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A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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DÁRIO MOREIRA DE MEDEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA 
REVISÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia 
2013 
 
DÁRIO MOREIRA DE MEDEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA 
REVISÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado ao curso de Especialização em Ergonomia, 
Saúde e Trabalho do Centro de Estudos Avançados e Formação 
Integrada, chancelado pela Faculdade Cruzeiro do Sul. 
 
Orientadora: Profª. Ms. Isabelle Rocha Arão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia 
2013 
 
RESUMO 
 
 
A Importância da Ergonomia na construção civil: uma revisão 
Dário Moreira de Medeiros, Isabelle Rocha Arão. 
 
A Ergonomia trata-se de uma ciência multidisciplinar que tem como objetivo principal a 
adequação do trabalho ao homem, promovendo assim a saúde e segurança física e mental do 
trabalhador. A primeira definição de Ergonomia se deu em 1857. Trata-se de uma área do 
conhecimento considerada transdisciplinar, sendo estudada, aprimorada e realizada por diversas 
profissões. A construção civil consiste em diferentes atividades laborais e quando os postos não 
estão adequados do ponto de vista ergonômico podem trazer risco ao trabalhador e comprometer 
sua saúde física e mental. A grande parte das funções neste setor exige esforço físico intenso, rotina 
e ritmo pesado, sem pausas e com condições ruins de trabalho. 
Existem pequenos grupos de empresas que se preocupam com a necessidade de se prevenir os 
DORT’s (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), porém a grande maioria não tem 
este pensamento. Esta revisão teve como objetivo relatar a visão da Ergonomia em relação à 
prevenção dos DORT’s que acometem os trabalhadores na Construção Civil, apontando a 
importância do profissional ergonomista. O levantamento bibliográfico foi realizado em bancos de 
dados científicos eletrônicos. Foram selecionadas as publicações no período de 1987 a 2012. 
 
Palavras-chave: Ergonomia, construção civil, DORT, ergonomista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A construção civil requer dos trabalhadores a realização de tarefas árduas. O baixo índice 
escolar, carga horária pequena em treinamento, ferramentas danificadas e a baixa remuneração são 
algumas das características que acometem o trabalhador da construção civil. A Ergonomia é 
extremamente necessária para prevenir e minimizar os riscos das atividades laborais, 
proporcionando manutenção da integridade física e mental. 
A Ergonomia trata-se do estudo da relação entre o homem e o trabalho, na tentativa de 
adaptar o meio ambiente laboral ao homem que nele está inserido. Por se tratar de uma área do 
conhecimento também considerada transdisciplinar, vem sendo realizado por diversas profissões, 
como: médicos, engenheiros, fisioterapeutas, enfermeiros e outros. A aplicação da Ergonomia, 
enquanto uma abordagem interdisciplinar no âmbito da atividade do trabalho é essencial para a 
produção de produtos mais competitivos e amigáveis e para a melhoria da produtividade 
organizacional. 
O ergonomista contribui para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de 
trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, 
habilidades e limitações das pessoas. 
Diante do exposto acima, este trabalho pretende colaborar, propondo realizar o 
levantamento na literatura dos aspectos conceituais da Ergonomia, Construção Civil, DORT’s e o 
profissional ergonomista. 
 Sendo assim, a presente revisão teve como objetivo levantar a importância da Ergonomia na 
Construção civil e a aplicação pelo profissional ergonomista na prevenção dos DORT’s. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODOS 
 
 
 Trata-se de um estudo de revisão de literatura, que envolveu a captação de publicações 
científicas em língua portuguesa relacionadas ao tema: Ergonomia, construção civil, DORT e 
ergonomista. Foi realizada em bancos de dados científicos eletrônicos (Pubmed, Medline, Scielo, 
Lilacs) e sites oficiais de fisioterapia. 
 Foram selecionadas as publicações no período de 1987 a 2012, salvo literaturas consagradas. 
Os textos foram analisados e sintetizados de forma reflexiva a fim de obter informações 
consistentes acerca do tema proposto, sendo que estas são apresentadas e discutidas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
 1. Construção Civil 
 
 
O campo da Construção Civil apresenta as piores condições de segurança e saúde, em nível 
mundial, tendo exceções de poucas empresas que se preocupam com a saúde do empregado. No 
cenário brasileiro a construção civil é um dos setores mais dinâmicos da economia, ao mesmo 
tempo, um dos que apresenta maiores desafios para a saúde pública, especificamente para a saúde 
do trabalhador1. 
A construção civil tem um papel importante quando se diz a contratação da mão de obra de 
milhões de brasileiros, sendo importante para a economia nacional2. O setor é conhecido por sua 
capacidade de absorver grandes contingentes de trabalhadores, inclusive os de baixa qualificação. 
Estudos dizem que o nível de escolaridade do trabalhador da construção civil na grande maioria 
apresenta (77,17%) cursado o nível fundamental; aproximadamente 21% dos operários chegaram a 
concluir o antigo primário (4ª série) e ao redor de 18% deles pôde concluir o ensino fundamental2. 
Após estudo observaram que 84% dos trabalhadores apresentavam baixa escolaridade, enquanto 
apenas 8% possuíam alguma instrução. No entanto, o nível de escolaridade do trabalhador brasileiro 
na construção civil vem elevando-se ao longo dos anos3. 
A remuneração do trabalhador da indústria da construção civil também é baixa4. Nos países 
da União Européia, o número total de acidentes de trabalho e representado por aproximadamente 
18% ou seja, cerca de 850 000 acidentes de trabalho com mais de três dias de trabalho perdidos em 
cada ano, isso no que diz respeito aos acidentes de trabalhos mortais, representando 24% (1300 
acidentes de trabalho mortais em cada ano).5 Muitos trabalhadores abraçam o setor em virtude de 
não ter outra oportunidade de trabalho, quando uma das únicas saídas é ingressar na construção. 
Muitos tentam ganhar a vida por meio do trabalho autônomo, isto é, fazendo “bicos”. Dados do 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que ao redor de 60% dos 
empregados na construção civil não são registrados2. 
O setor agrega trabalhadores responsáveis pela preparação de terreno, construção de 
edifícios, construção de obras de engenharia civil, obras de infra-estrutura para engenharia elétrica e 
de telecomunicações2. Nessas áreas o trabalhador exerce atividades como limpeza e preparação do 
local, cavar buracos, operar ferramentas elétricas, máquinas, carga e descarga dos materiais de 
construção, mistura e colocação de concreto, fixações, serragem de madeira, montagem de 
estruturas, confecção de telhado, mistura de argamassa, reboco e demolição6. 
Em algumas áreas de atuação não é possível a automação do serviço, submetendo os 
trabalhadores à manipulação e transporte manual de cargas pesadas e manutenção de posturas por 
tempo prolongado. Desta forma, apesar de sua constante evolução, a construção civil consiste em 
atividades que demandam grande esforço físico ao trabalhador, devido a uma rotina de trabalho de 
ritmo pesado e na maioria das vezes em circunstâncias inadequadas, sem pausas e com condições detrabalho mínimas7. 
Na construção civil todas as informações devem ser passadas pelo engenheiro da obra para 
que os responsáveis por cada setor repassem as informações e tarefas para os demais profissionais 
envolvidos na obra8. As atividades são caracterizadas pela utilização de trabalho braçal, onde 
geralmente os treinamentos ocorrem com a inserção direta do trabalhador no canteiro, onde aprende 
a função de servente através da observação dos colegas de trabalho que geralmente adotam vícios e 
posturas erradas9. 
Após estudos realizados na construção civil a função que mais procurou tratamento no 
ambulatório de fisioterapia foi os pedreiros, seguida pelos serventes de obras e carpinteiros, que 
também são as funções com maior contingente no canteiro de obra2. 
A função exercida pelo trabalhador da construção civil no canteiro de obras tem um impacto 
importante na prevalência de lesões10. As manifestações patológicas relacionadas ao trabalho podem 
afetar uma região anatomicamente especifica ou acometer diversas áreas dos membros superiores 
ou inferiores8. 
 
2. Ergonomia 
 
 
O termo Ergonomia foi introduzido em 1949 por Murrel, e designa um domínio de 
intervenção constituído a partir de várias disciplinas cientificas como a fisiologia, psicologia, 
sociologia, antropologia e engenharia, cujo objetivo era estudar o trabalho e adaptá-lo às 
características fisiológicas e psicológicas do homem11. 
Segundo a ERGONOMICS RESEARCH SOCIETY, 
a "ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, é a comunicação 
entre o homem e a máquina, equipamento, ambiente e, particularmente, da aplicação de 
conhecimentos de anatomia e fisiologia na solução dos problemas surgidos desse 
relacionamento"13 . 
 
A NR 17 é uma Norma Regulamentadora, que foi estabelecida pela portaria n. 3.751, de 23 
de novembro de 1990. Foi elaborado e reunido neste manual experiência práticas de 10 anos de 
fiscalização, tendo como objetivo subsidiar a atuação dos auditores fiscais. Tal Norma é comentada, 
ítem por ítem, com objetivo de esclarecer o significado dos conceitos expressos, caracterizando e 
definindo todos os aspectos a serem considerados na elaboração de uma Análise Ergonômica do 
Trabalho (AET), lembrando que a principal função é a adequação deste posto de trabalho. A AET é 
um documento que não se propõe a fornecer soluções para todas as diferentes condições de trabalho 
existentes, mas caracteriza a legislação em vigor e a ergonomia como um importante instrumento 
para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, bem como a produtividade das empresas12. 
A intervenção ergonômica é dividida em fases. A primeira: Fase exploratória, que tem por 
finalidade recolher e registrar dados relativos à tarefa como objeto de estudo. A segunda: permite 
aprofundar os problemas observados na fase de apreciação ergonômica e testa as sugestões 
preliminares. Analisa-se o desenvolver de atividades pelo trabalhador, aplica-se questionários, faz-
se avaliação postural e confirma-se pontos de prioridade investigados na fase de apreciação 
ergonômica. A terceira: Projeção ergonômica: adapta-se estações de trabalho, equipamentos, 
alterações psíquicas e cognitivas dos trabalhadores. A quarta: Revisão do projeto, sugestões de 
melhoria, priorização dos pontos que serão diagnosticados e modificados 13. 
 
2.1 Ergonomia e Construção civil 
 
As norma regulamentadora (NR 17) foi implementada para reduzir os riscos de doenças, 
proporcionando um maior conforto e segurança ao funcionário14 . As condições de trabalho incluem 
aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos 
equipamentos e as condições ambientais do posto de trabalho e a própria organização15. Não deverá 
ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador, cujo peso seja 
suscetível de comprometer sua saúde e segurança15. O saco de cimento apresenta seu peso igual ou 
superior a 50 Kg pela maioria dos fabricantes no Brasil, proporcionando uma facilidade aos 
empresários, engenheiros, mestres de obra e encarregados em colocar a individualização para 
transporte deste material. Porém, tal procedimento imposto apresenta possibilidades de alterações 
osteomioarticulares, necessitando da Ergonomia, portanto, para promover um posto/ambiente de 
trabalho mais seguro e adequado15. 
 O excesso de solicitações dos músculos e ligamentos está diretamente ligado a algumas 
atividades ocupacionais da construção, como: pedreiro, servente, ajudante, pintor, auxiliar de 
serviços gerais, borracheiro, montador e outros, podendo desencadear diversas lesões a curto, médio 
ou longo prazo8. Segundo estudos o objetivo da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é 
antecipação e identificação das possíveis alterações e erros de um posto de trabalho a fim de corrigir 
e promover um ambiente confortável e seguro ao empregado16. 
 
3. Dort’s 
 
 
O primeiro termo a surgir no Brasil, na tentativa de definir as afecções musculoesqueléticas 
decorrentes do trabalho, foi LER (Lesões por Esforços Repetitivos), baseado na tradução da sigla 
australiana RSI (Repetitive Strain Injury)17. 
Através de estudos e verificações constatou-se que esse termo estava sendo insuficiente para 
designar as formas clínicas que começaram a aparecer por consequência de atividades ocupacionais, 
por traduzir um mecanismo de lesão único e abrangente. Adotou-se então, a partir da década de 90, 
o termo DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) que permitiu ampliar os 
mecanismos de lesões, não só restritos aos movimentos repetitivos18. 
A saúde do trabalhador da construção civil encontra-se diretamente relacionada com fatores 
econômicos, sociais, tecnológicos e organizacionais ao perfil de produção e consumo, além dos 
fatores de risco de natureza física, química, biológica e ergonômica presente nos processos 
laborais16. 
Estudos revelam que os DORT’s afetam a saúde dos trabalhadores que executam alguma 
tarefa na produção da construção civil. Distúrbios estes que se manifestam por alterações a níveis 
musculares, tendões, nervos, ligamentos e cartilagem19. 
No Brasil, os DORT’s estão diretamente articulados com as atividades ocupacionais20. As 
condições de trabalho representam mais da metade das doenças ocupacionais, sendo um problema 
de saúde publica21. Estudos realizado demonstrou que 65% dos casos de diagnóstico de afastamento 
das doenças ocupacionais é devido as DORT’s.11 O diagnóstico, portanto, deve levar em 
consideração as condições dos postos de trabalho, a frequência de realização das tarefas, as posturas 
adotadas durante a realização destas e a intensidade19. 
A dor nos membros superiores e inferiores são devido aos esforços repetitivos com 
sobrecarga excessiva. O quadro inicia com desconfortos musculares que podem piorar com o 
trabalho e melhorar com o descanso22. Nos estágios avançados da doença não há fatores de melhora 
ou piora, podendo o edema surgir posteriormente, assim como as alterações de cor e de temperatura 
cutâneas, atrofia ou hipertrofia musculares, sendo comum o relato de perda de força23. As desordens 
decorrentes de várias atividades laborais neste setor apresentarão maior gravidade e número de 
casos, quanto maior for o esforço despendido sem o correspondente período de repouso ou 
intermitência de ações musculares antagônicas24. O excesso de solicitação dos músculos não 
seguindo o tempo de repouso pode causar alterações em tendões e músculos de acordo como cada 
atividade laboral8. Varias funções realizadas por colaboradores podem causar lesões, diminuindo a 
produtividade, provocando afastamento do trabalhador e requerendo do empresário a contratação de 
mais funcionários para reposição24. 
Estudos revelam a prevalência relacionada à idade e ao sexo. Dados do ambulatório de 
LER/DORT do Instituto de Ortopedia e Traumatologiado Hospital das Clínicas da Faculdade de 
Medicina relatam que entre março de 1993 e dezembro de 1998, 91,8% dos 390 doentes eram do 
sexo feminino e a média da idade de 38,5 anos. No NUSAT (Núcleo de Saúde do Trabalhador, mais 
de 70% dos casos atendidos com LER/DORT são mulheres25. No CEREST/SP (Centro de 
Referencia em Saúde do Trabalhador da Secretaria de Saúde), estudo com amostra de 620 pacientes 
atendidos entre 1990 e 1995, demonstrou que 87% dos atendimentos foram realizados em pessoas 
do sexo feminino26. 
 
3.1. Sintomas 
 
 
Os DORT’s inicialmente restringiam-se às afecções de origem ocupacional que atingiam 
apenas os membros superiores. Nos últimos anos, porém, tem sido relatada também a ocorrência de 
afecções de origem ocupacional em membros inferiores17. A faixa etária das pessoas acometidas é 
cada vez mais baixa, em virtude de iniciarem suas atividades profissionais mais cedo27. Alguns dos 
sintomas e sinais clínicos mais comumente encontrados são: sensações de desconforto e 
formigamento, membro pesado, dor, calor, presença de nódulos na bainha muscular, perda da força 
muscular, edema frequênte e recorrente, perda do controle de movimento, atrofia por desuso, 
depressão, ansiedade e angústia22. 
Os fatores biomecânicos está interligado ao conjunto de fatores psicossociais associados aos 
DORT´s. As repercussões biológicas desencadeiam uma série de consequências vegetativas na vida 
do trabalhador. O trabalho torna-se penoso e isso gera consequentemente insuficiência da 
capacidade de realização de trabalho, resultando em perda de auto-estima, sentimento de 
inferioridade, angústia e sofrimento. A grande pressão do trabalho, diminuição da autonomia, falta 
de colaboração dos colegas e a pouca variedade no conteúdo da atividade, são alguns dos itens 
responsáveis pela depressão, ausência e desmotivação que acometem o trabalhador27. 
 
3.2 Dados Epidemiológicos 
 
 
A incidência das lesões de origem ocupacional constitui um fenômeno universal de grandes 
proporções e em constante crescimento23. A importância da atenção para a cronicidade e 
irreversibilidade de grande parte dos casos fizeram com que NATIONAL INSTITUTE OF 
OCCUPATIONAL SAFETY IN HEALTH (NIOSH) classificasse o DORT entre os dez mais 
significativos problemas de saúde ocupacional nos Estados Unidos, estimado que corresponda cerca 
de metade das doenças ocupacionais notificadas17. 
No Brasil, desde o início da década de 80, alguns sindicatos de trabalhadores em 
processamento de dados, começaram a denunciar a ocorrência de DORT entre os digitadores, e a 
partir de 1984/85, com a redemocratização do país, e diante da crescente pressão social exercida 
pelo movimento sindical, a Previdência Social começa a reconhecer a existência do problema4. 
Contudo, somente por volta de 1986, os DORT´s passaram a assumir relevância crescente nas 
estatísticas sobre doenças profissionais; fato esse que pode ser explicado, em parte, pela rápida 
absorção em nosso país das inovações tecnológicas e da importante atuação dos trabalhadores. 
Apesar disso, na Bahia esse aumento estatístico só ocorreu na década de 9028. Além dos digitadores, 
outras categorias profissionais são acometidas pelas doenças ocupacionais, envolvendo desde 
operários fabris até médicos ultrassonografistas28. No Brasil, o sistema de informação do Sistema 
Único de Saúde (SUS) não inclui os acidentes de trabalho em geral, nem DORT, em particular, o 
que não permite a obtenção de dados epidemiológicos que cubram a totalidade dos trabalhadores. 
Os dados disponíveis são os da Previdência Social, que se referem apenas os trabalhadores do 
mercado formal e com contrato trabalhista regido pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), o 
que totaliza menos de 50% da população economicamente ativa9. 
Nos Estados Unidos, observando os dados do UNITED STATES BUREAU OF LABOUR 
STATISTICS nota-se o aumento consistente no número de DORT entre 1981 e 1994: em 1981 
houve registro de 22.600 casos que representam 18% das doenças ocupacionais, ao passo que em 
1994 foram 332.000, representando 65% de todas as doenças, portanto um aumento de 14 vezes19. 
O principal fenômeno apontado como causa do aumento das doenças ocupacionais é a 
modernização do trabalho. O trabalho moderno é caracterizado pela mecanização fragmentação, 
especialização, automação das tarefas industriais e informatização nas áreas de serviço24. 
 
3.3 Fatores De Risco 
 
 
As condições precárias de trabalho no setor da construção civil aumentam ainda mais o 
impacto na saúde do ser humano19. 
Os fatores de risco relacionados ao trabalho mais comumente citados como predisponentes 
ao desenvolvimento dessas afecções podem ser classificados em três grandes categorias: fatores 
biomecânicos, psicossociais e administrativos17. 
As posturas incorretas, peso excessivo, movimentos repetitivos, vibração nos MMSS 
(músculos dos membros superiores) e tronco podem desencadear ou agravar algumas doenças. 
Além disso, fatores individuais como: (peso corporal, alterações biomecânicas, idade) e fatores 
psicossociais (pequeno índice de treinamento, tempo de trabalho e insatisfação profissional) 
também podem representar fatores de risco para lesões musculoesqueléticas19. 
Após estudos constatou que 80,4% dos trabalhadores entrevistados na construção civil que 
apresentavam DORT tinham entre 30 e 46 anos21. Estudos relatam que as mulheres que executam 
trabalhos em funções altamente repetitivas ou que exigem esforço estático têm o dobro de risco de 
apresentarem problemas osteomusculares quando comparadas a homens nas mesmas condições. A 
maior incidência de lesão na construção civil e do sexo feminino é justificada por questões 
hormonais, pela dupla jornada de trabalho, pela falta de preparo muscular para determinadas tarefas 
e também pelo aumento significativo do número de mulheres no mercado de trabalho22. 
Alguns fatores de risco podem ser citados, como trabalho muscular estático, invariabilidade 
da tarefa, choques e impactos, pressão mecânica, vibração, frio, fatores organizacionais, estresse 
emocional e exigência de produtividade29. 
Em cada função, as estruturas músculos e ligamentos do corpo humano podem ser 
submetidos a movimentos repetitivos, sem pausa adequada, com manutenção de posturas 
inadequadas por tempo prolongado, esforço físico e invariabilidade de tarefas, dentre outros, o que 
pode resultar numa deterioração de sua estrutura e função18. 
As doenças ocupacionais ocorrem devido ao uso inadequado e repetido das estruturas, 
atrelado a uma postura inadequada e ambiente de trabalho impróprio 
Os fatores biomecânicos se relacionam com repetitividade, movimentos manuais com 
emprego de força, posturas inadequadas dos membros e pressão mecânica. Tarefas como levantar, 
carregar e empurrar exigem grandes esforços, e quando o esforço é constante, por períodos 
prolongados de tempo ou há adoção de posturas inadequadas, ocorrerá fadiga, baixa motivação e 
diminuição da produtividade. Essas posturas estáticas, inadequadas e prolongadas, favorecem o 
metabolismo anaeróbico muscular e constante irritação dos receptores do sistema nervoso30. 
O trabalhador que exerce suas tarefas em posturas desfavoráveis sente o aspecto 
desagradável da postura através do aumento da fadiga e alterações no funcionamento do organismo. 
A sobrecarga estática causa agressões ao sistema locomotor, aumento da pressão intratorácica e 
abdominal, alterações circulatórias, e consequentemente fadiga muscular22. 
A forma de organização do trabalho moderno se direciona para tarefas manuais que exigem 
grande precisão de movimentos, realizados em curtos períodos, alta repetitividade, intensificação do 
ritmo imposto por máquinas ou por padrões de produtividade. Além disso, os trabalhadores não têm 
diversificação de tarefas e são mantidos nas mesmas atividades por muitos anos24.Os obstáculos 
mais sérios são criados frequentemente pelos supervisores, pois muitos pedem tarefas impossíveis, 
alguns encarregados deixam de fornecer os recursos necessários para execução das tarefas31. 
Portanto, o desenvolvimento das lesões por esforços repetitivos na construção civil é 
decorrente da interação de diferentes fatores de risco presente na vida do trabalhador32. 
Devido salários baixos na construção civil, colaboradores que apresenta dois ou mais 
serviços, após a primeira carga horária executa a mesma tarefa durante o dia/noite ou em finais de 
semana, levando uma sobrecarga aos músculos e tendões, podendo assim desencadear as DORT’s e 
levar o trabalhador ao afastamento. 
Os movimentos que podem trazer complicações à saúde, principalmente quando repetidos 
muitas vezes, são: movimentos rotacionais de tronco, as flexões para frente e para os lados, os 
movimentos de extensão, ficar muito tempo parado, sentado ou posicionado do mesmo modo e 
lugar (postura estática), seja com uma parte do corpo ou com corpo todo33. 
As consequências da utilização de posturas inadequadas aparecem principalmente em forma 
de algias da coluna vertebral, que para estudiosos trabalhos dinâmicos em pé, geralmente 
apresentam menos fadiga em relação aquelas que permanecem estática ou com pouca 
movimentação, como é no caso do pedreiro em relação aos demais operários13. 
 
3.4 Prevenção dos DORT’s 
 
 
Por volta da Idade Média e Renascimento, nasceu uma preocupação com a manutenção das 
condições normais de saúde. Isso foi realizado através de uma proposta de exercícios com o 
objetivo de preservar o estado saudável existente. Surgiu assim, a medicina preventiva. 
Na Revolução Industrial, houve uma transformação social determinada pela produção em 
grande escala. Devido à excessiva exploração física dos operários, ocorreu uma consequente 
explosão de patologias. Era necessário tratar essas patologias de forma rápida a fim de não perder 
ou diminuir a fonte de riqueza gerada pela força de trabalho dos operários18. Com essa ênfase ao 
tratamento, as idéias apontadas no movimento renascentista, como a manutenção de satisfatório 
estado de saúde, parecem ter sofrido uma inibição. Esse período marcou uma assistência de saúde 
curativa, recuperativa e reabilitadora. 
Além disso, como consequência das guerras, tinha-se um grande contingente de mutilados e 
lesados em geral que precisavam de tratamento para se recuperar, reabilitar e readquirir a mínima 
condição de saúde no seu contexto mais amplo e, a partir daí, retornar a atividade social e 
produtiva21. 
Para compreender o papel dos fatores administrativos para o desenvolvimento dos DORT´s é 
preciso analisar algumas questões relacionadas à qualidade de vida no trabalho. A empresa deve 
atuar de forma eficaz a fim de eliminar riscos potenciais, métodos de trabalho impróprios e o uso de 
equipamentos e ferramentas inseguras a fim de impedir que esse problema se torne mais graves24. 
É importante a aceitação pela empresa das manifestações dos trabalhadores quanto aos 
fatores de riscos, visto que a prevenção, diagnóstico e tratamento precoce são essenciais para 
manutenção da qualidade do trabalho. Na própria empresa a conscientização dos profissionais de 
saúde internos e dos engenheiros quanto às implicações ergonômicas, é um item relevante, pois 
impede que o problema se agrave. Então, todas essas medidas minimizam riscos contrários ao 
conforto, segurança e eficiência dos trabalhadores que executa e passa longos períodos executando 
serviços no setor da construção civil34. 
A prevenção é uma forma de atuação que ocorre antes que o problema alvo se instale e o 
objetivo é impedir sua ocorrência, mesmo em níveis mínimos22. 
Estudos revelam que a Fisioterapia pode atuar de forma preventiva, curativa de diversas 
patologias, promovendo a manutenção da saúde. Treinamentos de correções posturais no trabalho e 
nas (AVD’s) atividades de vida diária, grupos de relaxamento, cinesioterapia laboral alem de 
palestras, questionário e folhetos explicativos7. 
 Tudo isto visa o aumento da produtividade e diminuição dos índices de doenças 
ocupacionais através da conscientização dos funcionários e administradores da empresa sobre a 
importância da participação dos programas preventivos18. 
Os níveis de aplicação das ações podem ser divididos em cinco níveis. O nível 1 
corresponde à promoção da saúde; nível 2, proteção específica; nível 3, diagnóstico e tratamento; 
nível 4, limitação do dano e nível 5, reabilitação. Na época Antiga, os níveis 1 e 2 que caracterizam 
atualmente a medicina preventiva, não eram alvo de interesse dos indivíduos que se dedicavam ao 
estudo e aplicação de recursos de saúde à população35. Após estudos acredita-se ser mais vantajoso 
investir preventivamente do que de forma curativa e reabilitadora em trabalhadores em diversas 
áreas. Cuidar do indivíduo antes que a doença se instale passou a ser diretriz importante no sistema 
de saúde23. 
O objetivo de qualquer programa de Saúde e Segurança do trabalhador é prevenir danos e 
moléstias por meio da eliminação de suas causas. Nos DORT´s, o objetivo de um programa de 
prevenção no setor da construção civil consiste na eliminação ou redução objetiva da exposição do 
trabalhador aos fatores de risco predisponentes a esse conjunto de disfunções17. O sucesso na 
prevenção destas disfunções dependerá do acompanhamento, participação e compromisso de cada 
profissional da empresa com o programa de intervenção. Esse deve ser específico às condições de 
trabalho da empresa em foco21. 
As medidas de controle propostas pelos programas de prevenção atualmente conhecidos 
determinam modificações nas condições: Físicas: Posto de trabalho, dimensionamento, 
posicionamento e qualidade do mobiliário e equipamentos; Biomecânicas: Alterações posturais e 
planejamento de métodos de trabalho empregados; Ambientais: Conforto térmico, visual e 
auditivo36. 
Diante da diversidade de riscos presentes na construção civil no espaço ocupacional a que 
estão submetidos os trabalhadores, verifica-se a real necessidade e importância de um planejamento 
de Segurança no trabalho22. 
Além dos fatores acima citados, existem também outros itens relevantes na construção civil, 
como a redução da jornada de trabalho, o rodízio de trabalhadores em tarefas diferentes e a 
implantação de intervalos para repouso. A variação ou alternância de atividades constitui uma 
possibilidade importante para diminuir os efeitos do trabalho repetitivo e estático, pois colocam em 
ação grupos musculares diferentes, reduzindo a sobrecarga nas diversas áreas do corpo e 
favorecendo a circulação sanguínea12. 
As pausas frequentes para descanso em colaborador que executa algum tipo de tarefa na 
construção civil pode reduzir a incidência de disfunções musculoesqueléticas aumentando a 
produtividade. É preciso ainda ressaltar a importância da implantação de modificações que 
garantam ao trabalhador um conforto mental e musculoesquelético nos integrantes que ficam a 
maior parte do dia dentro de um setor da construção civil28. 
 
3.4.1 Ginástica Laboral 
 
 
Alguns autores divergem quanto à origem da Ginástica Laboral: uns acreditam que sua 
procedência é Japonesa, outros defendem que nasceu na Suécia37. 
Segundo estudos a Ginástica Laboral contribui na liberdade dos movimentos das 
articulações e na melhora da coordenação motora, do equilíbrio e da flexibilidade, aliviando as 
sobrecargas do aparelho musculoesquelético, uma vez que utilizam exercícios físicos que trabalham 
as musculaturas pouco solicitadas e relaxam aquelas que trabalham com uma intensidade mais 
elevada. Um dos seus objetivos é a prevenção e reabilitação das doenças que o trabalho repetitivo e 
monótono podem acarretar38. É importante a adoção de outras medidas associadas à Ginástica 
Laboral e conscientização corporal,musicoterapia para que os resultados sejam positivos30. 
Após estudo realizado com quarenta funcionários público que apresentaram queixas álgicas 
e encurtamento muscular antes e depois do programa de GL, concluíram que as algias foram 
reduzidas significativamente em todas as partes do corpo de 57% para 14%, além da redução dos 
encurtamentos musculares38. 
A qualidade de vida no trabalho pode ser definida como uma forma de pensamento 
envolvendo pessoas, trabalho e organizações, onde se destacam dois aspectos importantes: a 
preocupação com o bem estar do trabalhador e com eficácia organizacional, e a participação dos 
trabalhadores nas decisões e problemas do trabalho39. 
Após estudos com trabalhadores sabe-se que a Ginástica Laboral, como qualquer outra 
recomendação ergonômica, deve nascer da análise detalhada dos constrangimentos e da 
variabilidade das situações no ambiente. Assim como equipamentos de proteção individual (EPI), 
será deixado de lado se entrar em conflito com exigências de trabalho (qualidade, ritmo, horário, 
eficiência), os alongamentos devem ser compatibilizados com as exigências do trabalho que gerou a 
recomendação36. 
 
3.4.2 Escola de Postura 
 
 
A Escola de Postura é uma intervenção desenvolvida com o objetivo de capacitar os 
indivíduos para que assumissem atitudes de auto-cuidado com a coluna, por meio de orientação 
sobre a anatomia, biomecânica e patologias que podem atingir a coluna vertebral18. 
As orientações visam prioritariamente um tratamento preventivo e educador da postura. 
Quanto à prevenção de doenças ocupacionais, a Escola de Posturas pode influenciar 
significativamente, reduzindo a ocorrência de dores e desconforto. Utilizando-se desses conceitos, o 
trabalhador é conscientizado quanto aos limites do seu corpo e ensinado a não ignorá-los. 
Além de ensinar as melhores posições para a realização de suas tarefas, alongamentos e 
exercícios para grupos musculares mais solicitados podem ser aplicados em grupos ou sessões 
individuais. As aulas têm duração variável de 40 a 60 minutos e o número total de sessões varia 
entre 3 e 4 encontros40. Segundo estudos, a má postura pode desencadear ou intensificar as 
alterações músculo esquelética dos trabalhadores da construção civil, lembrando que a postura 
estática não deve ser permanecida por longo período e sabendo respeitar os estímulos que o corpo 
manda para alternar a postura41. Os sinais para solicitação de troca de postura são emitidos e 
sentidos pelo corpo através de sensações de dor, desconforto, cansaço, formigamento e outros42. 
Os postos de trabalho na construção civil são móveis, em um pequeno espaço de tempo são 
movidos para outras áreas, são pouco estruturados e grandes parte das tarefas são executadas ao ar 
livre, sob calor e chuvas, o que necessita que a adaptação seja constante13 . A busca intensa por 
melhores resultados e maior produtividade nos canteiros de obras na maioria das vezes não leva em 
consideração a Ergonomia, o conforto e a prevenção das DORT´s. As adequações dos postos de 
trabalho podem contribuir para a minimização dos acometimentos osteomusculares gerados pelo 
trabalho pouco estruturado da construção civil21. 
 
4. O Profissional Ergonomista 
 
 
Nos aspectos relativos à prática profissional, o Código de Conduta Profissional deverá ser 
seguido pelo Ergonomista, se orientando do assunto43. 
Os profissionais em Ergonomia se apresentarão como peritos e capazes de intervir 
unicamente nos conteúdos onde sejam competentes, respeitando as profissões regulamentadas já 
existentes, incorporando-as a seus serviços e consultorias quando for o caso. Devem-se engajar na 
consideração da saúde, conforto e qualidade de vida de todos aqueles que estejam envolvidos nas 
intervenções, análises e laudos. No exercício da prática profissional, os detentores do Certificado 
Ergonomista Profissional (CEP), os profissionais certificados, comprometem-se a promover a 
integridade e respeito aos fatos tratados e aos achados da AET43 . 
Dentre os princípios da Associação Brasileira de Ergonomia está a busca permanente de 
cumprir seu papel para que o trabalho humano possa vir a ser executado de forma confortável, 
eficiente e segura com uma pratica cientifica ética e pertinente43. 
Empregados que possuem uma vida familiar insatisfatória tem o trabalho como o único ou 
maior meio para obter a satisfação de muitas de suas necessidades, principalmente sociais. A figura 
do ergonomista neste cenário se faz necessária como parte da promoção de um melhor ambiente de 
trabalho ao colaborador da construção civil, que apresenta um baixo índice escolar44. 
São poucas construtoras que recebem o serviço do ergonomista antes de ser autuadas pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esta profissão cresce a cada dia, principalmente pela 
descoberta da importância dos investimentos em prevenção de acidentes, combate aos DORT’s e 
melhora da produtividade. O ergonomista pode proporcionar um melhor ambiente de trabalho ao 
empregado, analisando, adaptando, promovendo uma melhor produção e conforto16. 
O foco do ergonomista não e apenas o bem estar físico do trabalhador, por meio de 
implementação de cinesioterapia laboral, de melhorias de aspectos ergonômicos, ou por gestão 
eficiente de saúde e segurança no ambiente de trabalho, mas também é considerado um instrumento 
para aumento da produtividade organizacional, o que inclui aspectos como motivação, participação 
nas decisões, plano de saúde, preocupação dos gestores com a família dos trabalhadores, avaliação 
de desempenho com ferramentas de feedback e implementação de planos de carreira na empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Acredita-se que com o passar dos anos os trabalhadores vão se preparando, aperfeiçoando e 
melhorando o nível de escolaridade. Tal fato lhes propicia um entendimento maior das Normas 
Regulamentadoras (NR’s) e das leis trabalhistas. Com embasamento, podem exigir e fazer valer os 
princípios prevencionistas e até mesmo denunciar as irregularidades presentes nas empresas, na 
tentativa de proporcionar um ambiente seguro, produtivo e adequados na construção civil. 
Os sintomas e sinais clínicos mais comumente encontrados são: sensações de desconforto e 
formigamento, membro pesado, dor, calor, presença de nódulos na bainha muscular, perda da força 
muscular, edema frequente e recorrente, perda do controle de movimento, atrofia por desuso, 
depressão, ansiedade e angústia. 
As tarefas como levantar, carregar e empurrar carga exigem grandes esforços, e quando 
constante, por períodos prolongados, associadas à adoção de posturas inadequadas, permitirá a 
fadiga, baixa motivação, diminuição da produtividade resultando no afastamento do trabalhador. As 
adequações dos postos, treinamentos, pausas e Ginástica Laboral serão de extrema importância para 
promover um melhor ambiente de trabalho. 
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET), normalmente realizada pelo profissional 
ergonomista, é a antecipação e identificação das possíveis alterações de um posto de trabalho a fim 
de corrigi-lo e promover um ambiente de trabalho mais seguro e confortável. Esta análise deve ser 
realizada ininterruptamente, já que os postos de trabalho neste ramo de atividade específico são 
removidos várias vezes durante uma obra, estando sempre em modificação. Um outro fator que 
dificulta a realização desta análise e que justifica ainda mais sua continuidade é a rotatividade dos 
colaboradores. 
O sucesso na prevenção destas disfunções dependerá do acompanhamento, participação e 
compromisso da diretoria e de cada colaborador com os programas e as orientações repassadas. 
A Ergonomia e a Construção Civil, juntas, promoverão ao trabalhador o desempenho de suas 
atividadeslaborativas com conforto aliada à eficiência de um sistema que a cada dia se expande. 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
 
Sou grato a Deus, que sempre esteve comigo, me dando muita fé e coragem para seguir em 
frente, a toda a minha família. Agradeço também ao corpo docente do CEAFI, de forma especial 
aos professores, Adroaldo José Casa Junior e Isabelle Rocha Arão que sempre me serviram de 
inspiração, e que agregaram muito valor a minha formação profissional e pessoal. Não posso 
esquecer dos meus lideres da ODEBRECHT e Diretora da clínica (Nina) que não mediu esforços 
em estar me apoiando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ABSTRACT 
 
The Importance of Ergonomics in Construction: a Review 
 
 
Ergonomics it is a multidisciplinary science that has as main objective the adequacy of work to 
man, thus promoting the health and safety of the worker physical and mental. The first definition of 
ergonomics took place in 1857. This is an area considered transdisciplinary knowledge, been 
studied, improved and held for several professions. The construction consists of different work 
activities and when the jobs are not adequate from the standpoint of ergonomics can bring risk to 
workers and undermine their physical and mental health. A large part of the functions in this sector 
requires physical exertion, heavy rhythm and routine, without pauses and poor working conditions. 
There are small groups of companies that are concerned with the need to prevent WMSD's (Work-
Related Musculoskeletal Disorders), but the vast majority do not have this thought. This review 
aimed to describe the vision of Ergonomics regarding prevention of WMSD's affecting workers in 
Construction, pointing to the importance of professional ergonomist. The literature review was 
conducted in electronic scientific databases. We selected publications from 1990 to 2012. 
 
Keywords: ergonomics, construction, WMSD, ergonomist. 
 
 
Pesquisadores: 
 
Dário Moreira de Medeiros 
Fisioterapeuta, aluno do curso de especialização em Ergonomia, Saúde e Trabalho do CEAFI Pós-
Graduação. 
 
Isabelle Rocha Arão 
Fisioterapeuta e Engenheira de Produção, especialista em Docência Universitária e em 
Ergonomia, mestre em Ciências Ambientais e Saúde, orientadora do curso de especialização em 
Ergonomia, Saúde e Trabalho do CEAFI Pós-Graduação.

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