, assim como a extensão e qualquer flexão adicional. Anotar o grau de flexão do quadril, se não for de 90º. Manter a articulação do quadril fletida para evitar o estiramento do músculo reto femoral. Amplitude articular: 0°- 140°. Figura 30 – Goniometria: flexão do joelho Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.5.2.2 Extensão do joelho A extensão é o movimento que afasta a face posterior da perna da face posterior da coxa. Corresponde ao retorno a partir de sua flexão e ocorre no plano sagital. Durante a extensão, os meniscos são tracionados para frente. O grupo muscular responsável por este movimento é o quadríceps femoral (reto femoral, vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio). Tensor da fáscia lata e glúteo máximo são auxiliares. Amplitude articular: 140°- 0°. 96 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 31 – Goniometria: extensão do joelho Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.5.3 Resumo geral dos movimentos do joelho e amplitudes articulares normais Músculos envolvidos nos movimentos do joelho e amplitude articular normal Movimentos Músculos Primários Amplitude articular Flexão Bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso, sartório e grácil. 0º - 140º Extensão Quadríceps femoral: (reto femoral, vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio). 140º - 0º Rotação interna Semitendinoso, semimembranoso, sartório, grácil e poplíteo. Rotação externa Bíceps femoral. 4.6 Tornozelo e pé O tornozelo é uma estrutura formada pela união de três ossos: tíbia, fíbula e tálus. É classificada como uma sinovial em dobradiça em virtude de sua arquitetura óssea, um sistema de ligamentos colaterais medial e lateral, a cápsula articular e a parte distal da membrana interóssea. A articulação do tornozelo é crucial na transmissão de força do corpo e para o corpo durante a sustentação de peso e outras cargas. Arquiteturalmente, um encaixe ou abertura provida de borda, é 97 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores formado pelos maléolos da tíbia e da fíbula no qual a face superior do tálus se ajusta. Essa estrutura é uma importante fonte de estabilidade para a articulação do tornozelo. Os principais ligamentos que sustentam a articulação incluem a parte distal da membrana interóssea, a cápsula articular, ligamento deltóide (medialmente) e ligamento calcaneo-fibular (lateralmente); os quatro últimos são considerados ligamentos colaterais. É composto por três articulações: articulação talocrural (formada pela extremidade inferior da tíbia e fíbula com o dorso do tálus); articulação subtalar (entre o tálus e o calcâneo) e articulação tibiofibular (formada pela extremidade inferior da tíbia e da fíbula). Os movimentos envolvidos na articulação do tornozelo são: flexão plantar, flexão dorsal, inversão e eversão do pé. Figura 32 – Articulação do tornozelo Fonte: FISIONET, 2008 98 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.6.1 Articulações do tornozelo e pé 4.6.1.1 Retropé 4.6.1.1.1 Articulação talocrural (tornozelo) Articulação do tornozelo. É uma articulação uniaxial, do tipo gínglimo, em dobradiça. Realiza movimentos de dorsiflexão e flexão plantar. Envolve a extremidade inferior da tíbia e seu maléolo medial, o maléolo lateral da fíbula e o corpo do tálus. 4.6.1.1.2 Articulação subtalar (talocalcânea) Articulação sinovial plana localizada entre a face interior do tálus e a face superior do calcâneo. O movimento do pé através da articulação subtalar pode ser modelado representando-se o tornozelo como uma articulação esferóide. O gínglimo uniaxial do tornozelo, combinado com o eixo da articulação subtalar, permite efetivamente, ao pé, três eixos de rotação. Permite essencialmente dois movimentos: inversão do pé (a planta do pé é virada medialmente) e eversão do pé (a planta do pé é virada lateralmente). 4.6.1.1.3 Articulação tibiofibular Articulação do tipo fibroso ou sindesmose. Dividida em proximal e distal. Todas elas possuem um ligamento tibiofibular anterior e tibiofibular posterior. 4.6.1.2 Mediopé 4.6.1.2.1 Articulação transversa do tarso Junção entre as articulações talonavicular, triaxial e calcaneocubóidea, biaxial. Os ossos navicular e cubóide articulam-se de tal modo, que permitem apenas um leve movimento e portanto, podem ser considerados um único segmento. Vista por cima, a articulação transversa do tarso forma uma linha em forma de S. A articulação permite movimentos da parte anterior do pé, com referência à parte posterior. O movimento em torno desse eixo permite que o pé se adapte a uma variedade de orientações da superfície durante a locomoção. 99 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.6.1.3 Antepé 4.6.1.3.1 Articulações tarsometatarsais e intermetatarsais Articulações sinoviais planas. 4.6.1.3.2 Articulações metatarsofalângicas Articulações sinoviais condilóides com 2 graus de liberdade. 4.6.1.3.3 Articulações interfalângicas Articulações em dobradiça sinoviais com um grau de liberdade. 4.6.2 Amplitude articular do tornozelo 4.6.2.1 Dorsiflexão da articulação do tornozelo Movimento no qual o dorso do pé é voltado para a cabeça. Os músculos envolvidos neste movimento são: tibial anterior e extensor longo dos dedos. Ocorre no plano sagital entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula e a superfície articular do tálus. Evitar a movimentação da articulação do quadril e do joelho; evitar a inversão e a eversão. Manter o joelho semifletido para diminuir a ação do compartimento posterior da coxa. Amplitude articular: 0°- 20°. Figura 33 – Goniometria: dorsiflexão do tornozelo Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.6.2.2 Flexão plantar do tornozelo Movimento pelo qual a planta do pé é voltada para o chão. Os músculos envolvidos no movimento são: gastrocnêmio e sóleo. Ocorre no plano sagital, entre a tíbia e fíbula distal e o tálus. Neste teste, evitar a movimentação do quadril e do joelho; a flexão do antepé, a inversão e eversão do pé. Amplitude articular: 0°- 45°. 100 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 34 – Goniometria: flexão plantar Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.6.2.3 Supinação mediotársica-subtalar (inversão) Movimento no qual se vira a planta do pé para a perna. Os músculos envolvidos são: tibial anterior e posterior. Ocorre entre o tálus e o calcâneo, o tálus e o navicular e o calcâneoe o cubóide. O movimento ocorre nos planos transversal, sagital e frontal. Neste teste, evitar a rotação medial do quadril e a extensão do joelho; evitar a rotação lateral e a abdução do quadril. Amplitude articular: 0°- 40°. Figura 35 – Goniometria: inversão do pé Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.6.2.4 Pronação mediotársica-subtalar (eversão) Movimento no qual se vira a planta do pé para a parte lateral da perna. Os músculos envolvidos são: extensor longo dos dedos e fibular longo e curto. Ocorre 101 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores entre o tálus e o calcâneo, o tálus e o navicular e o calcâneo e o cubóide. O movimento ocorre nos planos transversal, sagital e frontal. Evitar a rotação medial e a abdução do quadril. Amplitude articular: 0°-20°. Figura 36 – Goniometria: eversão do pé Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.6.3 Resumo geral dos movimentos do tornozelo e amplitudes articulares normais Músculos envolvidos nos movimentos do tornozelo e amplitude articular normal Movimentos Músculos Primários Amplitude articular Flexão plantar Gastrocnêmio e sóleo. 0º - 45º Flexão dorsal Tibial anterior e extensor longo dos dedos 0º - 20º Inversão Tibial anterior e posterior 0º - 40º Eversão Extensor longo dos dedos e fibular longo e curto. 0º - 20º 102 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.7 Coluna vertebral A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, das quais 24 se unem para formar uma coluna flexível. De cima para baixo, são classificadas como cervicais (C1 -C7), torácicas (T1-T12), lombares (L1-L5), sacrais (S1-S5) e quatro coccígeas. As vértebras sacrais e coccígeas são denominadas vértebras falsas porque no adulto são fundidas para formar o sacro e cóccix. As demais vértebras, cervicais, torácicas e lombares, são denominadas verdadeiras porque permanecem distintas por toda a vida. O forame vertebral, através do qual passa a medula espinhal, é limitado na frente pelo corpo vertebral e atrás pelo arco vertebral. Este arco é formado por dois pedículos e lâminas. Os pedículos originam-se do corpo vertebral, enquanto as lâminas se originam dos pedículos. Um processo espinhoso projeta-se para trás a partir de sua origem na junção das lâminas, e dois processos transversos projetam- se para trás e lateralmente a partir de sua origem nas junções dos pedículos e lâminas. Dois pares de processos articulares, superiores e inferiores, unem vértebras adjacentes. Os nervos espinhais em cada nível segmentar deixam a coluna vertebral através dos forames intervertebrais, que são limitados pelas incisuras vertebrais (superior e inferior) de vértebras contíguas. A coluna vertebral é sustentada e protegida de forças, em parte, pelas estruturas articulares. Os dois tipos de articulações na coluna vertebral são sínteses cartilagíneas e sinoviais planas. O primeiro tipo é encontrado ao longo da coluna vertebral, do áxis ao sacro, composto de discos fibrocartilagíneos entre os corpos de vértebras adjacentes. Estes discos são contíguos com camadas de cartilagem hialina nas faces inferiores e superiores dos corpos e são classificados como sínfises. Na região torácica, os discos têm uma espessura quase uniforme, enquanto nas áreas cervical e lombar são mais espessos na frente, o que contribui para as curvas regionais. Os movimentos envolvidos nas articulações da coluna vertebral são: flexão, extensão, inclinação lateral e rotação. 103 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 37 – A coluna vertebral Fonte: INEB, 2008 4.7.1 Articulações 4.7.1.1 Articulação atlantoccipital (C0-C1) A primeira vértebra cervical é denominada atlas. Não possui corpo. É um anel ósseo circundando o forame vertebral. Em sua face superior existem duas grandes faces articulares côncavas que acomodam os côndilos occipitais do crânio. As articulações atlantoccipitais permitem movimentos de flexão e extensão. A articulação tem uma cápsula frouxa reforçada pelos ligamentos atlantoccipitais anterior, posterior e lateral. 4.7.1.2 Articulação atlantoaxial mediana (C1-C2) A segunda vértebra cervical é denominada áxis, tem uma cavilha curta, chamada de dente, que se estende verticalmente a partir de seu corpo para o forame vertebral do atlas, onde um ligamento muito grande o separa da medula espinhal. Este processo ósseo serve como um pivô em torno do qual o atlas gira livremente, tornando possível girar ou balançar a cabeça de um lado a outro. O movimento nessas duas articulações é livre, em comparação com as outras articulações intervertebrais. 4.7.1.3 Demais articulações cervicais Existem 14 articulações sinoviais dos processos articulares na coluna cervical. No resto da região cervical, contudo, as articulações zigoapofisárias são 104 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores inclinadas e, em geral, se situam orientadas com o plano frontal. Devido a esse alinhamento, as articulações zigoapofisárias da região cervical permitem flexão e extensão no plano sagital, flexão lateral no plano frontal e rotação no plano transversal. 4.7.1.4 Articulações torácicas Na região torácica, as vértebras se diferenciam por possuir faces costais para articulação com as costelas. Há uma ou mais faces em cada lado do corpo. Nos processos transversos há faces para articulação com os tubérculos costais. Seus processos espinhosos são longos e delgados. As vértebras de T4 a T8 são típicas. De T1 a T4 existem algumas características de vértebras cervicais. E as vértebras de T9 a T12 possuem tubérculos semelhantes às vértebras lombares. 4.7.1.5 Articulações lombares As pequenas estruturas que compõem uma articulação lombar entre os processos articulares possuem cápsulas articulares, estruturas intra-articulares e facetas articulares. As cápsulas articulares apresentam-se à margem dorsal, superior e inferior de cada articulação apofisária. As fibras colágenas seguem em direção transversal de um processo articular a outro. A cápsula fibrosa em seu nível anterior é substituída pelo ligamento amarelo, posteriormente é reforçada pelas fibras profundas do multifídeo. Na porção superior e inferior, a cápsula é frouxa e forma bolsas de gordura. 4.7.2 Amplitude articular da coluna vertebral 4.7.2.1 Flexão da coluna cervical O movimento ocorre no plano sagital. O músculo esternocleidomastoideo é o flexor cervical primário. Os músculos escalenos anterior, médio e posterior e os músculos intrínsecos do pescoço são auxiliares. Neste teste, evitar a flexão de tronco e a rotação e flexão lateral da coluna cervical. Amplitude articular: 0°- 80/90°. 105 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 38 – Goniometria: flexão cervical Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.7.2.2 Extensão da coluna cervical O movimento ocorre no plano sagital. Os principais músculos responsáveis pela extensão do pescoço são o trapézio (fibras superiores), esplênio cervical e semi-espinhal da cabeça. São auxiliados pelo elevador da escápula e pelos músculoscervicais intrínsecos. Neste teste, evitar a extensão de tronco e a flexão lateral e rotação da coluna cervical. Amplitude articular: 0°- 70°. Figura 39 – Goniometria: extensão cervical Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.7.2.3 Inclinação lateral da coluna cervical Ocorre no plano frontal. Os músculos primários deste movimento são os escalenos, auxiliados pelos músculos intrínsecos do pescoço. Neste teste, evitar a flexão, extensão e rotação de tronco; evitar a elevação do ombro no lado testado. Amplitude articular: 0°- 40°. 106 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 40 – Goniometria: inclinação lateral cervical Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.7.2.4 Rotação da coluna cervical Ocorre no plano transversal. O músculo esternocleidomastóideo é o rotador principal da coluna cervical. Neste teste, evitar a flexão, a extensão e a flexão lateral do tronco. Amplitude articular: 0°- 70/90°. Figura 41 – Goniometria: rotação cervical Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.7.2.5 Flexão da coluna lombar O movimento ocorre no plano sagital. O reto abdominal é o flexor primário do tronco. Ele é auxiliado pelos músculos oblíquos interno e externo do abdômen. Neste teste, evitar a flexão dos joelhos. Amplitude articular: 0°- 95°. 107 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 42 – Goniometria: flexão lombar Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.7.2.6 Extensão da coluna lombar O movimento ocorre no plano sagital. Os extensores do tronco são os músculos eretores da espinha, que incluem o iliocostal torácico, o longuíssimo dorsal, o espinhal torácico e o iliocostal lombar. Neste teste, evitar a hiperextensão dos joelhos. Amplitude articular: 0°- 35. Figura 43 – Goniometria: extensão lombar Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.7.2.7 Inclinação lateral da coluna lombar O movimento ocorre no plano frontal. Os músculos principais deste movimento são os oblíquos interno e externo do abdome e o quadrado lombar do lado do movimento. Neste teste, evitar a flexão, extensão e rotação de tronco e a inclinação lateral da pelve. Amplitude articular: 0°- 40°. 108 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Figura 44 – Goniometria: inclinação lateral lombar Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008. 4.7.3 Resumo geral dos movimentos da coluna e amplitudes articulares normais Músculos envolvidos nos movimentos da coluna vertebral e amplitude articular normal Movimentos Músculos Primários Amplitude articular Coluna cervical Flexão Esternocleidomastoideo 0-80/90° Extensão Trapézio, esplênio cervical e semi-espinhal da cabeça. 0-70° Inclinação lateral Escalenos 0-40° Rotação lateral Esternocleidomastóideo 0-70/90° Coluna lombar Flexão Reto abdominal 0-95º Extensão Músculos eretores da espinha (iliocostal torácico; longuíssimo dorsal, espinhal torácico e iliocostal lombar) 0-35° Inclinação lateral Oblíquos interno e externo do abdome e quadrado lombar 0-40° 109 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 5. Glossário Articulação em gínglimo (dobradiça): seu nome refere-se muito mais ao movimento (flexão e extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies articulares. A articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a simples observação mostra como a superfície articular do úmero, que entra em contato com a ulna, apresenta-se em forma de carretel. Articulação esferóide: apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas e se encaixam em receptáculos ocos. Este tipo de articulação permite movimentos em torno de três eixos, sendo, portanto tri-axial. Articulação plana: as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. A articulação acromioclavicular é um exemplo. Deslizamento existe em todas as articulações sinoviais, mas nas articulações planas ele é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja bastante reduzida. Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos deslizamentos entre vários ossos articulados permitem apreciável variedade e amplitude de movimento. Articulação selar: a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa segunda peça onde convexidade e concavidade apresenta-se no sentido inverso da primeira. A articulação carpo-metacárpica do polegar é exemplo típico. Articulação sinovial: a mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se interpõe às peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia, ou líquido sinovial. Além da presença deste líquido, as 110 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores articulações sinoviais possuem três outras características básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular. Articulação trocóide: as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta razão, cilindróides talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las. Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é vertical: são mono- axiais. Um exemplo típico é a articulação radio-ulnar proximal responsável pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Articulações biaxiais: articulações que realizam movimento em torno de dois eixos. Articulações condilóides: as superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide seria talvez um termo mais adequado. Estas articulações permitem flexão, extensão, abdução e adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo, portanto biaxiais. A articulação rádio-cárpica (ou do punho) é um exemplo. Articulações triaxiais: articulações que realizam movimento em torno dos 3 eixos (longitudinal, sagital, transversal); são as que fazem circundação. Articulações uniaxiais: articulações que realizam movimento em torno de um eixo. Equimose: extravasamento de sangue para a pele, resultando em uma mancha azul ou púrpura, redonda, não-elevada ou irregular. Manguito rotador: metade superior da cápsula da articulação do ombro, reforçada pelos tendões de inserção dos músculos supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e subescapular. Medula espinhal: porção do sistema nervoso central que está contida no canal vertebral. 111 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Órtese: equipamento utilizado como auxiliar para funções anatômicas. Osso sesamóide: denominação dada a um pequeno osso que está incrustado num tendão ou numa cápsula articular. Pedículo vertebral: estrutura que une os corpos vertebrais às apófises transversas correspondentes de vértebras superpostas. Posição antálgica: alteração da posição funcional deuma articulação em decorrência de processos dolorosos. Quirodáctilos: dedos das mãos. Sindesmose: articulação fibrosa na qual as faces ósseas são unidas por um ligamento interósseo, por uma fina corda fibrosa ou uma membrana aponeurótica. -----------FIM DO MÓDULO III -----------
Compartilhar