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Fisiologia do Sistema Digestório Estômago Universidade Federal de Pernambuco CSS – Departamento de Nutrição Disciplina: Fisiologia da Nutrição Alunas: Dayana Dantas Erika Cadena Lílian Caroline Misma Maheli Thaysa Aguiar Anatomicamente o estômago é dividido em : Estômago Armazenamento (relaxamento receptivo) ; Mistura (formação do quimo através de ondas peristálticas do corpo para o antro); trituração (ondas peristálticas, relaxamento do piloro e contração rápida); propulsão peristáltica e regulação da velocidade de esvaziamento; Secreção gástrica (pepsinogênio,HCL,muco,FI). Funções do Estômago Porção Proximal : Relaxamento receptivo – imediata dilatação do estômago (fundo) - acomodação de grandes volumes); Suporta (~ 1,5 L) – relaxamento adaptativo do músculo liso gástrico. Mediado por reflexo vago-vagal (reduz o tônus da parede muscular) Mediadores envolvidos: NO, VIP e CCK. Obs: Fundo e corpo têm atividade contrátil suficiente apenas para ajustar o volume do estômago ao volume variável do bolo alimentar. Porção Caudal: Inicia-se na porção média do estômago; Promove a mistura do alimento no estômago; Direciona o bolo alimentar para o duodeno . Motilidade Gástrica Engloba 5 tipos de reflexos: 1 - Reflexo gastrogástrico; - Promove distensão da víscera --> secreção de gastrina; - Já a taxa de esvaziamento gástrico é compassada, e previne a regurgitação de conteúdo entérico para o estômago. Motilidade Gástrica Aumenta a força das contrações e aumenta a mistura do quimo. 2- Reflexo miogênico: - Presença dos plexos submucoso e mioentérico no músculo liso possibilita a autonomia da motilidade gástrica; - Capacidade da musculatura lisa de se contrair e ser distendida. 3- Reflexo enterogástrico: Inibição da motilidade gástrica pelos produtos da digestão alimentar, ácidos, minerais ou soluções hipertônicas no duodeno. (Mediação vagal) 4- Reflexo ileogástrico: Chegada de gordura e carboidratos no íleo (parte distal) induz inibição da motilidade do estômago. 5- Reflexo intestino-intestinal: A supradistensão dos intestinos também inibe motilidade gástrica e entérica. Esvaziamento Gástrico O controle do esvaziamento gástrico é duplo: neural e hormonal, e se dá pela regulação da motilidade gástrica e da constrição do esfíncter pilórico. Esvaziamento Gástrico Sinais provenientes do estômago e duodeno (principalmente): Fatores gástricos: - Volume estomacal: quanto maior o volume gástrico maior o volume de liberação. - Hormônio gastrina: promove liberação de conteúdo ácido (suco gástrico) = aumento da função da bomba pilórica. b) Fatores duodenais: - Sinais nervosos que comunicam ao estômago o enchimento do duodeno. - Feedback hormonal: quanto maior for a quantidade de gordura no alimento maior será a secreção hormonal. São os hormônios: - Colecistocinina (CCK); - Secretina; - Peptídeo inibidor gástrico (GIP). Obs. Todos estes hormônios citados inibem a “bomba pilórica”. Estímulos Duodenais que Reduzem a Velocidade do Esvaziamento Gástrico através mecanismos HORMONAIS E NEURAIS Ácido Clorídrico (HCL) - Secreção combinada com a permanência do CO2 no organismo; - Redução do pH; - Desnaturação de proteínas; - Bactericida; - Ativação do Pepsinogênio; Pepsinogênio - Forma ativa = Pepsina (ativado pelo HCL); Hidrólise de proteínas; Muco - Proteção do epitélio estomacal; - Lubrificação do bolo alimentar; - Barreira protetora contra possível lesão produzida pelo ácido clorídrico. Secreção Gástrica Ativação do vago estimula: Secreção de pepsinogênio; Secreção de gastrina - Secreção de histamina Secreção de HCl em pequena quantidade (30%) Fase Cefálica ( estímulos visuais,olfativos,auditivos,pensamento) Regulação da Secreção Gástrica Fase gástrica (Estímulos: Distensão gástrica (mecanoceptores), peptídeos, íons Ca++, cafeína e álcool ) Eventos excitatórios: Liberação de gastrina para o sangue Secreção de HCl em grande quantidade (50 a 60%) por ação da ACh (reflexos locais e centrais), da histamina e da gastrina. Eventos Inibitórios : Secreção de HCl é bloqueada por pH<2 A acidez do conteúdo gástrico se auto regula. Regulação da Secreção Gástrica Helicobacter pylori: FATORES RELACIONADOS À SUA PATOGÊNESE Autores: Jocilene GUIMARÃES , Tereza Cristina CORVELO e Katarine Antonia BARILE. Até pouco mais de uma década, a patogênese da gastrite, ulcera gástrica, duodenite e úlcera duodenal era atribuída ao desequilíbrio entre mecanismos de defesa do hospedeiro e secreção ácida; Porém, nos últimos anos, pesquisas têm sugerido a presença de bactérias no estômago e a relação entre estes microorganismos e patologias gástricas. INTRODUÇÃO Início dos anos 80: Marshall e Warren isolaram, pela primeira vez, a bactéria Helicobacter pylori na mucosa gástrica; INTRODUÇÃO Estudo atualizado enfocando os principais aspectos biológicos envolvidos na patogênese da bactéria Helicobacter pylori. OBJETIVO Tema pesquisado por meio da Base de Dados PUBMED, SCIELO e MEDLINE, com os termos H. pylori, gastrite, ulcera péptica e adenocarcinoma gástrico, período de 1985 a 2007. MÉTODOS A bactéria H. pylori é um bacilo gram- negativo; Forma curva ou espiralar; Extensão varia de 0,5 a 1μm de largura e 2,5 a 5μm de comprimento; Possui de 4 a 6 flagelos, revestidos partindo de um único pólo. Morfologia bacteriana 20 H. pylori Morfologia bacteriana Possui um genoma circular, constituído de pares de bases de DNA; Aspectos genéticos Flagelos: a motilidade flagelar tem sido demonstrada como sendo essencial na habilidade que a bactéria possui de mover-se no suco e muco gástrico, permitindo assim penetração na mucosa e sobrevivência do organismo no estômago humano. Urease: enzima que hidrolisa a ureia (CO(NH2)2), presente no suco gástrico, em bicarbonato (HCO3−) e amônia iônica (NH4+), elevando o pH da mucosa gástrica de 6,0 para 7,0. Fatores de virulência Proteínas de choque térmico: HspA e HspB aumentem a atividade da urease e influenciem na habilidade da H. pylori tolerar as condições extremas do estômago. Catalase e a Superóxido Dismutase: atuam na neutralização da ação oxidativa tóxica de radicais livres, conferindo proteção à bactéria contra a atividade lítica de macrófagos e neutrófilos. Fatores de virulência Enzimas degradativas: a produção de proteases A e fosfolipases leva à degradação das membranas das células epiteliais e do complexo lipídico-glicoprotéico da camada de muco, aumentando a solubilidade do mesmo, acarretando danos à mucosa gástrica. Fatores de virulência Adesinas: destacam-se a hemaglutinina fibrilar e a fímbria, que representam o passo final da associação do microorganismo com a mucosa gástrica. Mecanismos de escape: o lipopolissacarídeo (LPS) presente na parede celular bacteriana possui baixa imunogenicidade, importante no processo de escape da bactéria ao sistema imune do hospedeiro. Fatores de virulência Ilha de patogenicidade cag: potentes fatores de virulência; seu principal marcador é o gene Cag A que codifica uma citotoxina que atua como antígeno de superfície imunodominante da Helicobacter pylori. Gene da Citotoxina Vacuolizante (Vac A): a combinação em mosaico das duas regiões do gene Vac A é o que determina a produção da citotoxina e seu potencial patogênico. Fatores de virulência Via oral-oral: É o reservatório da infecção e reinfecção pela H. pylori, pois a regurgitação do suco gástrico pode contaminar a boca. Via fecal-oral: Apesar da constatação de que a H. pylori pode ser eliminada nas fezes, não se conhece o mecanismo exato de transmissão do agente por essa via. Transmissão iatrogênica: A alta prevalência da infecção entre os endoscopistas, particularmente, aqueles sem o hábito de usar luvas, sugere quea infecção pela bactéria pode ser transmitida por instrumentos contaminados com secreções gástricas, sobretudo quando a lavagem do equipamento é manual. Transmissão Idade; Sexo; Etnia; Fatores ambientais; Fatores contextuais. Fatores de risco O microorganismo apresenta um papel significativo na patogênese, como gastrite crônica, úlceras pépticas gástrica e duodenal, adenocarcinoma, linfoma gástrico e dor abdominal recorrente. Patologias associadas à infecção por H. pylori Após a infecção primária, aproximadamente metade dos indivíduos infectados poderão apresentar sintomas de gastrite aguda, tais como náuseas, vômitos, digestão difícil e demorada. A úlcera péptica associada à H. pylori diminui as defesas da mucosa gástrica, facilitando o processo ulcerativo. Câncer gástrico, raramente, ocorre abaixo dos 40 anos. Patologias associadas à infecção por H. pylori Patologias associadas à infecção por H. pylori A infecção por H. pylori em adultos é caracterizada por intenso infiltrado de neutrófilos associado a períodos de acloridria. Infecção crônica: Caracterizada por um infiltrado de células inflamatórias na lâmina própria da mucosa gástrica. A ação neutrofílica é persistente, porém, ineficaz na eliminação da H. pylori, devido à ação de enzimas bacterianas, como a catalase e superóxido dismutase, que protegem a bactéria. A lesão oxidativa modifica a estrutura do DNA e promove o desequilíbrio do sistema de transdução de sinais das células epiteliais gástricas, considerado carcinogênico. Resposta humoral: Do tipo IgG e IgA. Resposta imunológica Testes evasivos: Cultura, histologia, teste rápido da urease e reação em cadeia da polimerase (PCR) - Todos necessitam da coleta de biópsia gástrica, obtida através da endoscopia digestiva; Testes sorológicos: Identificação de anticorpos específicos à infecção por esta bactéria no soro, na secreção gástrica, urina, saliva e outros fluidos. Diagnóstico Coleta de biópsia gástrica - endoscopia digestiva Diagnóstico Tratamento convencional: Utilização de antimicrobianos; Tratamentos alternativos: Uso de antioxidantes com destaque crescente à vitamina C. Tratamento Tratamento
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