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Aula153 - Direito Civil - Aula 05

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Direito Civil para AFRF 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi - 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 60 
 
AULA 05: Ato Ilícito. Responsabilidade civil: 
reflexos no direito do trabalho 
 
 
Olá alunos! Futuros Auditores Fiscais! 
 
A aula de hoje talvez seja a mais “tranquila” entre as que foram 
apresentadas até aqui. É de boa aplicabilidade prática e de fácil 
assimilação. Ao analisar questões que se referem aos atos ilícitos e à 
responsabilidade civil tenha em mente a situação de inferioridade na qual 
é colocado aquele que sofre o dano (em relação àquele que o causa) e 
que esta situação será sempre levada em consideração pelo direito. 
Imagine as situações na prática, ficando clara esta ideia, você poderá 
acertar questões mesmo sem um domínio absoluto do assunto. 
 
Mas antes de vermos a responsabilidade civil, o Ato ilícito e o abuso 
de direito, vamos relembrar rapidamente o ato jurídico lícito. 
 
Atos jurídicos lícitos (atos jurídicos em sentido amplo) são os 
¹negócios jurídicos e, também, os chamados ²atos jurídicos em sentido 
estrito ou atos não negociais, sendo que estes últimos desencadeiam 
consequências jurídicas, independentemente da vontade do agente, 
porque seus efeitos estão previamente descritos na lei. Os efeitos desses 
atos se produzem ex lege. É o que acontece, por exemplo, quando um pai 
reconhece um filho, deste ato de reconhecimento – que não é um ato 
negocial, mas é lícito, decorre uma série de consequências jurídicas. 
Deste modo, existe um ato de vontade da pessoa, mas a produção dos 
efeitos não se dá de acordo com o seu querer, mas sim de acordo com o 
que está determinado na lei em relação aquele ato praticado. Isto não 
pode ser modificado pela pessoa interessada. 
 
Todo negócio jurídico é um ato lícito, mas nem todo ato lícito 
será um negócio jurídico, é o que ocorre com os atos jurídicos em 
sentido restrito que são apenas lícitos ou meramente lícitos. 
 
 
O ato lícito, embora seja um fato jurídico, não é considerado 
ato jurídico, pois atenta contra o direito (desta forma, sempre que você 
estiver diante da expressão ato jurídico – estará diante de um ato lícito). 
 
Direito Civil para AFRF 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi - 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 60 
 
 
Figura 1. O Fato Jurídico compreende: O ato Jurídico em sentido amplo (1 e 2); e, também, os atos ilícitos (3). Todos estes 
atos devem ter repercussão no mundo jurídico. 
A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a 
princípio é lícito como, por exemplo, a contratação de uma obrigação, 
mas que no seu inadimplemento (não cumprimento) pode gerar a 
necessidade de indenizar. E a responsabilidade civil também poderá se 
originar pela não observação de determinadas regras de convívio em 
sociedade. 
Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento 
contratual – diz-se responsabilidade civil ¹contratual ou negocial ou 
poderá advir de um não respeito a regras de convívio em sociedade – e, 
neste caso, diz-se responsabilidade civil ²extracontratual ou aquiliana. 
 
No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou 
aquiliana está baseada em dois dispositivos legais, quais sejam o art. 
186 – que trata do ato ilícito, e o art. 187 – que trata do abuso de direito. 
 
Passemos agora ao seu estudo. 
 
 
-Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). 
 
O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz 
efeito jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano. 
Conforme lição de Flávio Tartuce1: “De início, o ato ilícito é o ato 
praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e causando 
prejuízos a outrem. Diante da sua ocorrência, a norma jurídica cria o dever de 
reparar o dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito 
obrigacional. O ato ilícito é considerado um fato jurídico em sentido amplo, uma 
vez que produz efeitos jurídicos que não são desejados pelo agente, mas 
somente aqueles impostos pela lei”. 
Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação 
ou ²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a 
 
1
 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed, pg. 418. 
Fato 
Jurídico 
1.Ato jurídico 
em sentido 
estrito 
2.Negócio 
Jurídico 
3.Atos ilícitos 
Direito Civil para AFRF 
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Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 60 
intenção manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo, 
ocasiona dano a outrem. 
Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se 
houver dano a ser reparado (dano a ser indenizado). Não existe no Direito 
Civil o interesse em “punir” o culpado pelo ato. Neste ramo do direito o 
interesse está na reparação do dano, com a recomposição patrimonial 
da pessoa que foi atingida pelo ato ilícito. Neste momento, surge então 
a outra figura do nosso estudo de hoje, qual seja: a responsabilidade 
civil. 
 Cabe fazermos aqui “um pequeno parênteses”, diferenciando o ato 
ilícito na esfera civil, como já explicado, e na esfera penal. 
Na esfera do Direito Penal, há uma série de condutas denominadas 
típicas, que estão descritas na lei, são condutas que atentam contra a lei 
penal, violam a lei, indo de encontro à vida social. Estas condutas 
constituem os crimes ou delitos penais. 
 
“Então, a violação do direito pode ser vista sob mais de um 
aspecto?” 
 
Exatamente. Para o nosso estudo, no que se refere a esta aula, é 
importante que você entenda que a violação do direito pode configurar 
ofensa à sociedade, pela infração de preceito indispensável à sua 
existência (infração a norma de direito público), ou configurar um 
simples dano individual (o interesse lesado é o privado). No 
primeiro caso, estaremos diante de um delito penal, consistente na 
violação da lei penal e que induz responsabilidade penal, tendente à 
punição. No segundo caso, estaremos diante de um “delito” civil, 
consistente na violação de um direito subjetivo privado e que induz 
reparação (indenização) do dano, a chamada responsabilização civil. 
Observe, no entanto, que existe a possibilidade de um ato ilícito violar as 
duas esferas. Neste caso, existirão, ao mesmo tempo, as duas 
responsabilidades, quais sejam: a penal e a civil. 
Outra ótica que pode ser analisada, mas que não cabe no direito 
civil o seu estudo aprofundado, é a que diz respeito às infrações 
administrativas. 
 
Importante: 
 
Ainda analisando a relação entre o direito civil e o direito penal, outra 
diferenciação que devemos fazer, para um melhor entendimento da aula, 
é com relação à palavra culpa. A culpa será um dos pressupostos da 
responsabilidade civil. No campo civil usa-se muito a palavra culpa em 
sentido lato sensu, ou seja, a culpa em sentido amplo. Na 
responsabilidade, quando falarmos em culpa, estamos nos 
referindo tanto ao dolo2 quanto a culpa3 propriamente dita. Em 
 
2 No dolo o agente procura intencionalmente o resultado. 
3 Na culpa o fato se dá por negligencia, imprudência ou imperícia. 
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sentido amplo a culpa abrange toda espéciede comportamento contrário 
a direito, seja ele intencional ou não, bastando que seja imputável ao 
causador do dano. 
 
O ato ilícito, para o direito civil, é aquele contrário à ordem jurídica 
e lesivo ao direito subjetivo individual, criando o dever de reparar 
tal prejuízo, seja ele ¹moral ou ²patrimonial. 
Assim está normatizado no artigo 186 do CC: 
 
“art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, ¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
 
Verificamos que o art. 186 menciona tanto o dolo como a culpa 
(assim considerados no campo penal). Quando fala em “ação ou omissão 
voluntária” se refere ao dolo – que é a situação em que o agente quer o 
resultado ou assume o risco de produzi-lo. 
A culpa, segundo o art. 186, vem estatuída pela expressão 
“negligência ou imprudência”. Na conduta culposa, há sempre ato 
voluntário determinante do resultado involuntário. A pessoa ou o 
agente, não prevê o resultado, mas existe a previsibilidade do evento, 
isto é, se olharmos objetivamente para o evento veremos que este era 
previsível. O agente é que não prevê o resultado, pois, se ele previsse o 
que iria acontecer e mesmo assim praticasse a conduta, estaria agindo 
com dolo e não com culpa. 
 
 
 
Figura 2. Representação do CC art. 186. Ato ilícito. 
 
Veja, então, que no art. 186 existem duas características marcantes: 
 
¹A violação de direito e o ²dano a outrem. 
1.Ação 
Imprudência 
2.Omissão 
Voluntária 
Negligência 
Violar direito e 
causar dano a alguém 
 
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No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: 
 
“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes.” 
 
Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto 
lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta 
forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e 
acaba por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este 
direito. 
O ato em si é lícito, só perderá esta licitude tornando-se ilícito na 
medida de sua execução. 
Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se 
caracterize o abuso de direito basta que a pessoa seja titular de um 
direito e que, na utilização de suas prerrogativas, exceda seus limites. 
Deste modo, uma vez presentes os requisitos do art. 187, a 
responsabilidade será objetiva – ou seja, independente de culpa. 
(O conceito de responsabilidade objetiva, que independe de culpa; e o 
conceito de responsabilidade subjetiva, que depende da comprovação de 
culpa, são bastante importantes e você verá isso no decorrer desta aula) 
 
Neste sentido temos o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do 
Conselho Nacional de Justiça: “Art. 187. A responsabilidade civil 
decorrente do abuso de direito independe de culpa, e fundamenta-se somente 
no critério objetivo-finalístico”. 
 
O Código Civil de 2002 (como vimos acima no art. 187) considera o 
abuso de direito um ato ilícito, isto porque, extrapolar os limites de um 
direito em prejuízo de outra pessoa merece uma resposta, em virtude de 
consistir em violação a princípios de finalidade da lei. Aquele que 
transborda os limites aceitáveis de um direito, ocasionando prejuízo, deve 
indenizar. 
A diferença básica entre os institutos vistos acima (ato ilícito e abuso 
de direito) é que no primeiro o ato já nasce ilícito e assim também serão 
suas consequências; já no segundo o ato nascerá lícito, mas será ilícito o 
exercício abusivo de suas prerrogativas. 
Ainda sobre o art. 187 temos o enunciado 413 da V Jornada de 
Direito Civil que reforça a orientação do atual código quanto ao 
princípio da sociabilidade, presente no mencionado artigo: 
 
“Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza subjetiva, 
destinada ao controle da moralidade social de determinada época; e objetiva, 
para permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não 
abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva”. 
 
 
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-Excludentes de ilicitude (art.188) 
 
O artigo 188 do CC enumera casos de exclusão de ilicitude, são 
os atos lesivos que não são considerados ilícitos: 
 
“art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
 
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito 
reconhecido; 
 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover ³perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites 
do indispensável para a remoção do perigo.” 
 
 Há, então, três casos excepcionais que não constituem atos ilícitos 
apesar de causarem lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque a 
própria norma jurídica lhes retira a qualificação de ilícito. São os 
casos elencados nos incisos do artigo 188: 
 
1. A legítima defesa é considerada como excludente de 
responsabilidade civil, se com o uso moderado de meios necessários 
alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, 
mas os meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles 
estritamente necessários. 
Aqui também existe a figura da legitima defesa putativa – que 
acontece quando uma pessoa imagina estar sofrendo uma agressão, mas 
na realidade isso não está acontecendo. Nesta situação se a pessoa tomar 
alguma atitude com a intenção de se defender deste perigo imaginável, 
ainda caberá indenização para o prejudicado. Como também caberá 
indenização se houver excessos na defesa. 
 
Assim, para que ocorra a legítima defesa é preciso: 
 
• que a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente; 
• que seja injusta; 
• que os meios utilizados na repulsa sejam moderados, isto é, 
não vão além do necessário para a defesa; 
• que a defesa seja de direito. 
 
2. O exercício regular ou normal de um direito reconhecido 
exclui qualquer responsabilidade pelo prejuízo, por não ser um 
procedimento que fere ao direito. Parte-se do princípio que quem usa de 
um direito seu não causa dano a ninguém. Como exemplos podemos citar 
a pessoa que executa uma construção nos parâmetros permitidos por lei 
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em determinado terreno, mas que acaba por prejudicar o imóvel vizinho, 
ocultando a sua visão ou recepção solar. 
 
Mas cuidado! Conforme já explicado anteriormente, se houver abuso 
do direito será configurado ato ilícito. 
 
 3. O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio – 
deterioração ou destruição de coisa pertencente a outrem ou lesão a uma 
pessoa – para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. Assim, por exemplo, age em 
estado de necessidade quem destrói a propriedade alheia para salvar vida 
de alguém. 
 
Para que se configureo estado de necessidade, exige-se: 
 
• perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado 
voluntariamente pelo agente; 
• prejuízo indispensável para evitar o dano iminente; 
• limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção; 
• proporção maior do dano evitado em relação ao dano 
infligido. 
 
 
Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do 
art. 188) e a legitima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato 
ilícito, em determinados casos, sujeitam o autor do dano à 
reparação. É o que encontraremos nos arts. 929 e 930. 
 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 
188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do 
prejuízo que sofreram. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de 
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a 
importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se 
causou o dano (art. 188, inciso I)”. 
 
Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou 
deteriorada não forem culpados do perigo, o autor do dano será 
responsável pela reparação, ficando, contudo, com ação regressiva contra 
seu causador. 
 
“Ficou complicado. Vocês podem esclarecer melhor isto?” 
 
Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem 
terceiros envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte: 
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¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por 
³Mario (causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo 
perigo e fará jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano. 
¹Paulo, por sua vez, terá direito de ação (regressiva) contra ³Mario, este 
sim o verdadeiro culpado pelo perigo. 
 
Observe que não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos 
(arts. 186 a 188) com a Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o 
dano, principal efeito dos atos ilícito, gera a obrigação de reparação, a 
responsabilização civil. 
 
 
- Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954) 
 
Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja 
o dever de indenizar, três4 são os pressupostos5 que devem estar 
presentes, quais sejam: 
 
a) Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente 
por ação ou omissão, que ocasione dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral. Normalmente ocorre uma ação positiva – ou 
seja, o sujeito pratica uma ação que ocasionará o dano. Já a 
omissão é mais trabalhosa para ser comprovada, uma vez que se 
precisa provar que existia um dever de agir e também que se 
tivesse ocorrido esta ação, o dano não se teria concretizado. O fato 
poderá estar relacionado tanto a ato próprio como a ato de terceiro 
e que esteja sob a guarda da pessoa. 
b) Ocorrência de um dano seja ele ¹patrimonial (material) ou 
²moral (extrapatrimonial). Não pode haver responsabilidade civil 
sem a existência de um dano, é também necessário que exista 
prova, real e concreta, desta lesão. 
c) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. 
É uma ligação virtual entre a ação e o dano resultante. A causa do 
dano deve ser o comportamento do agente. Este nexo ficará 
afastado, excluindo a responsabilidade, por exemplo, se o 
evento se deu por culpa exclusiva da vítima, no chamado estado de 
necessidade, na legitima defesa e no caso fortuito ou força maior. 
 
 
4
 Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de indenizar. Alguns 
acrescentam aos três – a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica ou lato sensu. Nós optamos por explicar 
a culpa em separado, por uma questão didática, mas vale o esclarecimento. 
5
 Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da responsabilidade civil. 
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São elementos necessários a configuração do ato ilícito: 
 
 ³Nexo de causalidade entre: 
 
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano 
 
O código coloca o Título - Da Responsabilidade Civil – dentro da Parte 
Especial, no Direito das Obrigações, e o divide em dois capítulos: ¹Da 
Obrigação de Indenizar (arts. 927 a 943) e ²Da Indenização (arts. 944 a 
954). 
A responsabilidade civil dirige-se à restauração de um equilíbrio 
moral e patrimonial desfeito. É a perda ou a diminuição verificada no 
patrimônio do lesado ou o dano moral que desencadeiam a reação legal, 
movida pela ilicitude da ação do autor, pela lesão ou pelo risco. 
 
 
 
 
 
Assim, todo aquele que causar dano a outrem (podendo estar 
envolvidas tanto as pessoas naturais quanto as pessoas jurídicas), fica 
obrigado a repará-lo, restabelecendo o equilíbrio rompido, é uma 
espécie de contraprestação. Este é o conteúdo do art. 927: 
 
“art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos ¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem”. 
 
 
- A Culpa. 
 
Como já explicado, a culpabilidade no campo do direito civil é 
noção que envolve ¹a culpa stricto sensu (ou aquiliana) e ²o dolo. 
Destacamos que não há de se confundir os conceitos de dolo e de 
culpa que são bastante distintos, mas as consequências, no que diz 
respeito às indenizações civis, serão as mesmas. 
O dano causa desequilíbrio 
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A indenização, a princípio, baseia-se no dano sofrido, no entanto a 
culpa poderá ser analisada. Veja o que diz o artigo 944 e o artigo 945: 
 
“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento 
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua 
culpa em confronto com a do autor do dano.” 
 
No artigo 945 aparece a figura da culpa concorrente, que terá 
como consequência a diminuição dos efeitos do ato ilícito. 
 
“E o que vem a ser a culpa concorrente?” 
 
A concorrência de culpas se dá quando tanto o agente quanto a 
vítima agem com culpa. A culpa da vítima acaba por diminuir a culpa 
do agente. Portanto, quando a vítima também concorreu para o evento 
danoso, com sua própria conduta, é comum a indenização ser concedida 
pela metade ou em fração diversa, dependendo da contribuição da vítima. 
Pois como ambas as partes cooperaram para o evento, não seria justo 
que uma só respondesse pelos prejuízos. 
 
Mas atenção! Quando ocorre culpa exclusiva da vítima não há 
de se falar em indenização, porque, aqui, a outra parte não contribuiu 
para o evento danoso. 
 
Quando se tem a culpa como elemento necessário para a 
caracterização do dever de indenizar, estaremos diante da 
responsabilidade subjetiva – esta depende da culpa do agente 
causador do dano. O contrário tambémfoi previsto no nosso 
ordenamento jurídico. Existem várias situações para as quais o 
ordenamento dispensa a culpa para o dever de indenizar, bastando ¹o 
dano, ²a autoria e ³o nexo causal, o que se denomina responsabilidade 
objetiva. 
 
Em questões de prova, principalmente as que envolvem a chamada 
responsabilidade indireta, você deve dominar alguns conceitos, quais 
sejam: 
 
culpa in comittendo – está relacionada a uma ação 
culpa in omittendo – está relacionada a uma omissão 
 
culpa in ilegendo - está relacionada a má escolha do preposto 
 
culpa in vigilando – está relacionada a falta de atenção com o 
procedimento de outrem, cuja pessoa é responsável 
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culpa in custodiendo – está relacionada a falta de cuidados com a 
guarda de animal ou de objeto 
 
Vamos falar um pouquinho da imputabilidade. 
 
A imputabilidade, é o termo jurídico utilizado para aferir se 
alguém pode ser responsabilizado por seu ato, é elemento 
constitutivo da culpa, se refere a condições pessoais6 daquele que 
praticou o ato lesivo, é a verificação se o ato é resultado de uma vontade 
livre. Existem casos que afastam a imputabilidade: 
 
 a menoridade – porém o ato ilícito por ele praticado 
acarretará a responsabilidade objetiva (art. 933 e 932, que 
será visto mais afrente); 
 demência ou estado de grave desequilíbrio mental, acarretado 
pelo alcoolismo ou pelo uso de drogas, ou de debilidade 
mental, que torne o agente incapaz de controlar suas ações. 
Também neste caso haverá a responsabilidade objetiva do 
responsável pelo incapaz; 
 anuência da vítima que por ato de vontade interna ou de 
simples escolha elege um de seus interesses em detrimento 
de outro; 
 exercício normal de um direito, como por exemplo, um credor 
que penhora bens do devedor para pagamento de dívida; 
 legítima defesa; 
 estado de necessidade. 
 
-O risco e a teoria do risco. 
 
O parágrafo único do art. 927 é taxativo quando diz que haverá 
casos onde não se cogita a culpa do agente, são hipóteses em que o 
dano é reparável mesmo sem o fundamento da culpa (responsabilidade 
objetiva), baseando-se simplesmente no risco objetivamente 
considerado. Neste caso, de responsabilidade sem culpa, é preciso 
esclarecer que o perigo deve resultar do exercício da atividade e não do 
comportamento do agente. A atividade é lícita, mas causa perigo a 
outrem. 
 
“Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem.” 
 
 
 
6
 Se no momento da prática do ato, a pessoa tinha consciência do que fazia e mesmo assim o praticou. 
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São duas as situações da chamada responsabilidade objetiva: 
 
¹Casos especificados em lei 
²Atividade que por sua natureza implique risco ao direito de outro. 
 
Segundo Caio Mario da Silva Pereira7: “No campo da teoria 
objetivista situa-se a teoria do risco proclamando ser de melhor justiça 
que todo aquele que disponha de um conforto oferecido pelo progresso ou 
que realize um empreendimento portador de utilidade ou prazer, deve 
suportar os riscos a que exponha os outros.” 
A teoria do risco muda o foco, que até antão estava localizado 
na culpa, agora a responsabilidade baseia-se no risco. A culpa não 
é substituída apenas deixa de ser o principal elemento a ser observado. 
 
 
-Classificações da responsabilidade civil. 
 
Muito importante! (pensando em provas de concursos) 
As espécies de responsabilidade civil: 
 
 Quanto ao seu fundamento, poderá ser: responsabilidade 
subjetiva que é a teoria clássica e pressupõe a culpa em sentido 
amplo como elemento necessário, como fundamento, para a 
responsabilização civil; e responsabilidade objetiva que se 
fundamentada no risco, no dano mesmo sem culpa, sendo 
necessários apenas o dano e o nexo de causalidade. 
 
 Quanto ao seu fato gerador, como já falado anteriormente, 
poderá ser: responsabilidade contratual (quando oriunda de 
inexecução de negócio jurídico bilateral ou unilateral); 
responsabilidade extracontratual ou aquiliana (a fonte 
dessa responsabilidade é a inobservância da lei, é a lesão a um 
direito, sem que entre as partes exista qualquer relação 
jurídica). 
 
 
A responsabilidade contratual está localizada principalmente no que 
diz respeito ao Inadimplemento (não cumprimento) de obrigações: 
 
“CC Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e 
danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado. 
 
7 Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed., pág. 560. 
 
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Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o 
dia em que executou o ato de que se devia abster. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do 
devedor. 
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a 
quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos 
contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções 
previstas em lei. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou 
força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, 
cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 
... 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos 
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que 
razoavelmente deixou de lucrar. 
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos 
só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e 
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.” 
 
 
 Quanto ao agente (quanto à pessoa que pratica a ação), 
poderá ser: direta (se proveniente da própria pessoa 
responsabilizada), e indireta ou complexa (se derivada de ato 
de terceiro na vigência de vínculo legal de responsabilidade; ou 
de responsabilidade sobre animais (fato de animal) e objetos que 
estão sob sua guarda). 
 
 
-O dano. 
 
Após detalharmos a culpa e o risco passemos para o dano. Já 
falamos anteriormente que não pode haver responsabilidade civil sem um 
dano, para que haja pagamento de indenização, é necessária a 
comprovação da existência de lesão. 
Para fins de prova você precisa ter os seguintes entendimentos: 
 
Ao lado do dano individual – que constitui lesão a patrimônio ou a 
direito de personalidade, temos o dano social - que é uma lesão à 
sociedade no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de sua segurança, 
quanto por diminuição de sua qualidade de vida. 
 
O dano individual basicamente poderá ser: 
 
O dano patrimonial é lesão concreta, a um interesse relativo a 
patrimônio da vítima, consistente na perdaou deterioração, total ou 
parcial, dos bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de 
avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável. 
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O dano moral é lesão aos direitos da personalidade, de pessoa 
natural ou jurídica. A indenização por dano moral inclusive encontra 
respaldo constitucional federal em seu art. 5, incisos V e X: 
“V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
... 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação;” 
 
 
-A responsabilidade civil e a reparação do dano. 
 
Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma 
relação obrigacional que tem por objeto a prestação de ressarcimento, 
ou seja, a reparação do dano procurando, na medida do possível, 
desfazer seus efeitos, restituindo o prejudicado ao statu quo ante. 
Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil, 
punindo o lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é 
também, principalmente, a garantia ao direito do lesado, tendo natureza 
compensatória, mediante a reparação do dano causado a vítima. 
 
A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se: 
 
1. Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade 
contratual, o não cumprimento da obrigação, seja total ou 
parcial, bem como nos casos de retardamento de seu 
cumprimento. 
 
2. A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre 
o lesado e lesante qualquer relação jurídica. Nesta 
responsabilidade extracontratual aparecerão, por exemplo, os 
casos de ¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e 
³de coisas, que configuram a responsabilidade indireta. 
 
Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a 
possibilidade da responsabilidade indireta: 
 
“Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos 
danos causados pelos produtos postos em circulação. 
... 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, 
se não provar culpa da vítima ou força maior. 
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Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que 
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade 
fosse manifesta. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.” 
 
 
- reparação do dano. 
 
 O princípio que rege a profundidade de alcance da responsabilidade 
no patrimônio da pessoa que deve indenizar é o princípio da 
responsabilidade patrimonial. Ou seja, a pessoa deverá responder com 
seu patrimônio pelos prejuízos causados a terceiros. Esta 
responsabilidade deverá ser total, cobrindo o dano em todos os seus 
aspectos, de modo que todos os bens do devedor respondam pelo 
ressarcimento, com exceção dos inalienáveis. 
A obrigação de prestar a reparação transmite-se com a herança e o 
lesado poderá demandar o espólio até onde alcançar o saldo positivo 
deixado pelo de cujus aos seus sucessores. Mas os herdeiros não 
responderão com seu patrimônio pessoal. 
Em tese, apenas o lesado ou seus herdeiros teriam legitimação para 
exigir a indenização do prejuízo, porém, atualmente, se tem admitido que 
a indenização possa ser reclamada pelos que viviam sob a dependência 
econômica da vítima. 
 
 Havendo direito à reparação do dano, surge à liquidação, que é a 
operação de vai concretizar a indenização, fixando o quanto e o modo do 
ressarcimento, que não poderá exceder o valor do dano causado por não 
se permitir enriquecimento indevido. Deve–se dar ao credor aquilo que 
baste para restaurar a situação ao status quo ante, sem acréscimos nem 
reduções. 
 
Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944 
e 945, deverá o magistrado analisar o grau de culpa do lesante e se 
houve participação (culpa) do lesado: 
 
“Art. 944 A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, 
a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa 
em confronto com a do autor do dano”. 
 
Deverá analisar também: a situação da vítima ou do causador do 
dano; a influência de acontecimento exteriores ao fato prejudicial (visto 
que a responsabilidade civil requer nexo de causalidade entre o dano e a 
ação que o produziu); e o lucro obtido pela vítima com a reparação do 
dano. 
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- O nexo causal. 
 
O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a 
ação. Para caracterizar este nexo, basta que se verifique que o dano8 não 
ocorreria se o fato não tivesse acontecido. 
Você precisa tomar cuidado com a negação da causalidade, as 
excludentes de responsabilidade. As principais excludentes de 
responsabilidade civil são: o estado de necessidade; a legitima defesa (já 
vistos quando analisamos os excludentes de ilicitude do art. 188); a culpa 
da vítima; o fato de terceiro; o caso fortuito ou força maior9 e a clausula 
de não indenizar. 
 
Atenção: todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser 
devidamente analisados e comprovados, porque sua comprovação deixa o 
lesado sem a composição do dano sofrido. 
 
 
-Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação 
ressarcitória e quanto aos devedores da indenização. 
 
Titulares da ação ressarcitória: 
 
No momento da consumação do fato lesivo surge para o lesado a 
pretensão de indenização, mas seu direito de crédito apenas se concretiza 
com a decisão judicial. Além disso, tal direito transmite-se com a herança. 
Assim temos o art. 943: 
 
“Art. 943 O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se 
com a herança”. 
 
O direito de ressarcimento do dano atinge a todos os efetivamente 
experimentarem o prejuízo. Também, as pessoas jurídicas públicas ou 
privadas poderão propor ação fundada em dano material e em dano moral 
objetivo. 
 
 
 
 
 
 
8
 O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a vitrine de uma loja, e 
por causa desta atitude objetos são furtados da loja. Terá que indenizar o vidro e também os objetos que 
foram furtados, por ser dano indireto, embora efeito necessário da ação de quebrar a vitrine. 
9
 Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o elemento culpa, deixando 
de existir a responsabilidade. Neste caso, existem dois elementos: um de ordem interna – que é a 
inevitabilidade do evento, e outro de ordem externa – que é a ausência de culpa do agente. A alegação de 
caso fortuito ou força maior cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo acusada de ter cometido o ato. 
 
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Devedores da indenização: 
 
Como vimos o dano é pressuposto da responsabilidade civil e terá 
obrigação de repara-lo aquele para qual a lei impôs tal responsabilidade. 
Em regra, a obrigação de reparar o dano será individual, mas nem 
sempre vai ser direta (como já vimos nas espécies de responsabilidade), 
será indireta, por exemplo, quando a pessoa responder por fato de 
outrem, por animais ou coisas sob sua guarda. 
 
 
A responsabilidade direta e a responsabilidade indireta: 
 
A responsabilidade direta, simples ou por fato próprio - é a que 
decorre de um fato pessoal do causador do dano, resultando, portanto, de 
uma ação direta de uma pessoa ligada à violação ao direito ou ao prejuízo 
ao patrimônio, por ato culposo ou doloso. 
 
A responsabilidade complexa ou indireta - é aquela que só 
poderá ser vinculada indiretamente ao responsável. Compreende: A 
responsabilidade por fato de terceiro; a responsabilidade pelo fato do 
animal; e a responsabilidade pelo fato da coisa. 
 
Responsabilidade por fato de terceiro, são os casos previstos no art. 932 
(este artigo é muito importante para fins de prova) 
 
“art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em 
sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas 
mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se 
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus 
hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, 
até a concorrente quantia”. 
 
O fato de terceiro não exclui a responsabilidade, mas aquele que 
ressarcir o dano causado por outrem, se este não for seu descendente, 
absoluta ou relativamente incapaz, poderá reaver o que pagou. 
 
Responsabilidade pelo fato do animal, caso do art. 936: 
 
“Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, 
se não provar culpa da vítima ou força maior”. 
 
 
 
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Responsabilidade pelo fato da coisa: 
 
“Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos 
causados pelos produtos postos em circulação.” 
 
O art. 931, acima, é caso de responsabilidade objetiva (independente de 
culpa). 
 
“Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de 
sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.” 
 
O titular do domínio ou possuidor, ao usar coisa inanimada que lhe 
pertencer ou que tem permissão para possuir, pode originar acidentes 
lesivos ao patrimônio e à integridade física do terceiro, caso em que 
deverá reparar o dano causado. Como exemplos podemos citar os 
prejuízos resultantes de: ruína total ou parcial de um edifício; queda de 
árvore; instalações domésticas; queda de elevador por falta de 
conservação. 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente 
das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.” 
 
Funda-se na obrigação geral de não colocar em risco a coletividade. 
 
 
- A Coautoria e a Solidariedade. 
 
Se houver coautoria ou cumplicidade no fato lesivo, responderão 
estas pessoas solidariamente, de acordo com o art. 942. 
 
“art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem 
ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um 
autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-
autores e as pessoas designadas no art. 932.” 
 
Assim a solidariedade possibilita que qualquer um dos codevedores 
seja demandado pelo total da dívida, permite que o titular do crédito 
possa exigir de qualquer deles o que lhe é devido e instaura o direito de 
reembolso do devedor, que, demandado pelo débito solidário, satisfez a 
dívida por inteiro. Este direito de reembolso ou direito de regresso está 
autorizado nos arts. 930 e 934: 
 
“Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de 
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a 
importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se 
causou o dano (art. 188, inciso I). 
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... 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que 
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for 
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz”. 
 
 
-Outras situações (arts. 939 e 940): 
 
- A responsabilidade do demandante por dívida não vencida 
está no art. 939: 
 
“art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos 
casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para 
o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a 
pagar as custas em dobro.” 
 
Tem-se aqui questão de excesso de pedido, em que o autor, 
movendo ação de cobrança de dívida, pede mais do que aquilo a que faz 
jus. Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que 
falta para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as 
custas em dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão somente as custas 
vencidas na ação de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva. 
 
- A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940: 
 
“art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem 
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado 
a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no 
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição”. 
 
Este art. trata do excesso de pedido, e tem por finalidade impedir 
que se exija uma segunda vez, dívida que já foi paga no todo ou em 
parte. 
 
 
O art. 941 diz: “As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão 
quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo 
ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que 
prove ter sofrido”. 
 
Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter 
respondido, não se aplicarão as penas previstas, salvo se o réu (devedor) 
tiver tido algum prejuízo por conta da ação. 
 
-A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. 
 
Assim está no CC, art. 935: 
 
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“Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, 
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”. 
 
Trata-se do princípio da independência relativa daresponsabilidade civil em relação à criminal. O indivíduo poderá não 
ser penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o 
dano civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente 
responsável, sem ter que prestar contas de seu ato na esfera criminal. 
No entanto, ainda conforme art.935, no que diz respeito a 
existência do fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já 
estiverem decididas na esfera criminal, não se pode mais questioná-las 
nas esfera civil. 
 
 
Assim, podemos definir a responsabilidade civil como a aplicação de 
medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial 
causado a terceiro em razão de: ato próprio; ato de pessoa por quem ele 
responde; ou de fato decorrente de coisa ou animal sob sua guarda; ou, 
ainda, de simples imposição legal. 
 
 
- Responsabilidade civil: reflexos no direito do trabalho 
 
Haverá a aplicação subsidiária do Código Civil no direito do 
trabalho. Vejamos, primeiramente, onde está o fundamento disto no 
ordenamento jurídico: 
 
Constituição Federal. 
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: 
... 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir 
a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
... 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
... 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação 
de trabalho;” 
 
CLT. 
“Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo 
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de 
serviço. 
... 
Art. 8º ... 
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, 
naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.” 
 
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Código Civil. 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
... 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
... 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
... 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não 
haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali 
referidos. 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver 
pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, 
absoluta ou relativamente incapaz.” 
 
Vamos analisar, aqui, a responsabilidade civil em duas situações: 
aquela relativa aos ¹atos de seus empregados e aquela relacionada aos 
²acidentes de trabalho. 
 
1. Atos de seus empregados: 
 
Pelos institutos normativos acima observamos que a 
responsabilidade do empregador é objetiva, independe de culpa, nos 
casos de ações relacionadas a atos de seus empregados no exercício 
do trabalho (responsabilidade por fato de outrem). 
 
Exemplo:
 
 
Figura 3. Exemplo de como ocorre a responsabilidade objetiva da empresa (empregador). A empresa, além disso, não 
pode alegar o desconhecimento do ato, a sua responsabilidade independe de culpa. 
 
 
•empregado, no exercício 
do trabalho ou em razão 
dele 
pratica o ato lesivo 
•pessoa que sofreu dano 
(podendo ser inclusive 
outro empregado, 
hierarquicamente 
inferior) 
Aciona na justiça 
•a Empresa, que é o 
sujeito passivo sobre 
quem deve recair a 
ação, e não o 
empregado. 
a empresa responde 
objetivamente 
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Observamos também que é necessária a presença de requisitos para 
que se configure a responsabilidade do empregador em relação ao seu 
empregado ou preposto, como: que causador do dano seja efetivamente 
empregado, preposto ou serviçal do empregador que será 
responsabilizado; que o ato que gerou o dano e consequentemente 
ocasionou a responsabilização tenha se originado de suas atividades 
laborais, ou seja, que o ato tenha sido praticado quando o empregado 
estava no exercício de suas funções trabalhistas, ou em razão delas. O 
que importa neste tipo de responsabilidade é a relação de subordinação 
hierárquica que existe entre empregado e empregador. 
 
Ressaltamos ainda que a ordem normativa contida no art. 932, III do 
CC deve ser interpretada e entendida de modo amplo e não restritivo. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
... 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
 
Assim, para que se caracterize este tipo de responsabilidade, não se 
leva em conta que o ato danoso praticado pelo empregado esteja dentro 
de suas funções trabalhistas, bastando apenas que estas funções tornem 
sua prática mais fácil. 
Tem-se admitido também, para a caracterização da responsabilidade, 
a Teoria da Aparência. Ou seja, que a pessoa que se diz empregada tenha 
a aparência de que realmente o seja; que tenha a aparência de que 
pertença ao cargo ou função que se diz pertencer. Também é exigido pela 
Teoria da Aparência que a vítima acredite de boa-fé no empregado, ou 
seja, que este estava trabalhando em suas funções quando praticou o ato 
lesivo. Neste caso da Teoria da Aparência, a pessoa cria uma situação ou 
um enredo capaz de convencer outra da sua confiança, levando-a a 
realizar ou permitir o serviço. 
 
Uma última ressalva que nós fazemos, diz respeito a quando o 
empregador se responsabiliza por atos de seus empregados, nos casos de 
acidentes automobilísticos ocasionados por motoristas fora de seus 
horários de trabalho, conforme TAMG, Ap. 20.443, Boa Esperança, rel. 
Humberto Theodoro: 
“A circunstância de ter o acidente ocorrido num domingo, fora do horário de 
trabalho do empregado da empresa demandada, é irrelevante. O que é decisivo 
é que o motorista tenha acesso ao veículo causador do evento danoso, em 
razão do vínculo empregatício existente. Estando comprovado que o evento 
decorreu de ato culposo do motorista, presume-se a corresponsabilidade 
do patrão”. 
 
Como já falamos e ainda segundo o art. 934, teria o empregador 
direito a uma ação regressa contra seu funcionário. No entanto, esta 
questão da ação regressa não é pacífica na doutrina e, por ser um 
assunto mais específico do direito do trabalho, acreditamos que não será 
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objeto de questionamento em prova, caso isto ocorra há um 
posicionamento do STJ. 
Vejamos o que diz a Jornada I do STJ 44: “Na hipótese do CC art. 
934 o empregador e o comitente somente poderão agir 
regressivamente contra o empregado ou preposto se estes tiverem 
causado dano com dolo ou culpa” 
 
2. Acidentes de trabalho: 
 
A indenização acidentária (decorrente do seguro obrigatório) tem 
por fundamento a responsabilidade objetiva, independentemente da culpa 
ou não do empregador. No entanto: 
 
STF Súmula nº 229 “A indenização acidentária não exclui ado direito 
comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador”. 
 
 
Admitida a cumulatividade das indenizações, temos que: no que 
se refere à indenização decorrente de responsabilidade civil, a 
empresa responderá subjetivamente em relações aos danos causados a 
seus empregados. A responsabilidade neste caso decorre de dolo ou 
culpa e isto está no texto constitucional: 
 
Constituição. art. 7º... 
 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em 
dolo ou culpa; 
 
É importante salientarmos que o empregador deve cumprir e exigir 
o cumprimento das normas preventivas do acidente do trabalho. Não 
basta fornecer o equipamento de proteção, é preciso exigir o uso deste 
equipamento e fiscalizar o cumprimento das normas reguladoras do 
trabalho. O não cumprimento destes preceitos acaba por indicar a culpa 
do empregador. 
Portanto, segundo as normas do Código Civil, terá o empregador 
que suportar a responsabilidade da indenização, qualquer que seja seu 
grau de culpa, sem compensações com a indenização paga pela 
Previdência Social. O empregador só estará isento de responsabilidade 
civil concomitante com a previdenciária, caso o evento danoso se dê por 
caso fortuito, força maior ou, ainda, caso ocorra por culpa exclusiva da 
vítima ou de terceiro. 
 
 
 
....................................................................................................... 
 
 
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“A educação da mente custa esforço; um esforço voluntário e consciente. Recorde isto 
com frequência; recorde também que este esforço é vida, porque cria energias que 
suprem amplamente os desgastes que todo esforço ocasiona. Além disso, não esqueça 
que põe à prova, com vantagem para você, sua capacidade de produzir, de fazer, de 
realizar” 
 
(Carlos Bernardo Gonzáles Pecotche10) 
 
 
Um grande abraço e bons estudos. 
 
Aline Santiago & Jacson Panichi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10
 Bases para sua Conduta, Editora Logosófica, 13 ed., 1996. 
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Questões e seu respectivo comentário: 
 
1. ESAF 2007/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL. Se um 
escritor, culposamente, não entregar ao editor, no prazo estipulado no 
contrato, a obra prometida, a sua responsabilidade, quanto ao fato 
gerador, será: 
 
a) objetiva 
 
b) indireta 
 
 c) contratual 
 
c) direta 
 
 e) subjetiva 
 
 
O importante nesta questão é verificarmos que o ato danoso 
ocorreu em virtude de uma obrigação pré-existente, ou seja, contrato ou 
negócio jurídico bilateral. Segundo seu fato gerador a responsabilidade 
pode ser contratual ou extracontratual. 
A responsabilidade contratual abrange o inadimplemento ou 
mora relativos a qualquer obrigação, ainda que proveniente de negócio 
jurídico unilateral – como o testamento, a procuração ou a promessa de 
recompensa, ou da lei – como a obrigação de prestar alimentos. E a 
responsabilidade extracontratual compreende, por seu turno, a 
violação dos deveres gerais de abstenção ou omissão, como os que 
correspondem aos direitos reais, aos direitos de personalidade ou aos 
direitos do autor. 
O caso apresentado na questão – escritor que culposamente não 
entrega a obra prometida, dentro do prazo estipulado no contrato – 
caracteriza a responsabilidade contratual. 
Gabarito C. 
 
 
2. ESAF 2006 MTE/AFT. O empregador ou comitente, por ato lesivo de 
seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes 
competir ou em razão dele, 
 
a) responsabiliza-se objetivamente pela reparação civil, pouco 
importando que se demonstre que não concorreu o prejuízo por 
culpa ou negligência de sua parte. 
 
b) responde subjetivamente pelo dano moral e patrimonial. 
 
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c) tem responsabilidade civil objetiva por não existir presunção juris 
tantum de culpa, mas não poderá reaver o que pagou 
reembolsando-se da soma indenizatória despendida. 
 
d) tem responsabilidade civil subjetiva por haver presunção juris 
tantum de culpa in eligendo e in vigilando. 
 
e) não tem qualquer obrigação de reparar dano por eles causado a 
terceiro. 
 
 
O CC/2002 estabeleceu, também, a responsabilidade objetiva, 
aquela que independe de culpa. Isto, por exemplo, é o que ocorre no que 
diz respeito aos empregadores e comitentes pelos atos de seus 
empregados, serviçais e prepostos – de acordo com o art. 932 e 933. 
 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas 
mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se 
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, 
moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda 
que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos 
terceiros ali referidos. 
Gabarito letra A. 
 
 
3. ESAF 2006/CGU/AFC- ÁREA CORREIÇÃO. A falta de cautela ou 
atenção em relação a uma pessoa, animal ou objeto sob os cuidados do 
agente, que provoca dano a alguém, é considerada quanto ao conteúdo 
da conduta culposa 
 
a) culpa in committendo. 
 
b) culpa in abstrato. 
 
 c) culpa in custodiendo. 
 
 d) culpa in concreto. 
 
 e) culpa in omittendo. 
 
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Observe que a questão traz a figura da culpa indireta. Como falamos 
em aula, você deve dominar alguns conceitos nas questões que envolvem 
a responsabilidade indireta, quais sejam: 
 
culpa in ilegendo - está relacionada a má escolha do preposto. 
culpa in vigilando – está relacionada a falta de atenção com o 
procedimento de outrem, cuja pessoa é responsável. 
culpa in custodiendo – está relacionada a falta de cuidados na guarda de 
algum objeto ou animal. 
 
Há também: 
 
Culpa in comittendo – é a que resulta de um ação do agente. 
Culpa in omittendo – é a que resulta de uma omissão do agente. (Cabe 
ressaltar que este último tipo de culpa só terá relevância para o direito 
quando havia o dever de não se omitir). 
 
Conforme o art. 936. “O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o 
dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior”. 
Assim, este artigo presume a culpain custodiendo do dono do 
animal, vale ressaltar que esta presunção não é absoluta, pois admite a 
inversão do ônus da prova, permitindo-lhe provar culpa da vítima ou força 
maior. 
Gabarito letra C. 
 
 
4. ESAF 2006/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL. Constituem 
caso de responsabilidade civil por ato de outrem, exceto 
 
a) os pais, pelos filhos menores que estiverem sob seu poder e 
companhia, mesmo se comprovado que agiu de maneira 
incensurável quanto à vigilância e educação do menor. 
 
b) o tutor ou curador, pelos atos praticados pelos pupilos e 
curatelados, tenha ou não apurado sem culpa. 
 
c) o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho ou por ocasião dele. 
 
d) os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se 
albergue por dinheiro, menos para fins de educação, pelos seus 
hóspedes e moradores, havendo, ou não, culpa in vigilando e in 
eligendo. 
 
e) os que houverem participado nos produtos do crime, mesmo os que 
não participaram do delito mas receberam o seu produto. 
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Para esta questão vamos utilizar novamente o art. 932: (atente para a 
importância deste artigo) 
 
“art. 932 São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas 
mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se 
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, 
moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até 
a concorrente quantia. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda 
que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos 
terceiros ali referidos.” 
 
Observe que a banca mudou uma palavra e alterou o fim do inciso IV, 
modificando o seu significado. 
Gabarito D. 
 
 
5. ESAF 2004 PGE-DF/PROCURADOR. Marginais foragidos de uma 
penitenciária estadual assaltaram uma residência, causando danos 
materiais e morais. Demandado judicialmente, o Estado deixou de ser 
condenado, em primeiro grau, a indenizar a família vítima da violência, 
pois o dano não haveria decorrido direta e imediatamente da 
ação/omissão estatal. Assinale a opção correta. 
 
a) A teoria sobre o nexo causal que inspirou o julgador a isentar o 
Estado de responsabilidade civil foi a da equivalência das causas. 
 
b) A teoria sobre o nexo causal que inspirou o julgador a isentar o 
Estado de responsabilidade civil foi a da interrupção do nexo causal. 
 
c) Na hipótese de responsabilidade civil objetiva, como a descrita no 
enunciado da questão, pouco importa se a vítima do ato danoso agiu 
culposamente, concorrendo para a sua ocorrência, vez que não se 
exige, no caso, a comprovação de qualquer culpa para a imposição do 
dever de indenizar. 
 
d) A responsabilidade civil objetiva do Estado, na presente hipótese, 
decorre da incidência do Código de Defesa do Consumidor sobre as 
relações entre o Poder Público e o Administrado. 
 
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e) Caso os marginais sejam condenados criminalmente pelos crimes 
cometidos contra a família do enunciado da questão, essa 
condenação fará coisa julgada no juízo cível, obrigando o Estado a 
ressarci-la pelos danos amargados, devendo ser reformado, pelo 
Colendo Tribunal de Justiça, o entendimento inicial, esposado pelo 
MM. juízo singular de que não haveria o dever de indenizar por parte 
do Estado. 
 
 
Para esta questão vamos utilizar uma decisão do STF, que diz: “A 
responsabilidade do Estado, embora objetiva por força do disposto no art. 107 
da Emenda Constitucional n. 01/69 (e atualmente, no §6º do artigo 37 da Carta 
Magna), não dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do nexo 
de causalidade entre a ação ou a omissão atribuída a seus agentes e a dano 
causado a terceiros. No caso, é inequívoco que o nexo da causalidade inexiste e, 
portanto, não pode haver a incidência da responsabilidade prevista no §6º da 
atual Constituição. Com efeito o dano decorrente do assalto por uma quadrilha 
de que participava um dos evadidos da prisão não foi o efeito necessário da 
omissão da autoridade pública que o acórdão recorrido teve como causa a fuga 
dele, mas resultou de concausas, como a formação da quadrilha, e o assalto 
ocorrido cerca de vinte e um meses após a evasão. Recurso extraordinário 
conhecido e provido”. 
Tendo isso em vista, a decisão baseou-se na Teoria da Interrupção 
do Nexo Causal. 
Gabarito letra B. 
 
 
6. ESAF 2004 IRB/ANALISTA. Há responsabilidade civil objetiva: 
 
a) do tutor pelos atos lesivos praticados pelo tutelado, que estiver sob 
sua autoridade e em sua companhia. 
 
b) do dono de edifício pelos danos resultantes de sua ruína, se esta 
advier da falta de reparos necessários. 
 
c) do médico que, ao esquecer objeto no abdome do paciente durante 
a cirurgia causar-lhe a morte. 
 
d) do dentista que, por falta de assepsia, vier a transmitir aids ao seu 
paciente. 
 
e) do médico que continuar um tratamento que causa perturbação 
anormal no paciente. 
 
 
“Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
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II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas 
mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, 
no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se 
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, 
moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia”. 
Gabarito A 
 
 
7. ESAF 2004 IRB/ADVOGADO. Aponte a assertiva falsa. 
 
a) A indenização mede-se pela extensão do dano, não admitindo a lei 
redução equitativa. 
 
b) A responsabilidade do transportador é objetiva. 
 
c) Têm legitimação para requerer indenização por lesão a direito da 
personalidade da pessoa falecida, o cônjuge sobrevivente, qualquer 
parente em linha reta ou colateral até o quarto grau. 
 
d) Há responsabilidade civil do advogado que perdeu prazo para 
cumprir determinação emanada do órgão da OAB, para contestação 
ou recurso desejado pelo constituinte. 
 
e) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, 
se não provar culpa da vítima ou força maior. 
 
 
Observem o parágrafo único do art. 928: 
 
“art. 928 O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista nesteartigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem”. 
 
Portanto, é admitida pela lei a redução equitativa da indenização. 
Gabarito letra A. 
 
 
8. ESAF 2003 MT/AFT. A responsabilidade civil do empregador por ato 
lesivo de seu empregado, no exercício do trabalho, é: 
 
 
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a) subjetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente. 
 
b) objetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente. 
 
c) complexa, quanto ao fundamento, e objetiva quanto ao agente. 
 
d) subjetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente. 
 
e) objetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente. 
 
 
Em relação ao seu fundamento – observa-se se há necessidade 
de culpa (responsabilidade subjetiva) ou se não há necessidade de culpa, 
baseando-se no risco (responsabilidade objetiva). 
Em relação ao agente a responsabilidade pode ser direta quando o 
dano é causado diretamente por aquele que tem obrigação de indenizar; 
ou indireta quando o dano é causado por outra pessoa que não aquela 
que irá indenizar. 
 Neste caso da questão a responsabilidade é objetiva, quanto ao 
fundamento, e indireta, quanto ao agente. 
Gabarito B. 
 
 
9. ESAF 2010 MTE/AFT. Assinale a única opção falsa. 
 
a) Como consequência econômica da adoção da teoria do risco 
profissional, deve ser observado que o ressarcimento dos danos 
deve ser tão amplo como no caso da indenização pelo direito 
comum, pois o risco cobre todo o dano causado pelo acidente. 
 
b) A teoria do risco profissional reflete a evolução da teoria do risco, 
consistindo na responsabilidade fundada nas circunstâncias que 
cercam determinada atividade e nas obrigações oriundas do 
contrato de trabalho, sem levar-se em conta a culpa do empregador 
ou a do empregado. 
 
c) A teoria do risco consiste na consagração da responsabilidade do 
empregador, no caso de acidente do trabalho, baseada não na 
culpa, mas no contrato de locação de serviços; ao contratar, o 
empregador assume a responsabilidade contratual. 
 
d) As indenizações relativas ao risco profissional são pagas mediante 
tabelas previamente determinadas, catalogadas pelos institutos 
oficiais de Previdência Social e seus valores são fixados em 
patamares mais módicos, segundo o tipo de infortúnio. 
 
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e) A teoria do dano objetivo consagra a tese de que o dano deve ser 
reparado, independentemente da comprovação da culpa. 
 
A única alternativa que está incorreta é a alternativa A, pois 
segundo esta teoria (do risco) o empregador deve responder pelo 
pagamento de indenização quando o empregado sofre acidentes ou 
contrai enfermidade em virtude dos riscos pertinentes à natureza do local, 
ou do trabalho que executa, mesmo não tendo culpa. A alternativa “d” faz 
justamente a comparação da indenização nestes casos (justiça do 
trabalho) e nos casos da justiça comum, vejamos: “As indenizações 
relativas ao risco profissional são pagas mediante tabelas previamente 
determinadas, catalogadas pelos institutos oficiais de Previdência Social e 
seus valores são fixados em patamares mais módicos, segundo o tipo de 
infortúnio”. 
Gabarito A. 
 
Questões de outras bancas 
 
10. FAURGS - 2010 - TJ-RS - Oficial Escrevente. De acordo com o 
Código Civil, constitui ato ilícito: 
 
a) o exercício arbitrário das próprias razões para a defesa de um 
direito 
b) aquele praticado em legítima defesa. 
c) aquele praticado no exercício regular de um direito reconhecido. 
d) a lesão a pessoa a fim de remover perigo iminente. 
e) a deterioração de coisa alheia, desde que necessária e limitada ao 
indispensável para a remoção de perigo iminente. 
 
Para resolvermos esta questão, vamos lembrar dois artigos bastante 
comentados em nossa aula: 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Neste artigo temos a definição legal de abuso de direito. E no artigo 
seguinte temos as condutas que não constituem atos ilícitos. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites 
do indispensável para a remoção do perigo. 
Gabarito A. 
 
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11. 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual. A respeito 
do ato ilícito, é correto afirmar que: 
 
a) o Código Civil dispõe que constitui ato ilícito lesão causada à 
pessoa, ainda que para a remoção de perigo iminente. 
b) comete ato ilícito aquele que, mesmo por omissão voluntária, cause 
dano a outrem, ainda que o dano seja exclusivamente moral. 
c) não comete ato ilícito aquele que exceda manifestamente os limites 
impostos pelos bons costumes, desde que seja titular de um direito 
e o esteja exercendo. 
d) quando a destruição de coisa de outrem se der a fim de remover 
perigo iminente, ainda que exceda os limites do indispensável, não 
configurará ato ilícito. 
e) atos praticados em legítima defesa, para o Direito Civil, constituem 
ato ilícito, sendo exigível a reparação de eventuais danos 
patrimoniais decorrentes. 
 
Para esta questão usaremos os seguintes artigos: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites 
do indispensável para a remoção do perigo. 
 
Destes artigos temos os conceitos de ato ilícito, de abuso de direito e os 
casos em que não consideram atos ilícitos. 
 
Gabarito letra B. 
 
12. MPE-SP - 2006 - MPE-SP - Promotor de Justiça. O art. 188 do 
Código Civil prevê três causas de exclusão de ilicitude, que não acarretam 
no dever de indenizar. São elas: 
 
a) legítima defesa, erro substancial e estado de necessidade. 
b) legítima defesa, estado de necessidade e dolo bilateral. 
c) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e 
dolo bilateral. 
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