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CCJ0035-WL-B-LC-Litisconsórcio-01

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Da-se o litisconsórcio quando duas ou mais pessoas litigam, no mesmo processo, e no mesmo 
lado, no pólo ativo ou passivo da ação (art. 46 do CPC), ou seja, quando há mais de um autor 
ou mais de um réu, havendo comunhão de interesses, conexão de causa ou afinidade de 
questões. O litisconsórcio pode ser: 
ativo (mais de um autor), 
passivo (mais de um réu), 
misto ou recíproco (mais de um autor ou mais de um réu). 
inicial ou ulterior, conforme a pluralidade se verifique no início ou em momento posterior da 
ação. 
facultativo (adotado voluntariamente pelas partes) 
necessário (a ação só pode ser proposta por duas ou mais pessoas ou contra duas ou mais 
pessoas). 
simples (a decisão pode ser diferente para cada litisconsorte), 
unitário (a sentença tem que ser igual para todos os autores e para todos os réus). 
 
Concluímos também que a sentença, às vezes, produz efeito não somente entre as partes, mas 
também as pessoas estranhas ao processo de modo indireto. Por isso, em dadas circunstâncias, 
a lei permite ou determina o ingresso de terceiros no processo, para ajudar as partes ou para 
excluí-las. A intervenção de terceiros pode assumir as formas de assistência, oposição, 
nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. 
Ocorre a assistência quando alguém que tenha interesse jurídico na vitória de um dos litigantes, 
entra no processo como assistente, colocando-se ao lado do autor, ou ao lado do réu, para 
auxiliá-lo. 
A Assistência pode ser: 
simples (quando o direito do assistente não estiver diretamente envolvido no processo - 
interesse jurídico indireto), 
litisconsorcial (se a sentença tiver de ser uniforme, envolvendo diretamente também o direito 
do assistente - interesse jurídico direto). O interesse do assistente terá de ser jurídico, não 
podendo ser apenas econômico (RT 469/170; RJTJESP - Lex 28/15, 77/266). 
 
A Oposição consiste na intervenção de um terceiro para excluir uma das partes, ou ambas, e 
para pleitear para si, no todo ou em parte, a coisa ou o direito discutido no processo (arts. 56 a 
61 do CPC). O Código de Processo Civil atual (art. 56) não se refere mais à necessidade de 
exclusão de ambas as partes, para a admissão da oposição, como fazia o Código de Processo 
Civil de 1939 (art. 102). 
 
Dá-se a Nomeação à Autoria quando, proposta a demanda sobre uma coisa, o réu alegar que 
não possui em nome próprio, mas em nome alheio, indicando respectivo proprietário ou 
possuidor, contra quem deveria voltar-se a ação (art. 62 do CPC). Na nomeação à autoria, na 
verdade, a demanda não é do nomeante, mas do nomeado. Aplica-se também a mesma 
solução no caso de quem causa um prejuízo e alega que agiu por ordem de terceiro (art. 63). O 
intuito é trazer para o processo o verdadeiro proprietário, possuidor ou responsável, excluindo 
ou diminuindo a responsabilidade daquele que possui ou age em nome de outrem. 
 
A Denunciação da Lide consiste na citação de terceiro, que o autor ou réu considerem como 
sendo garante de seu direito, no caso de perderem a demanda. O instituto melhor se nominaria 
chamamento à garantia. A sentença poderá decidir sobre a relação e a responsabilidade do 
denunciado para com o denunciante. Daí ter a denunciação da lide um caráter de ação paralela 
incidental entre denunciante e denunciado. Deve-se sublinhar que o denunciado só pode ser 
condenado em relação ao denunciante e não em relação à outra parte, perante o qual é terceiro 
alheio à lide. 
Diz o artigo 70 do Código de Processo Civil que a denunciação da lide é obrigatória em três 
casos: 
a) na garantia advinda da evicção (art. 70, I); 
b) na garantia devida pelo possuidor indireto para com o possuidor direto (art. 70, II); 
c) na garantia daquele que, por via de regresso, deva indenizar o prejuízo de quem perder a 
demanda (art. 70, III). 
A palavra "obrigação", no artigo 70 do Código de Processo Civil, não é empregada no sentido 
que tem no Direito Civil, mas no sentido de ônus processual. 
 
Chamamento ao Processo é o ato pelo qual o devedor, quando citado como réu, pede a 
citação também de outro coobrigado, a fim de que se decida, no processo, a responsabilidade 
de todos. A sentença que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como 
título executivo, em favor do que satisfazer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor 
principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporção que lhes tocar (art. 80 do 
CPC). Só o réu pode fazer o chamamento ao processo e não cabe na execução.

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