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USO DE AGREGADOS RECICLADOS DA 
CONSTRUÇÃO CIVIL PARA CONFECÇÃO DE 
CONCRETO (ESTRUTURAL OU NÃO) 
 
 
 ALVERON DE SANTANA PRATA JUNIOR 
 HUGO DO NASCIMENTO MOREIRA 
 JONATHAS LIMA SANTO 
 VINICIUS CANDEIAS DOS SANTOS 
 
 RESUMO 
A construção civil em geral consome durante suas execuções, uma grande 
quantidade de material e uma grande parte desse material é considerado resíduo 
da Construção e Demolição que são mais conhecidos como RCD’s. A 
necessidade em como reutilizar esses resíduos acaba sendo muito importante 
para evitar maiores impactos causados na natureza, devido ao descarte errado 
desse material e evitar também um gasto a mais no custo da obra. 
 Em diversos estudos em que se analisa a viabilidade do reaproveitamento 
dos resíduos da construção, se observa que não há uma garantia em relação 
aos parâmetros de que garantem segurança quando o mesmo utilizado em 
artefatos de concreto. Com isso, este trabalho tem como objetivo determinar 
primeiramente as características de um concreto convencional, detalhando cada 
processo para ser feito as amostras a serem analisadas e posteriormente, será 
feita a comparação com o agregado reciclado usado no concreto. 
Palavras chave: Reutilizar, impactos, concreto, comparação 
 
2 
 
 
 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 Como a primeira análise será do concreto convencional, sem nenhum tipo de 
agregado reciclado temos algumas citações breves de próprio concreto. O 
concreto possui três principais propriedades mecânicas, que são resistência à 
compressão, resistência à tração e módulo de elasticidade. Porém o foco será 
sua resistência mecânica. Todos os dados obtidos através de ensaios em 
laboratório adotando os critérios estabelecidos pelas normas técnicas e em 
condições específicas. 
 De modo geral, os ensaios de concreto são realizados para controle de 
qualidade e para verificar se ele atende às especificações corretas. Assim, o 
presente trabalho trata do relatório dos ensaios realizados em corpos de prova 
cilíndricos de concreto em dias variados no laboratório do CTEA, para 
estabelecimento das resistências à compressão dos cilindros. Antes de proceder 
com os ensaios fez-se necessário obter algumas práticas elaboradas para o 
cálculo do traço, como granulometria do agregado miúdo, definição da massa 
específica do cimento, massa unitária do agregado graúdo. 
 Com o traço definido, calculou-se a quantidade de cada material (cimento, 
agregados graúdo e miúdo e água) para 9 cilindros de dimensões 9x15 
centímetros. A partir das quantidades definidas, realizou-se o ensaio de 
moldagem dos corpos de prova. Depois disso, realizaram-se os ensaios de 
resistência à compressão com 7, 14 e 28 dias de cura na água. 
2 - METODOLOGIA 
2.1- Granulometria do agregado miúdo 
 De acordo com a NBR NM 248, série normal e série intermediária 
compreende um conjunto de peneiras sucessivas, que atendam às normas NM-
ISO 3310-1 
 Foi recebida uma amostra com 500g de agregado, previamente seca em 
estufa por 24 horas a uma temperatura de 105º, após o esfriar à temperatura 
ambiente e determinamos a sua massa. As peneiras, foram previamente limpas 
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e foram organizadas obedecendo a sequência da malha da peneira, de modo a 
formar um único conjunto de peneiras, com abertura de malha em ordem 
decrescente do topo para base e assim, foi colocado a amostra sobre a peneira 
superior do conjunto, com o devido cuidado de evitar perda de material e uma 
formação de uma camada grossa de material sobre qualquer uma das peneiras. 
 Devido a um problema no agitador mecânico do laboratório, foi realizada a 
agitação manual do conjunto de peneiras, por 1 minuto de cada peneira 
separadamente, e pesou-se cada amostra de agregado que ficou na peneira e 
foi colocado o material retido no fundo da vasilha de metal, na peneira mais fina. 
Como mostra a figura 1. Repetiu-se o processo 4 até a última peneira e anotou-
se os dados da massa retida em cada peneira. Todos os dados foram usados 
posteriormente apresentada nos resultados como forma de tabela. 
 
 
 Figura1: Ensaio de granulometria 
 
2.2- Massa específica do cimento 
 Seguindo as normas da NBR NM23, foi preparada para o ensaio uma 
quantidade de aproximadamente 200g do cimento Portland, CPII- Z32RS. Foi 
introduzido ml de Xilol no frasco de LeChatelier até que o nível ficar 
4 
 
 
 
compreendido entre em 0,6 cm³. Em seguida, foi pesada uma amostra de 60 g 
de cimento e com o auxílio de um funil e uma haste de vidro, foi-se adicionando 
o cimento aos poucos, para que não ficasse ruim de decantar o cimento no frasco 
de LeChatelier, ilustrado na figura 3. Após toda decantação do cimento(figura2), 
o frasco foi girado alguns minutos para que todas as bolhas presa no fundo fosse 
expulsa. Logo após, observou-se o volume final do liquido. Todos os dados foram 
usados posteriormente no cálculo da massa específica apresentada nos 
resultados. 
 O resultado do ensaio é a média das duas determinações, com três 
algarismos significativos, e é calculado pela expressão: 
 𝑒 =
𝑀
𝑉𝑓−𝑉𝑖
 
Onde: 𝑒 = Massa específica em g/cm³ 
 𝑉𝑓 = Leitura de volume final 
 𝑉𝑖 = Leitura de volume inicial 
 𝑉𝑖 = Massa inicial do cimento, em gramas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 : Decantação do cimento Figura 2 : Frasco de LeChatelier com xilol 
 
 
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2.3 - Massa unitária do agregado graúdo 
 
 Conforme a NBR 7251/1982 - Agregado em estado solto. Foi realizado o 
ensaio de determinação de massa unitária d o agregado graúdo. 
 Foi medida as dimensões (31,7x31,7x20 cm) e massa (8900g) do recipiente 
metálico usado na prática, em seguida preparou-se uma quantidade de brita 1 
em balde de plástico, e colocou-se próximo ao recipiente metálico para ser feito 
a prática. Pegou-se uma pá metálica para auxiliar, e foi-se colocando a brita 
cuidadosamente a uma altura em torno de 10 cm da borda do recipiente metálico, 
como mostra a figura 4. 
Foi-se lançado as britas de modo uniforme no recipiente e não foi criado nenhum 
tipo de pressão extra sobre elas, em seguida o procedimento foi repetido até 
encher todo o recipiente. 
 O material foi razoavelmente nivelado em relação as bordas do recipiente, 
preenchendo os espações vazios. Pesou-se o recipiente com a brita contida 
nele(figura 5). Sabendo os dados do recipiente (volume e massa) e os dados 
obtidos nas pesagens, o valor da massa unitária do agregado graúdo foi 
determinado pela diferença da média da massa do recipiente cheio e a massa 
do recipiente vazio, dividida pelo volume do mesmo. Abaixo, fotos do ensaio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Britas sendo colocadas no recipiente 
 
 
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Figura 5: Pesagem do material 
 
2.4- Preparo do concreto e moldagem do corpo de prova 
 A partir das condições padrão estabelecidas, deu-se prosseguimento a 
determinação do traço a ser utilizado neste ensaio. 
1- Fator a/e = 0,60 
2- Consumo de água = 205 l/m² 
3- Consumo de cimento: 𝑐 = 
205
0,60
= 342 𝑘𝑔/𝑚³ 
4- Consumo de agregado graúdo (brita1 ) : 𝐶𝑏1 = 1155 ∗ 0,7 = 808,5 𝑘𝑔/𝑚³ 
5- Consumo de agregado Miúdo: 𝐶𝑚 = 𝑝𝑚 ∗ 𝑣𝑚 
𝐶𝑚 = 2580 ∗ 0,3774 = 975,24 𝐾𝑔/𝑚³ 
 
342 
342
∶
975,24 
342
∶
1125 
342
∶ 0,6 
Portanto, o traço fica: 1: 2,85: 3,24: 0,6 (cimento, areia, brita e água, 
respectivamente). 
Quantidade de matéria para 9 corpos de prova: 
TABELA DE TRAÇO 
 
Traço Cimento (Kg) Areia (Kg) Agregado Reciclado (Kg) Brita (Kg) Água (l) 
 
1 5,55 10,00 0,00 14,43 2,66 
 
3 5,55 0,00 10,00 14,43 2,66 
 
SLUMP PRÉ - DEFINIDO 9 +/- 1 cm Resistência Desejada (Fck) 20 Mpa 
 
7 
 
 
 
 
 Após a determinação do traço e a quantidade de agregados, cimento e água, 
foi-se pesado a quantidade exata de cada material com acréscimo de 15%, para 
serem feitos 9 corpos de prova, mostrada na tabela 1. Após ser pesado os 
materiais, foi iniciado o processo de preparo do concreto. Em uma bandeja 
colocou-se os materiais e com um auxílio de uma colher de pedreiro, mexeu-se 
a mistura até ficar com a aparência ideal homogênea. Em seguida pegou-se o 
molde e aos poucos foram sendo colocados o concreto até a metade do volume 
do molde e com o auxílio de um bastão de metal foi-se golpeado 12 vezes para 
adensar o concreto, repetiu-se até encher o molde. Logo após, foi repetido todo 
o processo para os outros corpos de prova. 
 Todos os moldes foram deixados 24 horas em temperatura ambiente para 
enrijecer o concreto, logo após foi-se desenformado e colocado em uma caixa 
d’água cheia, para atingir a cura do concreto. 
 
2.5- Rompimento do corpo de prova 
 
 Para determinação da resistência mecânica foi feito os testes na máquina 
especializada para esse ensaio (figura 5 e 6), com intuito que o concreto se 
atingisse 20mpa no tempo de cura ideal. Os resultados obtidos seguem em 
forma de tabela: 
 
Resistência do corpo de prova com agregado natural 
 
 
 
 
 
 
Resultado em MPA 7 Dias 14 Dias 28 Dias 
Corpo 1 12,76 mpa 10,24 mpa 21,02 mpa 
Corpo 2 12,68 mpa 19,43 mpa 20,98 mpa 
Corpo 3 10,99 mpa 21,55 mpa 23,67 mpa 
8 
 
 
 
Resistência do corpo de prova com agregado reciclado 
Resultado em MPA 8 Dias 14 Dias 28 Dias 
Corpo 1 10,51 mpa 13,33 mpa 13,50 mpa 
Corpo 2 10,75 mpa 16,24 mpa 17,67 mpa 
Corpo 3 9,93 mpa 11,62 mpa 17,18 mpa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 e 7: Máquina de medir resistência mecânica 
 
3 - RESULTADOS E DISCURSSÕES 
 
 
3.1- Massa específica do cimento 
 
 Foi determinado um volume inicial igual a 0,6 cm³ e volume final igual a 20,85 
cm3 para uma amostra de massa 60 g. 
 
 
Assim: 
P = 
60
20,85−0,6
 
P = 2,969 g/cm³ 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
3.2- Granulometria do agregado miúdo 
 
Composição Granulométrica 
 
Peneiras Massa Retida (g) % Retida % Retida Acumulada % Passante 
9,5 mm 3/8 0 0 0 100 
4,75 mm 4 0 0 0 100 
2,36 mm 8 3,5 0,7 0,7 99,3 
1,18 mm 16 15,3 3,1 3,8 96,2 
0,6 mm 30 49 9,8 13,6 86,4 
0,3 mm 50 302,4 60,48 74,08 25,92 
0,15 mm 100 95,4 19,08 93,14 6,84 
Fundo 34,4 6,86 100 
 
 
3.3- Massa unitária do agregado graúdo 
𝑀𝑢𝑛𝑖𝑡 = 
𝑀𝑅𝑐ℎ𝑒𝑖𝑜 − 𝑀𝑅
𝑉
 
Onde: 𝑀𝑢𝑛𝑖𝑡 = Massa unitária 
 𝑀𝑅𝑐ℎ𝑒𝑖𝑜 = Massa do recipiente cheio 
 𝑀𝑅 = Massa do recipiente vazio 
𝑀𝑢𝑛𝑖𝑡 = 
38400 − 8900
20097,8
 
𝑀𝑢𝑛𝑖𝑡 = 1470 𝑘𝑔/𝑚³ 
 
3 – Conclusão 
 
 Como o presente trabalho mostra, obtivemos resultados menores de 
resistência a compressão do concreto de agregado reciclado em relação aos 
ensaios de compressão do concreto com agregado natural. Com isso, 
analisando os dados, chega a uma conclusão que a função do concreto feito com 
agregado reciclado, não é indicado para concreto estrutural. 
 Porém, esse estudo ainda é superficial e o agregado reciclado pode servir 
para muitas outras funcionalidades na construção civil. Principalmente num 
momento em que se discute muito a preservação do ambiente e reciclagem de 
resíduos de construções.

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