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CCJ0033-WL-B-AMMA-12-Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública-02

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DIREITO PENAL III 
PROF.ª DANIELA DUQUE-ESTRADA 
AULA 12 
 
DOS DELITOS CONTRA A PAZ PÚBLICA 
Art. 286 a 288, do Código Penal. 
OBJETIVOS 
Ao final da aula o aluno será capaz de: 
●l Compreender a relevância da subsunção das normas penais aos preceitos 
constitucionais; 
● Aplicar os institutos previstos na parte geral do Código Penal aos crimes em 
espécie; 
● Reconhecer os tipos penais em estudo como crimes de perigo e crimes 
vagos; 
● Analisar a incidência do concurso de crimes ou conflito aparente de normas 
entre os delitos em estudo. 
● Compreender a exigência do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória para que o autor de crime seja objeto de apologia; 
● Diferenciar as figuras típicas de bando ou quadrilha previstas no art. 288, do 
Código Penal no art. 8º, da Lei n. 8.072/90 e no art. 35, da Lei n. 11.343/06). 
 
Estrutura de Conteúdo. 
Incitação ao crime: análise da figura típica. Questões relevantes: distinção 
com o crime de apologia de crime ou criminoso; incitação feita a pessoa certa e 
determinada; incitação da prática de contravenção penal. Apologia de crime 
ou criminoso: análise da figura típica. Questões relevantes: distinção com o 
delito de incitação ao crime; apologia feita em particular; apologia feita a 
acusado de crime; apologia de contravenção. Bando ou quadrilha. Análise da 
figura típica. Questões relevantes: confronto entre as figuras típicas previstas 
no art.288, CP, art.8º, da Lei n. 8072/1990 e art.35, da Lei n. 11343/2006. A 
majorante do bando armado (caracterização); o instituto da delação premiada. 
Permanência do delito de quadrilha ou bando e os Conflitos de Direito 
Intertemporal. 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS. 
 
 Os delitos previstos neste capítulo tutelam o bem jurídico “paz pública”, 
o que significa a tutela da manutenção da tranqüilidade pública e a convicção 
de segurança social (PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, 
v.3, 6.ed, 2010, pp180). 
 
 ► Configuram-se como delitos de perigo. 
 ► Configuram-se como delitos vagos. 
 
1. Incitação ao crime art. 286, do CP. 
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: 
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa 
 
1.1. Análise da figura típica. 
 ► Crime comum em relação ao sujeito ativo. 
 ► Incitar significa instigar, induzir seriamente a prática de crime 
determinado. 
► Não constitui a referida figura típica a conduta de incitar a prática 
de contravenção penal, bem como a prática de delitos culposos. 
► Imprescindível a ocorrência da publicidade para que seja 
alcançado um número indeterminado de pessoas. 
► Consuma-se com a mera incitação, desde que perceptível a um 
número indeterminado de pessoas, independentemente da prática do 
crime incitado. 
 
OBS. Não configura o delito em exame a simples tese defensiva 
acerca da possível descriminalização de uma conduta. 
OBS. Lei n. 2889/1956, art. 3º - Genocídio. 
 Lei n. 7716/1989, art. 20 – Crimes de Preconceito de Raça ou 
de Cor. 
 Decreto-Lei n. 1001/1969, art. 155, CPM. 
 
 
1.2. Questão relevante: 
 
► Distinção com o crime de apologia de crime ou criminoso: 
 Na figura típica de incitação ao crime, o fato criminoso ainda não ocorreu, 
ao passo que, na figura típica do art.287, CP o fato criminoso já está 
concretizado. 
 
2 Apologia de crime ou criminoso: art. 287, do CP 
 
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de 
crime: 
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa 
2.1. Análise da figura típica 
► Crime comum em relação ao sujeito ativo. 
 ► Fazer apologia significa elogiar, exaltar, enaltecer a prática de 
fato criminoso, certo, determinado e já concretizado. 
 ► Não constitui a referida figura típica a conduta de enaltecer a 
prática de contravenção penal, a prática de delitos culposos ou a prática de 
delitos futuros. 
 ► Consuma-se quando a apologia é perceptível a um número 
indeterminado de pessoas, independentemente da efetiva perturbação da 
ordem pública. 
 
2.2. Questões relevantes: 
2.2.1 Apologia feita em particular 
► Atipicidade da conduta, haja vista ser imprescindível a percepção por um 
número indeterminado de pessoas. 
2.2.2. Apologia feita a autor do crime. 
► Não constitui a referida figura típica se os elogios não forem relacionados à 
prática da conduta delitiva, mas, sim, à qualidades pessoais do autor do crime. 
2.2.3. A (im)prescindibilidade do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória para a caracterização do delito. 
► A caracterização do delito prescinde do trânsito em julgado de sentença 
condenatória ( Neste sentido Luiz Regis Prado e Nelson Hungria). 
 ► Para a caracterização do delito de apologia ao crime é imprescindível em 
julgado da sentença penal condenatória (entendimento majoritário – neste 
sentido: Celso Delmanto, Luiz Flávio Gomes). 
 
3.Quadrilha ou bando art. 288, do CP 
Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, 
para o fim de cometer crimes: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é 
armado. 
 
3.1. Análise da figura típica. 
► Delito plurissubjetivo, permanente, formal. 
► Associar-se significa “reunir-se em sociedade para um determinado fim, 
havendo uma vinculação sólida, quanto à estrutura e durável, quanto ao tempo” 
(CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial, 2.ed. p 329) 
► A conduta descreve a associação, de no mínimo, 4 agentes, com animus de 
estabilidade e permanência, para a prática de um número indeterminado de 
crimes. 
► Delito formal: consuma-se com a caracterização da associação estável e 
permanente, ainda que não sejam praticados delitos. 
► Delito Permanente. Verbete de Súmula n. 711, do Supremo Tribunal 
Federal. 
► Delito autônomo, logo,uma vez praticados delitos pela associação, será 
aplicado, para fins de aplicação de pena, o sistema do cúmulo material de 
penas, previsto no art. 69, do CP (concurso material de crimes). 
 
3.2 Questões relevantes: 
3.2.1 Desnecessidade de que todos os associados sejam imputáveis. 
 
3.2.2 Desnecessidade de que os associados pratiquem os crimes pretendidos 
para que o delito de quadrilha ou bando se configure. 
 
3.2.3 Finalidade de praticar mais de um crime como especial fim de agir na 
quadrilha ou bando. 
3.2.4 Majorante da quadrilha ou bando armado. 
 ► Caracteriza a figura típica a utilização de qualquer tipo de arma (própria ou 
imprópria) para configurar a majorante. 
 ► É desnecessário que todos os integrantes estejam armados; 
 ► É imprescindível o uso ostensivo da arma. 
 Acerca do tema, vide decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do 
Rio de Janeiro: 
 
Réu preso temporariamente (08.02.2012) e preventivamente em 16.02.2012 e 
culminando denunciado por infração aos artigos 288, parágrafo único 
(quadrilha armada), do Código Penal c/c artigo 8o, caput, da Lei no 8.072/90 (. 
Três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, 
quando se tratar de crimes hediondos.), c/c artigo 62, I, do Código Penal 
(agravante ¿ coage ou induz outrem á execução material do crime) na forma do 
artigo 69 do Código Penal (concurso material) em coautoria com outros três 
agentes. Milícia. Pedido de liberdade provisória, diante das pretensas inépcia 
da denúncia, ausência de fundamentação da decisão e, por fim, 
desnecessidade da custódia cautelar (falta dos pressupostos do artigo 312 do 
Código de Processo Penal). A peça ministerial contem a devida exposição da 
suposta conduta criminosae de todas as suas circunstâncias, a qualificação do 
acusado, a classificação do malfeito e o rol de testemunhas, permitindo, 
outrossim, o exercício do amplo direito de defesa. Deliberação da magistrada 
decretando a prisão preventiva suficientemente justificada. Imprescindível o 
encarceiramento para impossibilitar qualquer intervenção na instrução criminal 
e assegurar a ordem pública. Processo aguardando a entrega das defesas 
prévias no prazo de 10 dias. DENEGAÇÃO DA ORDEM. (TJRJ, 0012416-
78.2012.8.19.0000 - HABEAS CORPUS, DES. JOSE ROBERTO LAGRANHA 
TAVORA - Julgamento: 08/05/2012 - QUARTA CAMARA CRIMINAL) 
► Possibilidade de condenação por quadrilha ou bando armado e roubo 
majorado pelo emprego de arma de fogo (art.288, parágrafo único e art.157,§ 
2º, I, CP – não ocorrência de bis in eadm: 
 
Sobre o tema, vide decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio 
de Janeiro: 
 
APELAÇÕES. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. QUADRILHA ARMADA. (I) 
PRELIMINAR. NULIDADE. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. 
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. REJEIÇÃO. (II) MÉRITO. (2.1.) ARTIGO 157, § 2º, 
I e II DO CÓDIGO PENAL. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. 
RECONHECIMENTO POR FOTOGRAFIA. CONFIRMAÇÃO EM JUÍZO. 
IMPOSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO. CONCURSO FORMAL. O AUTOR DO 
FATO DELE SE DEFENDE E NÃO DE SUA CAPITULAÇÃO JURÍDICA. 
ARTIGO 383 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. DOSIMETRIA DA PENA. 
REDIMENSIONAMENTO COM A REDUÇÃO DOS PERCENTUAIS 
IMPOSTOS PARA ATENDIMENTO AOS PRINCÍPIOS DA 
PROPROCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE NA TERCEIRA ETAPA. 
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 443 DO STJ. REGIME FECHADO. ARTIGO 111 DA 
LEI DE EXECUÇÃO PENAL. (2.2.) ARTIGO 288, PARÁGRAFO ÚNICO, DO 
CÓDIGO PENAL. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. 
IMPOSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO. PENA-BASE. PERSONALIDADE. 
CONSEQUÊNCIAS DO CRIME. DECOTES. REDIMENSIONAMENTO PARA 
AMBOS APELANTES. REGIME SEMIABERTO FIXADO PARA 
CUMPRIMENTO DA REPRIMENDA IMPOSTA AO APELANTE FERNANDO 
LUCIANO. (III) FIXAÇÃO DE VALOR MÍNIMO PARA REPARAÇÃO DE 
DANOS. EXCLUSÃO. - DA PRELIMINAR (TJRJ, Apelação. N 0015076-
39.2009.8.19.0036. DES. DENISE VACCARI MACHADO PAES - Julgamento: 
27/03/2012 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL) 
 
3.2.5 Quadrilha ou bando com finalidade de praticar crimes hediondos ou 
equiparados. 
► Princípio da Especialidade. 
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do 
Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. 
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o 
bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida 
de um a dois terços. 
 
3.2.6 Associação para o tráfico distinção com o delito de quadrilha ou bando; 
► Princípio da Especialidade. 
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, 
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, § 1o, e 34 
desta Lei: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) 
a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa 
 
3.2.7 Delação premiada nos casos de quadrilha ou bando previsto na Lei 
8.072/90 (art. 8°, parágrafo único). 
► Requisitos: sendo direito subjetivo do réu, para que seja reconhecida, 
necessário que seja ato voluntário do agente, bem como deva ser eficaz para 
fins de desmantelamento da quadrilha ou bando 
► controvérsia sobre a aplicação da minorante (incidência somente sobre o 
crime de quadrilha ou bando ou também sobre os demais crimes praticados 
pelos associados). 
► aplicação exclusiva ao crime de quadrilha ou bando previsto na Lei 8.072/90 
(princípio da especialidade); 
 
3.2.8 O delito de associação para fins de tráfico previsto no art. 14, da Lei 
n.6368/1976 e no art. 35, da Lei n. 11343/2006 – Conflito de Direito 
Intertemporal. 
Art. 14. Associarem-se 2(duas) ou mais pessoas para o fim de praticar, 
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos art. 12 ou 13 desta 
lei. 
Pena. Reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 
360 (trezentos e sessenta) dias-multa

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