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RAMOS DE AZEVEDO - Maria Rita Silveira de Paula Amoroso

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A arquitetura Campestre na obra de Ramos de Azevedo 
A Arquitetura Rural Campineira – 
A Fazenda São Vicente 
Programa de Pós-Graduação em Urbanismo 
 CEATEC 
 
 
Maria Rita Silveira de Paula Amoroso 
 
 
Arquitetura Campestre na Obra de Ramos 
de Azevedo. A arquitetura Rural Campineira: 
A Fazenda São Vicente em Campinas 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS 
2009 
Maria Rita Silveira de Paula Amoroso 
 
 
 
 
Arquitetura Campestre na Obra de Ramos 
de Azevedo. A arquitetura Rural Campineira: 
A Fazenda São Vicente em Campinas 
 
 
 
Dissertação apresentada como exigência para a 
obtenção do Título de Mestre em Urbanismo, ao 
Programa de Pós-Graduação na área de 
Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ciências 
Exatas, Ambientais e de Tecnologias da Pontifícia 
Universidade Católica de Campinas. 
Orientadora: Profª. Drª. Ivone Salgado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas e 
Informação - SBI - PUC-Campinas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
t728.92 Amoroso, Maria Rita Silveira de Paula. 
A524a Arquitetura campestre na obra de Ramos de Azevedo. A arquitetura rural campineira: a 
 Fazenda São Vicente em Campinas / Maria Rita Silveira de Paula Amoroso.- Campinas: 
 PUC-Campinas, 2009. 
 261p. 
 
 Orientadora: Ivone Salgado. 
 Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de 
 Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias, Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. 
 Inclui bibliografia. 
 
 1. Construções rurais – Arquitetura. 2. Construções rurais – Arquitetura – Campinas (SP) 
 3. Arquitetura – História. 4. Fazenda São Vicente – Campinas (SP) 5. Fazendas de café – 
 Arquitetura. I. Salgado, Ivone. II. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Centro de 
 Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias. Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. 
 III. Título. 
 
 22.ed.CDD – t728.92 
 
 
 
 
 
Aos meus amados pais Antonio e 
Iolanda que sempre me incentivaram 
nesse amor pelo estudo e pela pesquisa. 
 
 E ao meu amado companheiro 
de jornada neste planeta, Luiz Claudio, que 
sempre está a meu lado com seu amor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
À minha grande amiga e orientadora Ivone Salgado, que desde o primeiro dia 
me motivou e me ensinou a persistir com dedicação, empenho e muito trabalho 
dentro deste tema tão envolvente, me conduzindo com paciência e 
tranqüilidade por todos os caminhos da pesquisa. E também pela oportunidade 
e o privilégio de trilhar a seu lado em cada congresso que participamos, em 
cada artigo que escrevemos juntas, sempre me motivando a participar de todos 
os eventos, ir além do esperado para atingir a meta proposta. Ivone, gostaria 
que fosse possível que todos pudessem compartilhar a mesma experiência que 
tive ao seu lado com as trocas de todas as experiências e vivências. Ensinar é 
uma arte que só pode ser realizada por grandes mestres. Eu apenas posso 
dizer muito obrigada por ter você ao meu lado não só como mestra, mas como 
amiga. 
 
- A meus agradecimentos aos mestres e doutores abaixo, pela generosidade 
nas discussões sobre os grandes temas trabalhados durante o curso: 
 Prof. Dr. Wilson “Caracol” Ribeiro dos Santos Junior 
 Prof. Dr. Denio Munia Benfatti 
Profª. Dra. Doraci Alves Lopes 
Profª. Dra. Maria Cristina da Silva Schicchi 
Profª. Dra. Raquel Rolnik 
Profª. Dra. Laura Machado de Mello Bueno 
Prof. Dr. Manoel Lemes da Silva Neto 
Profª. Dra. Maria Cristina da Silva Leme 
Prof. Dr. Jean Louis Cohen 
 
- À CAPES, pela bolsa de mestrado concedida, a qual foi de extrema 
importância para a execução deste Mestrado. 
- À banca examinadora, Dra. Marisa V. T. Carpintéro, Dra. Andréa B. Loewen, 
Dr. Eudes Campos, e aos suplentes Dr. Wilson Ribeiro dos Santos Jr e Dra. 
Silvana Rubino, pela disponibilidade e dedicação que prestaram ao 
examinarem este trabalho, cujas sugestões foram muito enriquecedoras para a 
versão final desta dissertação. 
- À grande amiga Giovana Mastromauro, que me acompanhou em todos os 
momentos deste Mestrado, além de congressos, equipes de trabalhos do curso 
e nos muitos cafés com os irresistíveis bolos de chocolate. 
- À amiga e futura arquiteta Beatriz Torres. 
- À grande e velha amiga Dionete Santin, que continua ao longo destes anos – 
desde o nosso curso de Ecologia na Unicamp – participando de meu percurso 
profissional em vários projetos, como o Projeto do Jardim Botânico da 
UNICAMP, realizado com nosso querido e saudoso amigo prof. Dr. 
Hermógenes de Freitas Leitão Filho; o Projeto do Jardim Botânico de Paulínia; 
e o Projeto de Restauro Histórico e Ambiental da Fazenda São Vicente (meu 
objeto de estudo). 
- Meu agradecimento a Marjorie Helena Salim Rossignatti, bibliotecária da PUC 
Campinas (Campus I), pelo auxílio na revisão. 
- A todos os funcionários de Bibliotecas consultadas e que tiveram um enorme 
carinho para auxiliar nas pesquisas. 
- Ao Eng° Agrônomo Dr. Durval R. Fernandes, pela grande ajuda nas pesquisas 
sobre o café. 
- Ao Sr. Moracy Brandão Hofling e Ligia Camargo Andrade, minha querida 
amiga. 
- Ao querido Prof. Dr. Carlos Lemos, pelas dicas e sugestões sobre a busca 
dos documentos referentes à produção rural de Ramos de Azevedo. 
- E um agradecimento especial à pessoa mais importante da minha vida: meu 
marido Eng° Luiz Claudio Amoroso, que participou como engenheiro em todas 
as obras, assim como nas pesquisas técnicas que envolveram a restauração 
da Fazenda São Vicente. Quero também destacar que graças à sua 
compreensão, dedicação e carinho, conseguiu superar a minha ausência nos 
muitos momentos em que foi necessária a minha presença em congressos ou 
pesquisas, bem como na solidão necessária do momento de redigir este 
trabalho. 
- À Minha saudosa Nina, que partiu quando finalizei este trabalho e que esteve 
ao meu lado durante todo este período, assim como continuou fazendo sua 
companheira Blondie (minhas labradoras). 
- A todos aqueles que estiveram ao meu lado neste período e me ajudaram de 
alguma forma com este trabalho: meu muito obrigado! 
a DEUS, por toda a proteção divina que recebo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
AMOROSO, Maria Rita S. Paula. Arquitetura Campestre na Obra de Ramos de 
Azevedo. A Arquitetura Rural Campineira: A Fazenda São Vicente em Campinas. 
2009. 261f. Dissertação (Mestrado em Urbanismo) - Programa de Pós–Graduação em 
Arquitetura e Urbanismo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2009. 
 
O engenheiro-arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo produziu uma obra 
essencialmente urbana que recebeu nos últimos anos uma significativa atenção por 
parte dos historiadores da arquitetura. Todavia, a produção técnica deste profissional 
também possuiu uma dimensão rural, como é o caso da sede do antigo complexo 
cafeeiro da Fazenda São Vicente, em Campinas-SP,a qual passou por uma 
restauração concluída no ano de 2007, e que é objeto de estudo da presente 
dissertação. Objetiva-se colocar em evidência as relações entre o que seria uma 
arquitetura urbana e uma arquitetura rural, destacando como os saberes técnicos são 
apropriados por agentes sociais no contexto de uma cultura burguesa no auge do ciclo 
econômico do café no estado de São Paulo. 
 
Termos de indexação: arquitetura eclética – arquitetura rural – café. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumé 
 
L´ingéniuer-architecte Francisco de Paula Ramos de Azevedo a produit une oeuvre 
urbaine qui a reçu ces dernnières années l´atention des historiens de l´architecture. 
Cependant, dans la production técnique de ce professionnel nous trouvons aussi des 
maisons de campagne, comme c´est le cas da la maison principale de la Fazenda São 
Vicente à Campinas, État de São Paulo. Cette maison a subi une restauration qui a 
été achevée en 2007 et qui est l´objet de cette communication. Notre objectif est celui 
de metre en evidence les rapports entre une architecture urbaine et une architecture 
rural dans l´ouvrage de cet architecte. 
 
Mots-clés: architecture éclectique – architecture rural – café. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“À medida que fui envelhecendo e acumulando recordações, passei a me 
sensibilizar mais e mais com o desaparecimento de pessoas e referências 
urbanas. Para mim, eram especialmente perturbadoras as inexplicáveis 
demolições de prédios. Eu sentia como se, de alguma forma, eles tivessem 
alma. 
Agora, estou certo de que essas estruturas marcadas por risos e 
manchadas por lágrimas são mais do que edifícios inertes. É impossível 
pensar que, ao fazerem parte da vida, não tenham absorvido as radiações 
provenientes da interação humana. E eu me pergunto sobre o que resta 
depois que um prédio é demolido.” 
Will Eisner• 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•
 Texto citado pela Profª. Drª. Marisa Carpintéro no dia do Exame de Defesa desta dissertação. 
Lista de Ilustrações 
 
Figura 1 - Fazenda São Vicente em Campinas-SP durante o restauro............. 1 
 
Figura 2 - Fazenda São Vicente em Campinas-SP depois do restauro.............2 
 
Figura 3 - Fazenda Governo (Paraíba do Sul-RJ)........................................... 12 
 
Figura 4 - Fazenda Pau D ‘Alho (São José do Barreiro-SP)............................ 13 
 
Figura 5 - Fazenda Secretário (Vassouras-RJ)................................................ 14 
 
Figura 6 - Fazenda Santa Justa (Rio das Flores-RJ)....................................... 15 
 
Figura 7 - Fazenda Resgate (Bananal-SP)...................................................... 16 
 
Figura 8 - Desenho planta inferior: casa do Padre Inácio. Plantas arquivo do 
IPHAN.............................................................................................................. 22 
 
Figura 9 - Casa urbana de senhor de engenho Major Luciano Teixeira 
Nogueira em Campinas-SP. Taipa de pilão externamente e Taipa de mão 
internamente.....................................................................................................23 
 
Figura 10 - Planta do 1° andar do sobrado urbano, obedecendo ao esquema 
zona de estar na frente, seguida da zona de repouso, da sala de jantar e, 
finalmente, da zona de serviços, nos fundos. Levantamento de Adelaide M. W. 
D. Esposito. Ao lado, sobrado que pertenceu ao Comendador Barros, onde 
morou D. Maria Paes de Barros: ficava pouco afastado do centro e dispunha de 
amplo quintal. ................................................................................................... 24 
 
Figura 11 - Centro de Estudos do Museu, conhecido como “Casa do Barão”, 
inaugurado em 2005......................................................................................... 25 
 
Figura 12 - Reconstituição digital da casa de Rafael Tobias de Barros, 2° Barão 
de Piracicaba, executada a partir de antiga documentação 
iconográfica....................................................................................................... 26 
 
Figura 13 - Reconstituição digital das plantas (do primeiro e segundo andar) do 
palacete do 2º Barão de Piracicaba.................................................................. 27 
 
Figura 14 - Interior da residência do 2° Barão de Piracicaba, segundo 
declarações anônimas grafada no verso da foto, que também apresenta a data 
de 1876 (data da foto ou da construção?). E diz ela também: “detalhe mobília 
francesa Garraux”............................................................................................. 28 
 
Figura 15 - Aspecto interno do palacete do 2º Barão de Piracicaba (Rafael 
Tobias de Barros, neto de Bento Paes de Barro, irmão de Genebra de Barros, 
que foi casada com o Brigadeiro Luiz Antonio e que são os pais do Barão de 
Limeira VICENTE DE SOUSA QUEIROS, proprietário da fazenda São Vicente 
em Campinas-SP) com a presença do genro Washington Luís e sua esposa, 
Sofia, filha do proprietário................................................................................. 28 
 
Figura 16 - Residência - Barbosa de Oliveira. PROJETO Ramos de 
Azevedo............................................................................................................ 30 
 
Figura 17 - Sede da Chácara das Palmeiras que pertenceu ao Dr. Frederico 
Borghoff, e depois ao casal D. Angelica e Francisco Aguiar Barros. 
Acrescentou-se o primeiro andar à casa colonial primitiva. Arquivo de Paulo 
Barros de Ulhoa Cintra..................................................................................... 31 
 
Figura 18 - Palacete Campos Elísios, antigo Palacete Chaves.........................33 
 
Figura 19 - Palacete de D. Maria Angélica de Barros (1891-3) (inspirado no 
Palácio de Charlottenburg, na Alemanha), hoje desaparecido. Situava-se na 
Avenida Angélica com Alameda Barros. Arquivo de Paulo de Barros de Ulhoa 
Cintra................................................................................................................ 34 
 
Figura 20 - Palacete de D. Maria Angélica de Barros (1891-3) (inspirado no 
Palácio de Charlottenburg, na Alemanha), hoje desaparecido. Situava-se na 
Avenida Angélica com Alameda Barros. Arquivo de Paulo de Barros de Ulhoa 
Cintra................................................................................................................ 35 
 
Figura 21 - Chácara do Carvalho. Desenho da fachada datada 1892 assinado 
por Luis Pucci e Giulio Micheli, Arquivo Histórico Municipal “Washington Luís” 
DPH/SMC/PMSP............................................................................................. 36 
 
Figura 22 - Foto abaixo mostra a fachada da Chácara do Carvalho, na Alameda 
Eduardo Prado. Foto Guilherme galensly, utilizada como cartão de “boas 
festas” pelo genro do proprietário em 1904.......................................................36 
 
Figura 23 - Fazenda Fazendinha, do Brigadeiro Luiz Antonio de Sousa e 
Queirós............................................................................................................. 40 
 
Figura 24 - Fazenda Fazendinha, residência assobradada.............................. 40 
 
Figura 25 - Engenho Mato Dentro.................................................................... 42 
 
Figura 26 - Engenho Quilombo......................................................................... 43 
 
Figura 27 - Fazenda Fazendinha.......................................................................49 
 
Figura 28 - Desenho original de Ramos de Azevedo, por ele autografado, onde 
se notaa fuga ao neoclássico frio e o desejo do bucolismo iniciado entre as 
construções de classe média no último quartel do século XIX. Esse projeto foi 
certamente copiado do álbum de Cesar Daly................................................. 51 
 
Figura 29 - Vista da área central da cidade de Gand, hoje mostrando sua Torre 
sineira (Belfort) e catedral................................................................................. 53 
 
Figura 30 - Vista da Avenida Brigadeiro Luís Antônio. À direita, residência da 
Baronesa da Limeira, na esquina da Rua Riachuelo e duas casas de aluguel 
pertencentes à mesma senhora. Foto de autoria de Guilherme Gaensly, 
1900.................................................................................................................. 77 
 
Figura 31 - Casa de Antonio Paes de Barros................................................... 78 
 
Figura 32 - Sala de jantar de Antonio Paes de Barros..................................... 79 
 
Figura 33 - Reconstituição digital da reforma da fachada da casa da Baronesa 
de Limeira, projetada no Banco União em 1890............................................... 80 
 
Figura 34 - Vista da Avenida Brigadeiro Luís Antônio. À direita, residência da 
Baronesa da Limeira, na esquina da Rua Riachuelo e duas casas de aluguel 
pertencentes à mesma senhora. Foto de autoria de Guilherme Gaensly, 
1900...................................................................................................................81 
 
Figura 35 - Planta da área do Bosque dos Jequitibás em Campinas-SP......... 85 
 
Figura 36 - Instituto Vacinogênico, em 1894.................................................... 87 
 
Figura 37 - Prédio central do Instituto Vacinogênico de São Paulo, em 
1894.................................................................................................................. 88 
 
Figura 38 - Asilo do Juqueri ............................................................................. 88 
 
 Figura 39 - Asilo do Juqueri. Galeria de ligação entre os pavilhões............... 89 
 
Figura 40 - Lateral da Fazenda Palmital........................................................... 91 
 
Figura 41 - Sede da Fazenda São Vicente, onde se pode notar sua implantação 
numa leve colina ao lado das Palmeiras Imperiais............................................92 
 
Figura 42 - Sede da Fazenda São Vicente. Fachada lateral com sua 
movimentação de telhados .............................................................................. 95 
 
Figura 43 - Sede da Fazenda Palmital, onde se pode notar o trabalho de suas 
fachadas proporcionado pela movimentação dos telhados e a varanda 
principal............................................................................................................. 95 
 
Figura 44 - Vista da área onde existia a colônia da Fazenda São Vicente, o 
muro de pedra delimitava o alicerce das casas da colônia situadas entre os 
dois lados capela.............................................................................................. 97 
 
Figura 45 - Planta da sede da Fazenda Palmital, Ibaté-SP. Acréscimos à 
caneta feito pela autora.................................................................................. 101 
 
Figura 46 - Estudo da planta dividida do projeto de Ramos de Azevedo. 
Acréscimos à caneta feito pela autora........................................................... 102 
 
Figura 47 - Planta da sede da Fazenda São Vicente, Campinas-SP............ 104 
 
Figura 48 - Planta do porão da sede da Fazenda São Vicente, Campinas-SP 
........................................................................................................................ 104 
 
Figura 49 - Elevação Oeste da sede da Fazenda São Vicente, Campinas-
SP................................................................................................................... 105 
 
Figura 50 - Elevação Norte da sede da Fazenda São Vicente, Campinas-
SP................................................................................................................... 105 
... 
Figura 51 - Elevação Sul da sede da Fazenda São Vicente, Campinas-
SP................................................................................................................... 106 
 
Figura 52 - Elevação Leste da sede da Fazenda São Vicente, Campinas-
SP................................................................................................................... 106 
 
Figura 53 - Detalhe lateral do lambrequim e do forro no beiral da Fazenda 
Palmital ...........................................................................................................107 
 
Figura 54 - Detalhe da empena da ala lateral com destaque para as bossagens 
de argamassa, e o lambrequim de madeira. Fazenda São Vicente............... 108 
 
Figura 55 - Detalhe da empena da ala de serviços, aos fundos, com destaque 
para as bossagens de argamassa, e o lambrequim de madeira. Fazenda 
Palmital ...........................................................................................................109 
 
Figura 56 - Detalhe alpendre e das ferragens da Fazenda São Vicente e da 
Fazenda Palmital ...........................................................................................110 
 
Figura 57 - Vista frontal Fazenda Palmital. Janelas com vidro interno e 
venezianas externamente............................................................................... 111 
 
Figura 58 - Vista frontal Fazenda São Vicente. Janelas com vidro interno e 
venezianas externamente................................................................................112 
 
Figura 59 - Detalhe da maçaneta da porta da Fazenda Palmital................... 113 
 
Figura 60 - Detalhe da maçaneta da porta da Fazenda São Vicente............. 113 
 
Figura 61 - Corredor da sede da Fazenda São Vicente (Campinas-SP). Neste 
corredor existe a clarabóia em seu forro........................................................ 114 
 
Figura 62 - Corredor da sede da Fazenda São Vicente (Campinas-SP) visto do 
forro através da clarabóia, onde se observa a pintura decorativa do 
corredor........................................................................................................... 115 
 
Figura 63 - Detalhe do sótão da Fazenda São Vicente (verificar a passarela 
criada no restauro para manutenção) ........................................................... 116 
 
Figura 64 - Detalhe do Porão da Fazenda São Vicente (verificar a espessura do 
baldrame e das paredes: piso e parede foram revestidos com ladrilho hidráulico 
a uma altura de 0,70cm para dar maior proteção nas áreas utilizadas para 
serviço atualmente) ........................................................................................ 118 
 
Figura 65 - Ladrilho Hidráulico (observar as várias cores e formas encontradas 
no desenho deste ladrilho, situado no alpendre da Fazenda São 
Vicente)........................................................................................................... 119 
 
Figura 66 - Forro inclinado do alpendre depois do restauro (observar também 
as colunas em ferro fundido) ......................................................................... 119 
 
Figura 67 - Laje em abobadilha (observar os trilhos e os tijolos nos 
entremeios...................................................................................................... 120 
 
 Figura 68 - Porão da sede .......................................................................... 121 
 
Figura 69 - Assoalhos que compõem os pisos dos cômodos, na parte superior, 
eram todos de peroba rosa............................................................................122 
 
Figura 70 - Janelas possuíam caixilhos de Pinho de Riga com vidros 
importados..................................................................................................... 122 
 
Figura 71 - Gradil de proteção do alpendre ....................................................123 
 
Figura 72 - Gradil de proteção do alpendre com suas colunas adornadas foram 
trabalhados em ferro fundido e madeira no seu corrimão, além de receberem 
decoração em ferro na sua parte superior...................................................... 123 
 
Figura 73 - Sala de jantar, onde se deixou à mostra toda a riqueza das faixas e 
do seu uso de cores........................................................................................ 126 
 
Figura 74 - Faixa decorativa restaurada da sala de jantar da casa sede da 
Fazenda São Vicente em Campinas-SP.........................................................128 
 
Figura 75 - Observar o canto da sala na foto: um pigmento rosa atribuído à cal 
deu a todas as paredes desta sala uma cor rosada, sobre a qual foram 
pintadas as faixas decorativas........................................................................ 129 
 
Figura 76 - Faixa decorativa restaurada compondo a pintura mural do escritório 
da casa sede da Fazenda São Vicente (Campinas-SP), com recurso ao 
repertório Art Nouveaux e utilização da técnica de estampilha ..................... 130 
 
Figura 77 - Faixa decorativa restaurada da sala de visitas com motivo floral de 
planta de brejo da sede da Fazenda São Vicente, Campinas-SP...................131 
 
Figura 78 - Detalhe da decoração pictórica da Fazenda São Vicente: corredor 
com Palma de Santa Rita............................................................................... 132 
 
Figura 79 - Decoração pictórica da Fazenda São Vicente no quarto rosa, 
utilizando a técnica de estampilha................................................................. 134 
 
Figura 80 - Decoração pictórica da Fazenda São Vicente no quarto 
lilás...................................................................................................................135 
 
Figura 81 - Detalhe da decoração pictórica da Fazenda São Vicente no quarto 
lilás ................................................................................................................. 135 
 
Figura 82 - Sala de visitas da Fazenda São Vicente...................................... 136 
 
Figura 83 - Remanescente do único exemplar de Pau D´Alho dentro da 
Fazenda São Vicente..................................................................................... .137 
 
Figura 84 - Vista aérea da Fazenda São Vicente e sua localização na Região 
Metropolitana de Campinas............................................................................ 139 
 
Figura 85 - Vista aérea da Fazenda São Vicente, mostrando sua mata ao lado 
direito do marcador..........................................................................................140 
 
Figura 86 - Macrozona 2: Área de Controle Ambiental....................................141 
 
Figura 87 - Mapa da vegetação remanescente.............................................. 142 
 
Figura 88 - Óleo de Georg Grimm retratando a Fazenda Cataguá, mostrando o 
morro à direita com a maneira utilizada para o plantio do café...................... 148 
 
Figura 89 - Pintura decorativa da sala de jantar do pintor Vilaronga, Fazenda 
Resgate. Aqui vemos as linhas do plantio do café..........................................149 
 
Figura 90 - Cafezal da Fazenda São Lourenço. Técnica modernamente 
empregada no plantio de café, utilizando curvas de nível, que asseguram a 
longevidade da planta e a produtividade........................................................ 149 
 
Figura 91 - Mapa dos latifúndios pertencentes ao Brigadeiro Luiz Antonio.....167 
 
Figura 92 - Mapa dos latifúndios pertencentes ao Brigadeiro Luiz Antonio que 
passaram para seus descendentes................................................................ 172 
 
Figura 93 - Estação Anhumas. Data da construção: 1875............................. 178 
 
Figura 94 - Estação Pedro Américo construída em 1926, do lado oposto e em 
substituição à antiga estação Getty construída em 1875............................... 179 
 
Figura 95 - Estação Tanquinho construída em 1875, com foto ao lado da 
mesma estação em 1926................................................................................ 179 
 
Figura 96 - Foto superior com a Estação Desembargador Furtado construída 
em 1875, e a foto inferior da mesma estação reconstruída em 1926............. 180 
 
Figura 97 - Estação Carlos Gomes na foto superior construída em 1875, e na 
foto inferior com sua construção de 1929...................................................... 181 
 
Figura 98 - Estação Jaguariúna – antiga Jaguary – construída em 1875, e ao 
lado a estação reconstruída de 1945.............................................................. 182 
 
Figura 99 - Mapa estradas de ferro: Carta das Estradas de Ferro da Província 
de São Paulo, publicada originalmente no Indicador de São Paulo para 1878 
(reproduzido no Livro Lembranças do Trem de Ferro, de Pietro Maria 
Bardi).............................................................................................................. 184 
 
Figura 100 - Tijolo fabricado na própria olaria da Fazenda São Vicente em 
Campinas-SP.................................................................................................. 185 
 
Figura 101 - Máquina combinada MACHINA SÃO PAULO existente na 
Fazenda São Vicente em Campinas-SP, totalmente restaurada................... 188 
 
Figura 102 - Máquina combinada MACHINA SÃO PAULO existente na 
Fazenda Salto Grande em Araraquara-SP......................................................188 
 
Figura 103 - Despolpador Duplo Lidgerwood..................................................191 
 
Figura 104 - Descascador Arens................................................................... 191 
 
Figura 105 - Máquina combinada para Beneficiar café.................................. 192 
 
Figura 106 - Machina Combinada Lidgerwood.............................................. 193 
 
Figura 107 - Uma fazenda no Estado de São Paulo mostrando a secagem do 
café nos terreiros............................................................................................ 195 
 
Figura 108 - Lavagem do café (observar o tanque de lavagem do café com sua 
distribuição por canaletas).............................................................................. 197 
 
Figura 109 - Tanque de lavagem do café em primeiro plano e Funil de lavagem 
do café mais ao fundo antes do restauro. Fazenda São Vicente................... 198 
 
Figura110 - Funil de lavagem do café e Terreiros de café ao fundo antes do 
restauro. Fazenda São Vicente.......................................................................198 
 
Figura 111 - Tanque de lavagem do café, Funil e Terreiros de café em restauro. 
Fazenda São Vicente......................................................................................199 
 
Figura 112 - Funil de lavagem do café e Terreiros de café em processo de 
restauro, Fazenda São Vicente (observar que o funil é totalmente feito em 
madeira maciça................................................................................................199 
 
Figura 113 - Pisos dos terreiros da Fazenda São Vicente............................. 200 
Figura 114 - Início dos trabalhos de inspeção das canaletas antes de restaurar 
os terreiros. Foi necessário colocar um corante não-tóxico para verificar como 
acontecia a descida correta da água juntamente com ocafé dentro destas 
canaletas......................................................................................................... 201 
 
Figura 115 - Início dos trabalhos de inspeção das canaletas antes de restaurar 
os terreiros, com a utilização de corante não-tóxico para verificação do 
percurso do café e sua distribuição nos terreiros........................................... 202 
 
Figura 116 - Trilho da vagonete que levava o café até a tulha antes do restauro. 
Este trilho tinha sido arrancado do caminho inicial e estava torto e sem fixação 
em algumas partes ........................................................................................ 203 
 
Figura 117 - Trilhos DECAUVILLE da Fazenda São Vicente em restauro; 
fixação do trilho no tijolo com parafuso........................................................... 204 
 
Figura 118 - Trilhos DECAUVILLE da Fazenda São Vicente restaurados, onde 
se pode vê-los totalmente fixados, alinhados e com os guarda corpos de 
madeira em suas laterais................................................................................ 204 
 
Figura 119 - Trilho DECAUVILLE da Fazenda São Vicente restaurado, onde se 
pode ler o seu nome gravado e como eram realizadas as fixações de seus 
parafusos....................................................................................................... 205 
 
Figura 120 - Restauro do piso dos terreiros com a remoção de suas lajotas de 
barro, que foram retiradas manualmente uma a uma, selecionadas, tratadas e 
recolocadas novamente.................................................................................. 206 
 
Figura 121 - Restauro do piso dos terreiros, onde se pode ver as lajotas de 
barro já removidas e também o início de seu assentamento..........................207 
 
Figura 122 - Fase final do restauro, onde se nota o trabalho artesanal de 
observação e avaliação de cada rejunte para iniciar e finalizar com a 
limpeza.............................................................................................................207 
 
Figura 123 - Porta da tulha restaurada........................................................... 209 
 
Figura 124 - Interior da tulha depois do restaurado (observar o piso em 
pranchões de madeira)....................................................................................210 
 
Figura 125 - Interior da tulha depois do restaurado (observar o telhado visto 
internamente e o caminho da vagonete em madeira).................................... 211 
 
Figura 126 - Plantas e elevação da tulha, casa de máquinas e serraria da 
Fazenda São Vicente, Campinas-SP............................................................. 212 
 
Figura 127 - Remoção de todas as telhas do telhado durante o restauro, onde 
foram lavadas, impermeabilizadas, furadas e amarradas uma a uma com fio de 
cobre para não escorregarem com o vento................................................... 213 
 
Figura 128 - Remoção das telhas durante o restauro (observar que, ao lado 
esquerdo da foto, já se apresenta restaurado). A colocação do plástico foi para 
proteger da chuva o maquinário de beneficiamento do café, mas não 
permaneceu depois da restauração ............................................................. 214 
 
Figura 129 - O café era transportado para a casa de máquinas por um sistema 
que utilizava rosca sem fim............................................................................ 215 
 
Figura 130 - Machina São Paulo, nº 2890. A máquina combinada fabricada em 
Limeira, pertencente à Fazenda São Vicente, antes do restauro (notar as 
correias soltas embaixo da máquina)..............................................................216 
 
Figura 131 - Machina São Paulo, nº 2890. A máquina combinada fabricada em 
Limeira pertencente à Fazenda São Vicente, restaurada............................... 217 
 
Figura 132 - Lateral da Machina São Paulo, nº 2890, pertencente à Fazenda 
São Vicente, depois do restauro......................................................................217 
 
Figura 133 - Parte da Machina São Paulo, nº 2890, pertencente à Fazenda São 
Vicente, onde se observa a peneira e as correias restauradas.......................218 
 
Figura 134 - Motor que movimentava toda a casa de máquina e a Serraria. 
Motor inglês antes do restauro, Fazenda São Vicente....................................219 
 
Figura 135 - Motor. Pelo fato de não ser possível o restauro do primeiro motor 
utilizado na Fazenda São Vicente, em azul, como aparece na foto, este foi 
substituído por outro motor novo que está localizado no interior da caixa preta, 
abaixo dele. Esta caixa foi feita toda com tela preta para evidenciar o novo 
motor em contraste com o primeiro, e também para não gerar dúvidas quanto 
ao restauro do maquinário............................................................................. 220 
 
Figura 136 - Porão antes do restauro, onde se nota a umidade de suas paredes 
e do piso. Fazenda São Vicente.....................................................................221 
 
Figura 137 - Porão depois do restauro com paredes de tijolos 
impermeabilizadas, iluminação, madeiras restauradas, e onde se pode ver 
também as estruturas de ferro que passaram a suportar o vigamento, o qual 
estava cedendo pela grande umidade provocada em suas paredes. Fazenda 
São Vicente..................................................................................................... 222 
 
Figura 138 - Porão antes do restauro, Fazenda São Vicente (observar as polias 
e a peneira antes do restauro, além dos tijolos, pisos e madeiramento 
comprometidos pela umidade e pelo cupim de solo)...................................... 223 
 
Figura 139 - Porão depois do restauro na Fazenda São Vicente (observar as 
polias e peneira, depois do restauro, apoiadas no pilar de tijolos agora 
restaurado, além de suas correias recolocadas e as madeiras tratadas)...... 224 
 
Figura 140 - Porão depois do restauro na Fazenda São Vicente (observar as 
polias depois do restauro e a guia de madeira que as prende)...................... 224 
 
Figura 141 - Chave-Faca localizada na casa de máquinas da Fazenda São 
Vicente. Esta chave era responsável pela ligação das máquinas para 
beneficiamento do café e também pela serraria; atualmente, ela ficou apenas 
como depoimento histórico, pois foi substituída por uma ligação moderna com 
abotoeira de partida rápida, que permite o acionamento de todo o maquinário e 
da serraria, e que se encontra visível ao público numa caixa de aço............ 225 
 
Figura 142 - Vista do prédio onde se encontra a tulha e casa de máquina da 
Fazenda São Vicente, totalmente restauradas (observar a beleza e a riqueza 
dos assentamentos dos tijolos, suas portas e janelas em arco pleno, com 
portas em escuros com vitrais coloridos dentro dos arcos e os esteios de 
madeira bruta. Nesta foto se observa também todo o piso do terreiro 
restaurado)...................................................................................................... 226 
 
Figura 143 – Serraria, vista pelos fundos........................................................227 
 
Figura 144 - Vista lateral da Serraria ............................................................. 227 
 
Figura 145 - Serraria da Fazenda São Vicente (observar as toras de madeira 
que foram cortadas e deixadas sobre o carrinho no trilho. Elas foram deixadas 
neste mesmo lugar desde a última vez que houve corte de madeiras nesta 
fazenda. A grade preta, observada na foto, foi colocada por motivo de 
segurança para os visitantes ..........................................................................228 
 
Figura 146 - Serraria da Fazenda São Vicente. Telhado com reforço metálicopara as tesouras e vigas (observar no detalhe, no alto à direita, a espessura da 
madeira que suportava a serra).......................................................................228 
 
Figura 147 - Serraria da Fazenda São Vicente, depois do restauro (observar a 
grande serra posicionada na vertical ao centro da estrutura de madeira que a 
suporta)....................................................................................................... 229 
 
Figura 148 - Detalhe da Serraria.................................................................... 230 
 
Figura 149 - Serraria da Fazenda São Vicente (observar as vigas de madeira 
que sustentavam o piso de assoalho onde foi notado, durante o restauro, que já 
estavam totalmente comprometidas pelo cupim; elas foram todas restauradas e 
um piso de vidro foi colocado para a sua observação)................................... 230 
 
Figura 150 - Piso de vidro para observação das madeiras ............................231 
 
Figura 151 - Porão da Serraria da Fazenda São Vicente (observar pilar de 
madeira que sustentava o piso da serraria: ele estava com sua base 
apodrecida devido à grande quantidade de água existente dentro do porão e, 
durante o restauro, essa água foi completamente drenada e efetivada a sua 
recuperação)................................................................................................... 231 
 
Figura 152 - Porão da Serraria da Fazenda São Vicente (observar reforço para 
o pilar de madeira com viga de concreto armado: este trabalho foi necessário, 
pois ele já não apresentava mais condições de suportar o peso e estava 
totalmente comprometido)...............................................................................232 
 
Figura 153 - Porão da Serraria da Fazenda São Vicente (observar os pilares de 
madeira restaurados)..................................................................................... 232 
 
Figura 154 - A Serraria da Fazenda São Vicente, onde se observa o piso de 
vidro sobre o assoalho e seu processo de restauro finalizado........................233 
 
Figura 155 - Primeira casa da Fazenda São Vicente......................................237 
 
Figura 156 - Mapa de Campinas, 1900...........................................................245 
 
Figura 157 - Mapa de 1929. Demarcações das Sesmarias e latifúndios do 
Brigadeiro Luis Antonio de Sousa Queiros (pela autora).................................248 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1 
 
CAPÍTULO 1 - Uma nova arquitetura residencial para a elite cafeeira: o 
estilo campestre na obra de Ramos de Azevedo.......................................... 8 
1.1 A arquitetura das fazendas do Vale do Paraíba ......................................... 8 
1.2 A arquitetura dos Barões do café em São Paulo........................................17 
1.3 A arquitetura rural Campineira................................................................... 37 
1.4 Ramos de Azevedo e a elite cafeeira de São Paulo.................................. 49 
 1.4.1 A formação do arquiteto-engenheiro Ramos de Azevedo............... 49 
 1.4.2 A atuação de Ramos de Azevedo em Campinas............................ 57 
 1.4.3 Ramos de Azevedo como “arquiteto oficial” da cidade de São 
Paulo..................................................................................................................61 
 1.4.4 Ramos de Azevedo e o ensino da arquitetura.................................70 
 1.4.5 Ramos de Azevedo e a família Paes de Barros..............................75 
1.5 A arquitetura da sede da Fazenda São Vicente ....................................... 81 
 - A implantação..........................................................................................90 
 - O projeto..................................................................................................93 
 - Os aspectos construtivos.......................................................................110 
 - As pinturas murais.................................................................................124 
 - Implantação da Fazenda São Vicente: contexto ambiental...................137 
 
CAPÍTULO 2 - O complexo cafeeiro da Fazenda São Vicente: o espaço da 
produção de uma fazenda de café em São Paulo...................................... 144 
2.1 Os ciclos da economia do café: do Vale do Paraíba ao Oeste Paulista...144 
2.2 A produção do café na região de Campinas: a mão de obra e a 
mecanização do processo produtivo...............................................................152 
2.3 A origem do latifúndio da Fazenda São Vicente.......................................162 
2.4 O complexo industrial da Fazenda São Vicente: patrimônio e restauro...173 
 2.4.1 Teoria e prática do restauro..........................................................173 
 2.4.2 A transformação da Fazenda São Vicente em patrimônio histórico 
da cidade de Campinas...................................................................................177 
 2.4.3 A formação do complexo industrial da Fazenda São Vicente......184 
 2.4.4 O patrimônio industrial da Fazenda São Vicente ........................ 194 
- Terreiros..............................................................................................195 
- Piso dos Terreiros...............................................................................205 
- Tulha...................................................................................................208 
- Casa de máquinas..............................................................................213 
- Porão .................................................................................................219 
- Serraria................................................................ ..............................226 
 
CONCLUSÃO..................................................................................................235 
 
ANEXOS..........................................................................................................244 
-ANEXO 1: Mapa de Campinas 1900..............................................................245 
- ANEXO 2: Genealogia...................................................................................246 
- ANEXO 3: Mapa de 1929..............................................................................248 
- ANEXO 4: Relação dos Latifúndios do Brigadeiro Luis Antonio de Sousa 
Queirós............................................................................................................249 
-ANEXO 5: Relação de participações em Seminários e Congressos 2007-
2008.................................................................................................................250 
 
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 253 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Todo processo de pesquisa e seus frutos (uma monografia, dissertação ou 
tese) envolve leituras e discussões acadêmicas; mas antes de tudo isso, 
qualquer estudo teórico começa com alguma experiência cotidiana que nos 
desperta para aspectos da realidade que merecem reflexão e estudo. Desta 
forma, antes de iniciar a apresentação de dados ou a discussão – propriamente 
dita – a que se propõe este trabalho, convém fazer um breve relato sobre quais 
foram os fatores mais relevantes que me levaram a escolher esse tema para 
minha dissertação de Mestrado. 
Tudo começou quando iniciei minha participação notrabalho de restauro 
da Fazenda São Vicente, situada na cidade de Campinas, no estado de São 
Paulo, trabalho este que começou em janeiro de 2003 e se prolongou até 
janeiro de 2007. 
 
 Figura 1 – Fazenda São Vicente em Campinas-SP, durante o restauro. 
 Fonte: Amoroso M.R. (2006) 
2 
 
 
 Figura 2 – Fazenda São Vicente em Campinas-SP, depois do restauro. 
 Fonte: Amoroso M.R. (2007) 
 
Foi neste período que comecei a analisar não apenas a história e a 
arquitetura dos seus edifícios, como também a pesquisar mais a fundo a 
genealogia de seus proprietários, a fim de fazer um levantamento documental 
com justificativas mais sólidas, e traçar objetivos de atuação mais rigorosos 
para a pesquisa que se iniciava frente aos trabalhos que ali seriam realizados. 
Ao analisar, então, um pouco da genealogia e algumas entrevistas realizadas 
com os proprietários, qual não foi minha surpresa quando descobri que esta 
fazenda ainda permanecia (e permanece, atualmente) nas mãos da mesma 
família que a fundou, em meados do século XIX: os Paes de Barros – Souza 
Queirós. 
Outro importante fato, ocorrido no início do trabalho de restauro e que 
me deu mais confiança para prosseguir nas pesquisas, foi o processo de 
tombamento, iniciado pelo Condepacc1, de vários edifícios desta mesma 
 
1
 CONDEPACC -Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas. 
3 
 
fazenda, em especial de sua sede, citada no projeto como atribuída ao 
engenheiro-arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo. 
Embora o professor Carlos Lemos chame atenção para a existência de 
projetos de Ramos de Azevedo voltados para uma arquitetura campestre, 
ainda está por se fazer um estudo sobre o tema, e é esta a investigação que 
pretendo apresentar nesta dissertação. Lemos, em entrevistas, afirmou que 
Ramos de Azevedo fazia inúmeras fazendas para os Barões do Café e elas 
eram realizadas pelos seus engenheiros que estavam alocados ou nas usinas 
elétricas ou nas ferrovias que ele estava implantando. Porém, não se encontra 
ainda um estudo bibliográfico sobre a maioria destes projetos e construções. 
O fato de Ramos de Azevedo ter sido mencionado como autor do projeto 
da sede da fazenda não foi novidade para mim, pois esse fato já era de meu 
conhecimento, devido às inúmeras conversas (como já mencionado acima) 
com a família proprietária da fazenda. Porém, os atuais proprietários 
possuidores de inúmeros documentos desta fazenda não possuem o projeto 
assinado por Ramos de Azevedo propriamente. Isto se deve, talvez, devido ao 
período em que a fazenda ficou fechada para término do inventário e passou 
por um longo período de abandono, no qual alguns documentos e outros bens 
se perderam; ou também por este arquiteto, como mencionado pelo professor 
Carlos Lemos2, não ter o hábito de assinar esse tipo de projeto rural. 
Sabemos perfeitamente que a obrigatoriedade da assinatura nos 
projetos começou a partir de 1920. Depois de finalizado o inventário, e 
constatada a perda de documentos, não se alterou a crença da família de que 
o projeto da sede fosse de autoria de Ramos de Azevedo, já que haviam outras 
fontes de informação, como, por exemplo, a documentação que lhes informava 
que a primeira proprietária da fazenda, a Baronesa de Limeira (casada com o 
filho do Brigadeiro Luiz Antonio, Vicente de Sousa Queiros, o Barão de Limeira) 
já tinha com Ramos de Azevedo outros projetos na capital da Província, na 
mesma época da fundação da Fazenda São Vicente, assim como em diversas 
propriedades rurais da família. Isso motivou, inclusive, seus atuais proprietários 
 
2
 Entrevista realizada na FAU-MARANHÃO em outubro de 2007. 
4 
 
a iniciar o projeto de restauro antes mesmo de o CONDEPACC entrar com o 
pedido de tombamento. 
Assim, iniciei minha dissertação de Mestrado com uma pesquisa sobre a 
arquitetura rural, com estudo de caso da Fazenda São Vicente atribuída a 
Ramos de Azevedo, considerando o fato de que ele trabalhava para essa elite 
cafeeira tanto na cidade quanto na área rural. Pois será dentro deste quadro 
que iremos verificar, por parte desta elite, a busca de maior conforto e 
opulência também nas propriedades rurais, nos mesmos moldes dos palacetes 
urbanos. A vontade de empreender, através desta dissertação, um registro de 
estudo de mais uma obra do grande profissional que foi Ramos de Azevedo 
(trazendo ao público uma discussão não apenas acadêmica, mas importante 
para a sociedade em geral) acompanhou todo o processo de pesquisa. O fato 
de não existirem muitos estudos até o momento sobre a produção de uma 
arquitetura rural por Ramos de Azevedo me motivou a pesquisar uma obra 
pertencente a esse período. Acredito também que essa reflexão possa, de 
alguma forma, contribuir para a sociedade campineira contemporânea e para a 
construção da historiografia paulista. 
A proposta da pesquisa foi, então, a de realizar uma investigação no 
campo do urbanismo, tendo como objeto de estudo uma fazenda da cidade de 
Campinas, no estado de São Paulo, construída no período áureo da economia 
do café. Pretendeu-se investigar, a partir deste estudo de caso, questões 
relativas à construção, na área rural, em propriedades da aristocracia cafeeira, 
especificamente aquelas relacionadas ao engenheiro-arquiteto Ramos de 
Azevedo. 
O diálogo da história com outros campos do saber revelou, até o 
momento, que Ramos de Azevedo produziu uma obra essencialmente urbana. 
Todavia, esta produção técnica também possuiu uma dimensão rural; e são 
estas relações entre o que seria uma arquitetura urbana e uma arquitetura rural 
que queremos colocar em evidência, destacando como os agentes sociais se 
apropriam deste saber técnico em um contexto de uma cultura burguesa, no 
auge do ciclo econômico do café, no estado de São Paulo. 
5 
 
Assim, essa pesquisa se volta para a formação e mobilização dos 
saberes que fundamentam e orientam o pensamento no campo da arquitetura 
e do urbanismo, com destaque para as intervenções no meio rural. Objetiva-se 
entender o papel desse corpo de conhecimentos especializados nos discursos 
e nas ações dos agentes sociais que produziram esta arquitetura, sobretudo 
nas áreas rurais. A formação e implantação das grandes fazendas de café, no 
final do século XIX, revelam a sintonia com a cultura burguesa do período, 
através da atuação de profissionais qualificados no campo da engenharia e da 
arquitetura, e ligados à emergente burguesia e à aristocracia cafeeira. 
Este trabalho se propôs a investigar como as atuações desses 
especialistas chegaram ao meio rural e quais foram as soluções por eles 
propostas, subsidiadas por teorias e técnicas. Interessou-me acompanhar o 
desenvolvimento e a mudança nos projetos e partidos arquitetônicos adotados, 
bem como suas adaptações do meio urbano para o rural, as quais tinham como 
objetivo tornar a vida no campo tão intensa, charmosa e agradável, para a 
aristocracia cafeeira, quanto à vida urbana. 
O projeto visou à realização de um estudo de caso da Fazenda São 
Vicente, em Campinas, como um exemplar da arquitetura campestre na obra 
de Ramos de Azevedo. Este estudo possibilitou a organização e análise de 
uma documentação iconográfica e histórica, de todo o processo de restauro da 
Fazenda São Vicente, que ocorreu entre os anos de 2002 e 2007, e no qual 
atuei como arquiteta restauradora – motivo que norteou sua escolha como 
objeto de pesquisa. Além disso, este estudo de caso objetivou, também, 
investigar questões relativas ao higienismo no meio rural, já que os habitantes 
que lá se encontravam eram os mesmos que pautavam as suas ações urbanas 
nos conceitos de salubridade. Nesse sentido, a pesquisa inclui a análise doprocesso de alteração significativa no modo de viver da casa de fazenda e em 
seu programa arquitetônico, que determinou uma mudança singular nos 
hábitos existentes desde a colônia. 
Enfim, pretendeu-se identificar se a construção de uma fazenda cafeeira 
rural coloca ou não os mesmos desafios da produção de uma residência 
6 
 
urbana. É sabido que ambas exigem preocupações em relação à implantação, 
construção, acessos, saneamento, iluminação, água, comida, trabalho e lucro. 
Tudo isso, além de um novo saber técnico que o século XIX trouxe com a 
industrialização: novos materiais e técnicas inovadoras na área de engenharia. 
Todavia, o “pensar” a fazenda como uma pequena vila no meio rural traz 
especificidades, tais como os elementos voltados para funções específicas do 
trabalho e cotidiano de uma propriedade rural: casa do administrador, sede, 
maquinários de café, casas de colonos ou vilas operárias, capela, armazém, 
silos. 
A pesquisa partiu de uma documentação primária já encontrada 
previamente, que se constituiu no registro do processo de restauro da Fazenda 
São Vicente, em Campinas. Estas informações estão em plantas, desenhos, 
fotos e fichamentos que mostram o estudo da tipologia, do partido 
arquitetônico, dos materiais e técnicas construtivas. Foi realizado um 
levantamento e uma análise documental e bibliográfica dos estudos 
acadêmicos sobre a obra de Ramos de Azevedo, bem como sobre o tema da 
arquitetura campestre em geral – principalmente através de livros, periódicos, 
dissertações e teses, além de trabalhos e documentos editados ao longo do 
período em foco. Estes foram considerados documentação secundária e de 
referência. 
É importante citar também que esta proposta está inserida numa linha 
de pesquisa da Pós-Graduação do CEATEC-PUCCAMP, denominada História 
do Pensamento Urbanístico, e vinculada, especificamente, à pesquisa 
coordenada pela Profª. Dra. Ivone Salgado, “Saberes da medicina e da 
engenharia: o higienismo na configuração urbana da São Paulo Imperial”. Esta 
pesquisa, por sua vez, faz parte do projeto temático coordenado pela Profª. 
Dra. Maria Stella Martins Bresciani, do IFCH-UNICAMP, intitulado: “Saberes 
Eruditos e Técnicos na Configuração e Reconfiguração do Espaço Urbano – 
7 
 
Estado de São Paulo, Século XIX e XX”, que agrega ainda as seguintes 
instituições: FAAC-UNESP e Scuola Studi Avanzati-Venezia.3 
Outro questão bastante relevante, para o atual estudo, é o fato de estar 
a fazenda inserida exatamente em áreas limítrofes entre o rural e o urbano do 
município de Campinas, especialmente num momento de grandes mudanças 
que estão sendo realizadas pelo “Plano Diretor de Campinas”, visando 
transformar esta parte da cidade em áreas destinadas a grandes condomínios 
horizontais, a saber, a “Macrozona 2”. Ao escolher como tema de estudo a 
Fazenda São Vicente, pretendi chamar a atenção também para o seu 
patrimônio industrial, não apenas arquitetônico e histórico, mas também 
ambiental, pois a fazenda se encontra numa condição muito fragilizada devido 
à valorização imobiliária da região pela inserção, nestes locais antes 
denominados rurais, de grandes condomínios residenciais. Na área de fazenda 
se encontra também uma mata centenária, no bairro rural denominado Carlos 
Gomes, também objeto de tombamento. Seus 70 hectares de vegetação 
nativa, remanescente de Mata Atlântica, têm sido objeto de estudos que visam 
justificar seu tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e 
Cultural de Campinas (CONDEPACC). 
 
3
 Este projeto justifica-se na constatação da distância entre o pensamento urbanístico e suas 
realizações. Distância também apreensível no contraste entre teorias e ações que visam tornar 
a cidade funcional e agradável aos seus habitantes. No caso da cidade de São Paulo, ao 
mesmo tempo em que se mostra digna de seu status de capital econômica do país (centro da 
vasta região metropolitana que estende seu poderio aos centros urbanos do estado e 
ultrapassa o próprio país), apresenta antigos e persistentes problemas que, há pelo menos dois 
séculos, vêm se repondo de modos diferentes, somados aos novos desafios enfrentados com 
ações de pouca eficiência. A intenção não é indicar uma solução para essas questões, mas 
perseguir os meandros do saber erudito proposto por técnicos e autoridades públicas, na 
crença de serem capazes de dar respostas adequadas aos desafios colocados por uma 
cidade. Foram esses especialistas em questões urbanas os que atribuíram à cidade sua 
configuração moderna, a partir de dispositivos legais subsidiados por teorias e técnicas 
arquitetônicas em estreita sintonia com o que se apresentava de mais avançado no 
conhecimento especializado internacional. Nossa preocupação, nesta pesquisa, se volta para a 
formação da disciplina curricular que pensa sobre a cidade e intervém nela, supondo o diálogo 
entre vários saberes e especialistas de diversos países. 
8 
 
 
CAPÍTULO 1 
Uma nova arquitetura residencial para a elite cafeeira: o estilo 
campestre na obra de Ramos de Azevedo 
 
1.1. A arquitetura das fazendas do Vale do Paraíba 
 
 O caminho do café desde o Vale do Paraíba até sua entrada em São 
Paulo foi marcado por grandes mudanças, importantes do ponto de vista da 
implantação da própria fazenda de café até chegar ao próprio plantio. Quanto 
mais avançamos pelos caminhos onde foi introduzido este café em direção a 
São Paulo, mais fortemente podemos observar um melhoramento e um 
aprimoramento das técnicas, como, por exemplo, da utilização das curvas de 
nível, protegendo o solo da devastação feito pelos primeiros plantios, os quais 
foram responsáveis pelas grandes erosões das terras do Vale do Paraíba. 
A chegada da ferrovia foi o marco de todo esse desenvolvimento, pois 
passou a viabilizar o transporte mais rápido, seguro e barato para os portos, 
principalmente o Porto de Santos (que se tornou o maior exportador de café do 
Império), não dependendo mais das tropas de muares e das péssimas estradas 
– pode-se dizer caminhos e picadas – por onde era transportado o café. É 
possível encontrar ferrovias passando dentro das principais fazendas 
produtoras e das cidades que foram sendo criadas em seu percurso. A ferrovia 
não apenas transportava o café, mas também uma enorme gama de produtos 
importados. Os trens passaram a levar sertão adentro, principalmente para as 
áreas rurais, materiais importados tanto para a construção civil como para a 
decoração. Além, é claro, do “artigo” mais importante que eram os profissionais 
habilitados para se responsabilizarem pela execução de vastos projetos, então 
só vistos na corte e no estrangeiro. Dentre eles, profissionais como o 
Engenheiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo, bem como outros artistas 
9 
 
Italianos, espanhóis, franceses, que participaram desta modernização – uma 
nova maneira de viver – introduzindo novos conceitos, como, por exemplo, o 
higienismo na maneira de morar. 
Há uma grande influência proporcionada por fortes e importantes 
famílias paulistas que vamos encontrar neste percurso (como os Paes de 
Barros e Sousa Queiros, além de outras que ajudaram a fazer esta história), 
através de suas grandes viagens à Europa, que implicam o contato com uma 
civilização com gosto mais apurado e estilos de vida desconhecidos (e, em 
certo sentido, esquecidos) pelos colonizadores e pioneiros destas vastas 
extensões de terras brasileiras. Esta influência foi encontrada e traduzida pelo 
grande arquiteto deste período, Ramos de Azevedo, tanto na área urbana 
como na área rural, e é possível ver isto acontecer em Campinas, na Fazenda 
São Vicente. 
 A arquitetura do período colonial no Brasil surge com a terra, a taipa, o 
adobe, a cobertura de palha e a cerâmica primitiva. Nas casasmineiras, a 
partir do século XVIII, predominam as estruturas livres que trabalham sobre o 
terreno inclinado com montantes de madeira, pedras ou tijolos. As construções 
possuem grandes beirais para protegerem suas paredes do calor e da chuva. 
Os materiais desconhecidos, a influência das construções indígenas, os 
improvisos necessários para a adaptação às técnicas que se apresentavam, 
tudo isso contribuiu para dar mais liberdade e também alterar as soluções 
tradicionais das construções das províncias de origem ibérica dos povos que 
colonizaram o Brasil. 
 As construções rurais, segundo Miranda e Czaikowiski (2004, p. 33): 
 
 [...] são sempre de autores desconhecidos embora muitas vezes nos 
fizesse observar trabalhos mais apurados nas colunas, beiras 
encachorrados de recorte apuradíssimo denunciando a presença de 
caprichosos artistas. 
 
10 
 
Para melhor compreendermos a manifestação da arquitetura campestre 
na região de Campinas no período de auge do ciclo do café, torna-se 
importante reconstituirmos brevemente o caminho percorrido pela arquitetura 
rural do ciclo cafeeiro do Vale do Paraíba. 
 Foi no ano de 1808, com a transferência da corte para do Rio de 
Janeiro, que ocorreu a ruptura com o passado. Grandes e notáveis artistas 
chegam ao Rio de Janeiro, como Lebreton (em 1816) ou Grandjean de 
Montgny, fundador do curso de Belas Artes, transformando a arquitetura do Rio 
de Janeiro em neoclássica: 
 
Será essa arquitetura neoclássica que iria influenciar profundamente 
as sedes das fazendas do vale do Paraíba cujos proprietários já os 
vivenciando e formados na Europa as aceita com grande facilidade 
aqui. Ao serem projetadas por profissionais que exigem dos mestres 
semelhança com os palácios e palacetes do Rio de Janeiro. 
(ALCIDES; CZAJKAWSKI, 1984, p. 34). 
 
 Esta foi à razão do caráter urbano das casas de fazenda no ciclo do café 
no Vale do Paraíba. A influência neoclássica, vinda com os arquitetos que 
acompanharam o Príncipe Regente ao Rio de Janeiro, foi utilizada nas 
construções urbanas que depois foram transportadas para as fazendas, 
demonstrando assim um refinamento na arte de construir. A princípio, tentou-se 
trabalhar com a introdução de algumas mudanças como: escadarias, colunas, 
frontões de pedras, mas atrelado ainda a uma edificação que seguia os 
esquemas coloniais. Foram nas fazendas que as restrições apareceram mais 
fortes, devido à ausência de profissionais especializados, pois dependiam 
então da mão-de-obra escrava, grosseira e pouco requintada, fazendo com que 
os recursos neoclássicos ficassem mais restritos às fachadas. 
 
[...] obedeciam elas, na verdade, aos patrões urbanos. Idêntico 
acabamento externo, com ênfase nos portões de entrada, de um 
11 
 
estilo neoclássico, seguiu-se, no curso dos Oitocentos, para o 
Ecletismo. (MERCADANTE, 1984, p. 22). 
 
O gosto eclético foi sentido na ênfase que se deu aos elementos de 
ferros importados da Europa, e nos elementos decorativos da madeira 
recortada – como os lambrequins, que foram muito utilizados na arquitetura, 
quando o chalé substituíra o que restou do neoclássico. 
 Foi em meados dos Oitocentos que as fazendas cafeeiras fluminenses 
passaram a apresentar seus palacetes elegantes, graças aos proprietários já 
enriquecidos pela lavoura. 
 
 O solar destacava-se. Enorme, atarracado, com alpendre no centro 
da fachada, ladeado de janelas e com escadarias de acesso na 
varanda ampla, reuniam-se a tarde a família e os hospedes para 
observar o crepúsculo e o espetáculo do dia que findava. 
(MERCADANTE, 1984, p. 22). 
 
 A decoração do solar passou a mostrar o grande salão de visitas, 
decorado com luxo como os da corte. Não faltaram pinturas em papéis 
decorativos com motivos variados, que iam de pilastras e colunas até 
paisagens do Rio de Janeiro e Paris, sempre sugerindo uma ambientação 
neoclássica, com muitos espelhos, cristais venezianos, baixelas de prata e de 
ouro, tapeçarias orientais e francesas, e pelos móveis de jacarandá lavrados 
em gosto inglês. Jardins bem traçados e cuidados, assim como inúmeras 
outras edificações, orbitavam entorno do solar para atender todas as 
necessidades, como dependências hospitalares, com pequena farmácia, 
maternidade e creche. Eram realizadas muitas festas, entre banquetes e bailes, 
que festejavam desde batizados a casamentos, cerimônias onde cada uma 
destas fazendas recebia para hospedagem, durante dias, seus vizinhos, 
parentes e amigos. Tudo acompanhado, ainda, por pajens, que ofereciam 
charutos Havana e café aos hospedes. 
12 
 
 
“Quando havia baile tudo era iluminado com velas de libra em lustres 
de cristal lapidado e candelabros de prata, os salões recebiam flores 
e recebia os pares para a valsa vienense, a polca, a mazurca ou a 
varsoviana” (MERCADANTE, 184, p. 25). 
 
 Segundo análise arquitetônica de Joaquim Cardos – em artigo publicado 
na Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943 – a arquitetura 
das casas-grandes do Vale do Paraíba pode ser classificada em algumas 
categorias (CARDOSO apud MIRANDA; CZAIKOWSKI, p. 38): 
1º tipo – Herdado dos engenhos do século XVIII. São casas com alpendres, 
capelas e puxados acoplados ao volume principal. Possuíam uma estrutura 
com esteios de madeira sobre baldrame de pedra e as paredes de taipa de 
sebe com telhado de quatro águas espalhado sobre os anexos em abas que 
prolongam o telhado principal, dando às fachadas laterais um perfil 
característico. 
 
 
Figura 3 – Fazenda Governo (Paraíba do Sul-RJ). 
Fonte: Cruz (2004, p. 90) 
 
13 
 
2º tipo – Volume compactado, cobertura feita por grande telhado de quatro 
águas que segue pelo alpendre de ponta a ponta na fachada principal, e 
caracteriza-se pela massa sólida do embasamento, um porão quase sem 
abertura. 
 
 
 
Figura 4 – Fazenda Pau D’ Alho (São José do Barreiro-SP). 
Fonte: Cruz (2004, p.130) 
 
 
3º tipo – O casarão, com muitas portas e janelas. Ele não é exclusivo do meio 
rural; ao contrário, foi sempre utilizado também no meio urbano, quando se 
destinava à construção para os barões do café. Além de trabalhado tanto no 
meio urbano quanto no rural, foi um tipo encontrado tanto no civil como no 
religioso, recebendo grande influência neoclássica. Foram esses casarões que 
mostraram uma boa composição arquitetônica, como o acerto nas proporções 
e na relação dos cheios e vazios, bem como a eventual ornamentação. Possui 
fachadas longas com muitas janelas, sendo estas primordiais na evolução 
estética desses sobrados. 
14 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Fazenda Secretário (Vassouras-RJ). 
Fonte: Cruz (2004, p. 131) 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
4º tipo – Casa de um pavimento com um sobrado ao centro da fachada, 
ocupando uma área menor que a do térreo. 
 
Figura 6 – Fazenda Santa Justa (Rio das Flores-RJ). 
Fonte: Cruz (2004, p.100) 
 
5º tipo – o casarão de um só pavimento, ou pavimento sobre porão alto. Sua 
principal característica foi a horizontalidade, com a existência, ao centro da 
fachada principal, de uma escadaria formada por um ou dois lances, levando 
ao patamar geralmente coberto por um pequeno copiar. Em algumas casas, 
essa cobertura assumia as dimensões de um pórtico ou varanda, muitas vezes 
apoiado sobre colunas de ferro. A casa sobre porão alto ou “habitável” parece 
ser de origem mais antiga. São deste gênero, no século XVIII, numerosas 
quintas portuguesas e alguns solares brasileiros, como a casa do Conde dos 
Arcos, em Salvador. Na transposição desta tipologia para a fazenda, apesar de 
sofrer as implicações de praxe, mantém a relação hierárquica entre o térreo e o 
piano nobile, o que diferencia este tipo do sobrado, onde os dois pavimentos 
têm a mesma alturae geralmente são habitáveis, mostrando a evolução da 
casa rural.4 
 
4
 São exemplos do primeiro tipo a Fazenda Alliança, (Barra do Pírai-RJ), a Fazenda Governo 
(Paraíba do Sul,-RJ) e a Fazenda São Luiz da Boa Sorte (Vassouras-RJ). Um exemplo clássico 
do segundo tipo é a Fazenda Pau D’Alho(São José do Barreiro-SP). Podem ser destacados 
como exemplos do terceiro tipo a Fazenda Barra do Peixe (Além Paraíba-MG), a Fazenda 
16 
 
 
Figura 7 – Fazenda Resgate (Bananal-SP). 
Fonte: Cruz (2004, p. 82) 
 
Já o gosto pela casa térrea sobre o porão baixo se originou nas chácaras 
suburbanas, que se popularizam durante o século XIX, e daí se espalhou tanto 
para o campo, quanto para as cidades. 
 
 
Recreio (Bemposta-RJ), a Fazenda Bonsucesso (Cantagalo-RJ), a Fazenda Monte Alegre 
(Paty do Alferes,Vassouras-RJ), a Fazenda São Felipe (Belmiro Braga-MG) – com as pestanas 
em frontão triangular que disfarçam a simplicidade da construção –, a Fazenda Paraíso (Rio 
das Flores-RJ) – com as cercaduras enfeitadas das janelas que lhes dão identidade –, a 
Fazenda Pau Grande (Avelar, Vassouras-RJ) – dois corpos ligados pela nave do coro de uma 
capela colocada no centro da composição, possuindo nesta fachada a divisão assinalada pelas 
pilastras e os telhados independentes de cada corpo –, a Fazenda Secretário (Vassouras-RJ) – 
de acabamento impecável, e o emprego de dois frontões na fachada principal sugere a sua 
divisão em três corpos. Foram também evidenciadas as variantes na tipologia do casarão 
encontrados nas fazendas Vargem Grande (Areias-SP) e Areias (Cantagalo-RJ), sobrados 
compactados e verticais, bem mais urbanos. Ainda mais no estilo urbano foi o exemplar 
encontrado na Fazenda Santa Genoveva (Rio das Flores-RJ), em virtude de suas fachadas, 
onde se apresentam todas as características das grandes residências de arquitetura erudita do 
Rio de Janeiro da mesma época. Como exemplos do quarto tipo, temos: a Fazenda Santa 
Justa (Rio das Flores-RJ), a Fazenda Rio Novo (Paraíba do Sul-RJ) e a Fazenda São Policarpo 
(Rio das Flores-RJ). Podem ser tomados como exemplo do quinto tipo a Fazenda São 
Fernando (Vassouras-RJ), a Fazenda Resgate (Bananal-SP) e a Fazenda São Lourenço (Três 
Rios-RJ); e também o tipo Chalé Fazenda Santo Antonio (Rio das Flores-RJ) e Fazenda Alpes 
(Barra do Piraí-RJ). 
 
 
 
17 
 
 
1.2. A arquitetura dos Barões do café em São Paulo 
 
Ao ciclo econômico do café no oeste paulista corresponde uma 
arquitetura particular que, se por um lado encontra referências nos elementos 
da arquitetura das fazendas de café do Vale do Paraíba no ciclo econômico 
precedente, por outro, apresenta elementos da evolução da arquitetura paulista 
do ciclo do açúcar. As transformações no padrão da moradia da elite cafeeira 
revelam as mudanças sociais e econômicas de São Paulo. 
 
O aumento da exportação do café na Província de São Paulo, 
impulsionado, inclusive, pelo desenvolvimento industrial, proporcionou aos 
fazendeiros da região poder econômico e prestígio social. De acordo com 
Fernando Pires, a elite desta província recebia o título de “capitalistas e 
proprietários”, conforme podemos perceber no Almanaque de 1857 que 
indicava o endereço destes fazendeiros e suas titulações. Além de “capitalistas 
e proprietários”, boa parte dos produtores de café também recebiam títulos de 
nobreza no século XIX: 
 
Francisco Antonio de Souza Queiroz, Rua do Ouvidor (atual José 
Bonifácio), que futuramente receberia o título de Barão Souza 
Queiroz; [...] Rafael Tobias de Aguiar, Rua do Açu; Vicente de 
Souza Queiroz, futuro Barão de Limeira, Rua da Santa Casa (atual 
Rua da Glória). [...] Antonio de Queiroz Telles, o futuro Conde de 
Parnaíba, que morava em Jundiaí, e Joaquim Egydio de Souza 
Aranha, futuro Marquês de Três Rios, ainda residindo em Campinas. 
(PIRES, 2006, p. 31) (grifo nosso). 
 
Segundo Pupo (1980, p. 47), o primeiro Imperador do Brasil criou em 
oito anos de reinado, aproximadamente, 46 barões, 44 viscondes, 6 condes, 26 
18 
 
marqueses e 2 duques. Já o segundo reinado criou um total de 900 barões, 
187 viscondes, 40 condes, 22 marqueses e 1 duque. 
 Importante, ainda, é observar um aumento no número de produtores de 
café que passam a residir na capital paulista. Em meados do século XIX, 
18,18% de todos os nobres que cultivavam café em toda a província 
estabeleceram residência na capital. 
 
 [...] Luiz Antonio de Souza Barros habitava um sobrado não muito 
perto do centro tradicional [...] A partir da década de 1860, o caminho 
da Luz começou a receber residências mais sofisticadas” (PIRES, 
2006, p. 33). 
 
 De acordo com Pires, Taunay, em 1943, também consegue fazer uma 
ótima identificação entre os títulos de nobreza e a lavoura cafeeira em sua 
História do café no Brasil. (PIRES, 2006, p. 39) 
 Esta nova maneira de viver também foi afetada após 1850, quando se 
deu a decisão sobre a extinção do tráfico negreiro e o incremento da 
cafeicultura, pois diminuiu o numero de escravos na cidade – sendo que muitos 
alforriados foram servir a lavoura cafeeira, enquanto outros ficaram a serviço 
dos grandes proprietários na cidade. Eles eram utilizados para serviços 
pessoais nas residências, como podemos observar neste período do século 
XIX onde as casas das classes mais abastadas mantinham uma média de sete 
a quatorze escravos, no sobrado, e de vinte a quarenta na fazenda. 
Os fazendeiros que se destacaram ficaram conhecidos como “barões do 
café”. Em 1873, havia vinte e cinco com a titulação de produtores; cinco anos 
mais tarde, em 1878, esse número sobe para trinta e seis, dos quais, na capital 
de São Paulo, residiam apenas cinco: o Barão de Souza Queiroz - Francisco 
Antonio de Souza Queiroz, o Barão de Três Rios, futuramente marquês - 
Joaquim Egydio de Souza Aranha, e as Baronesas de Itapetininga, de Limeira 
19 
 
e de Tietê, todas já viúvas. Nos últimos anos do Império a capital conheceu 
maior número de titulares: 
 
[...] o Conde de Itu (Antonio de Aguiar Barros), depois marquês; o II 
Barão de Piracicaba (Raphael Tobias de Barros); o Barão de Tatuhy 
(Francisco Xavier Paes de Barros) e a Baronesa de Limeira 
(Francisca de Paula Souza Queiroz). A partir da década de 1890, o 
número de titulares reduziu drasticamente, não apenas em virtude da 
mudança de regime [...] (PIRES, 2006, p. 41). 
 
Estes fazendeiros produtores de café também estreitavam seus laços 
com a sociedade urbana através da participação ativa em entidades 
filantrópicas e religiosas. Era comum pertencerem a uma ou mais irmandade 
religiosa. O Barão de Tietê era ministro da Ordem Terceira de São Francisco, 
assim como o comendador Luiz Antonio de Souza Barros era vice-ministro 
desta; e o Barão de Iguape, provedor da Santa Casa de Misericórdia. Aos 
poucos, podemos notar, inclusive pela própria genealogia das famílias que 
fazem parte deste objeto de estudo, que se formavam aglomerados familiares, 
mais do que de fazendeiros. É o caso dos Paes de Barros e dos Sousa 
Queiroz. 
Essa elite cafeeira, quando passa a morar e a ter seus palacetes na 
capital da província, juntamente com o fato de começarem a viajar mais para a 
Europa, adquire um gosto mais apurado. O que os torna mais exigentes, tanto 
com suas maneiras de se portar em sociedade, quanto com sua maneira de 
morar, evidenciando seu refinamento e cultura adquiridos com essa nova 
riqueza, que lhes possibilitou um acesso cada vez mais fácil a um novo mundo 
que se apresentou a ela de maneira tão fascinante. 
 
 [...] a sofisticação começou primeiro pelo acessório:

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