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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ - SC ENSINO CLINICO V TEÓRICO-CIRURGICO ENSINO CLÍNICO V PRÁTICO A Equipe Cirúrgica ORGANIZAÇÃO DE UM CENTRO CIRÚRGICO Introdução Cirurgia como trabalho em equipe Os membros da equipe Funcionamento harmônico Hierarquia e ordem Respeito ORGANIZAÇÃO DE UM CENTRO CIRÚRGICO Considerações Preliminares “Consiste a organização em criar e dispor, sistematicamente, as diversas partes de um todo, no exercício das respectivas funções, para alcançar determinado objetivo com a máxima eficiência” Serson. São três as equipes que prestam assistência direta através de um trabalho harmonioso, visando a segurança do paciente à eficiência do ato cirúrgico: Equipe de anestesia. Equipe de cirurgia ou cirúrgica. Equipe de enfermagem. Equipe de Anestesia Compõe-se de médicos anestesistas. É de responsabilidade do anestesista prescrever a medicação pré-anestésica, planejar e executar a anestesia, bem como controlar o paciente durante a cirurgia e após a mesma, até o restabelecimento de seus reflexos. Anestesista Escolha da melhor anestesia Executar anestesia com eficiência Informar do andamento da anestesia e condição do paciente ao cirurgião qdo solicitado Não sair da sala de operações Informar ao cirurgião de intercorrências que surjam. Equipe de Cirurgia Compõe-se de: cirurgião, assistente e instrumentador, sendo que este último pode ou não ser médico. É de competência do cirurgião planejar e executar o ato cirúrgico, comandar e manter a ordem no campo operatório. O instrumentador é o integrante da equipe que se responsabiliza pelo preparo da mesa, fornece instrumentais ao cirurgião e ao assistente, mantém a mesa em ordem e deve estar atento para que não falte nenhum material, solicitando-o da circulante da sala, sempre que preciso. Em alguns serviços, o instrumentador é elemento da equipe de enfermagem. O Cirurgião Cultura Serenidade Equilíbrio emocional Habilidade Segurança Iniciativa Vocação O Cirurgião Responsabilidade do ato cirúrgico Comando firme mas natural Simpatia e carisma Humildade para reconhecer erros e aceitar sugestões Mantenedor da ordem, disciplina e harmonia O Primeiro Assistente Primeiro Auxiliar Preparo Pré- Operatório Imediato Colaborar com Instrumenta- dora Auxílio Operatório Permanecer com o Paciente Preparar Sala de Operações (Paciente) Cirurgião como primeiro assistente Respeito pelas preferências e hábitos do cirurgião Adaptar-se à função de assistente O Primeiro Assistente Função precípua: Auxiliar o cirurgião Abertura do campo Exposição de estruturas Diminuir dificuldade de procedimentos Apresentação do campo operatório: primordial Instrumentador como segundo assistente: Enxugar, cortar fios, dar nós. Deveres – Cirurgião Operar com técnica rigorosa; Ser preciso no pedido de instrumentos; Estender a mão para receber instrumentos; Respeitar demais membros, evitando palavras e atos ofensivos, intempestivos; Devolver instrumentos ao intrumentador; Assumir a responsabilidade total do ato operatório. Direitos – Cirurgião Autoridade máxima no ato operatório; Ações acatadas; Colaboração eficiente durante a operação. Deveres – Primeiro Assistente Secundar diligentemente o cirurgião Preparar o enfermo no pré-operatório imediato Anti-sepsia / campos / sondagens / posição Partilhar idéias com o cirurgião Obedecer e acatar autoridade do cirurgião Relação respeitosa com instrumentador Direitos – Primeiro Assistente Ser atendido pelo instrumentador nos atos cirúrgicos Tranqüilidade e ambiente adequado Não ter responsabilidades gratuitas imputadas por complicações Receber nas mãos os instrumentos da maneira adequada O Segundo Assistente Elemento eventual Atuação complementar à do primeiro assistente Liberação do primeiro assistente para melhor auxiliar o cirurgião Enxugar campo, afastar estruturas, cortar fios, abertura do campo Equipe de Enfermagem Enfermeira Técnico de enfermagem Auxiliar de enfermagem Atribuições do enfermeiro Coordenador - relativas ao funcionamento da unidade, - atividades técnico-administrativas, - assistenciais; e de, - administração. a) Atividades do enfermeiro Coordenador relacionadas ao funcionamento da unidade participar da elaboração de normas, rotinas e procedimentos do setor; prever a necessidade de materiais e equipamentos e prover o setor de tais materiais; Orientar, supervisionar e avaliar o uso adequado de materiais e equipamentos, garantindo seu correto emprego; solicitar a aquisição de novos equipamentos e materiais e testá-los; colaborar com a CCIH, sendo multiplicador e notificando ocorrências; cumprir as normas estabelecidas pela CCIH e fazer com que todos que ingressem no CC também as cumpram; participar de reuniões e comissões de integração com equipes multiprofissionais, tais como almoxarifado, compras e farmácia, entre outras; manter o controle administrativo, técnico- operacional e ético sobre as diversas atividades desenvolvidas no CC; elaborar escalas mensais e diárias de atividades dos funcionários; elaborar escala de conferencia de equipamentos e supervisionar seu cumprimento; dotar recursos humanos e materiais de condições para a realização do ato anestésico-cirurgico. Atividades técnico-administrativas do Enfermeiro Coordenador realizar planejamento estratégico de enfermagem; estar presente nas reuniões, quando solicitado e promover reuniões com a equipe de trabalho; executar rotinas e procedimentos pertinentes a sua função; providenciar para que as normas e os regulamentos da instituição sejam cumpridos, assim como as rotinas da unidade; implementar programas de melhoria de qualidade de serviço prestado aos clientes internos e externos; elaborar relatório mensal; supervisionar e orientar o correto preenchimento de debito de serviços de enfermagem, utilizando, para tanto, impresso próprio da instituição; participar do planejamento de reformas e/ou da construção da planta física do setor. Atividades assistenciais do Enfermeiro Coordenador desenvolver a SAEP com o paciente e família; realizar pesquisas e implementá-las proporcionando uma base cientifica para a atuação do enfermeiro no CC; verificar o agendamento das cirúrgicas em mapa específico e orientar a montagem das salas; avaliar continuamente o relacionamento interpessoal na equipe de enfermagem; identificar problemas de enfermagem e encaminhar propostas de soluções á gerencia de área; zelar pelas condições ambientais de segurança, buscando o bem-estar do paciente e da equipe interdisciplinar; notificar possíveis ocorrencias adversas ao paciente e também intercorrências administrativas, propondo soluções; atuar em atendimentos de emergência e coordenar tais situações; propor medidas e meios que visem a prevenção de complicações no ato anestésico-cirurgico; zelar para que todosos impressos referentes a assistência ao paciente no CC sejam corretamente preenchidos. Atividades de administração do pessoal do Enfermeiro Coordenador definir o perfil do profissional a ser admitido; participar do processo de seleção, de integração e do treinamento dos novos funcionários; tomar parte do planejamento e da execução de treinamentos em serviço da equipe de enfermagem e planejar o processo de educação continuada; realizar a avaliação de desempenho da equipe, conforme norma da instituição; participar de atividades científicas da categoria profissional e incentivar os demais colegas enfermeiros a fazê-lo; estimular técnicos e auxiliares de enfermagem a tomar parte de atividades desenvolvidas pela sua categoria profissional; proporcionar condições de recursos humanos para a realização do ato anestésico-cirurgico; verificar a presença dos funcionários no setor, conferindo faltas, atrasos e licenças, além de realocar os profissionais conforme a necessidade. Atribuições do Enfermeiro Assistencial - realizar plano de cuidados de enfermagem ee supervisionar a continuidade da assistência prestada aos pacientes cirúrgicos; - prever recursos humanos necessários ao atendimento em SO; - supervisionar as ações dos profissionais da equipe de enfermagem; - checar previamente a programação cirúrgica; - fazer a escala diária de atividades dos funcionários; - orientar a escala diária de atividades dos funcionários; - orientar a desmontagem da sala de cirurgia e o encaminhamento de itens especiais; - conferir os materiais implantáveis necessários aos procedimentos cirúrgicos; - ter como prioridade o atendimento a pacientes, dependendo do grau de complexidade; - prover o Centro Cirúrgico de equipamentos, materiais, roupas e pessoal, a fim de garantir o seu bom funcionamento; - manter o ambiente cirúrgico seguro, tanto parta o paciente, quanto para a equipe multiprofissional; - realizar a avaliação pré-operatória, de acordo com as condições oferecidas pela instituição; - recepcionar o paciente no CC, certificando-se do correto preenchimento dos impressos próprios da área, do prontuário e da pulseira de identificação, assim como da apresentação dos exames pertinentes ao ato cirúrgico; - acompanhar o paciente até a sala de cirurgia; - auxiliar na transferência do paciente de maca para a mesa cirúrgica; - realizar inspeção física no paciente no momento de sua entrada na sala de operações; - colaborar no ato anestésico, caso haja necessidade; - colocar o paciente para o ato anestésico- cirurgico, providenciando coxins para seu conforto e segurança; - efetuar sondagem vesical de demora ou de alivio, caso seja necessário; - certificar-se da correta colocação de cateteres, sondas e drenos; - checar resultados de exames laboratoriais realizados no transoperatório; - fazer anotações de evoluções de enfermagem incluindo os cuidados prestados e ocorrências durante a cirurgia; - realizar o curativo cirúrgico ou ajudar a equipe em sua execução; - prestar assistência ao paciente ou ajudar a equipe em sua execução; - auxiliar a equipe na transferência do paciente da mesa cirúrgica para a maca, realizando breve inspeção física no individuo, para detectar possíveis eventos adversos, e certificando-se da correta colocação de cateteres, sondas e drenos; - encaminhar o paciente para recuperação anestésica; - informar as condições clinica do paciente para o enfermeiro responsável do serviço de recuperação anestésica. No caso de encaminhamento da SO para a UTI, o ideal é que o enfermeiro acompanhe o paciente, juntamente com um membro da equipe cirúrgica e passe o plantão ao enfermeiro daquela unidade. Técnica de Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem a) Exercem as funções de circulante e instrumentadora de sala de cirurgia. c) Técnico de Enfermagem a) Auxiliar a enfermeira chefe, caso necessário; b) Verificar o estado de conservação e manutenção dos aparelhos e equipamentos, solicitando conserto ou troca, se necessário; c) Controlar o estoque de material esterilizado e a respectiva data de esterilização; d) Conferir as peças a serem encaminhadas para o laboratório de Anatomia Patológica; e) Exercer a função de circulante da sala de cirurgia e outras que forem delegadas pela enfermeira. Atribuições do Técnico de Enfermagem enquanto Circulante 01. Controlar a ordem, a limpeza e a assepsia da sala de operações. 02. Testar luzes, aparelhos elétricos a serem utilizados durante a cirurgia, e regular a temperatura ambiente; 03. Suprir a sala de operações de equipamentos, materiais e medicamentos requeridos pelas rotinas da cirurgia que será realizada; 04. Receber e identificar o paciente na sala de operações, prestando-lhe a assistência requerida; 05. Acender luzes e focalizá-las; 06. Auxiliar o instrumentador, auxiliares e cirurgião a vestirem o avental esterilizado; 07. Auxiliar no posicionamento do paciente, restringindo-o o quanto for necessário, sem comprimir vasos e nervos; 08. Permanecer na sala para atender solicitações decorrentes do ato operatório e das necessidades do paciente; 09. Colocar placa de bisturi elétrico e ligá-lo quando solicitado; 10. Efetuar o controle dos sinais vitais quando necessário, checando-os com o anestesista; 11. Controlar o número de compressas usadas; 12. Conferir o equipamento, material e medicamentos consumidos durante o ato operatório, repô-los nas salas e fazer anotações de gastos; 13. Fixar o curativo e transportar o paciente para a Sala de Recuperação Pós-Anestésica; 14. Encaminhar a nota de débito e peças para anatomia patológica; 15. Encaminhar peças e outros materiais biológicos para exames; 16. Providenciar o atendimento das necessidades emergentes no ato operatório; 17. Registrar os procedimentos executados relativos à assistência prestada e 18. Providenciar a ordem, limpeza e assepsia da Sala de Operações após o ato operatório. Atribuições do Técnico de Enfermagem enquanto Instrumentador 01. Conferir o material esterilizado necessário ao ato operatório; 02. Escovar-se 15 minutos antes da cirurgia, vestir avental e luvas esterilizadas de acordo com a técnica; 03. Preparar a mesa dispondo o instrumental, fios de sutura, gazes e demais materiais necessários antes do início da operação; 04. Auxiliar o cirurgião e assistentes a vestirem o avental, luvas e opas esterilizadas; 05. Auxiliar na colocação de campos operatórios; 06. Prever e solicitar material complementar à circulante; 07. Conservar as mãos sempre acima da cintura e, quando fora do campo operatório, mantê-las cobertas com compressa esterilizada; 08. Aproximar as mesas de instrumental; 09. Proteger a mesa de instrumental cirúrgico para que ninguém a contamine; 10. Desprezar material contaminado; 11. Acompanhar com atenção os tempos cirúrgicos, passando o instrumento adequado a cada tempo; 12. Manter a assepsia e conservar suas luvas e instrumentos sempre limpos durante o ato operatório; 13. Entregar o instrumento com presteza, ao pedido do cirurgião, colocando na mão do mesmo, em posição adequada para uso imediato eprocurando evitar acidentes; 14. Estar atento para que o instrumental não permaneça no campo operatório; 15. Auxiliar no curativo e no transporte do paciente para a Sala de Recuperação Pós- Anestésica; 16. Retirar o instrumental da Sala de Operações, proceder a limpeza, revisão e prepará-lo para a esterilização, ou encaminhá-lo para a Central de Material e Esterilização. O Instrumentador Formação Escala inicial da aprendizagem dos cirurgiões Segundo auxiliar qdo o primeiro estiver ocupado Responsabilidade no sucesso da operação Preparativos para o início da cirurgia (material) O Instrumentador Vigilância com assepsia e erros Conhecer os passos da operação Antever movimentos ATENÇÃO!! Passos padronizados Posição O Instrumentador Instrumen- tador Fazer Pedidos À Circulante Vigilância da Assepsia Entregar Instrumentos Intervir como Primeiro Assistente Preparar Sala de Operações (Instrumentos) Deveres – Instrumentador Conhecer os instrumentos pelo nome e gestos Colocar na mesa o material necessário Vigilância sobre assepsia Ordem na arrumação do material Limpeza e acomodação do material usado Entregar instrumentos corretamente Entregar sucessivamente os instrumentos em passos padronizados Guardar silêncio Direitos – Instrumentador Responsável absoluto pela mesa de instrumentos Que lhe peçam os instrumentos com precisão Que não modifiquem técnica padronizada Que não peçam vários instrumentos ao mesmo tempo Que não lhe invadam a mesa do instrumental Tranqüilidade e ambiente respeitoso Exigir o perfeito estado do material Circulante de Sala Prontidão e rapidez Eficiência Somente sair da sala se por ordem da equipe para buscar material Segunda circulante Ética Profissional Sigilo profissional Obrigação própria e com o próximo; Respeitar pudor e intimidade do paciente; Tratar colegas com cortesia e respeito. Escriturária a) Digitar diariamente o programa de cirurgia e distribuí-lo às diversas Unidades do hospital; b) Registrar os pedidos de cirurgia; c) Fazer a estatística diária das cirurgias realizadas e não realizadas; d) Anotar e transmitir recados ao pessoal do Centro Cirúrgico; e) Executar tarefas solicitadas pela enfermeira. Serviçal de Limpeza a) Executar a limpeza e zelar pela manutenção da ordem na unidade; b) Zelar pela ordem e limpeza também nos banheiros e vestiários; c) Executar a limpeza concorrente da sala após cada cirurgia e a terminal no final do período e/ou após cirurgia contaminada. BIBLIOGRAFIA FONSECA, Rosa Maria. Direção geral da SOBECC (Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Centro Cirúrgico). 3. ed. São Paulo: SMC Comunicações, 2005. GUIMARÃES, Caren Mello. Conceitos básicos de Urgências e Emergências. Curso de Enfermagem. Ulbra Gravataí. S/d. PAARA, O. M; SAAD, W. A. Instrumentação Cirúrgica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
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