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CCJ0033-WL-D-AMMA-02-Dos Crimes Contra o Patrimônio - O Delito de Furto

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DIREITO PENAL III
Aula 2- Crimes contra o Patrimônio. O delito de Furto
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
OBJETIVOS
Ao final da aula o aluno será capaz de:
● Identificar o bem jurídico tutelado pelo Direito Penal;
● Compreender a aplicação dos princípios da lesividade,
insignificância e proporcionalidade para os delitos contra o
patrimônio;
● Analisar o desvalor da conduta em relação ao desvalor do 
resultado para fins de tipificação da conduta e consequente 
cominação da sanção penal;
● Diferenciar o delito de furto de outros delitos contra o 
patrimônio;
● Identificar as figuras típicas do crime de furto, diferenciando-
as e reconhecendo as circunstâncias que as fazem incidir;
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Estrutura de Conteúdo.
1. Crimes contra o Patrimônio.
Conceito de patrimônio para o Direito Penal;
Aplicabilidade do princípio da insignificância aos crimes contra
o patrimônio.
2. O Delito de Furto.
Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo (subjetivo, descritivos
e normativos); Sujeitos do delito; Consumação e tentativa;
Figuras típicas. Confronto entre o delito de furto e os crimes de
Apropriação indébita; Estelionato; Exercício arbitrário das
próprias razões; Favorecimento real; Receptação; Peculato-
furto e Roubo.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
1.Crimes contra o Patrimônio.
Conceito de patrimônio para o Direito Penal.
OBS. Para Rogério Greco há de se distinguir valor troca e
valor de uso; o primeiro, compreende o valor
economicamente apreciável e o segundo, de natureza
sentimental, sendo, desta forma, ambos tutelados pelo Direito
Penal (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte
Especial. V.III.7 ed. pp 11).
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Aplicabilidade do princípio da insignificância aos
crimes contra o patrimônio.
O reconhecimento do princípio da insignificância, como
estudado em Direito Penal I, ensejaria a atipicidade da
conduta face à ausência de tipicidade material. No que
concerne ao delito de furto, em algumas situações,
excetuando as figuras qualificadas face ao maior juízo de
reprovabilidade da conduta, doutrina e jurisprudência tem
admitido incidência do referido princípio.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Neste sentido, já se pronunciou o Supremo Tribunal Federal,
in verbis:
Ementa. Habeas Corpus. 2. Furto. Bem de pequeno valor
(R$ 29,00). Mínimo grau de lesividade da conduta. 3.
Aplicação do princípio da insignificância. Possibilidade.
Precedentes. 4. Ordem concedida.(STF, HC 107184/RS;
Relator(a): Min. GILMAR MENDES
Julgamento: 18/10/2011 Órgão Julgador: Segunda Turma).
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
2. Delito de Furto: art.155, Código Penal
Bem jurídico tutelado.
Patrimônio, contemplando, neste caso, não só a propriedade,
mas, também a posse e a detenção da coisa móvel; (neste
sentido: Rogério Greco, Rogério Sanches Cunha, Cezar
Roberto Bitencourt, Luiz Regis Prado).
► Objeto material: coisa móvel para fins de Direito Penal;
compreende-se como coisa “toda substância material, corpórea,
passível de subtração e que tenha valor econômico” (CAPEZ,
Fernando Capez, Curso de Direito Penal. V.2. 10.ed. pp 425);
considera-se “móvel é tudo aquilo que pode ser transportado de
um lugar para o outro, sem perder sua identidade”(CUNHA,
Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 2 ed., pp 122)
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
►Classificação doutrinária: crime comum; subjetivamente
complexo (doloso); material; instantâneo, monossubjetivo,
plurissubsistente.
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
► Elemento descritivo: o núcleo do tipo “subtrair” representa
a retirada do bem da esfera de disponibilidade de seu titular
seu o seu consentimento, ou seja, denota “clandestinidade” na
posse sobre o bem.
► Elemento subjetivo: dolo e especial fim de agir de
assenhoreamento definitivo para si ou para outrem.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
OBS. Furto de uso. Requisitos: bem infungível, ausência de
especial fim de agir de assenhoreamento definitivo para si ou
para outrem e restituição imediata e integral ao sujeito
passivo.
► Elemento normativo: coisa alheia.
O melhor entendimento é no sentido de compreender-se
“coisa alheia” como o patrimônio que se encontra na posse de
outrem, proprietário ou possuidor” (CAPEZ, Fernando Capez,
Curso de Direito Penal. V.2. 10.ed. pp 427).
OBS. Disposição transitória sobre o bem – ex. famulato.
OBS. Furto Famélico como causa justificante.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
OBS. Coisas que não podem ser objeto de furto.
- res nullius;
- res derelicta;
- res desperdicta;
Sujeitos do delito.
Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa, exceto o
proprietário.
Sujeito Passivo: proprietário, possuidor ou detentor, desde
que tenha alguma relação ou interesse legítimo sobre a coisa
móvel.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Consumação e tentativa.
► Entendimento dominante nos Tribunais Superiores (STJ e
STF).
Teoria Amotio “ dá-se a consumação quando a coisa
subtraída passa para o poder do agente, mesmo que num
curto período de tempo, independentemente do deslocamento
ou posse mansa e pacífica” (CUNHA, Rogério Sanches.
Direito Penal. Parte Especial. 2 ed. pp123/124.)
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Neste sentido, vide decisão proferida pelo Superior Tribunal de
Justiça:
EMENTA. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.
DIREITO PENAL. ART. 155 DO CP. FURTO.
DESNECESSIDADE DA POSSE TRANQUILA DA RES.
CONSUMAÇÃO DO DELITO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA
ROUBO. IMPOSSIBILIDADE. VIOLÊNCIA DIRECIONADA
PARA A RES.
1. O tipo penal classificado como furto consuma-se no
momento, ainda que breve, no qual o agente se torna
possuidor da res, não se mostrando necessária a posse
tranquila.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
2. Segundo consta nos autos, o atual agravado, na tentativa
de subtrair a res, "acabou empurrando a vítima. A vítima então
acabou indo de encontro a um muro e o réu saiu correndo do
local na posse da mochila".
3. Irretocável o acórdão estadual com relação à inexistência, in
casu, de suposta ocorrência de roubo, pois, consoante se
depreende do voto condutor do decisum, a violência foi
dirigida à res, portanto não se configura a modalidade descrita
no art. 157 do
Código Penal - roubo.
4 . Segundo lição do Ministro Moreira Alves, no voto condutor
do RE n. 102.490/SP, há quatro teorias que explicam a
consumação dos tipos do roubo e do furto. Pela teoria da
contrectatio, a consumação se dá com o simples contato entre
o agente a coisa alheia.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Pela apprehensio ou amotio, a consumação se dá quando a
coisa passa para o poder do agente. Na ablatio, a consumação
se dá quando a coisa, além de apreendida, é transportada de
um lugar para outro e, finalmente, na illatio, a consumação se
dá quando a coisa é transportada ao local desejado pelo
agente para tê-la a salvo.
5. O art. 155 do Código Penal traz como verbo-núcleo do tipo
penal do delito de furto a ação de "subtrair"; pode-se concluir
que o direito brasileiro adotou a teoria da apprehensio ou
amotio, em que os delitos de roubo ou de furto se consumam
quando a coisa subtraída passa para o poder do agente,
mesmo que num curto espaço de tempo, independentemente
de a res permanecer sob sua posse tranquila.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
6. O agravo regimental não merece prosperar, porquanto as
razões reunidas na insurgência são incapazes de infirmar o
entendimento assentado na decisão agravada.
7. Agravo regimental improvido.(STJ, AgRg no REsp 1226382
/ RS, Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Sexta Turma,
Julgado em 15/09/2011).
OBS. Detectores antifurto: por serem passíveis de falha nãoafastam a tipicidade da conduta, ou seja, por si só não
caracterizam crime impossível, podendo, dependendo das
circunstâncias fáticas ensejarem a caracterização da
modalidade tentada.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Figuras típicas
Furto Simples – Art. 155, caput, Código Penal.
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Furto Noturno.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
praticado durante o repouso noturno.
► Questão controvertida – abrangência da expressão
“repouso noturno”.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Furto Privilegiado.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
►Requisitos: a primariedade do agente e que a coisa seja de
“pequeno valor”.
►Questão controvertida: abrangência da expressão “pequeno
valor”: Fernando Capez, em consonância com os
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais dominantes,
afirma que o furto “é mínimo quando a coisa subtraída não
alcança o valor correspondente a um salário mínimo vigente à
época do fato” (CAPEZ, Fernando, op.cit.pp 442).
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Neste sentido, vide decisão proferida pelo Superior Tribunal de
Justiça, in verbis:
EMENTA. HABEAS CORPUS. PENAL. FURTO QUALIFICADO
PELO ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. APLICAÇÃO DO
PRIVILÉGIO DO ART. 155, § 2º, DO CP. INVIABILIDADE. BENS
FURTADOS QUE NÃO SE CONFIGURAM DE PEQUENO
VALOR.1. A atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal -
à semelhança do que ocorre no crime de homicídio - passou a
entender que as qualificadoras, em especial as de natureza
objetiva, não são incompatíveis com a figura privilegiada do
delito de furto.
2. A partir dessa nova orientação, esta Corte Superior passou,
também, a admitir a figura do furto qualificado-privilegiado,
desde que haja compatibilidade entre as qualificadoras e o
privilégio. Precedentes da Quinta e Sexta Turmas.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
3. No caso, entretanto, segundo consta do acórdão recorrido,
cometido o delito em 17/2/2004, foram os bens furtados
avaliados em R$ 299,73 (duzentos e noventa e nove reais e
setenta e três centavos), mais, inclusive, do que o salário
mínimo vigente à época (R$ 240,00 - duzentos e quarenta
reais), não podendo ser considerados, portanto, de pequeno
valor, para fins de incidência do privilégio.
4. Ordem denegada. (STJ, HC 147091 / MG, Ministro
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Sexta Turma, julgado em
17/10/2011)
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Furto de Energia Elétrica - §3º
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
qualquer outra que tenha valor econômico.
OBS. Interpretação analógica e Analogia.
No dispositivo em questão, o legislador equiparou
a energia elétrica à coisa alheia móvel que tenha valor
econômico.
OBS. Acerca da distinção entre os delitos de Furto de
Energia Elétrica estelionato, vide decisão proferida, em sede
de Apelação, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, in verbis:
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
FURTO DE ENERGIA ELÉTRICA - Art. 155, §§ 3º e 4º, II, do
CP. - Sentença absolutória. - Apelado, que, agindo de forma
livre e consciente, subtraiu energia elétrica da empresa LIGHT.
- Recurso ministerial pleiteando a condenação. - Com razão o
M.P.: diante do depoimento firme e coeso do técnico de
eletricidade, que afirmou ter percebido que o medidor de
eletricidade estava adulterado, do Laudo de apreensão, bem
como do Contrato de Confissão de Dívida, a negativa de
autoria do ora apelado é considerada mera consequência do
exercício de autodefesa. O administrador tem o dever de
conhecer tanto o passivo como o ativo de sua empresa. E não
é crível que, pelo menos, não desconfiasse do baixo valor
aferido nas medições de energia. Logo, se não adulterou o
medidor, ao menos se beneficiou com a irregularidade,
incorrendo no crime de furto.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
A empresa lesada apresentou o valor do prejuízo totalizando
R$ 21.904,00, acrescentando que a queda de energia fora
registrada a partir do dia 09/01/2004 (fls. 41 do doc. 00050). E
o consumo da loja aumentou após a normalização do
fornecimento de energia (fls. 42/48 do doc. 00050 e fls. 01/12
do doc. 00090). Não obstante, o D. Juiz restou convencido da
precariedade das provas, apesar de ter o funcionário da Light
afirmado que havia irregularidades no medidor de energia. -
Portanto, dou provimento ao recurso ministerial e condeno
ROMULO MANOEL DA SILVA pela prática do delito tipificado
no art. 155, §§ 3º e 4º, II do CP, passando à dosimetria da
pena nos seguintes termos: "Em atenção ao disposto nos arts.
59 e 68 do Código Penal,verifico que sua FAC contem apenas
a anotação referente a este processo.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Assim, fixo a pena-base em 02 anos de reclusão e 20 dias-
multa, que torno definitiva ante a inexistência de demais
causas modificadoras. Na forma do art. 44 do CP, substituo a
pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos a
serem fixadas pelo juízo da execução. O regime de
cumprimento da pena, na forma do art. 33 do CP, será o
aberto." PROVIMENTO DO APELO MINISTERIAL (TJRJ.
0237278-34.2009.8.19.0001- APELACAO DES. GIZELDA
LEITAO TEIXEIRA - Julgamento: 18/10/2011 - QUARTA
CAMARA CRIMINAL).
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
da coisa;
Obstáculo é todo o objeto externo à coisa móvel utilizado por
seu titular a fim de protegê-la de qualquer ação delituosa,
diferentemente do que “exista para o regular uso da coisa”
(PRADO, Luiz Regis, op. cit. pp 306).
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada
ou destreza;
Obs. A relação empregatícia, por si só, não caracteriza abuso
de confiança.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
► O furto qualificado pelo abuso de confiança não se
confunde com o delito de apropriação indébita, pois enquanto
naquele há, no máximo, há detenção transitória e vigiada
sobre o bem, nesta, a posse sobre o bem é desvigiada.
► Compreende-se por fraude, a utilização de meios insidiosos
ou ardilosos a fim de mitigar a vigilância do sujeito passivo
sobre a res furtiva. Não há que se confundir com o delito de
estelionato, no qual a fraude é utilizada para que a vítima,
voluntariamente, ainda que sua vontade seja viciada pela
fraude, entregue voluntariamente a res ao agente.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
► A expressão escalada segundo Fernando Capez,
compreende a necessidade de utilização de instrumentos
para ter acesso aos bens, tais como escadas e cordas
(CAPEZ, Fernando, op. cit. pp 449).
► Com relação à destreza, caracteriza-se pela utilização de
habilidade intelectual ou manual por parte do agente de modo
a permitir que este apodere-se do bem sem a percepção da
vítima.
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
OBS. Súmula 442, STJ - É inadmissível aplicar, no furto
qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Distinção entre o delito de furto e demais figuras
típicas:
►Furto qualificado e Roubo
No furto qualificado a violência é praticada contra a coisa,
enquanto no roubo, a violência é praticada contra a pessoa.
► Furto mediante fraude e Estelionato
No furto há a subtração da coisa no momento em que a 
vigilância sobre o bem é desviada em face do ardil; no 
estelionato a fraude é empregada para obter a entrega 
voluntária do próprio bem pelo proprietárioem decorrência do 
induzimento a erro.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
► Furto e Apropriação Indébita
Na apropriação indébita a coisa é entregue licitamente ao
agente e a sua posse sobre a coisa é desvigiada, no furto o
agente não tem a posse do bem, apoderando-se deste contra
a vontade da vítima.
CASO CONCRETO Assinale a alternativa correta:
a) O furto praticado por empregado doméstico será sempre 
qualificado pelo abuso de confiança.
b) Caso alguém que trabalhe durante a noite seja vítima de 
um furto enquanto dorme durante o dia, é possível aplicar por 
analogia a majorante do repouso noturno.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
c) Caracteriza furto a subtração dolosa de energia elétrica, desde
que não tenha ocorrido alteração do medidor para o interior do
imóvel,
caso em que se caracterizará o estelionato.
d) A utilização de cópia de chave caracteriza a qualificadora da
chave falsa no crime de furto.
CASO CONCRETO Roberson, conhecido pelos golpes que
costuma aplicar, corta o fio da linha telefônica da residência de
Maria, mas de uma forma que não fique nenhuma marca visível.
Algumas horas depois, o agente bate à porta da referida
residência e se apresenta como funcionário da companhia
telefônica, inclusive vestindo uniforme e portando crachá falsos,
afirmando que foi detectado um problema com a linha telefônica
e que precisava verificar a instalação interna.
DELITO DE FURTO – AULA 2
DIREITO PENAL III
Maria, acreditando tratar-se de situação legítima, permite a
entrada de Roberson em sua casa e, enquanto este finge
consertar o telefone, aquela volta aos seus afazeres
domésticos. Enquanto Maria estava em outro cômodo,
Roberson, aproveitando-se da ausência de vigilância, pega os
aparelhos de TV e DVD de Maria e vai embora sem ser
percebido. Maria, notando que havia sido vítima de um crime,
vai até a Delegacia Policial da cidade para registrar o fato.
Diante da narrativa acima, com base nos estudos realizados
sobre os Crimes contra o Patrimônio, tipifique a conduta de
Roberson. Resposta fundamentada.

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