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História e Conceitos Básicos da Imunologia

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IMUNOLOGIA – Cleiton Formentin MED10.1 
Aula 1: História da Imunologia 
* Trata-se de uma ciência nova, que surgiu como um ramo da microbiologia e que hoje é usada mesmo na terapêutica. 
* Registros de enfermidades e de epidemias em documentos épicos babilônicos e das dinastias antigas do Egito. 
* Em V ac., Tucídides observou que o indivíduo que contraía uma enfermidade e sobrevivia ficava imune a ela. 
* Hipócrates propõe alterações no sistema de humores. 
* Varíola: doença antiga, viral, com letalidade de 30%. Foi a primeira doença que se demonstrou que era possível prevenir. Foi 
erradicada em 1979. 
* Variolação: imunização antiga entre os chineses para tratar a varíola (1000 a.C.). Difundiu-se no século XVII e chegou à 
Inglaterra por meio de Lady Montagu (falou que a variolação era uma técnica de proteção). A adoção da variolação diminuiu a 
incidência de varíola na Grã-Bretanha. 
 - Costume chinês: estimular a imunidade das crianças contra a varíola fazendo-as inalar um pó feito de lesões cutâneas 
da pele de pacientes que estavam se recuperando da doença. 
 
- Edward Jenner (1749-1823) é considerado o pai da imunologia. Observou que as mulheres que faziam ordenha tinham 
pequenas pústulas, mas não desenvolviam a doença. A partir da varíola bovina, desenvolveu vacina para humanos, mesmo sem 
conhecer o agente infeccioso. 
Resolveu ir para o interior. Percebeu que muita gente nos palácios contraía determinada doença, enquanto no campo a incidência era menor. As mulheres que 
ordenhavam vacas não tinham a doença. Ele tirou o material da mão de uma ordenhadora e de uma vaca a injetou em um garoto (1796). Fez, portanto, a 
primeira vacina. -> Jenner reparou que as amas-de-leite que se recuperavam de infecção vacínia nunca contraíam a varíola, uma doença mais grave. Com base 
nessa observação, ele injetou o material de uma pústula de vacínia no braço de um menino. Quando esse garoto foi posteriormente inoculado com a varíola, ele 
não desenvolveu a doença. 
 
- Pasteur (1822-1895): 100 anos após, Pauster conseguiu mostrar que as infecções eram causadas por microorganismos. Provou 
que não existe a geração espontânea e desenvolveu três vacinas atenuadas: cólera, antrax e raiva. Considerado o pai da 
microbiologia e da teoria dos germes para as doenças, desenvolveu mudanças nas práticas hospitalares para minimizar a 
disseminação de doenças por micróbios. Também descobriu que formas enfraquecidas de micróbios poderiam ser utilizadas 
para imunizar contra formas mais violentas do micróbio. Propôs que a raiva era transmitida por agentes não visíveis, os vírus, e 
desenvolveu o processo de pasteurização. 
- Robert Koch (1843-1910): médico alemão que transmitiu antrax para animais a partir da cultura in vitro, confirmando os 
postulados de Koch. Descobriu o bacilo da tuberculose e desenvolveu o teste da tuberculina. Postulados de Koch (1876): como 
saber se infecção é bacteriana. 
- Desenvolveu-se 2 facções: 
1. Microorganismos são fagocitados por células: Elie Metchnikoff (1845-1916) - investigador russo considerado o pai da 
imunidade celular, descobriu a fagocitose, através da observação de estrelas do mar, e fundou as bases da fagocitose dos 
leucócitos. 
2. Microorganismos não são fagocitados, mas sofrem a ação de anticorpos: Paul Ehrlich (1854-1915) - médico alemão 
considerado o pai da imunologia humoral, uma vez que descobriu os anticorpos. Propôs a idéia de receptor para antígeno nas 
células que provocaria a liberação de anticorpos. Propôs também que, via de regra, não fazemos doença auto-imune. 
- Jules Bordet (1870-1961): Descobriu que no soro existem proteínas capazes de eliminar alguns microorganismos: o sistema 
complemento. 
 
Aula 2 
- A defesa contra microorganismos é mediada pelas reações inicias da imunidade inata e as respostas tardias da imunidade 
adquirida. 
- O sistema imunológico é um sistema integrativo, de cooperação celular. Não existe uma separação entre imunidades inata e 
adaptativa: 
 As respostas imunológicas inata e adquirida são os componentes de um sistema integrado de defesa do hospedeiro no 
qual várias células e moléculas funcionam em COOPERAÇÃO. Os mecanismos da imunidade inata proporcionam uma defesa 
eficaz contra infecções. Entretanto, muitos microorganismos patogênicos desenvolveram uma resistência à imunidade inata, e 
sua eliminação requer os mecanismos da imunidade adaptativa. A resposta inata aos microorganismos estimula as respostas 
imunológicas adaptativas e influencia a natureza dessas respostas. 
 
- IMUNIDADE INATA: é a linha de defesa RECONHECIMENTO inicial contra microorganismos, consistindo em mecanismos de 
defesa celulares e bioquímicos que já existiam antes do estabelecimento de uma infecção e que estão programados para 
responder rapidamente a infecções. Esses mecanismos reagem apenas contra microorganismos (e aos produtos das células 
lesadas) e respondem essencialmente da mesma maneira a sucessivas infecções. 
Principais componentes: 
(1) barreiras anatômicas: fatores mecânicos, químicos e biológicos. Barreiras físicas e químicas, tais como o epitélio (pele, 
revestimento do TGI e respiratório) e as substâncias antibacterianas nas superfícies epiteliais; 
(2) componentes humorais (circulantes): sistema complemento, sistema de coagulação e citocinas (glicoproteínas com funções 
biológicas e regulatórias importantes). 
(3) componentes celulares: fagócitos (neutrófilos, macrófagos e células dendríticas), células NK e eosinófilos. Algumas células 
fazem uma ponte entre a resposta inata e a adaptativa. 
 *Os mecanismos da imunidade inata são específicos para estruturas que são comuns a grupos de microorganismos 
semelhantes e não conseguem distinguir diferenças discretas entre substâncias estranhas. Entretanto, A IMUNIDADE INATA 
NÃO PODE SER CHAMADA DE INESPECÍFICA. 
 * É o mecanismo de defesa filogeneticamente mais antigo contra os microorganismos, e está presente em todos os 
organismos multicelulares. Nos invertebrados é a principal defesa contra invasores. 
 * Neutrófilos são os primeiros a aumentar o nível celular numa infecção, fazem fagocitose no sangue. A principal célula 
fagocitária nos tecidos é o macrófago, mas é originário dos monócitos no sangue (diapedese). 
 
- IMUNIDADE ADAPTATIVA: Imunidade que se desenvolve em resposta a infecções e se adapta à infecção. As características 
que definem a imunidade adaptativa incluem uma especificidade extraordinária para distinguir as diferentes moléculas e uma 
habilidade para se “lembrar” e responder com mais intensidade a exposições subseqüentes ao mesmo microorganismo. Os 
principais componentes são: linfócitos e seus produtos, como os anticorpos. As substâncias estranhas que induzem respostas 
imunológicas específicas ou são alvo de tais respostas são chamadas de antígenos. 
 * As respostas adaptativas só são desencadeadas se os microorganismos ou seus antígenos passarem pelas barreiras 
epiteliais e forem transportados para os órgãos linfóides, onde podem ser reconhecidos pelos linfócitos. 
 * A imunidade inata é o sistema de defesa do hospedeiro mais antigo, enquanto o sistema imunológico adquirido 
evoluiu posteriormente. A imunidade adaptativa se tornou cada vez mais especializada com a evolução das espécies. 
 * Existem dois tipos de respostas imunológicas adaptativas: a imunidade humoral e a imunidade celular. Os anticorpos 
eliminam microorganismos presentes nos líquidos extracelulares, enquanto os LT ativados eliminam os microorganismos que 
vivem dentro das células. Um diferença importante entre linfócitos B e T é que a maioria das células T reconhece apenas 
antígenos protéicos, enquanto os Acs são capazes de reconhecer muitos tipos diferentes de moléculas microbianas (proteínas, 
carboidratos, lipídeos). 
 Componente celular: linfócitos T e B. 
 Componente humoral/solúvel: anticorpos (secretados na circulação e líquidos das mucosas) e citocinas.IMUNIDADE INATA ADAPTATIVA 
Especificidade Específica para estruturas 
compartilhadas por grupos de 
microorganismos relacionados 
Específica para antígenos de 
microorganismo. 
Diversidade Limitada Muito grande – receptores são 
produzidos por recombinação 
somática de genes 
Memória Nenhuma (?) Sim 
Não reatividade a si Sim Sim 
 
Barreira Celular e Química Pele, mucosa, enzimas Linfócitos no epitélio e anticorpos 
secretados na superfície epitelial. 
Proteínas no sangue Complemento e outras Anticorpos 
Células Fagócitos (macrófagos, neutrófilos 
e céls dendríticas), NK, eosinófilos 
Linfócitos T e B 
 
INATA ADAPTATIVA 
Ativada rapidamente (minutos) Ativada tardiamente 
Não é antígeno-específica Antígeno-específica 
Sem memória – neutrófilo não apresenta memória Desenvolvimento de memória 
Receptores conservados. Ex.: PRR’s Receptores hipervariáveis não-conservados 
 
Receptores conservados: são receptores expressos em células diferentes (macrófagos, neutrófilos) que possuem a mesma 
sequência de aminoácidos. Receptores codificados na sua linhagem germinativa que reconhecem padrões. 
Receptores não-conservados: variam entre as células. O receptor do linfócito B que reconhece o vírus é diferente do receptor 
que reconhece a bactéria: anticorpos que tem especificidades diferentes. 
 
MEDULA ÓSSEA: órgão linfóide mais importante, porque produz células indiferenciadas. Duas linhagens: linfóide e mielóide. 
 Diferenciação de linfócitos requer microambiente adequado (órgãos linfóides centrais/primários) – medula óssea 
(linfócito B) e timo (linfócito T que expressam CD4 ou CD8). Após diferenciação caem na corrente sanguínea e no 
sistema linfático – cobertura total do organismo/contínua movimentação. 
 As fases da MO e do timo não dependem de antígeno. 
 Além da medula e do timo todos os outros órgãos linfóides são secundários e periféricos – baço (importante em 
infecções pelas vias hepatogênicas – o que está no sangue passa por ele); fígado, apêndice (provável local de reserva de 
células de memória); tonsilas. 
 
 
IMUNIDADE INATA/INFLAMAÇÃO 
1. Quais os mecanismos de reconhecimento utilizados na imunidade inata? 
 Desempenha duas importantes funções: 
- A imunidade inata é a resposta inicial de RECONHECIMENTO aos microorganismos que impede, controla ou 
elimina a infecção do hospedeiro. Muitos microorganismos desenvolveram estratégias para resistir à 
imunidade inata, e essas estratégias são cruciais para a virulência do microorganismo. 
- A imunidade inata ESTIMULA as respostas imunológicas adquiridas e pode influenciar na natureza das 
respostas adquiridas para torná-las otimamente eficazes contra os diferentes tipos de microorganismos. 
 Os componentes da imunidade inata reconhecem estruturas que são características de patógenos microbianos e 
não estão presentes nas células dos mamíferos. As substancias dos microorganismos que estimulam a imunidade 
inata são chamadas de padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs), e os receptores que se ligam a essas 
estruturas preservadas são chamados de receptores de reconhecimento de padrões (PRRs). 
 O sistema imune inato reconhece produtos microbianos que são essenciais para a sobrevivência do 
microorganismo. Essa adaptação do hospedeiro é importante porque ela assegura que os alvos da imunidade 
inata não podem ser descartados pelos microorganismos em um esforço para escapar do reconhecimento pelo 
hospedeiro. 
 As moléculas reconhecedoras de padrão do sistema imunológico inato incluem receptores de reconhecimento 
de padrão associados a células (expressos na superfície de vários tipos celulares - PRRs) e proteínas solúveis no 
sangue e LECs (ex: complemento). Esses receptores podem transduzir sinais que ativam funções antimicrobianas 
e pró-inflamatórias das células nas quais eles são expressos. Além disso, eles podem facilitar a captação dos 
Linfócitos se desenvolvem 
a partir de precursores 
nos órgãos linfóides 
primários. Os linfócitos 
maduros entram nos 
órgãos linfóides 
periféricos, onde 
respondem aos Ags 
estranhos e de onde saem 
para circular pelo sangue 
e pela linfa. 
micróbios pra dentro da célula. Receptores solúveis são responsáveis pela facilitação da remoção de micróbios do 
sangue e LECs, ao aumentarem a captação para dentro das células ou ao ativarem mecanismos de destruição 
extracelular. 
 Os PRRs do sistema imunológico inato são codificados na linhagem germinativa: possui um repertório de 
especificidades limitado. Em contraste, linfócitos B e T, os principais componentes da imunidade adquirida, 
usam recombinação somática de genes para gerar os seus receptores antigênicos. Além disso, enquanto o 
sistema imune adaptativo pode distinguir entre antígenos de diferentes microorganismos da mesma classe e até 
mesmo diferentes antígenos de um microorganismo, a imunidade inata pode distinguir apenas as classes de 
microorganismos. 
 Além de produtos microbianos, o sistema imune inato também pode reconhecer células do hospedeiro 
estressadas ou lesadas, as quais expressam moléculas que são reconhecidas por receptores celulares do sistema 
imune inato. 
 
2. O que são PAMPs, DAMPs e PRRs? 
- PAMPs (Padrões Moleculares Associados a Patógenos): São as substâncias dos microorganismos que estimulam a imunidade 
inata. São comuns e conservados a diversas espécies de microorganismos  são chamados de padrões moleculares, pois são 
compartilhados por microorganismos do mesmo tipo. Diferentes classes de microorganismos (vírus, bactérias gram-negativas, 
bactérias gram-positivas) expressam diferentes PAMPs. 
Exemplos: ácidos nucléicos que são únicos de microorganismos, tais como o RNA de dupla-hélice encontrado nos vírus em 
replicação, ou sequências nucleotídicas CpG de DNA encontradas em bactérias; lipopolissacarídeos (chamado endotoxinas, está 
presente em bactérias gram -); ácidos lipoteicóicos (gram +); lipoproteínas; flagelinas. 
Os PAMPs são expressos por patógenos, mas não por humanos, assim, o sistema imune inato é capaz de distinguir o próprio do 
não-próprio. 
 
- PRRs (Receptores de Reconhecimento de Padrões): são os receptores expressos em célula envolvidas no reconhecimento, 
ligação e sinalização dos PAMPs. Uma ampla variedade de tipos celulares expressa esses receptores: neutrófilos, macrófagos, 
células dendríticas e células endoteliais. São receptores conservados, isto é, expressos em células diferentes que possuem 
sempre a mesma sequência de Aas. 
Os receptores reconhecedores de padrão associados a células estão presentes na superfície celular, em vesículas endossômicas e 
no citoplasma, prontos para reconhecer micróbios em qualquer uma dessas localizações. Os PRRs são ligados a vias de 
transdução de sinal intracelulares que ativam várias respostas celulares, incluindo a produção de moléculas que promovem 
inflamação e defendem contra micróbios. Exemplos: reconhecedores do tipo Toll, lectinas do tipo C, receptores scavengers. 
 TLR (Receptor semelhante a Toll) – consiste em uma família de receptores que foram inicialmente descritos em 
Drosophila e já foram encontrados em quase todos os organismos organizados. Onze TLRs diferentes foram 
identificados, sendo que estão expressos nos principais tipos celulares diferentes  TLR2 é essencial para a resposta 
dos macrófagos a diversos lipoglicanos bacterianos, o TLR4 para o LPS, o TLR5 para um componente do flagelo 
bacteriano... 
Os TLRs dos mamíferos estão envolvidos nas respostas de moléculas amplamente divergentes que são 
comumente expressas por células microbianas, mas não por células de mamíferos. Diversas vias de sinalização 
ligam o reconhecimento, pelos TLRs, de ligantes microbianos à ativação de fatores de transcrição, resultando na 
expressão de genes importantes para respostas inatas (genes que codificam citocinas inflamatórias,enzimas e 
outras proteínas antimicrobianas dos fagócitos ativados). O TLR DÁ A ESPECIFICIDADE DA RESPOSTA IMUNE INATA. 
*CD14 se liga ao LPS, que faz a transdução de sinal através de TLR. 
 
- DAMPs: São sinais imonogênicos que incluem 
proteínas que aparecem ao redor de células 
submetidas a um processo de estresse e morte, 
lipídios, ácidos nucléicos e produtos de sua 
degradação, entre outros. DAMPs são reconhecidos 
por receptores de reconhecimento de padrões 
(PRRs). 
• “Para que a morte celular seja imunogênica, 
é necessária a liberação de DAMPs para 
estimular as células imunológicas” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPONENTES DO SISTEMA IMUNOLÓGICO INATO: 
- O sistema imune inato consiste em barreiras epiteliais, células circulantes e teciduais, e proteínas plasmáticas. As 
principais células efetoras da imunidade inata são os neutrófilos, os fagócitos mononucleares e as células NK. Essas células 
atacam microorganismos que romperam as barreiras epiteliais e entraram nos tecidos ou na circulação. 
 - Barreiras Epiteliais (na pele, TGI e trato respiratório) 
Fornecem barreiras físicas e químicas contra as infecções; 
Células epiteliais produzem antibióticos peptídeos contra bactérias; 
Contém um linfócito intra-epitelial da linhagem T pouco especifico, com receptores de antígenos de diversidade limitada. 
Reconhecem lipídeos ou outras estruturas compartilhadas entre os microorganismos do mesmo tipo. Células Sentinelas. 
Algumas dessas CT expressam receptores compostos das cadeias gama e delta, que são diferentes dos receptores alfa e beta da 
maioria das células T. 
Células TB1 não são encontradas no epitélio, mas principalmente na cavidade peritoneal. Produzem IgM que são específicos 
para carboidratos presentes nas paredes celulares de muitas bactérias. Lembram as células T intra-epiteliais. 
 
- Algumas das células da imunidade natural, especialmente macrófagos e células NK, secretam citocinas que ativam os 
fagócitos e estimulam a reação celular da imunidade inata, chamada inflamação. A inflamação consiste no recrutamento 
de leucócitos e no extravasamento de várias proteínas plasmáticas em um local de infecção e na ativação dos leucócitos e 
proteínas para eliminarem o agente infeccioso. A inflamação pode também provocar a lesão de tecidos normais. 
Os neutrófilos e monócitos são recrutados do sangue para os locais de infecção por ligação a moléculas de adesão em 
células endoteliais e por quimioatraentes produzidos em resposta a infecção. A acumulação de leucócitos nos tecidos é 
um componente importante da inflamação. 
Neutrófilos: são a população mais abundante de células sanguíneas brancas e medeiam as fases mais iniciais da resposta 
inflamatória. Os neutrófilos podem migrar para os locais de infecção dentro de poucas horas após a entrada de 
microorganismos. 
Fagócitos Mononucleares: consiste em células que têm uma linhagem comum cuja função principal é fagocitose, e que 
desempenham papéis centrais na imunidade inata e adquirida. Os monócitos que entram no sangue periférico são 
incompletamente diferenciados, e uma vez que entrem nos tecidos, essas células maturam e se tornam macrófagos. Os 
macrófagos respondem aos microorganismos quase tão rapidamente quanto os neutrófilos, mas persistem por muito mais 
tempo nos locais de inflamação. Portanto, os macrófagos são as células dominantes nos estágios mais tardios da resposta 
imune inata, 1 ou 2 dias após a infecção. Ao contrário dos neutrófilos, os macrófagos não são terminalmente diferenciados 
e podem sofrer divisão celular em um local inflamatório. 
Células dendríticas: desempenham papéis importantes nas respostas inatas e na conexão de respostas inatas e adaptativas. 
Possuem longas projeções membranosas e capacidades fagocíticas. Elas expressam PRRs e respondem aos micróbios 
secretando citocinas. Também servem a uma função crítica nas respostas adaptativas, ao capturarem e apresentarem os 
antígenos aos linfócitos T. 
FAGOCITOSE: Os PRRs podem contribuir para a fagocitose somente de organismos que expressam padrões moleculares 
particulares, como manose. Outro grupo de receptores nos fagócitos reconhece certas proteínas do hospedeiro que 
revestem micróbios. Essas proteínas são chamadas de opsoninas, e incluem anticorpos, proteínas do complemento e 
lectinas. O processo de revestir um micróbio para torná-lo um alvo para fagocitose é chamado de opsonização. Neutrófilos 
e macrófagos ativados destroem microorganismos fagocitados mediante a ação de moléculas microbicidas nos 
fagolisossomos (fagossomos fundidos com lisossomos). 
 - Há enzimas proteolíticas nos fagolisossomos; macrófagos e neutrófilos formam derivados reativos do oxigênio, os 
quais são altamente reativos na oxidação de agentes que destroem os microorganismos; formam NO que, dentro do 
fagolisossomo, pode produzir radicais reativos que podem eliminar os microorganismos. 
- Macrófagos produzem citocinas (IL-1 e TNF) quando encontram os micróbios. A IL-1 e o TNF estimulam a expressão de 
selectinas pelas células endoteliais.  recrutamento de monócitos e neutrófilos. 
Células NK: são uma linhagem de células relacionadas com linfócitos que reconhecem células infectadas e/ou estressadas e 
respondem destruindo diretamente essas células e secretando citocinas inflamatórias, tais como o IFN-gama, que ativa 
macrófagos. Não são linf T nem B, e não expressam receptores antigênicos rearranjados somaticamente e distribuídos 
clonalmente, como acontece com os receptores de células B ou T. 
 - A ativação de células NK é regulada por um balanço entre os sinais que são gerados de receptores de ativação e de 
receptores de inibição. Em geral, os sinais ativadores têm que ser bloqueados por sinais inibidores, a fim de evitar ativação e 
ataque das células NK contra as células normais. Muitos desses receptores inibidores nas células NK reconhecem moléculas 
de MHC classe I. Entre os receptores ativadores estão aqueles que reconhecem moléculas de superfície expressas 
normalmente quando as células do hospedeiro estão infectadas por vírus, incluindo as células fagocitárias contendo vírus e 
bactérias. 
 - Cascatas sinalizadoras dependentes de quinases são iniciadas quando receptores ativadores nas células NK ligam seus 
ligantes, levando rapidamente à atividade citotóxica contra as células-alvo que apresentam os ligantes e à produção de 
citocinas. Os receptores inibidores se ligam a moléculas de MHC classe 1, as quais são normalmente expressas na maioria 
das células sadias, não infectadas, assim, as células do hospedeiro são protegidas da destruição mediada por NK. 
 * VÍRUS INIBEM A EXPRESSAO DO MHC DE CLASSE I  ATIVA CÉLULA NK. 
- A expansão e a atividade das células NK são também estimuladas por citocinas (IL-12) liberadas por macrófagos com 
microorganismos que foram fagocitados. 
 - FUNÇÕES EFETORAS: destruir células infectadas e ativar os macrófagos para destruírem microorganismos. As células 
NK destroem células infectadas por vírus antes que os CTLs antígeno-específicos se tornem completamente ativos, isto é, 
durante os primeiros poucos dias após a infecção viral. No início do curso de uma infecção viral, as células NK são 
expandidas e ativadas pelas citocinas da imunidade inata, tais como a IL-12, e destroem as células infectadas, especialmente 
aquelas que exibem níveis reduzidos de MHC classe 1. Além disso, o IFN-gama secretado pelas células NK ativa os 
macrófagos para destruírem os microorganismos fagocitados. 
 
 
 
3. Como os linfócitos T CD8+ e as células NK destroem outras células? 
O mecanismo de citotoxidade mediada pelas células NK é essencialmente o mesmo dos CTLs. As células NK, assim como os 
CTLs, possuem grânulos que contêm proteínas que medeiam a destruição de células alvo. Quando as células NK são 
ativadas, a exocitose dos grânulos libera essas proteínas na adjacência das células-alvo. Uma dessas proteínas dos grânulos,a perforina, polimeriza na superfície das células-alvo formando poros, o que facilita a entrada de outras proteínas de 
grânulos, denominadas granzimas, no citoplasma das células alvo. As granzimas são enzimas (serino-proteases) que 
induzem a apoptose das células-alvo. Além disso, o IFN-gama derivado das células NK ativa os macrófagos, assim como o 
IFN-gama produzido pelas células T, e aumenta a capacidade dos macrófagos de eliminar as bactérias por fagocitose. 
 
- Além de moléculas associadas a células, diversas proteínas solúveis diferentes encontradas no plasma e em líquidos 
extracelulares também reconhecem padrões moleculares associados a patógenos e servem como moléculas efetoras do 
sistema imune natural. Ex: complemento, colectinas (MBL), pentrazinas e ficolinas. 
- Resposta imune inata inicial: a pele e os TGI e respiratório são revestidos por epitélios contínuos, os quais servem como 
barreiras. Se micróbios violarem as barreiras, eles encontram macrófagos no tecido subepitelial. Os macrófagos expressam 
receptores que ligam e ingerem micróbios, e outros receptores que reconhecem diferentes moléculas microbianas e ativam as 
células. Os macrófagos ativados produzem EROs e enzimas lisossômicas, as quais destroem o micróbio. Eles secretam citocinas 
que promovem o recrutamento de outros leucócitos (IL-1 e TNF), como neutrófilos, a partir dos vasos sanguíneos para o local da 
infecção. A acumulação local de leucócitos, e sua ativação, são parte da resposta inflamatória. A resposta imune inata a alguns 
patógenos, particularmente vírus, consiste na produção de citocinas antivirais (interferons) e ativação de células NK. Micróbios 
que resistem a essas reações podem entrar no sangue, onde são reconhecidos pelas proteínas circulantes da imunidade inata. 
As mais importantes são membros do sistema complemento. Elas podem ser ativadas diretamente pelas superfícies 
microbianas, resultando na geração de produtos de clivagem que estimulam inflamação, revestem os micróbios pra facilitar a 
fagocitose, e criam furos nas MPs dos micróbios. 
 
Citocinas na imunidade inata 
 Em resposta aos patógenos, os macrófagos e outras células secretam proteínas, citocinas, que são intermediárias e 
muitas reações celulares da imunidade inata. As citocinas são proteínas solúveis que servem de mediadoras nas reações 
imunológicas e inflamatórias, sendo responsáveis pela comunicação entre leucócitos e entre leucócitos e outras células. 
- TNF e IL-1 são as principais citocinas envolvidas no recrutamento dos neutrófilos e monócitos para os locais de infecção. Em 
altas concentrações, o TNF produz trombose sanguínea e reduz a pressão arterial por meio de uma combinação de 
contratilidade miocárdica reduzida e vasodilatação. Infecções disseminadas, graves, com bactérias gram-negativas podem levar 
ao Choque séptico. Todas as manifestações clínicas e patológicas do choque séptico são causadas por níveis muito elevados de 
TNF, que são produzidos pelos macrófagos em resposta ao LPS bacteriano. 
- Macrófagos tbm produzem IL-12 em reposta ao LPS e a muitos microorganismos fagocitados. Essa citocina ativa células NK. 
- Células NK produzem IFN-gama que é uma citocina ativadora de macrófagos. Como o IFN-gama também é produzido pela 
célula T, ele é considerado uma citocina tanto da imunidade inata quanto da adquiridia. 
 
Papel da imunidade inata na estimulação da imunidade adaptativa 
 A resposta imune inata gera moléculas que funcionam como segundos sinais 
que, junto com os antígenos, ativam os linfócitos T e B. Microorganismos, respostas 
inatas aos patógenos e dano às células do hospedeiro pelos microorganismos podem 
fornecer o sinal 2. Dois exemplos: 
1) Microorganismos, ou o IFN-gama produzido pelas células NK em resposta aos 
patógenos, estimulam as células dendríticas e os macrófagos a produzirem 2 tipos de 
segundo sinal que podem ativar os LT: 
 - Primeiro: as células dendriticas e os macrófagos expressam moléculas de superfície – os co-estimuladores – que se 
ligam a receptores nas células T virgens e as ativam. 
 - Segundo: as células dendriticas e os macrófagos secretam IL-12 que estimula a diferenciação dos linfócitos T virgens 
em células efetoras. 
 
2) Patógenos no sangue ativam o sistema complemento pela via alternativa, com a produção de C3d que se liga covalentemente 
ao microorganismo. Quando as células B reconhecem o antígeno reconhecem, ao mesmo tempo, o C3d ligado ao patógeno 
através de um receptor; e esse reconhecimento faz com que se inicie o processo de diferenciação das células secretoras de 
anticorpos  Complemento atuando para ativar a resposta humoral. 
 
SISTEMA IMUNE ADAPTATIVO 
 Características 
- Especificidade: respostas imunológicas específicas para cada antígenos 
e/ou porções de uma proteína complexa, um polissacarídeo ou qualquer 
macromolécula. Isso ocorre porque os linfócitos expressam receptores que 
são capazes de distinguir diferenças discretas na estrutura de antígenos 
distintos. 
A base dessa especificidade e diversidade deve-se ao fato de que os 
linfócitos expressam receptores antigênicos distribuídos por clonalidade, 
ou seja, a população total de linfócitos é formada por diversos clones 
diferentes (cada clone é formado por uma célula e sua prole), e cada clone 
expressa um receptor antigênico diferente dos receptores dos outros 
clones. A hipótese da seleção clonal prevê que os clones de linfócitos 
específicos para antígenos diferentes surgem antes do encontro com esses 
antígenos, e que cada antígeno seleciona um clone preexistente de 
linfócitos específicos e estimula a proliferação e diferenciação daquele 
clone. 
 
- Diversidade: capacita o sistema imunológico a responder a uma variedade 
de antígenos; resulta da variabilidade das estruturas dos locais de ligação de antígenos dos receptores dos linfócitos. 
- Memória: conduz a respostas intensificadas a exposições repetidas ao mesmo antígeno. 
As respostas primárias são mediadas por linfócitos virgens, que encontram o Ag pela primeira vez. Encontros subseqüentes com 
o mesmo antígeno leva a respostas secundárias. Respostas secundárias ocorrem mais rapidamente, são de maior intensidade e 
são mais eficazes na eliminação dos antígenos do que as respostas primárias. As respostas secundárias resultam da ativação dos 
linfócitos de memória, que são células de longa duração criadas durante a resposta primária. 
- Expansão clonal: os linfócitos sofrem considerável proliferação em seguida à exposição a antígeno. Expansão clonal refere-se 
ao aumento no número de células que expressam receptores idênticos para o antígeno. 
- Especialização: gera respostas que são ideais para a defesa contra diferentes tipos de micróbios. 
- Autolimitação e homeostasia: todas as respostas imunes normais diminuem com o passar do tempo, fazendo com que o 
sistema imune retorne ao seu estado basal, um processo chamado de homeostasia. 
- Tolerância a antígenos próprios: habilidade em reconhecer muitos antígenos estranhos, responder a eles e eliminá-los, e ao 
mesmo tempo não desenvolver uma reação lesiva às substancias antigênicas próprias. 
 
 Componentes celulares: os linfócitos 
- Linfócitos B reconhecem antígenos extracelulares (incluindo os que se encontram na superfície celular) e se diferenciam em 
células secretoras de anticorpos, ou seja, são mediadores da resposta humoral. 
- Linfócitos T, as células da imunidade celular, não produzem anticorpos e reconhecem os antígenos de microorganismos 
intracelulares, destruindo-os ou destruindo as células infectadas. Seus receptores são distintos dos anticorpos, mas 
estruturalmente relacionados a eles. Eles reconhecem apenas peptídeos antigênicos ligado a proteínas do hospedeiro que são 
codificadas pelos genes do MHC e que se expressam nas superfícies de outras células. -> podem reconhecer e responder a 
antígenos associados à superfície celular,mas não a antígenos solúveis. São uma população bastante distinta: LT auxiliares, 
citotóxicos, reguladores. 
- Os linfócitos virgens residem ou circulam entre os órgãos linfóides periféricos, esperando encontrar o antígeno e responder a 
ele. Eles respondem, então, a antígenos estranhos e saem para circular pelo sangue e pela linfa. 
- O início e o desenvolvimento das respostas imunes adquiridas requerem que os antígenos sejam capturados e apresentados a 
linfócitos específicos. As células que desempenham esse papel são as células apresentadoras de antígeno. Ex: células 
dendríticas, macrófagos e linfócitos B. 
- A ativação de linfócitos pelos antígenos leva à geração de numerosos mecanismos cuja função é eliminar o antígeno. A 
eliminação do antígeno geralmente requer a participação de células efetoras – Linf T ativados, células fagocitárias 
mononucleares e outros leucócitos. 
 
 Fases das respostas imunológicas ADAPTATIVAS: reconhecimento do Ag, ativação dos linfócitos, eliminação dos 
Ags, declínio e memória. 
- Na fase de reconhecimento do antígeno, linfócitos virgens 
específicos para aquele antígeno localizam e reconhecem 
os Ags dos patógenos. A ativação subseqüente requer pelo 
menos dois tipos de sinais: é necessária a ligação do Ag aos 
receptores dos linfócitos (sinal 1); outros sinais (sinal 2), 
fornecidos pelos microorganismos e pela resposta inata, 
tbm são necessários para ativação dos linfócitos. Durante a 
fase de ativação, os clones que encontraram os Ags passam 
por divisões celulares rápidas, gerando uma grande prole, 
processo chamado de expansão clonal. Alguns linfócitos 
diferenciam-se em células efetoras, cuja função é eliminar 
os Ags. Uma vez eliminada a infecção, o estímulo para a 
ativação dos linfócitos é eliminado. Como resultado, a 
maioria das células que foram ativadas por antígenos morre 
por apoptose. Depois que a resposta termina, as células 
que permanecem são os linfócitos de memória, que podem 
sobreviver em repouso por anos. 
 O sistema adquirido usa 3 estratégias pra 
combater os micróbios: 
1. Anticorpos secretados ligam-se a micróbios, bloqueiam sua capacidade de infectar células do hospedeiro e 
promovem sua ingestão e subsequente destruição por fagócitos. 
2. Fagócitos ingerem micróbios e os destroem, e as céls T auxiliares aumentam as capacidades microbicidas dos 
fagócitos. 
3. CLTs destroem as células infectadas por micróbios que são inacessíveis aos anticorpos. 
 
 
 
 Circulação dos linfócitos: os linfócitos circulam constantemente entre os tecidos, de forma que os linfócitos 
virgens cruzam os órgãos linfóides periféricos, onde as respostas imunológicas são iniciadas, e os linfócitos 
efetores migram para os locais de infecção, onde os patógenos infecciosos são eliminados. 
- Os LT virgens que amadurecem no timo e entraram na circulação migram para os linfonodos, onde podem encontrar antígenos 
que entram através dos vasos linfáticos que drenam os epitélios e órgãos parenquimatosos. Essas células entram nos linfonodos 
através das vênulas de endotélio alto. Em resposta a quimiocininas produzidas nas regiões paracorticais dos linfonodos, as 
células T virgens se ligam firmemente às vênulas de endotélio alto através de L-selectinas e migram através delas para essa 
região do linfonodo, onde os antígenos são apresentados pelas APCs. Se uma célula T virgem encontra o Ag que reconhece 
especificamente, ela é ativada (a maioria de LT no corpo circula através de alguns linfonodos pelo menos uma vez ao dia). 
Durante a ativação, a expressão das moléculas de adesão e receptores de quimiocinas nos LT muda, de forma que essas células 
efetoras tendem a sair dos linfonodos e entrar na circulação sanguínea. Essas células efetoras migram preferencialmente para os 
tecidos que estão colonizados por microorganismos infecciosos, onde os LT erradicam a infecção. 
- Os LB efetores permanecem nos órgãos linfóides e na MO, onde secretam Acs que entram na circulação. 
 
Aula 3 – Antígenos 
 ANTÍGENO: qualquer agente capaz de se ligar a componentes da resposta imune (TCR, anticorpos). 
o Um antígeno é qualquer substância que pode ser especificamente conectada por um anticorpo ou por um 
receptor de antígeno de célula T. Os anticorpos podem reconhecer como antígenos qualquer tipo de 
molécula biológica, incluindo simples metabólitos intermediários, açúcares, lipídeos, ácidos nucléicos, 
proteínas. Em contraste, as células T reconhecem principalmente os peptídeos. 
 BCR : RECEPTOR DE LINFÓCITO B: reconhece na forma nativa, completa. 
 TCR: RECEPTOR DE LINFÓCITO T: só reconhece antígeno de origem protéica que foi apresentado 
por APC via MHC-peptídeo. 
o Polissacarídeos: antígenos ABO. 
o Lipídeos: raramente imunogênicos. 
o Ácidos nucléicos: pouco imunogênicos. 
o Proteínas: altamente imunogênicos. 
 As moléculas que estimulam as respostas imunológicas são chamadas IMUNÓGENOS. Todo imunógeno é antígeno, 
mas nem todo antígeno é imunógeno. 
 IMUNOGENICIDADE: capacidade que uma substância tem de induzir e reagir com os produtos de uma resposta 
imune – imunógenos. 
 ANTIGENICIDADE: capacidade que uma substância tem de se ligar a um dos componentes do sistema imune – 
antígenos. 
 HAPTENO: antígeno não imunogênico – não produz resposta imune. Ou seja, são pequenas moléculas que quando 
administradas sozinhas, não produzem uma resposta imune. No entanto, quando os haptenos são acoplados a uma 
molécula carreadora, poderão induzir uma reposta imune. 
o Somente macromoléculas são capazes de estimular os linfócitos B para iniciar respostas imunes humorais. 
Pequenas substâncias químicas podem se ligar aos anticorpos, e, portanto, são antígenos, mas por si sós 
não conseguem estimular as células B. Para gerar Acs específicos para tais substâncias, deve-se conectá-
las com proteínas antes da imunização (ajuvantes usados em vacinas). Nesses casos, a pequena substancia 
química é chamada de hapteno e a proteína é chamada de carreadora. O complexo hapteno-carreador 
pode aturar como um imunógeno. 
 EPÍTOPO: parte do antígeno que vai iniciar uma resposta imune => as macromoléculas são geralmente maiores do 
que a região de ligação de Ags de um Ac. Assim, qualquer Ac se liga apenas a uma parte da molécula: determinante 
ou epítopo. 
o Determinantes lineares: epítopos formados por vários aminoácidos adjacentes. 
o Determinantes conformacionais: formados por Aas que não estão em sequência, mas se tornam 
espacialmente justapostos na proteína dobrada. 
 POLIVALÊNCIA/MULTIVALÊNCIA: presença de vários determinantes idênticos. A maioria das proteínas globulares 
não são polivalentes; já polissacarídeos e ácidos nucléicos são polivalentes. 
 A configuração espacial dos diversos epítopos em uma única molécula de proteína pode influenciar na ligação de 
Acs. 
 O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve uma ligação não-covalente reversível. Vários tipos de 
interações não-covalentes podem contribuir para a ligação do Ag pelo Ac: forças eletrostáticas, PHs, forças de Van 
Der Waals e interações hidrofóbicas. A importância de cada uma dela depende da estrutura dos locais de ligação. A 
força da ligação entre um único local de ligação de um Ac e um epítopo de um Ag é chamada de afinidade do 
anticorpo. 
 
- MHC em ratos/ HLA em humanos. 
- órgãos linfóides primários: timo e MO. 
 => Célula pluripotente que vai dar origem a linfócito B ou linfócito T está na MO -> origina progenitor linfóide -> 
linfócitos B ou linfócitos T -> maturação do linfócito B é na MO, maturação do Linfócito T é no timo. 
 => Maturação do linfócito B na MO: antes dele sair na periferia, ele tem que expressar um receptor de linfócito B (IgM). 
Assim, quando o linfócito B sai da MO e vai para um órgão linfóide secundário, ele tem em sua superfície a IgM. 
 => Maturação do linfócito T no timo é um processo de regulação positiva e negativa.Linfócito T é testado dentro do 
timo pra que ele só seja capaz de reconhecer antígenos estranhos. O primeiro linfócito T é duplo negativo (sem CD4 e sem CD8); 
conforme desenvolvimento no timo fica duplo positivo (com CD4 e com CD8); quando sai do timo ocorre seleção positiva para 
inibir a expressão de um desses receptores. 
- TCD4 = T auxiliar -> objetivo é ativar outras células através da liberação de citocinas. Reconhece MHC de classe II. 
- TCD8 -> diferencia-se em T citolítico, cujo objetivo é matar. Só é capaz de reconhecer um antígeno se o peptídeo for 
apresentado via MHC de classe I. 
 *TODAS AS CÉLULAS NUCLEADAS APRESENTAM MHC DE CLASSE I. 
 *AS APCs PROFISSIONAIS APRESENTAM MHC DE CLASSE II, ALÉM DO MHC I. 
 
Fatores que influenciam a imugenicidade 
1. Estranheza: novas células não podem reconhecer antígenos próprios 
a. Ag autólogo: mesmo indivíduo (auto-imunidade, auto-transplantes). 
b. Ag singênico: indivíduos geneticamente idênticos = gêmeos monozigóticos. 
c. Ag alogênicos: indivíduos geneticamente diferentes. 
d. Ag xenogênico: espécies diferentes. 
2. Tamanho molecular: 
a. Menos que 1000 Da = não imunogênica. 
b. Entre 1000 e 6000 Da = pode ser imunogênica. 
QUANTO MAIS COMPLEXA, MAIOR 
A CAPACIDADE IMUNOGÊNICA. 
c. Maior que 6000 Da = é imunogênico e mais facilmente fagocitado => quanto mais complexo, maior a 
imunogenicidade. 
3. Composição química: estruturas primária, secundária, terciária e quaternária. 
 
Antígenos podem ter mais de um epítopo: 
 - Um único epítopo: hapteno. 
 - Vários epítopos com a mesma especificidade: polissacarídeos. 
 - Vários epítopos com especificidades distintas: proteínas (mais imunogênicas). 
 
Antígenos T-dependentes: precisam ser apresentados pelas APCs, como um complexo MHC-peptídeo. 
 Exemplos 
- Proteínas de microrganismos, Proteínas não-próprias, Proteínas próprias alteradas 
Antígenos T-independentes: não passam por processamento pela APC 
 Propriedades 
– Possuem estrutura polimerica 
– Podem ativar LB diretamente 
– São resistentes ao processamento pelas células APC 
 Exemplos: – Polissacarídeos de pneumococcus, lipopolisacarides, determinates ABO dos grupos sanguineos e Flagelos 
bacterianos 
 
O receptor de antígenos do LB (ou seja, a imunoglobulina) pode reconhecer o antígeno na sua forma natural (sem 
processamento) ou processada. Já o receptor de LT só podem reconhecer o antígeno na sua forma processada. 
 
 
 
ANTÍGENOS RECONHECIDOS PELOS LINFÓCITOS T 
 A maioria dos LT reconhece antígenos peptídicos que estão ligados a e são apresentados pelas moléculas do MHC das 
APCs. Esta propriedade das células T é chamada de restrição pelo MHC. 
 Cada molécula de célula T tem uma especificidade dupla: o receptor da célula T (TCR) reconhece alguns Aas de 
antígenos peptídicos e também reconhece os resíduos da molécula de MHC que está apresentando o peptídeo. 
 As células especializadas que capturam os antígenos microbianos e os apresentam para serem reconhecidos pelos 
linfócitos T são chamadas de células apresentadoras de antígenos. 
 Os antígenos protéicos dos patógenos que entram no corpo são capturados pelas APCs profissionais e concentrados nos 
órgãos linfóides periféricos, onde a resposta imune é iniciada. 
 APCs profissionais: Linfócitos B, células dendríticas e macrófagos – o termo profissional refere-se à habilidade dessas 
células de apresentar antígenos às células T e fornecer os sinais adicionais necessários para ativar as células T virgens. 
o A pele, o TGI e o trato respiratório contêm células especializadas no epitélio que capturam os antígenos e os 
transporta, para os tecidos linfóides periféricos, essas células são as APCs. 
o As células dendríticas são as APCs mais potentes na ativação dos linfócitos T: Os epitélios contém uma 
população de APCs profissionais que pertencem a uma linhagem de céls dendríticas. As células dendríticas são 
consideradas imaturas porque não são eficazes na estimulação dos linfócitos T. As células dendríticas imaturas 
expressam receptores de membrana que se ligam aos microorganismos. Elas usam esses teceptores para 
capturar e fazer a endocitose dos Ags. Ao mesmo tempo, microorganismos estimulam reações da imunidade 
inata ligando-se aos receptores TCR nas células dendríticas, e isso resulta na produção de citocinas. A 
combinação de citocinas e a sinalização do TCR ativa a célula dendrítica que perde sua adesividade para o 
epitélio e passam a expressar receptores para as quimiocinas produzidas nas zonas de células T dos linfócitos. 
Essas quimiocinas direcionam as céls para que migrem para os linfonodos. Durante a migração as células 
dendríticas amadurecem e tornam-se capazes de estimular os linfócitos T. 
o O macrófago fagocita os patógenos e apresenta seus antígenos às céls T efetoras, que ativam os macrófagos 
para que destruam os microorganismos. 
o Os LB ingerem os antígenos protéicos, apresentando-os às células T auxiliares; esse processo é importante para 
o desenvolvimento da imunidade humoral. 
 APRESENTAÇÃO CRUZADA: Alguns patógenos, como os vírus, infectam rapidamente as células do hospedeiro e só 
podem ser erradicados pelas CTLs que destroem as células infectadas. Acredita-se que as APCs ingerem as células 
infectadas, apresentando os antígenos presentes nessas células para que sejam reconhecidos pelos LT CD8. Esse 
processo é chamado de apresentação cruzada, indicando que a APC profissional pode apresentar antígenos de outras 
células, as células infectadas, e ativar os LT virgens específicos para aquele antígeno. As APCs profissionais que ingerem 
células infectadas também podem apresentar os antígenos microbianos para os LT auxiliares CD4, quando essa 
associação for feita com às moléculas do MHC classe II. Assim, as duas classes de linfócitos, as células CD+ e CD8+, 
específicas para o mesmo patógeno são ativadas próximas umas das outras. Esse processo é importante na 
diferenciação estimulada por antígenos das células TCD8+ virgens em CTLs efetoras, o que geralmente requer auxílio de 
células T CD4. 
 
COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE 
 Os receptores de antígenos das células T só podem reconhecer antígenos que são apresentados por outras células. Já os 
anticorpos podem reconhecer tanto os antígenos solúveis quanto os associados a outras células. A função de 
apresentar antígenos associados a células para serem reconhecidos pelas células T é desempenhada por proteínas 
especializadas que são codificadas por genes em um lócus chamado de complexo principal de histocompatibilidade. 
 Existem dois tipos de produtos dos genes do MHC: moléculas classe I e moléculas classe II. 
o As moléculas classe I apresentam peptídeos aos linfócitos citolíticos CD8+, enquanto as moléculas classe II os 
apresentam às células T auxiliares CD4+. 
 As moléculas do MHC humano são chamadas de antígeno leucocitário humano (HLA) e são equivalentes às moléculas 
H-2 dos camundongos. 
*HLA é um conjunto de genes que codificam a síntese de glicoproteínas da superfície celular, as quais permitem que o sistema imunológico reconheça o 
“próprio” e o “não-próprio” do organismo. 
 
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DAS MOLÉCULAS DE MHC DE CLASSE I E II? 
 Propriedades das moléculas do MHC: 
1. As moléculas do MHC são proteínas da membrana que contém uma fenda, ou sulco, extracelular que liga os 
peptídeos, seguida de um par de domínios semelhantes a imunoglobulinas (Igs), e está ancorada na membrana 
celular por meio de domínios transmembrana citoplasmático. O assoalho da fenda é a região que liga o peptídeo 
para apresentá-lo aos linfócitos T, enquanto as laterais e a porção superior da fenda entram em contato com o 
receptor da célula T (que também entra em contato com parte do peptídeo). 
a. As moléculas classe I são compostas de uma cadeia polipeptídica codificada pelo MHC e de uma segundacadeia, que não é codificada pelo MHC. Enquanto as de classe II são compostas de 2 cadeias polipeptídicas 
codificadas pelo MHC. 
2. Cada molécula classe I ou II pode apresentar apenas um peptídeo de cada vez, porque possui apenas uma fenda, 
mas cada molécula do MHC é capaz de apresentar diversos tipos de antígenos. 
3. Os genes do MHC se expressam de maneira co-dominante, ou seja, os alelos herdados do pai e da mãe se 
expressam igualmente. 
4. Genes do MHC são altamente polimórficos: muitos alelos diferentes estão presentes na população. Os resíduos de 
Aas polimórficos das moléculas do MHC (aminoácidos que variam entre os diversos alelos do MHC) estão 
localizados na fenda de ligação de peptídeos e próximos a ela. Isso garante que indivíduos diferentes sejam capazes 
de apresentar e responder a diferentes peptídeos microbianos. 
5. Os domínios não-polimórficos semelhantes a imunoglobulinas das moléculas do MHC contêm locais de ligação para 
as moléculas CD4 e CD8 das células T. 
a. Obs: CD4 e CD8 são co-receptores das células T, pois participam, junto com os receptores de antígenos, no 
reconhecimento de antígenos 
6. As moléculas de MHC de um indivíduo não conseguem discriminar entre peptídeos estranhos e peptídeos 
derivados de proteínas daquela pessoa. 
7. As moléculas de MHC só se ligam aos peptídeos: céls T restritas pelo MHC só respondem a antígenos protéicos. 
8. As moléculas da classe I expressam-se em todas as células nucleadas, mas as moléculas da classe II se expressam 
principalmente nas APCs profissionais. 
 Classe-II : Linfócitos B, monócitos/macrófagos e células endoteliais = APCs, que co-expressam MHCI e MHCII. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MHC de classe I 
- Consistem em duas cadeias polipeptídicas ligadas de forma não covalente: uma 
cadeia alfa codificada pelo MHC (ou cadeia pesada) e uma cadeia que não é 
codificada pelo MHC, chamada de beta2-microglobulina (cadeia leve não 
polimórfica). 
- Cada cadeia está orientada de tal forma que ¾ do peptídeo se estendam para o 
meio Extracelular, um pequeno segmento hidrofóbico atravessa a membrana e os 
resíduos da região carboxiterminal estão no citoplasma – HÁ SOMENTE UMA 
REGIÃO CARBOXITERMINAL. 
- Os segmentos aminoterminais alfa 1 e alfa 2 interagem para formar uma 
fenda de ligação. 
- O segmento alfa3 da cadeia pesada se dobra para formar um domínio 
de Ig. Esse segmento contém uma alça que serve de local de ligação para o CD8. 
- A beta2-microglobulina interage com o domínio alfa3 da cadeia alfa. Da 
mesma forma que o segmento alfa3, a beta2 microglobulina é estruturalmente homóloga a um domínio de IG, sendo 
constante em todas as moléculas classe I. 
- O seu tamanho é suficiente para ligar peptídeos contendo de 8 a 11 aminoácidos. As extremidades da fenda de ligação 
de peptídeos das moléculas classe I são fechadas, impedindo a ligação de peptídeos maiores. 
- Resíduos polimórficos estão confinados aos domínios alfa 1 e alfa 2, onde contribuem para as variações na ligação de 
peptídeos e no reconhecimento pelas células T dos diversos alelos classe I. Domínio alfa3 é constante. 
- A molécula classe I TOTALMENTE MONTADA é um heterodímero que consiste em uma cadeia alfa, beta2-
microglobulina e um peptídeo antigênico ligada a ela. A expressão estável das moléculas classe I na superfície da célula 
requer a presença dos três componentes do heterodímero. 
- Genes: HLA-A, HLA-B, HLA-C. 
 MHC de classe II 
- São compostas de duas cadeias polipeptídicas ligadas de forma não covalente, uma cadeia alfa e uma cadeia beta. Ao 
contrário do MHC I, ambas cadeias são codificadas por genes MHC polimórficos. 
 - Os segmentos aminoterminais alfa1 e beta1 interagem para formar a fenda de ligação a antígenos. Os 
resíduos polimórficos localizados nos segmentos a1 e b1 estão localizados na fenda e em torno dela. Nas moléculas 
classe II, a maior parte do polimorfismo está na cadeia beta. 
 - Os segmentos a2 e b2, assim como os segmentos a3 e b2-
microglobulina classe I, dobram-se para formar domínios de Ig que não 
são polimórficos. Uma alça no segmento b2 é o local de ligação para o 
CD4 (semelhante ao local de ligação para o CD8 no segmento a3 da 
cadeia pesada da classe I). 
 - HÁ DUAS REGIÕES CARBOXITERMINAIS. 
- As extremidades da fenda estão abertas, permitindo a ligação de 
peptídeos a 30 aminoácidos ou mais. 
- A molécula classe II TOTALMENTE MONTADA é um heterodímero que 
consiste em uma cadeia alfa, uma cadeia beta e um peptídeo antigênico 
ligado a ela. A expressão estável das moléculas classe II na superfície da 
célula requer a presença dos três componentes do heterodímero. 
- Genes: HLA-DR, HLA-DP e HLA-DQ. 
 
 
PROCESSAMENTO DOS ANTÍGENOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As moléculas do MHC adquirem sua carga peptídica durante sua biossíntese e montagem dentro das células. As moléculas do 
MHC classe I (céls nucleadas) adquirem peptídeos provenientes de proteínas citosólicas, e as moléculas de classe II (APCs 
profissionais), peptídeos provenientes de proteínas presentes nas vesículas intracelulares. 
Classe II: As APCs podem internalizar microorganismos ou proteínas microbianas através de diversos mecanismos. Após a 
internalização pelas APCs, as proteínas microbianas entram em vesículas intracelulares, chamadas endossomos, que se fundem 
com os lisossomos. Nessas vesículas as proteínas são degradadas por enzimas proteolíticas, gerando diversos peptídeos. 
As APCs sintetizam moléculas de MHC classe II no RE. Cada nova molécula de MHC transporta uma proteína chamada cadeia 
constante (CLIP) que se liga fortemente à sua fenda para estabilizar. O MHC sai do RE, vai pra Golgi e então para vesículas 
exocíticas. Essas últimas fundem-se com endossomos que contêm uma proteína chamada DM, cuja função é remover o CLIP da 
molécula do MHC classe II. Após sua remoção, a fenda fica disponível para aceitar peptídeos e se isso ocorrer, esse complexo 
Vías de procesam iento y presentación de antígeno
- Cada molécula de MHC apresenta um 
único peptídeo de cada vez. 
- Os peptídeos são adquiridos durante a 
montagem intracelular. 
- Especificidade ampla: muitos peptídeos 
podem se ligar à mesma molécula de MHC. 
- Taxa de desligamento lenta. 
- O peptídeo é necessário para a 
estabilidade da expressão. 
- As moléculas do MHC só ligam peptídeos 
-> células T restritas ao MHC só respondem 
a antígenos protéicos. 
estável é encaminhado pra superfície celular. Se a molécula de MHC não encontrar um peptídeo com o qual possa se ligar, a 
molécula vazia é instável, sendo degradada no endossomo. 
 
 
Classe I: As proteínas antigênicas podem ser produzidas 
no citoplasma a partir de vírus que vivem em células 
infectadas, de alguns microorganismos fagocitados que 
podem sair das vesículas e entrar no citoplasma, e de 
genes do hospedeiro que sofreram mutação ou foram 
alterados, como nos tumores. Essas proteínas são 
marcadas com UBIQUITINA e passam pelo 
PROTEASSOMA, onde as proteínas são degradadas pelas 
enzimas 
O peptídeo do citosol precisa entrar no RE, onde a 
molécula de MHC classe I é sintetizada. Esse problema é 
superado por uma molécula transportadora 
especializada, a TAP, que pega peptídeos no citoplasma e 
os transporta ativamente através da membrana do RE 
para o seu interior. Assim, conforme os peptídeos entram 
no RE, eles podem ser capturados pelas moléculas do 
MHC classe I. Se uma molécula da classe I encontra um 
peptídeo com encaixe correto, o complexo é estabilizado 
e transportado para a superfície celular. 
 
Ao segregar as vias I e II de processamento, o sistema imune é capaz de responder a microorganismos extracelulares e 
intracelulares da melhor forma para combatê-los: 
 Os patógenos extracelulares são capturados pelas APCs, sendo apresentados pelas moléculas de classe II. Os peptídeos 
são entãoreconhecidos pelos LT CD4, que funcionam como células auxiliares: ajudam os linfócitos B a produzir Acs, e as 
células fagocitárias a ingerir e destruir os microorganismos. 
 Antígenos citosólicos são processados e apresentados pelas moléculas da classe I e, assim, os peptídeos associados às 
moléculas classe I são reconhecidos pelos LT CD8, que se diferenciam em CTLs. As CTLs destroem as células infectadas e 
erradicam a infecção, sendo o mecanismo mais eficaz para eliminar patógenos citoplasmáticos. 
 
As APCs, além de apresentar peptídeos para que sejam reconhecidos pelas células T (SINAL 1), também expressam segundos 
sinais para a ativação das células T: expressam co-estimuladores que são proteínas de superfície reconhecidos pelos 
receptores presentes nas células T e citocinas que são reconhecidas por receptores de citocinas das células T. 
*Antígeno é o sinal primário e o sinal secundário é fornecido pelos microorganismos ou pelas APCs reagindo aos 
microorganismos. 
 
ANTÍGENOS RECONHECIDOS PELOS LB: os linfócitos B usam Acs ligados à membrana para reconhecer a ampla variedade de 
antígenos. Esses antígenos podem se expressar na superfície dos patógenos ou podem ser solúveis. As células B se diferenciam 
em células secretoras de Acs em resposta ao Ag e a outros sinais. Os Acs secretados entram na circulação e nos líquidos das 
mucosas e ligam-se a antígenos, levando à sua neutralização e eliminação. Não há necessidade de apresentação antigênica por 
um sistema especializado  reconhecem o antígeno na sua forma nativa. 
 
Reconhecimento Antigênico no Sistema Imune Adaptativo – Cap. 4 
- O reconhecimento antigênico específico é a tarefa de dois tipos estruturalmente similares de proteínas de superfície dos 
linfócitos: Acs ligados à membrana de LB, e receptores de células T (TCRs) em LT. 
- Características dos receptores de Ags dos Linfócitos: 
 1. Os receptores de Ags dos LB e LT reconhecem estruturas quimicamente diferentes: 
 a. LB: capazes de reconhecer conformações de macromoléculas nativas, incluindo proteínas, lipídeos, carboidratos e 
ácidos nucléicos. 
b. A maioria das células T vê apenas peptídeos, e somente quando esses peptídeos se apresentam ligados ao MHC. 
2. Moléculas receptoras de Ags consistem em regiões que estão envolvidas no reconhecimento antigênico e, desta forma, 
variam entre os clones de linfócitos e outras regiões que são requeridas para a integridade estrutural e para as funções efetoras, 
e são relativamente conservadas entre todos os clones. As porções de reconhecimento antigênico entre os receptores são 
chamadas de regiões VARIÁVEIS, e as porções preservadas são as regiões CONSTANTES. Mesmo entre as regiões variáveis, 
muita da variabilidade das sequências é concentrada em curtas sequências, que são chamadas de regiões HIPERVARIÁVEIS ou 
CDRs (regiões determinantes da complementaridade), porque elas formam a parte do receptor que se liga ao Ag. 
 - Imunoglobulinas: regiões Fab que ligam-se ao antígeno. Dentro do Fab há regiões variáveis, dentro das regiões 
variáveis há regiões hipervariáveis ou CDRs (onde há um polimorfismo muito grande, responsável pela espeficidade do Ac). Há 
Três principais CDRs: CDR1, CDR2 e CDR3. A CDR3 possui o maior número de resíduos de Aas que vai conferir a variabilidade. 
3. Receptores de antígenos são ligados não-covalentemente a outras moléculas invariáveis, as quais funcionam como 
transmissoras para dentro da célula dos sinais de ativação que são desencadeados pelo reconhecimento antigênico. A coleção 
dos receptores de antígenos e moléculas sinalizadoras nos linfócitos B é chamada de complexo receptor da célula B (BCR) e 
nos LT é chamada de complexo receptor da célula T (TCR). 
4. Anticorpos podem ser receptores de antígenos ligados à membrana ou proteínas secretadas, mas TCRs existem somente 
como receptores de membrana das células T. Acs têm 2 funções na imunidade humoral: Acs ligados a membrana das células B 
reconhecem antígenos e iniciam a resposta imune humoral, e os Acs secretados eliminam os Ags na fase efetora dessa resposta. 
Já os receptores de antígenos das células T estão envolvidos somente no reconhecimento antigênico e na ativação da célula T, e 
essas proteínas não medeiam as funções efetoras e não são secretadas. 
 
TCRs 
- O TCR para antígenos peptídicos apresentados pelas moléculas de MHC é um 
heterodímero composto de uma cadeia alfa e uma cadeia beta, cada uma 
contendo uma região variável e uma região constante. Na região V de cada cadeia 
do TCR há três regiões hipervariáveis. Como nos Acs, a região CDR3 é a mais 
variável entre os diferentes TCRs 
  Duas cadeias polipeptídicas, α e β, de pesos moleculares idênticos; 
Ambas as cadeias consistem de uma região constante (C) e uma região 
variável (V); 
 Regiões hipervariáveis V contribuem para a diversidade do TCR; 
- Ao contrário dos Acs, ambas as cadeias do TCR são ancoradas na membrana 
plasmática, e os TCRs não são produzidos na forma secretada. 
- Tanto a cadeia alfa como a cadeia beta do TCR participam do reconhecimento 
específico das moléculas de MHC e peptídeos ligadosTCR reconhece regiões da 
molécula de MHC e do peptídeo antigênico ligado na fenda TCR; 
- Entre as células T do corpo, 5% a 10% expressam receptores compostos de 
cadeias gama e delta, que são estruturas similares ao TCR alfa beta, mas possuem 
especificidade diferente. O TCR gama-delta pode reconhecer uma variedade de 
Ags protéicos e não-protéicos, que usualmente não são apresentados por 
moléculas do MHC, ou seja, pode reconhecer antígenos na forma NATIVA. Céls T 
que expressam TCR gama-delta reconhecem patógenos que são comumente 
encontrados na superfície epitelial. 
- Outra subpopulação de células T expressa marcadores de células NK e são 
denominadas NK-T. As células NK-T expressam TCRs alfa-beta, mas elas 
reconhecem glicolipídeos e outros antígenos não-peptídicos apresentados por 
moléculas semelhantes ao MHC não-polimórficas (moléculas CD1). 
- Associado ao TCR há um complexo de proteínas, chamado de moléculas CD3 e cadeia , que formam o complexo TCR. As 
cadeias CD3 e  transmitem alguns dos sinais que são iniciados quando o TCR reconhece o antígeno  essas proteínas 
transduzem os sinais que levam à ativação das células T. Além disso, a ativação da célula T requer o engajamento de moléculas 
co-receptoras transmembranas presentes no linfócito T, CD4 ou CD8, que reconhecem as porções não polimórficas das 
moléculas de MHC. 
 
COMPLEXO CD3 
• Grupo proteínas associadas com TCR 
• Composto de uma cadeia γ, uma δ, duas cadeias ε, e duas cadeias ζ 
• Todas as cadeias são constantes 
• Funções: 
1) Sintetizadas junto com TCR e requeridas para levar TCR até a superfície celular 
2) Envia sinais para o LT quando TCR reconhece o peptídeos +MHC 
 
 
Anticorpos 
 
- As proteínas do plasma ou do soro são tradicionalmente separadas por sua solubilidade em albumina e globulina e, podem 
ainda ser subdivididas pela migração em um campo elétrico, um processo chamado de eletroforese. A maioria dos anticorpos é 
encontrada no terceiro grupo de globulinas de migração mais rápida, chamada de gamaglobulinas. Outro nome comum para os 
anticorpos é imunoglobulina, que se refere a imunidade conferida pela fração de gamaglobulina. 
- Uma molécula de Ac é composta de quatros cadeias polipeptídicas, incluindo duas cadeias pesadas idênticas e duas cadeias 
leves idênticas, onde cada cadeia contém uma região variável e uma ou mais região constante. As quatro cadeias estão 
dispostas de modo a formar uma molécula em forma de Y. 
- Uma cadeia leve é composta por um domínio V e um C, e a cadeia pesada por um domínio V e três ou quatro domínios C. Cada 
domínio se dobra em uma forma tridimensional característica, que é denominada domínio de Ig. 
- Cada região variável da cadeia pesada (chamada de VH), ou da cadeia leve (VL) possui três regiões hipervariáveis,ou CDRs. 
Dentre as três, a maior variabilidade é encontrada na CDR3, que é localizada na junção das regiões V e C. 
 -CDRs: regiões determinantes de complementariedade das regiões VL e VH; 
-Diferenças nas sequências entre as CDRs de diversas moléculas de anticorpos contribuem para diferentes especificidades; 
-CDR3 dos segmentos VL e VH: são as mais variáveis e proporcionam maior contato com o Ag. 
- O fragmento de um Ac que contém uma cadeia leve ligada aos primeiros domínios V e C de uma cadeia pesada contém a 
porção do Ac requerida para o reconhecimento antigênico, sendo denominada Fab (região de ligação ao Ag não-
covalentemente). Os demais domínios C da cadeia pesada formam a região Fc, onde Fc se refere ao fragmento que tende a 
cristalizar em solução. Região Fc dá estabilidade pra molécula e é reconhecida por células que tem receptores Fc. 
- Em cada molécula de Ig há duas regiões de Fab idênticas onde o Ag se liga e uma região Fc que é responsável pela maioria 
das atividades biológicas e funções efetoras dos Acs. 
- Entre as regiões Fab e Fc das moléculas de Acs há uma região flexível chamada de região de junção. A região C-terminal da 
cadeia pesada por estar ancorada na MP, como observada nos receptores de células B, ou pode terminar em uma peça final que 
não possui uma ancora na membrana, de modo que o Ac é produzido como uma proteína secretada. 
- Há dois tipos de cadeias leves, chamadas de k e , que diferem nas regiões C, mas não diferem na função. 
- Há cinco tipos de cadeias pesadas, chamadas µ, , ,  e , que também diferem nas suas regiões C. Anticorpos que contêm 
diferentes cadeias pesadas são ditos pertencendo a diferentes classes e são denominados de acordo com a cadeia pesada: 
IgM (resposta primária), IgD (não se sabe função específica), IgG (resposta secundária), IgE (processos alérgicos e parasitoses) 
e IgA (protege mucosas). 
 
 
ISÓTIPO DE 
ANTICORPO 
CADEIA 
H 
FORMA 
SECRETADA 
FUNÇÕES 
IgA  Monômero, dímero 
ou trímero 
Imunidade mucosa, imunidade passiva neonatal 
IgD  Monômero Receptor de antígeno da célula B virgem 
IgE  Monômero Defesa contra parasitas helmínticos, ativação de mastócitos 
(hipersensibilidade imediata). 
IgG  Monômero Opsonização, ativação do complemento, citotoxicidade mediada por célula 
dependente de anticorpo, imunidade neonatal, inibição por feedback das 
células B. 
IgM µ Pentâmeros ou 
hexâmeros 
Receptor de antígeno da célula B virgem, ativação do complemento 
 
 
- Os receptores de Ags dos linfócitos B virgens, que são células maduras, mas que ainda não encontraram os Ags, são a IgM e a 
IgD ligadas à membrana. Após a estimulação por antígenos e LT auxiliares, o clone de linfócito B antígeno-específico pode 
expandir-se e diferenciar-se em uma progênie que secreta Acs. Algumas progênies das células B que expressam IgM e IgD 
podem secretar IgM, e outras progênies das mesmas céls B podem produzir Acs de outras classes de cadeias pesadas. Essa 
mudança na produção da classe da Ig é chamada de troca de classe da cadeia pesada. Embora as regiões C da cadeia pesada 
possam ser trocadas durante a resposta humoral, cada clone de célula B mantém a especificidade, porque as regiões V não são 
alteradas. A classe de cadeia leve também permanece inalterada durante a vida de cada clone de célula B 
- Acs são capazes de se ligar a uma ampla variedade de Ags. Acs ligam-se aos Ags através de ligações não-covalentes reversíveis, 
incluindo PHs e interações de cargas. As partes dos Ags que são reconhecidas pelos Acs são chamadas de epítopos ou 
determinantes. Diferentes determinantes podem ser reconhecidos baseando-se na sequência (determinantes lineares) ou na 
forma (determinantes conformacionais). 
 
- Em LB maduros, moléculas de Ig associadas à membrana reconhecem Ags, mas 
este reconhecimento não é suficiente para ativar as células B. As moléculas de Ig 
estão não-covalentemente associadas a outras duas proteínas Ig-alfa e Ig-beta, que 
formam o complexo receptor da célula B (BCR). Quando o receptor de Ig reconhece 
o Ag, as proteínas associadas transmitem os sinais para o interior da célula B que 
iniciam o processo de ativação do LB. 
 
 
 
 
 
REAÇÕES ANTÍGENO-ANTICORPO 
 O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve uma ligação não-covalente reversível. Há vários tipos de forças 
envolvidas: forças eletrostáticas, pontes de hidrogênio, forças de Van der Waals e interações hidrofóbicas. 
Pontes múltiplas: conjunto de todas as interações. 
- Natureza da ligação Ag-Ac: chave-fechadura. 
 A força da ligação entre um único local de ligação de um Ac e um epítopo de um Ag é chamada de afinidade do 
anticorpo. A afinidade é expressa pela constante de dissociação Kd: quanto menor a Kd, mais alta é a afinidade. O soro 
de um indivíduo imunizado conterá uma mistura de Acs com diferentes afinidades para o Ag, dependendo 
primariamente das sequências de Aas das CDRs. 
- Afinidade é a força de reação entre um único determinante antigênico e um único sítio do Ac. Afinidade consiste no 
equilíbrio entre forças atrativas e repulsivas. 
 A maioria dos Acs produzidos em uma resposta imune primária possui um Kd entre 10-6 e 10-9, mas com repetida 
estimulação antigênica (resposta secundária) a afinidade aumenta para uma Kd entre 10-8 e 10-11. Esse aumento na 
força de ligação do Ag é chamada de maturação da afinidade e ocorre devido a mutações somáticas na região variável. 
 Cada molécula de Ac IgG, IgD e IgE tem dois sítios de ligação de Ag. A IgA secretada é um dímero, e desta forma possui 4 
sítios de ligação ao Ag, e a IgM secretada é um pentâmero, com 10 sítios de ligação ao Ag. Portanto, cada molécula de 
Ac pode ligar 2 ou 10 epítopos de uma Ag, contanto que epítopos idênticos estejam presentes suficientemente 
próximos uns dos outros. A força TOTAL de ligação é muito maior do que a afinidade de um único Ag ligado a um Ac e é 
chamada de avidez de uma interação. 
- Avidez é a média de força de ligação entre um Ag com muitos determinantes e Acs multivalentes. 
- OBS: AFINIDADE É UM ÚNICO EPÍTOPO / AVIDEZ ESTÁ RELACIONADA A MUITOS EPÍTOPOS E ACS MULTIVALENTES. 
 Especificidade é a capacidade dos sítios de ligação de um dado Ac reagir com um único determinante antigênico. 
- Outro conceito (melhor): é a capacidade da população de moléculas de Acs reagirem com um único Ag. 
 Acs produzidos contra um Ag podem ligar Ags diferentes mas estruturalmente similares. A ligação de epítopos similares 
denomina-se reação cruzada. 
- Reatividade cruzada ou multi-especificidade é a capacidade de um dado Ac reconhecer mais de um determinante 
antigênico; ou a capacidade de uma população de moléculas de Acs reagirem com mais de um Ag, o qual pode possuir 
epítopos compartilhados ou epítopos similares. 
- Comprova que não há ESPECIFICIDADE. 
 
 A capacidade de anticorpos em qualquer indivíduo de se ligar especificamente a um grande número de diferentes 
antígenos é reflexo da diversidade do Ac, e a coleção total de anticorpos com especificidades diferentes representa o 
repertório de anticorpos  recombinação aleatória de sequências de DNA. 
 Após a estimulação por um antígeno, um único clone de células B pode produzir anticorpos com isótipos diferentes, 
mas com domínios V idênticos e, consequentemente, especificidade antigênica idêntica. Células B virgens produzem 
simultaneamente IgM e IgD que funcionam como receptores de membrana para Ags. Quando essas células B são 
ativadas por um Ag, elas podem passar por um processo chamado de recombinação de troca, no qual ocorre mudança 
no isótipo do Ac produzido, mas as regiões V e a especificidade não são alteradas. 
 Depois que as células B são ativadas, elas gradualmente perdem expressão do Ac ligado à membrana e expressam 
maior quantidade dele sob a forma secretada. 
Fatores que influenciam a detecção das reações Ag-Ac:- Afinidade; 
- Avidez; 
- Razão Ag-Ac  precisa ter equivalência, isto é, número certo de Ag e Ac. 
 *excesso de Ag, excesso de Ac. 
- Forma física do Ag  solúvel: precipitação/ partícula: aglutinação. 
 
 Aglutinação: partículas aglutinadas em um tubo de ensaio. 
Geralmente, é utilizada para avaliar anticorpos - que já estão no soro - para determinados patógenos. Assim, é feita 
uma ligação de antígenos de determinado patógeno a partículas. Coloca-se em contato com o soro e caso haja 
anticorpos no soro, estes irão aglutinar. 
Teste quantitativo de aglutinação: sorologia positiva: 1/64 -> soro diluído 64 vezes e ainda é positivo. 
Fenômeno prozona: no primeiro momento, a sorologia dá negativa, depois dá positiva. É devido ao excesso de Ac -> 
esse anticorpo inibe a reação. 
 Imunoeletroforese:método (ex: para Ig deficiência) 
o Antígenos são separados por eletroforese. 
o Anticorpos são colocados no Agar. 
 ELISA: identifica antígenos usando o conceito de ligação Ag-Ac. Precisa-se de anticorpos marcados com enzimas e fase 
sólida. Determina-se, com um espectrofotômetro, a taxa com que a enzima transforma um substrato límpido em um 
produto colorido. 
1. Quantificação de Anticorpos:  utiliza-se placas com poços, sendo que o fundo da placa é fase sólida  coloca-se o 
soro nesses poços, imobilizando o antígeno na placa  se o paciente tem o Ac, este é identificado por anti-Ig 
marcado com enzima. 
Quantidade de Ac marcado ligado é proporcional à quantidade de Ac na amostra. 
2. Quantificação de Antígenos: afixa-se o anticorpo à cuba da placa  acrescenta-se uma quantidade variada de 
antígeno  remove o antígeno não ligado por lavagem  adiciona-se o segundo anticorpo marcado com enzima  
remove o segundo anticorpo marcado não-ligado por lavagem; mede a quantidade de segundo anticorpo ligado  
determinar a quantidade de segundo anticorpo ligado em função da concentração de antígeno. 
Quantidade de Ac marcado ligado é proporcional à quantidade de Ag na amostra 
 Imunofluorescência: os anticorpos podem ser utilizados para identificar a distribuição anatômica de um Ag em um 
tecido ou no interior de compartimentos de uma célula. Para isso, o tecido ou a célula são incubados com um Ac 
marcado com um fluorocromo, e a posição do marcador, determinada por meio de um microscópio apropriado, é 
usada para inferir a posição do antígeno. 
o Direta: Ac contra o Ag tecidual é marcado com fluorocromo; 
o Indireta: Ac contra o Ag tecidual não é marcado. Um anti-Ig marcado com fluorocromo é usado para detectar 
um Ac primário ligado ao tecido. 
*ELISA (usa Ac marcado com enzimas) vai atrás de Ag solúveis. IMUNOFLUORESCÊNCIA (usa Ac marcado com fluocromo) vai 
atrás de antígenos ligados a células. 
 Citometria de Fluxo: A linhagem do tecido, o estágio de maturação ou o status de ativação de uma célula podem ser 
determinados pela análise da expressão intracelular de diferentes moléculas na superfície ou no interior da célula. Essa 
técnica é executada corando-se a célula com sondas marcadas com fluorescência que são específicas para aquelas 
moléculas e medindo-se a quantidade de fluorescência emitida pela célula. 
o As suspensões de células são incubadas com sondas marcadas por fluorescência, e a quantidade da sonda 
ligada a cada célula da população é medida pela passagem das células, uma de cada vez, por um fluorímetro 
com um raio incidente gerado por laser. Geralmente, as sondas são anticorpos marcados com fluorocromo 
específicos para uma molécula da célula. 
o Pode ser fluorescência direta ou indireta. 
 Resposta policlonal: Cada clone de LB é capaz de produzir um Ac com especificidade única. (anticorpos diferentes são 
chamados Acs policlonais). 
COMO PRODUZIR ANTICORPOS MONOCLONAIS? 
Nobel Argentino: pega-se o baço do animal, onde há LB para fazer anticorpos. Coloca-se essas células do baço em mielomas. Os 
Linfócitos B fundem-se com os plasmócitos (as células do mieloma) e transferem sua informação genética para essas células 
(informação de fazer anticorpos para um antígeno específico)  forma-se hibridomas que passam a produzir anticorpos 
monoclonais, isto é, como uma única especificidade. 
A habilidade de produzir quantidades praticamente ilimitadas de moléculas idênticas de Acs específicos para um determinado 
Ag revolucionou a imunologia. Utiliza-se uma técnica baseada no fato de que cada LB produz anticorpos de uma especificidade 
única. Como LB normais não podem crescer indefinidamente, é preciso imortalizar células B que produzem um Ac específico. 
Isso é conseguido por meio da fusão celular, ou hibridização de células somáticas, entre um plasmócito normal e uma célula de 
mieloma, seguida da seleção das células fundidas que secretam Acs da especificidade desejada derivada da célula B normal. 
Essas linhas de células produtoras de Acs imortalizadas pela fusão são chamadas de hibridomas, e os Acs que elas produzem são 
chamados de anticorpos monoclonais. 
 
Aula 4 – BIOLOGIA DOS LINFÓCITOS T: a resposta imune mediada por células. 
MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS: 
 A Maturação dos linfócitos a partir de céls tronco da MO consistem em 3 tipos de processsos: PROLIFERAÇAO das céls 
imaturas, EXPRESSÃO dos genes dos receptores de antígenos, e SELEÇÃO dos linfócitos que expressam receptores de 
antígenos funcionais. 
 Linfócitos imaturos passam por uma ampla proliferação em vários estágios durante a sua maturação. A proliferação dos 
precursores iniciais dos Linfócitos é estimulada principalmente por um Fator de crescimento: A IL-7, que é produzida 
por células estromais da MO e do TIMO. A IL7 estimula a proliferação dos progenitores dos linfócitos B e T antes deles 
expressarem receptores de antígenos. 
 Os receptores de Ags são produzidos a partir de vários segmentos gênicos que são separados uns dos outros na 
linhagem germinativa e se recombinam durante a maturação dos linfócitos. 
 Os linfócitos são selecionados em vários estágios durante o processo de maturação. Células T imaturas são selecionadas 
para reconhecer as moléculas de MHC próprias, este processo é a seleção positiva. Após a maturação, essas moléculas 
precisam reconhecer as mesmas moléculas de MHC para serem ativadas. A base para a seleção positiva é que os 
receptores de antígeno em desenvolvimento reconheçam moléculas de MHC no timo e transmitam sinais de 
sobrevivência e proliferação das células, assegurando que as células com receptores de antígenos corretos (restritas ao 
MHC próprio) completem o processo de maturação. 
Linfócitos B e T imaturos são também selecionados contra o reconhecimento de alta-afinidade dos Ags próprios 
presentes na MO e no timo, respectivamente. Esse processo, chamado de seleção negativa, elimina os linfócitos 
perigosos que podem ser capazes de reconhecer antígenos próprios. 
 
GERAÇAO DE RECEPTORES DE ANTÍGENOS DIVERSOS: A expressão de receptores de antígenos de linfócitos B e T é iniciada pela 
recombinação somática dos segmentos gênicos que são codificados para as regiões variáveis destes receptores, e a diversidade 
é gerada durante esse processo. 
- As células-tronco hematopoiéticas da MO e os progenitoes linfóides iniciais contêm genes de Ig e TCR. Nesta configuração, os 
loci da cadeia pesada e da cadeia leve da Ig e os loci das cadeias alfa e beta do TCR contêm múltiplos genes de regiões variáveis 
e um ou alguns genes de regiões constantes. Entre os genes V e C existem porções pequenas de nucleotídeos, que são chamadas 
de segmentos gênicos de junção (J) e diversidade (D). (todos os loci de receptores de antígenos contêm genes V, J e C, mas 
somente as cadeias pesadas de Ig e os loci beta do TCR também contém segmentos gênicos D). 
• Loci da região V de cadeia α possui um segmento gênico J; 
• Loci da região V de cadeia β possui um segmento gênico D e um J. 
-O processo de recombinação V(D)J em qualquer lócus de Ig ou TCR envolve

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