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aplicacao subsidiaria e supletiva CPC no processo do trabalho MAURICIO VEIGA

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LEGISL~ AO DO TRABALHO 
Publicação Mensal de Legislação, Doutrina e Jurisprudência 
Diretor Responsável 
ARMANDO CASIMIRO COSTA(l937-2014) 
ARMANDO CASIMIRO COSTA FILHO 
Diretor Financeiro 
MANOEL CASIMIRO COSTA 
Fundador 
VASCO DE ANDRADE 
Conselho Editorial 
IVES GANDRA MARTINS FILHO (Presidente) 
MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI 
NELSON MANNRICH 
SÔNIA MASCARO NASCIMENTO 
MELCHÍADES RODRIGUES MARTINS 
Conselheiros Eméritos 
Benfe_itor AMAURI MASCARO NASCIMENTO (1989-2014) 
JOSE CASIMIRO COSTA IRANYFERRARI (1990-2012) 
I ANO 80 • Nº 01 • JANEIRO DE 2016 • SP • BRASIL • ISSN 1516-91541 
- 80 ANOS DA REVISTA LTr- TRADIÇÃO E MODERNIDADE 
-ELEIÇÃO DA NOVA DIREÇÃO DO TST- BIÊNIO 2016/2018 
- PELA SOBREVIVÊNCIA DO PROCESSO DO TRABALHO: BREVE DISCURSO PARA UMA OCASIÃO 
OPORTUNA 
- Manoel Antonio Teixeira Filho 
- FLEXIBILIZAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO (ESPECIALMENTE NO DIREITO ITALIANO) 
- Arion Sayão Romita 
- A EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E O PODER PUNITIVO DO EMPREGA-
DOR X DIREITO DE DEFESA 
- Antônio Álvares da Silva e Geraldo Magela Melo 
-A APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA E SUPLETIVA DAS NOVAS REGRAS DO CPC NO PROCESSO DO TRA-
BALHO 
- Maurício de Figueiredo Corrêa da Veiga 
-A ADIN N. 5326/DF E A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA PEDIDOS DE AUTORI-
ZAÇÃO RELATIVOS À PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM REPRESENTAÇÕES 
ARTÍSTICAS: UM PASSO PARA TRÁS 
- Guilherme Guimarães Feliciano 
- APLICABILIDADE DA ARBITRAGEM NAS LIDES INDIVIDUAIS DE TRABALHO 
- Enoque Ribeiro dos Santos 
- O DIREITO AO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO - DESCONSTRUÇÃO JURÍDICA 
DO MODELO 
- Paulo Sergio João 
- O INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA PREVISTO NO CPC/2015 E 
O DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
- Ben-Hur Silveira Claus 
- SOCIALIZANDO A PROPRIEDADE, APROPRIANDO-SE DO SOCIAL: UM VELHO-NOVO OLHAR 
PARA O DIREITO DO TRABALHO 
- Isabelle Carvalho Curvo 
REPOSITÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA -------
A Revista LTr, com tiragem superior a 3.000 exemplares e circulação em todo o Território 
Nacional, é Repositório autorizado de jurisprudência para indicação de julgados, registrado 
no Supremo Tribunal Federal sob n. 09/85, e no Tribunal Superior do Trabalho sob n. 02/94. 
Os acórdãos publicados neste número correspondem, na íntegra, às cópias obtidas nas 
Secretarias dos respectivos Tribunais. 
Revista LTr. 80-01/40 
1 - Introdução 
O novo Código de Processo Civil tem como objeti-
vo simplificar o sistema processual com a adoção de 
mecanismos que atinjam o objetivo final da deman-
da com a resolução meritória do conflito, afastando, 
dessa forma, questões relacionadas o que a doutrina 
denominou de "jurisprudência defensiva"<1l. 
Com efeito, o método de resolução de conflitos, no 
caso, o processo, deve ser encarado como um facilita-
dor e não pode se transformar em centro de atenção 
do juiz. 
A Justiça do Trabalho, desde os seus primórdios, 
foi pioneira neste sentido e inspirou outros ramos do 
direito, como por exemplo, o Código do Consumidor 
e as alterações introduzidas no ainda vigente Código 
de Processo Civil. Mais recente é a Lei n. 13.015/2014, 
em vigor desde 22 de setembro de 2014, que áentre 
outras previsões acabou com o excesso de formalis-
mo que caracterizou a jurisprudência do Tribunal 
Superior do Trabalho na última década, na medida 
em que permite que o órgão julgador, no exame do 
recurso de revista, supere o defeito formal não re-
putado grave, para adentrar no mérito da impugna-
ção. A única exigência feita é a de que o recurso seja 
tempestivo. 
Além disso, no intuito de assegurar a obtenção da 
tutela jurisdicional em um prazo de razoável duração 
(à luz do disposto no art. 52 LXXVIII da C.R.F.B.), são 
adotados procedimentos para julgamentos em bloco, 
com a finalidade de obter maior segurança jurídica e 
efetividade da prestação jurisdicional. 
Outro ponto que merece destaque é a importân-
cia atribuída à autoridade dos Tribunais Superiores, 
tendo em vista que no modelo até agora vigente o 
princípio da igualdade de tratamento das partes não 
(*) Mauricio de Figueiredo Corrêa da Veiga é Advogado, for-
mado pela Universidade Católica de Petrópolis; Pós-Graduado em 
Direito e Processo do Trabalho pela UCAM-RJ; Membro do IAB e 
da Comissão Permanente de Direito do Trabalho daquele Institu-
to; Conselheiro da OAB/DF; Sócio do escritório Corrêa da Veiga 
advogados. 
(1) A Jurisprudência Defensiva pode ser caracterizada como 
aquelas decisões tomadas pelo Tribunal no sentido de se obstar co-
nhecimento de recurso "defeituoso", sob o pretexto de se prestigiar 
a celeridade processual. 
Vol. 80, n9 01, Janeiro de 2016 
A APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA 
E SUPLETIVA DAS NOVAS 
REGRAS DO CPC NO 
PROCESSO DO TRABALHO 
Mauricio de F. Corrêa da Veiga (*) 
é respeitado, pois o mesmo dispositivo de lei é inter-
pretado de maneira distinta pelos diversos tribunais 
do país. 
O presente estudo visa elucidar a disposição con-
tida no art. 15 do novo CPC, que afirma que, serão 
aplicadas as normas do novo código, de forma suple-
tiva e subsidiária, na hipótese de inexistir norma que 
regule o processo trabalhista. 
2 - Aplicação subsidiária e supletiva do novo CPC 
Dispõe o art. 15 do novo Código de Processo Civil. 
Ver bis: 
"Art. 15. Na ausência de normas que regulem pro-
cessos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as 
disposições deste Código lhes serão aplicadas suple-
tiva e subsidiariamente." 
Nota-se, de imediato, que a nova disposição con-
solidada no novo Código de Processo Civil permite 
uma verdadeira oxigenação de ideias, conceitos e 
princípios entre os mais diversos ramos do direito 
processual que passam a interagir de forma perma-
nente e complementar. 
Contudo, a primeira parte do dispositivo em co-
mento é clara em estabelecer uma situação intranspo-
nível: as aplicações do novo Código serão aplicadas 
somente quando não houver normas que regulem os 
processos trabalhistas. 
A novidade inserida é a aplicação supletiva das 
novas disposições, considerando que a aplicação 
subsidiária já era autorizada e prevista conforme dis-
posição contida no art. 769 da CLT<2l, sendo esta en-
tendida como a possibilidade de utilização de regras 
e conceitos quando houver omissões e lacunas da lei 
processual trabalhista. 
Já a aplicação supletiva se dá de forma comple-
mentar, ou seja, é mais autônoma do que a aplicação 
subsidiária e visa aprimorar e suprir as falhas exis-
tentes no processo do trabalho<3l. 
(2) Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será 
fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo 
em que for incompatível com as normas deste Título. 
(3) Pode ser considerado como aquilo que vem em caráter de su-
primento, para completar ou até mesmo reforçar o que não é pleno. 
1 
Vol. 80, n9 01, Janeiro de 2016 
Para melhor compreensão do significado da apli-
cação supletiva é necessária uma incursão pelo pró-
prio novo Código de Processo Civil que também 
aborda o assunto em outros dispositivos consolida-
dos, como, por exemplo, os arts. 1.046, § 2º e 196.(4) 
O art. 196, por exemplo, estabelece uma compe-
tência supletiva entre o Conselho Nacional de Justiça 
(CNJ) e os tribunais para regulamentarem a prática e 
a comunicação oficial de atos processuais por meio 
eletrônico. Logo, a regulamentação é complementar. 
Diante da análise conjunta de todos os dispositi-
vos do novo Código de Processo Civil percebe-se que 
o legislador pretendeu conferir ao CPC um conjunto 
de normas básicas de introdução ao sistema proces-
sual brasileiro, com a finalidade de criar uma fonte 
permanente de atualização dos múltiplos segmentos 
processuais, mantendo as especificidades de cada 
ramo, porém, estabelecendo como alicerces, os prin-
cípios constitucionais. 
A aplicação supletiva previstano art. 15 do novo 
Código de Processo Civil é interpretada por Jorge Pi-
nheiro Castelo como a "aplicação complementar das 
regras do NCPC que possam servir para incorporação 
progressiva das mais avançadas técnicas e meios pro-
cessuais à satisfação da tutela jurisdicional, respeita-
dos sempre os princípios constitucionais do processo, 
bem como a identidade, a organicidade, a coerência e 
a funcionalidade do sistema específico (compatibili-
dade)- no casq o processo do trabalho."(5J 
3- Aplicação supletiva do Novo CPC e compati-
bilidade com a CLT 
A partir do momento em que o legislador afirmou 
a aplicação subsidiária e supletiva do processo civil 
no processo do trabalho, a conclusão que se chega é 
a de que a intenção é fazer com que as inovações do 
processo civil sejam aplicadas no processo do traba-
lho, desde que haja compatibilidade com as regras e 
os princípios trabalhistas. 
Além do art. 769 da CLT, mencionado no capítulo 
anterior, o art. 889 consolidado'6J também contempla 
(4) Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, suple-
tivamente, aos tribunais, regulamentar a prática e a comunicação 
oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar pela compati-
bilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação progressiva de 
novos avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que fo-
rem necessários, respeitadas as normas fundamentais deste Código. 
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se 
aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a 
Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
( ... ) 
§ 2º Permanecem em vigor as disposições especiais dos 
procedimentos regulados em outras leis, aos quais se aplicará suple-
tivamente este Código. 
(5) CASTELO, Jorge Pinheiro - Da aplicação subsidiária e su-
pletiva do novo CPC ao Processo do Trabalho (art. 15) -Exemplos 
de institutos, estruturas, conceitos, esquemas lógicos, técnicas e pro-
cedimentos incidentes sobre o Processo do Trabalho decorrentes da 
aplicação subsidiária e supletiva de procedimentos do novo CPC -
Revista LTr 79-08/981- Vol. 79, n. 08, agosto de 2015 
(6) Art. 889. Aos trâmites e incidentes do processo da execução 
são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, 
Revista LTr. 80-01/41 
hipótese de aplicação subsidiária quando trata de pro-
cedimento em execução no qual se aplicam, de forma 
subsidiária, os preceitos constantes na lei de executi-
vos fiscais. 
Mesmo antes da nova previsão legal a prática 
demonstra que determinados preceitos do processo 
civil já vinham sendo aplicados no processo do tra-
balho, mesmo quando a CLT já contemplava norma 
expressa. 
À guisa de exemplo pode ser mencionada a previ-
são que diz respeito a distribuição do ônus da prova. 
O diploma trabalhista consolidado tem previsão ex-
pressa conforme se infere da redação do art. 818 da 
CLT. Contudo, sempre se admitiu a invocação (e tam-
bém conhecimento de recurso), do disposto no art. 
333, I do CPC (que está em vigor). 
Trata-se, portanto, de hipótese clara de aplicação 
supletiva da regra processual comum, não havendo 
que se falar, nessa hipótese, de aplicação subsidiá-
ria, tendo em vista que a CLT tem regra própria a 
respeito. 
Portanto, a aplicação subsidiária de normas e 
princípios no processo do trabalho não é novidade, 
sendo que a previsão constante no art. 15 do novo 
CPC, vem em complemento aos dois artigos da CLT, 
que continuam a ter plena vigência, pois a aplicação 
subsidiária é reiterada no novo código. Logo, não há 
que se falar em revogação dos arts. 769 e 889 da CLT, 
tendo em vista a ampliação da aplicação das regras 
de processo civil que foi imposta pelo art. 15 do novo 
CPC. 
Desta forma, a finalidade é a de trazer para o pro-
cesso do trabalho, suprindo as falhas existentes e de 
forma complementar, as normas de processo civil que 
sejam compatíveis com o ordenamento trabalhista. 
Contudo, deverá ser procedida uma análise 
crítica de preceitos que não podem ser aplicados 
no processo do trabalho em razão de manifesta 
incompatibilidade. 
Neste sentido pode ser mencionado o juízo de ad-
missibilidade feito na apelação e no recurso especial 
(o que corresponderia ao nosso recurso ordinário e ao 
recurso de revista), respectivamente. De acordo com 
a disposição contida no art. 1.010, § 3º do novo CPC(7J, 
em que pese a interposição do recurso ser feita peran-
te o juízo a quo, a admissibilidade dos pressupostos 
intrínsecos de sua admissibilidade é feita, em primei-
ra análise, no próprio tribunal ad quem. 
os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a co-
brança júdicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal. 
(7) Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo 
de primeiro grau, conterá: 
( ... ) 
§ 1 º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no 
prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 2° Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o 
apelante para apresentar contrarrazões. 
§ 3° Após as formalidades previstas nos §§ 1 º e 2°, os autos se-
rão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de 
admissibilidade. 
Revista LTr. 80-01/42 
Com efeito, tal procedimento acarretaria na extin-
ção do agravo de instrumento na Justiça do Trabalho, 
cujo regramento está disciplinado no art. 897 da CLT. 
Portanto, esta hipótese, demonstra um exemplo de 
não aplicação do novo CPC em razão de manifesta 
incompatibilidade. 
Tal hipótese demonstra que apesar da permissão 
legal da aplicação supletiva das normas de proces-
so civil no processo do trabalho, esta não poderá ser 
feita de forma casuística pelo julgador, devendo ser 
observados as normas e princípios inerentes ao pro-
cesso do trabalho. 
Outro exemplo se refere à observância da ordem 
cronológica dos julgamentos prevista no art. 12 do 
novo CPC.(B) 
O processo trabalhista tem uma peculiaridade: na 
grande maioria das vezes as ações trabalhistas pos-
suem múltiplos temas que são objetos também de 
recurso ordinário e de recurso de revista. Portanto é 
uma característica sui generis, razão pela qual, pode 
ser que um processo com tema único pode chegar ao 
Tribunal, cabendo ao julgador definir se é mais pro-
ducente decidir o referido processo antes de outro 
que tenha chegado antes. 
Caso contrário haverá uma proliferação de despa-
chos monocráticos, tendo em vista se tratar de uma 
exceção contemplada no inciso IV do art. 12. Ou-
trossim, a tal disposição interfere na autonomia do 
magistrado em relação aos critérios de organização e 
método de trabalho. 
(8) Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem 
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
§ 1 º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar 
permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e 
na rede mundial de computadores. 
§ 22 Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de 
acordo ou de improcedência liminar do pedido; 
li - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese 
juridica firmada em julgamento de casos repetitivos; 
Ili - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de 
resolução de demandas repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V- o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII- as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conse-
lho Nacional de Justiça; 
VIII- os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te-
nham competência penal; 
IX- a causa que exija urgência no julgamento, assim reconheci-
da por decisão fundamentada. 
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem 
cronológica das conclusões entre as preferências legais. 
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1 º,o 
requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica 
para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou 
a conversão do julgamento em diligência. 
§ 52 Decidido o requerimento previsto no § 42, o processo 
retomará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na 
lista. 
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1 º ou, 
conforme o caso, no§ 32, o processo que: 
I- tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver 
necessidade de realização de diligência ou de complementação da 
instrução; 
li- se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso 11. 
Vol. 80, n2 01, Janeiro de 2016 
4- Hipóteses do Novo CPC que são compatíveis 
com o processo do trabalho 
Inicialmente deve ser destacado que mesmo an-
tes da entrada em vigor do novo CPC já existe uma 
corrente que defende a impossibilidade absoluta de 
aplicação de qualquer diretriz do novo CPC no pro-
cesso do trabalho, sob o argumento no qual as no-
vas diretrizes representariam "retrocesso" na própria 
concepção do Estado Democrático de Direito. 
Com a devida vênia, trata-se de posicionamento 
isolado, radical e carregado de conteúdo ideológico e 
que prega, de forma agressiva e inconsequente, uma 
desobediência ao que foi estabelecido pela própria 
Lei n. 13.105/2015. 
Sem prejuízo de outros exemplos que podem 
surgir após a entrada em vigor do novo Código de 
Processo Civil, existem procedimentos previstos no 
novo Código que, em razão de sua compatibilidade 
com as normas de processo do trabalho, podem ser 
aplicados e utilizados no procedimento trabalhista e 
a seguir serão exemplificados. 
4.1 Garantia ao Princípio do Contraditório (arts. 9º e 10 
do novo CPC) 
Os preceitos constantes nos arts. 9º e 10 do novo 
CPC asseguram os princípios insculpidos nos arts. 5º 
LIV e LV da Constituição Federal e evitam surpreen-
der a parte com decisões proferidas sem o prévio co-
nhecimento ou possibilidade de defesa. 
Neste sentido. Verbis: 
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das 
partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I- à tutela provisória de urgência; 
11- às hipóteses de tutela da evidência previstas 
no art. 311, incisos 11 e III; 
III -à decisão prevista no art. 70U9> 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum 
de jurisdição, com base em fundamento a respeito do 
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual 
deva decidir de ofício. 
Apesar das exceções constantes nos incisos do 
próprio artigo, a regra é a de que não serão proferidas 
decisões inaudita altera pars. 
4.2 Desconsideração da personalidade jurídica (arts. 
133/137 do novo CPC) 
O novo CPC estabelece que o incidente de descon-
sideração de personalidade jurídica, ou de sua moda-
(9) Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juíz deferirá a 
expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para 
execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu 
prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de ho-
norários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa. 
Vol. 80, n2 01, Janeiro de 2016 
lidade inversa, pode ser requerido ainda na fase de 
conhecimento, mediante procedimento no qual é as-
segurado o contraditório e produção de provas antes 
da decisão a ser proferida pelo magistrado. 
São os seguintes artigos inseridos no Capítulo IV 
que regulam a matéria. Verbis: 
Art. 133. O incidente de desconsideração da per-
sonalidade jurídica será instaurado a pedido da parte 
ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir 
no processo. 
§ 1 ºO pedido de desconsideração da personalidade 
jurídica observará os pressupostos previstos em lei. 
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipó-
tese de desconsideração inversa da personalidade 
jurídica. 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível 
em todas as fases do processo de conhecimento, no 
cumprimento de sentença e na execução fundada em 
título executivo extrajudicial. 
§ 1 º A instauração do incidente será imediata-
mente comunicada ao distribuidor para as anotações 
devidas. 
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a 
desconsideração da personalidade jurídica for reque-
rida na petição inicial, hipótese em que será citado o 
sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o 
processo, salvo na hipótese do§ 2º. 
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchi-
mento dos pressupostos legais específicos para des-
consideração da personalidade jurídica. 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pes-
soa jurídica será citado para manifestar-se e requerer 
as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
Art.136. Concluída a instrução, se necessária, o in-
cidente será resolvido por decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo 
relator, cabe agravo interno. 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, 
a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude 
de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
De acordo com a previsão legal, a rejeição do pe-
dido de desconsideração da personalidade jurídi-
ca durante a fase de conhecimento não implica em 
coisa julgada, na medida em que pode ser renovado 
na fase de execução na hipótese de surgirem fatos ou 
elementos novos. 
Não será instaurado o incidente de desconstitui-
ção da personalidade jurídica quando este for reque-
rido na petição inicial, hipótese na qual será citado o 
sócio ou a empresa. 
Por se tratar de procedimento que zela pelos 
princípios do contraditório e da ampla defesa a sua 
aplicação guarda compatibilidade com o processo do 
trabalho, na medida em que, atualmente, a desconsi-
deração da personalidade jurídica que é feita na fase 
de execução não assegura ao executado (terceiro) to-
Revista LTr. 80-01/43 
das as possibilidades de defesa, até mesmo porque os 
tribunais tem entendido que nestas hipóteses o recur-
so cabível é o ajuizamento de embargos à execução 
e não os embargos de terceiro, o que representa um 
verdadeiro cerceamento do direito de defesa da parte, 
mas que, felizmente, vem sendo afastado pela juris-
prudência da SBDI-I e também das Turmas do TST0°l. 
4.3 Contagem dos prazos (art. 219 do novo CPC) 
A partir do início de vigência do novo CPC, para 
a contagem dos prazos serão computados apenas os 
dias úteis, nos termos preconizados pelo art. 219 do 
novo diploma. 
O art. 775 da CLT dispõe acerca da regra da con-
tagem dos prazos, prevendo a exclusão do dies a quo 
e a inclusão do vencimento. Mesmo que se entenda 
que a expressão "contínuos" possa significar sequen-
cial e continuada, o que não é o caso, em virtude da 
aplicação supletiva contida no art. 15 do novo CPC 
é possível se adotar a referida previsão no processo 
do trabalho. 
Com efeito, não há incompatibilidade da norma 
que estabelece a contagem de prazos em dias úteis 
com o processo do trabalho. 
4.4 Julgamento antecipado parcial do mérito (art. 354 e 
356 do novo CPC) 
Prevê o art. 354 do novo CPC. Verbis: 
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses pre-
vistas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz profe-
rirá sentença. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o ca-
put pode dizer respeito a apenas parcela do pro-
cesso, caso em que será impugnável por agravo de 
instrumento. 
(10) Recurso de embargos. Embargos de terceiro. Sócio. Legitimidade 
de parte. Recurso de revista conhecido e provido. Violação do art. 896 da 
CLT não reconhecida. 
A c. Turma reconheceu a violação literal ao art. 5º, LIV, da Cons-
tituição Federal, afastando o entendimento do eg. Tribunal Regional 
que não reconheceu como parte legítima para interpor embargos de 
terceiros o embargante, sócio da empresa executada, dianteda apli-
cação da desconsideração da pessoa jurídica. A ofensa à literalidade 
da norma constitucional decorreu da inobservância do princípio de 
que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devi-
do processo legal. Recurso de embargos não conhecido. 
(SBDI-I - E-RR - 982/2002-013-02-40 - DJ 8.2.2008 - Rel. 
Min. Aloysio Corrêa da Veiga) 
A) Agravo de instrumento em recurso de revista. Execução. Sócios da 
executada. Legitimidade para propor embargos de terceiro. Dá-se provi-
mento ao agravo de instrumento, em face da aparente ofensa ao art. 
5º, LIV, da Constituição Federal. B) Recurso de Revista. 
( ... ) 
3. Sócio da executada. Legitimidade para propor embargos de terceiro. 
Em observância ao preceito inserto no art. 5º, LIV, da Constituição, 
segundo o qual ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal, deve-se reconhecer a legitimidade ativa 
dos sócios da empresa executada para opor embargos de terceiro. 
Recurso de revista conhecido e provido. 
(TST - 8ª Turma - Rel. Min. Dora Maria da Costa - RR-
776-35.2010.5.10.0005, recorrente CARLOS Ivanir Reis Pereira e 
recorridos UNIWAY- Cooperativa De Profissionais Liberais Ltda. 
e Antônio Silva de Jesus.) 
Revista LTr. 80-01/44 
( ... ) 
O art. 355 do novo CPC fala das hipóteses de julga-
mento antecipado do pedido e não guarda pertinên-
cia com o tema em destaque. Já o art. 356 estabelece. 
Ver bis: 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito 
quando um ou mais dos pedidos formulados ou par-
cela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
11 - estiver em condições de imediato julgamen-
to, nos termos do art. 355. 
§ 1 º A decisão que julgar parcialmente o mérito 
poderá reconhecer a existência de obrigação líquida 
ou ilíquida. 
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde 
logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar 
parcialmente o mérito, independentemente de caução, 
ainda que haja recurso contra essa interposto. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em 
julgado da decisão, a execução será definitiva. 
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que 
julgar parcialmente o mérito poderão ser processados 
em autos suplementares, a requerimento da parte ou 
a critério do juiz. 
§ 52 A decisão proferida com base neste artigo é 
impugnável por agravo de instrumento. 
De acordo com a nova previsão as sentenças po-
derão também ser interlocutórias quando resolverem 
apenas uma parte da lide, desde que questão seja 
incontroversa ou na hipótese daquele pedido estiver 
em condições de imediato julgamento. 
Em razão da omissão existente na CLT, tal proce-
dimento pode ser perfeitamente incorporado ao pro-
cesso do trabalho, até mesmo porque não há que falar 
em incompatibilidade, muito pelo contrário, trata-se 
de norma que agiliza a marcha processual. 
Tendo em vista a irrecorribilidade imediata das 
decisões interlocutórias no processo do trabalho, ca-
berá à parte registrar por escrito o inconforrnismo<ll) e 
aguardar a resolução de mérito dos demais pedidos. 
4.5 Necessidade de fundamentação completa da sentença 
(art. 489 do novo CPC) 
Provavelmente estamos diante de um artigo que 
provocou diversos debates e polêmica, mas, na ver-
dade, trata-se de um dispositivo que irá aprimorar 
a entrega da prestação jurisdicional, pois dará maior 
transparência e legitimidade à prestação jurisdicio-
nal, conforme se infere no disposto no art. 489 do 
novo CPC. Verbis: 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
I- o relatório, que conterá os nomes das partes, 
a identificação do caso, com a suma do pedido e da 
(11) Trata-se de procedimento a ser adotado por extrema cautela, 
no intuito de se evitar eventual alegação de preclusão. 
Vol. 80, n2 01, Janeiro de 2016 
contestação, e o registro das principais ocorrências 
havidas no andamento do processo; 
11 - os fundamentos, em que o juiz analisará as 
questões de fato e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as 
questões principais que as partes lhe submeterem. 
§ 1 º Não se considera fundamentada qualquer 
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: 
I- se limitar à indicação, à reprodução ou à pará-
frase de ato normativo, sem explicar sua relação com 
a causa ou a questão decidida; 
11 - empregar conceitos jurídicos indetermina-
dos, sem explicar o motivo concreto de sua incidência 
no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justifi-
car qualquer outra decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzi-
dos no processo capazes de, em tese, infirmar a con-
clusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado 
de súmula, sem identificar seus fundamentos deter-
minantes nem demonstrar que o caso sob julgamento 
se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, ju-
risprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em jul-
gamento ou a superação do entendimento. 
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve 
justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação 
efetuada, enunciando as razões que autorizam a 
interferência na norma afastada e as premissas fáticas 
que fundamentam a conclusão. 
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a 
partir da conjugação de todos os seus elementos e em 
conformidade com o princípio da boa-fé. 
Nota-se que o julgador, deverá enfrentar as ques-
tões e os argumentos que poderiam levar à conclusão 
diversa daquela adotada. 
Contudo, deve ser ressaltado que muitos juízes já 
adotam este critério em suas decisões, sendo esta, in-
clusive, a orientação pregada pelo Tribunal Superior 
do Trabalho conforme se destaca do trecho da decisão 
proferida pelo Ministro Alberto Bresciani nos autos 
do RR 102300-34.1996.5.01.0032, julgado pela 3ª Tur-
ma daquela Corte. Verbis: 
"( ... ) A completa prestação jurisdicional se faz 
pela resposta a todos os argumentos regulares pos-
tos pelos litigantes, não podendo o julgador resumir-
-se àqueles que conduzem ao seu convencimento. A 
omissão quanto aos pontos relevados pelas partes 
pode conduzir a prejuízos consideráveis, não só pela 
possibilidade de sucesso ou derrota, mas também em 
face das imposições dos desdobramentos da compe-
tência funcional.( ... )" 
Neste mesmo sentido, a ementa proferida pelo Mi-
nistro João Oreste Dalazen em julgamento do recurso 
de revista, oriunda da E. 4ª Turma do TST. Verbis: 
r 
Vol. 80, n9 01, Janeiro de 2016 
Recurso de revista. Preliminar. Nulidade. Acórdão re-
gional. Negativa de prestação jurisdicional 
1. Constitui dever do órgão jurisdicional, se ins-
tado mediante embargos de declaração, posicionar-
-se explicitamente sobre todos os aspectos relevantes, 
pertinentes e controvertidos da demanda, bem assim 
sobre os fundamentos jurídicos invocados pela parte 
na petição inicial, na contestação ou nas razões recur-
sais. Exigência tanto maior quando se atenta para a 
circunstância de que o subsequente recurso de revista 
exige o prequestionamento explícito do tema (Súmu-
la n. 297 do TST) e, por outro lado, não se viabiliza 
para o reexame do conjunto fático-probatório (Súmu-
la n. 126 do TST). ( ... ) 
Portanto, a norma insculpida no art. 489, § 1º, IV, 
do novo CPC já tinha a sua aplicabilidade e obser-
vância, sendo que nos casos em que não eram ob-
servadas, o TST determinava a observância de seus 
requisitos no intuito de assegurar a prestação juris-
dicional completa, o que demonstra a sua manifesta 
compatibilidade com o processo do trabalho. 
Além disso, restou afastada a declaração de pro-
cedência ou improcedência do pedido por mera refe-
rência à Súmula ou jurisprudência sem que seja feito 
o cotejo com o caso concreto que está sendo julgado. 
4.6 Cumprimento da sentença (art. 513 do novoCPC) 
O Título li do novo CPC traz as disposições gerais 
acerca do cumprimento da sentença. Verbis: 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito se-
gundo as regras deste Título, observando-se, no que 
couber e conforme a natureza da obrigação, o dispos-
to no Livro li da Parte Especial deste Código. 
§ 1 º O cumprimento da sentença que reconhece o 
dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-
se-á a requerimento do exequente. 
§ 2º O devedor será intimado para cumprir a 
sentença: 
I- pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advo-
gado constituído nos autos; 
li- por carta com aviso de recebimento, quando 
representado pela Defensoria Pública ou quando não 
tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a 
hipótese do inciso IV; 
III - por meio eletrônico, quando, no caso do 
§ 1 º do art. 246, não tiver procurador constituído nos 
autos; 
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 
256, tiver sido revel na fase de conhecimento. 
§ 3º Na hipótese do§ 2º, incisos li e III, considera-
-se realizada a intimação quando o devedor houver 
mudado de endereço sem prévia comunicação ao 
juízo, observado o disposto no parágrafo único do 
art. 274. 
§ 4º Se o requerimento a que alude o § 1 º for 
formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da 
sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, 
Revista LTr. 80-01/45 
por meio de carta com aviso de recebimento encami-
nhada ao endereço constante dos autos, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 27 4 e no§ 3º deste 
artigo. 
§ 5º O cumprimento da sentença não poderá ser 
promovido em face do fiador, do coobrigado ou do 
corresponsável que não tiver participado da fase de 
conhecimento. 
Com a previsão do novo CPC, o devedor poderá 
ser intimado até mesmo por via eletrônica, conforme 
condições estabelecidas no inciso III do art. 513 I CPC. 
Trata-se de norma que dá agilidade ao cumprimento 
do processo e que por esta razão guarda compatibili-
dade com o processo do trabalho. 
O parágrafo 5º do art. 513 também tem aplicação 
no processo do trabalho. Pode ser interpretado como 
a necessidade de inclusão da devedora subsidiária no 
polo passivo da ação (o que já ocorre normalmente). 
Porém, não deve ser entendido como a necessidade 
de inclusão empresa do mesmo grupo econômico da 
devedora na fase de conhecimento, pois neste sentido 
o processo do trabalho já tem previsão e por se tratar 
de grupo econômico a empresa pode ser incluída na 
execução sem ter participado do título judicial. 
4.7 Cumprimento da sentença que reconheça exigibilidade 
ou obrigação de fazer, de não Jazer ou de entregar coisa 
(art. 536 e 537 do novo CPC) 
Dispõem os arts. 536 e 537 do novo CPC. Verbis: 
Art. 536. No cumprimento de sentença que reco-
nheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não 
fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para 
a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tu-
tela pelo resultado prático equivalente, determinar as 
medidas necessárias à satisfação do exequente. 
§ 1 º Para atender ao disposto no caput, o juiz 
poderá determinar, entre outras medidas, a imposição 
de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas 
e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento 
de atividade nociva, podendo, caso necessário, 
requisitar o auxílio de força policial. 
§ 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas 
e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, 
observando-se o disposto no art. 846, §§ 1 º a 4º, se 
houver necessidade de arrombamento. 
§ 3º O executado incidirá nas penas de litigância 
de má-fé quando injustificadamente descumprir a 
ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização 
por crime de desobediência. 
§ 4º No cumprimento de sentença que reconheça 
a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, 
aplica-se o art. 525, no que couber. 
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que 
couber, ao cumprimento de sentença que reconhe-
ça deveres de fazer e de não fazer de natureza não 
obrigacional. 
Art. 537. A multa independe de requerimento da 
parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, 
Revista LTr. 80-01/46 
em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de 
execução, desde que seja suficiente e compatível com 
a obrigação e que se determine prazo razoável para 
cumprimento do preceito. 
A multa que atualmente é prevista no art. 475-J 
não tem aplicação no processo do trabalho, pois as-
sim se firmou a Jurisprudência do TST, tendo em vis-
ta a redação do art. 769 da CLT e a disposição da CLT 
acerca do cumprimento de sentença. 
Contudo, tendo em vista a aplicação supletiva do 
novo CPC, a partir da vigência do novo CPC será 
possível a aplicação de multa com a finalidade de as-
segurar efetividade ao cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de 
não fazer. 
4.8 Embargos de Terceiro (art. 674 a 682 do novo CPC) 
Conforme exposto no item 4.2, que tratou da des-
consideração da personalidade jurídica, apesar de 
muitos Tribunais Regionais do Trabalho se recusarem 
a aceitar o ex-sócio como parte legítima para opor 
Embargos de Terceiro, o TST, há muito, já conhecia e 
dava provimento a recursos com base em violação ao 
disposto no art. 5º LIV e LV da CRFB. 
Logo, para a mais alta Corte Trabalhista do país, o 
ex-sócio, quando incluído na lide em fase de execu-
ção de sentença é parte legítima para opor Embargos 
de Terceiro e não Embargos à Execução. 
O inciso III do art. 674 do novo CPC é de clareza 
solar ao estabelecer que o sócio ou acionista contro-
lador ou responsável patrimonial da empr.esa que 
não participou do incidente de desconsideração 
da personalidade jurídica é considerado terceiro, 
razão pela qual o remédio processual cabível é o 
ajuizamento dos Embargos de Terceiro, que terá o 
conteúdo de incidente de desconstituição da perso-
nalidade jurídica. 
Desta forma, pode-se dizer que a Justiça do Traba-
lho inspirou a alteração do Código de Processo Civil, 
o que, aliás, vem ocorrendo há várias décadas. 
4.9 Fraude à Execução (art. 792 do novo CPC) 
Assim estabelece o art. 792 do novo CPC. Verbis: 
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é con-
siderada fraude à execução: 
I - quando sobre o bem pender ação fundada em 
direito real ou com pretensão reipersecutória, desde 
que a pendência do processo tenha sido averbada no 
respectivo registro público, se houver; 
11 - quando tiver sido averbada, no registro do 
bem, a pendência do processo de execução, na forma 
do art. 828; 
ill - quando tiver sido averbado, no registro do 
bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição ju-
dicial originário do processo onde foi arguida a fraude; 
IV- quando, ao tempo da alienação ou da onera-
ção, tramitava contra o devedor ação capaz de redu-
zi-lo à insolvência; 
Vol. 80, n 2 01, Janeiro de 2016 
V -nos demais casos expressos em lei. 
§ 1 º A alienação em fraude à execução é ineficaz 
em relação ao exequente. 
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a 
registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar 
que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, 
mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas 
no domicílio do vendedor e no local onde se encontra 
o bem. 
§ 3º Nos casos de desconsideração da personali-
dade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir 
da citação da parte cuja personalidade se pretende 
desconsiderar. 
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz 
deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, 
poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 
(quinze) dias. 
Além da disposição supratranscrita estar em con-
sonância com a disposição contida na Súmula n. 375 
do STJ, a Jurisprudência dominante do TST tem pri-
vilegiado o terceiro de boa fé. 
Muitas das vezes, o terceiro adquire um imóvelno 
qual não consta nenhum registro de gravame em car-
tório. Porém, em havendo reclamação trabalhista em 
curso, ainda que estivesse em fase de conhecimento, 
muitos são os casos em que é desconstituída (anula-
da) a alienação, independente se o terceiro estava de 
boa-fé ou não. 
Outra questão frequente é a venda que é realizada, 
porém o registro da somente é concretizado quando 
já existe processo judicial. 
Ultimamente a Jurisprudência do TST tem privi-
legiado o terceiro de boa-fé, conforme se extrai dos 
seguintes precedentes. Verbis: 
Recurso de revista- Embargos de terceiro- Execução 
- Adquirente de boa-fé - Penhora sobre bem imóvel -
Escritura pública de compra e venda -Ausência de aver-
bação do título translativo no competente cartório de registro 
de imóveis. Depreende-se da leitura da decisão recor-
rida que o imóvel, objeto de constrição judicial, foi 
alienado antes do ajuizamento da reclamação traba-
lhista. Desse modo, a penhora do referido bem deve 
ser desconstituída, ainda que a escritura pública de 
alienação não tenha sido registrada em cartório, em 
respeito ao direito de propriedade, porque se trata de 
adquirente de boa-fé. Recurso de revista conhecido 
e provido. (RR - 137800-96.2009.5.02.0447, Relator 
Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - 1 ª 
Turma, Data de Publicação: DEJT 19.12.2011) 
Recurso de revista. Embargos de terceiro. Adquirente 
de boa-fé. Escritura pública de doação. Ausência de registro 
do título translativo no cartório de registro de imóveis. O 
bem objeto de constrição judicial foi doado por escri-
tura pública antes do ajuizamento da reclamação tra-
balhista, sobre a qual pende os presentes Embargos 
de Terceiro. Desse modo, evidente que a doação não 
foi praticada com o fim de frustrar a atividade juris-
dicional, ainda que o registro da escritura pública de 
r 
Vol. 80, n2 01, Janeiro de 2016 
doação tenha sido levado a cabo após o ajuizamen-
to da reclamação trabalhista. Assim, demonstrada 
a boa-fé da adquirente, a penhora que recai sobre o 
referido bem não deve subsistir. Precedentes. Recur-
so de Revista conhecido e provido. (TST- RR-917-
61.2012.5.01.0061, Relator Ministro Márcio Eurico 
Vitral Amaro - 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 
14.8.2015) 
Recurso de revista. 1. Fraude à execução. Terceiro que 
adquire bem de pessoa estranha ao processo de execução. 
Necessidade de prova da máje. 1.1. Inicialmente frise-
-se que, como regra geral, este relator comunga do 
entendimento de que a existência ou não de fraude 
à execução decorre de interpretação de normas infra-
constitucionais- arts. 591, 593 e 750, I, do CPC -e 
não dispensa reapreciação de matéria fática, não dan-
do margem, assim, ao cabimento do recurso de revis-
ta (art. 896, § 2º, da CLT). Contudo, isso não ocorre 
quando a pretendida declaração de ineficácia do ne-
gócio jurídico supostamente fraudulento recai sob 
transação realizada por pessoas absolutamente estra-
nhas à execução. Nessa hipótese, afigura-se possível 
a violação direta de normas constitucionais que tute-
lam a liberdade individual e patrimônio do terceiro 
de boa-fé. 1.2. Nos termos do art. 593, II, do CPC, a frau-
de à execução ocorre quando presentes dois requisi-
tos: a litispendência, independentemente da natureza 
do processo (se de cognição, executivo ou cautelar) 
e a frustração dos meios executórios. 1.3. Quando o 
vendedor do bem alienado é o próprio executado, a 
fraude à execução não é de difícil constatação. Não 
é por outra razão que, ao adquirente de bens de ex-
pressivo valor monetário, cabe perquirir se o alienan-
te encontra-se na posição de réu em demanda capaz 
de o reduzir à insolvência, sob pena de sofrer as con-
sequências de possível e futura evicção. O adquirente 
do bem alienado em fraude à execução responderá 
pela sua incúria. Disto decorre a lição clássica de que, 
em regra, ao exequente descabe provar a existência 
do consilium fraudis entre alienante e adquirente. 1.4. 
Entretanto, essa conclusão vem sendo mitigada pela 
jurisprudência em algumas situações. Isto se dá, prin-
cipalmente, quando se impõe ao adquirente do bem 
(terceiro de boa-fé) ônus desarrazoado com intuito 
de evitar a fraude à execução, ou mesmo, quando 
a conduta 9-aquele é irrelevante para a consumação 
desta. 1.5. E o que se divisa no caso vertente: ainda 
que o terceiro-adquirente tenha realizado exaustiva 
pesquisa cartorária em relação ao alienante do bem, 
que nada tem a ver com o processo em curso, não 
evitaria a frustração da execução, uma vez que a 
fraude, fosse o caso, ocorreria em momento pretérito 
ao do negócio jurídico do qual participou. Repise-se 
que é praticamente impossível ao adquirente do bem 
verificar a existência de litispendência em relação a 
todos os ex-proprietários que compõem a cadeia do-
minial do bem. 1.6. Efetivamente, o direito do credor 
trabalhista à satisfação de seu crédito - embora su-
perprivilegiado- não é absoluto e, sendo assim, não 
pode violar a esfera patrimonial de pessoa absoluta-
mente estranha à execução e que não manteve com o 
executado qualquer relação comercial. A proprieda-
de privada e a segurança também são valores caros 
ao ordenamento jurídico brasileiro e, por isso, cabe 
Revista LTr. 80-01/47 
ao exequente a prova de que o terceiro adquirente 
do bem alienado por quem não é parte na execução 
agiu de má-fé, para que fique configurada a fraude à 
execução. Precedentes. Recurso de revista conhecido 
e provido. (TST- RR-81700-45.2008.5.05.0004, Rela-
tor Alberto Bresciani de Fontan Pereira - 3ª Turma, 
Data de Publicação: DEJT 29.5.2015) 
Além disso, o § 4º do art. 792 estabelece que antes 
de se declarar a fraude à execução, o juiz deverá in-
timar o terceiro adquirente, para opor embargos de 
terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias. 
Portanto, a previsão que diz respeito à fraude à 
execução tem aplicação no processo do trabalho por 
força do disposto no art. 15 do novo CPC, inclusive 
no que tange ao prazo para a oposição dos Embargos 
de Terceiro. 
4.10 Observância dos precedentes dos Tribunais Superiores 
(art. 927 do novo CPC) 
Assim estabelece o art. 927 do novo CPC. Verbis: 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em 
controle concentrado de constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de 
competência ou de resolução de demandas repeti-
tivas e em julgamento de recursos extraordinário e 
especial repetitivos; 
IV- os enunciados das súmulas do Supremo Tri-
bunal Federal em matéria constitucional e do Superior 
Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; 
V- a orientação do plenário ou do órgão especial 
aos quais estiverem vinculados. 
§ 1 º Os juízes e os tribunais observarão o disposto 
no art. 10 e no art. 489, § 1º, quando decidirem com 
fundamento neste artigo. 
Trata-se de regra salutar que visa a maior seguran-
ça jurídica e obediência judicial que evita alimentar 
uma falsa esperança para a parte fortalecendo o pre-
cedente do Tribunal Superior e que são aplicáveis ao 
processo do trabalho. 
4.11 Reclamação (arts. 988 a 993 do novo CPC) 
A Reclamação era muito utilizada no âmbito do 
TST, porém, em razão de decisão do STF o Regimen-
to Interno do Tribunal Superior do Trabalho foi alte-
rado. O art. 988 afirma que caberá a Reclamação da 
parte interessada e do Ministério Público para pre-
servar a competência do tribunal, garantir a autori-
dade das decisões do tribunal, garantir a observância 
de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade e garantir a ob-
servância de enunciado de Súmula Vinculante e de 
precedente proferido em julgamento de casos repe-
titivos ou em incidente de assunção de competência. 
Mais uma vez está sendo demonstrada a força e 
relevânciado precedente do Tribunal Superior. Além 
Revista LTr. 80-01/48 
disso, criou-se a Reclamação, inclusive fora dos Tribu-
nais Superiores, para preservar a competência e ga-
rantir a autoridade das decisões de qualquer Tribunal, 
assegurada a possibilidade de sustentação oral, con-
forme previsão constante no art. 937, VI do novo CPC. 
É bem provável que com o passar do tempo e o 
amadurecimento das questões, podemos chegar a 
conclusão no sentido de que determinados artigos 
não podem ser aplicados no processo do trabalho por 
manifesta incompatibilidade, como também é possí-
vel se chegar a conclusão que outros preceitos, que 
a princípio seriam incompatíveis, tenham aplicação 
supletiva e subsidiária no processo do trabalho. 
5 - Conclusão 
Diante de tudo o que foi exposto no presente tra-
balho, podem ser extraídas as seguintes conclusões 
acerca do tema proposto: 
a) o novo Código de Processo Civil visa simpli-
ficar o sistema processual com a adoção de siste-
mas e mecanismos que atinjam o objetivo final da 
demanda com a resolução meritória do conflito, em 
contraponto ao que se denominou de "jurisprudên-
cia defensiva", largamente aplicada pelos tribunais, 
principalmente na última década; 
b) o art. 15 do novo CPC é um avanço legislativo e 
contribui para o aprimoramento do ordenamento ju-
Vol. 80, n!! 01, Janeiro de 2016 
rídico trabalhista que passa a contar um complemen-
to de princípios, desde que sejam compatíveis com o 
processo do trabalho; 
c) ao se fazer a análise dos dispositivos do novo 
Código de Processo Civil percebe-se que o legis-
lador pretendeu conferir ao CPC um conjunto de 
normas básicas de introdução ao sistema processual 
brasileiro, com a finalidade de ser uma fonte perma-
nente de atualização dos múltiplos segmentos pro-
cessuais, mantendo as especificidades de cada ramo, 
porém, estabelecendo como alicerces, os princípios 
constitucionais; 
d) a aplicação supletiva se dá de forma comple-
mentar, ou seja, é mais autônoma do que a aplicação 
subsidiária e visa aprimorar e suprir as falhas exis-
tentes no processo do trabalho; 
e) não há que se falar em revogação dos arts. 769 e 
889 da CLT, tendo em vista a ampliação da aplicação 
das regras de processo civil que foi imposta pelo art. 
15 do novo CPC. 
f) Em resumo, são os seguintes artigos do novo 
CPC que podem ser aplicados de forma supletiva e 
subsidiária no processo do trabalho: 9º, 10, 133, 134, 
135,136,137,219,354,355,356,489,513,536,537,674, 
675,676,677,678,679,680,681,682,792,927,988,989, 
990, 991, 992 e 993. 
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