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Desenvolvimento Gerencial

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A ação gerencial se dá num complexo contexto de relações econômicas, sociais e políticas, assim, a compreensão deste contexto, ou seja, suas bases, seus componentes e mecânica de funcionamento, é essencial não apenas para o desenvolvimento desta ação, mas também e, principalmente, para o sucesso das técnicas utilizadas, pois estas são parte deste mesmo contexto.
Classificando as relações em econômicas, sociais, políticas, jurídicas, etc, o homem vem desenvolvendo uma série de teorias, cujo objetivo é descrever e explicar estes tipos de relações, de modo a permitir a intervenção sobre a "realidade".
Segundo Burrell & Morgan, a teoria social pode ser concebida a partir de quatro paradigmas, que se fundamentam em diferentes conjuntos de pressupostos sobre a ciência social e a sociedade, formando bases conceituais mutuamente exclusivas do mundo social, cada qual fundamentando uma análise e prática distintas das demais.
O ponto de partida para a análise, é o reconhecimento de que todas as teorias organizacionais são baseadas na filosofia da ciência e na teoria social, as quais fundamentam as ações de intervenção sobre a realidade.
É possível abordar-se a questão do conflito nas organizações como prioritário e essencialmente de interesses existentes no sistema social externo e trazidos à organização do trabalho: as formas de relação de trabalho refletem a estrutura social externa. As decisões tomadas pela direção da empresa, no plano da produção e da coordenação das diversas unidades de serviço, visam antes de tudo, garantir a distribuição de poder de status estabelecida fora e projetada internamente para a empresa. Assim, o poder na empresa tem origem num sistema de produção e estratificação social criado externamente. Como um subsistema só cabe à empresa garantir o funcionamento do Sistema.
Segundo René Lourau, a finalidade operativa da organização esta ligada a outras finalidades criadas pela existência de relações contínuas entre ela e outras que tem funções diferentes, e por suas relações com o conjunto do sistema social. A mera definição racional de uma organização, a partir dos serviços que presta, não é suficiente, é preciso que se leve em conta ainda, o fato dela produzir modelos de comportamento, manterem normas sociais, integrarem seus usuários ao sistema total. Numa fábrica não se organiza somente o trabalho, a produção, o acréscimo do rendimento dos serviços, mas um fragmento da classificação social e da luta de classes. O mesmo tipo de conflito é encontrado em todas as Organizações, mesmo as sem fim lucrativo, pois sendo de natureza externa, as relações de subordinação interna refletem as relações sociais.
Sendo a estrutura econômica, a base verdadeira sobre a qual se edifica a superestrutura jurídica e política, seja ela responsável também, pela estrutura ideológica de dominação social, sendo esta estrutura, definida pelas relações de dominação, estabelecidas em função da forma e intensidade com que o poder e a autoridade são distribuídos e exercidos na sociedade, obviamente como consequência do Modo de Produção dominante.
A economia capitalista está baseada na propriedade privada dos meios de produção(Máquinas, instalações e matéria-prima necessárias à produção de bens e serviços) e no estabelecimento de uma relação de subordinação entre o Capital e o Trabalho (nas sociedades baseadas na economia capitalista, é absolutamente necessário que o Trabalho se submeta às condições determinadas pelo Capital para que possa dispor dos meios de produção, do contrário não tem como se realizar, ou seja, não tem como obter os meios necessários para garantir sua própria reprodução).
Na lógica capitalista parece relativamente fácil entender-se o Capital, a partir de suas formas aparentes: o dinheiro e a propriedade investidos no processo de produção (se isto não ocorre ambos passam a caracterizar-se como riqueza). Entretanto, por trás do conceito de Capital, encontra-se o conceito de Gerência, ou seja, é preciso que se entenda o Capital, não através de suas formas aparentes, mas sim como Força Social de Organização do Trabalho, o que ocorre dentro de condições históricas específicas.
A organização capitalista pode ser entendida, então, como o processo que institucionaliza as relações sociais tipicamente capitalistas, ou seja, ela trata de como fazer o Trabalho operar em condições técnicas predeterminadas, criando uma estrutura de subordinação do Trabalho às necessidades de operação dos meios de produção, sob a ótica de interesse do Capital.
Considerando-se que o Trabalho se constitui na única força social capaz de gerar valor, através da transformação de elementos da natureza e que o Capital, no seio de nossa sociedade, detém a propriedade dos meios de produção necessários à realização desta transformação, é óbvio que a única forma do Trabalho garantir a sua reprodução é através de sua submissão aos interesses do Capital - que, como já vimos, o utiliza para obter sua própria reprodução.
Dinheiro e propriedade não são capazes de tomar de um elemento da natureza e proceder à sua transformação, enquanto o Trabalho, às vezes mesmo sem qualquer instrumento ou ferramenta que não seu próprio conhecimento e força física, são capazes de proceder à esta transformação.
Esta subordinação se dá através da contratação, por parte do Capital, da Força de Trabalho existente - cabendo-lhe (ao Capital) a tarefa de transformar esta força abstrata em concreta. É preciso, no entanto, que fique bastante claro que o que o Capital contrata, não são pessoas enquanto empregados, mas sim, enquanto ocupantes de Postos de Trabalho. 
O que define e caracteriza um Posto de Trabalho como tal, é sua inserção específica num ciclo de produção predeterminado.
Para que uma relação social seja entendida como tal é necessário que esta seja permanentemente aprofundada, aprimorada, do contrário passa a caracterizar-se apenas como um "ritual social". Neste sentido, entendendo-se o Capital como "relação social de subordinação", fica evidente a necessidade do aprofundamento desta relação e como trata-se de uma "relação de subordinação", é óbvio que o que necessita ser aprofundado sistematicamente, é esta subordinação. 
Qualquer mercadoria possui duas dimensões de valor: o Valor de Troca e o Valor de Uso.
Valor de Troca é o preço da mercadoria, o qual, evidentemente, é definido a partir do ângulo de interesse do Capital, ou seja, consiste na fixação objetiva de um valor que traz a expectativa de garantir a reprodução dos custos de produção e de um excedente que, apropriado pelo Capital, lhe permita realizar a acumulação (lucro). 
Valor de Uso é a utilidade que a mercadoria possui para quem a utiliza, a qual é, evidentemente, definida individual e subjetivamente. Ou seja, para cada um de nós, a mercadoria pode ter um significado, um valor diferente e, é claro que, quanto mais útil a consideramos, maior será o preço que nos disporemos a pagar por ela. Isto significa afirmar que, em termos sociais, a "utilidade média" ou o Valor de Uso das Mercadorias serve de mecanismo de controle de seus Valores de Troca.
Na sociedade capitalista o Trabalho constitui-se em mais uma mercadoria a ser transacionada (nós ofertamos nossa Força de Trabalho no mercado e esta é adquirida pelo Capital, ou melhor, alugada), é óbvio então, que seu Valor também seja definido a partir destas mesmas dimensões. Sua dimensão Valor de Troca é corporificada pelo Salário, o qual é definido unilateralmente pelo Capital, tendo em vista os custos do processo de produção como um todo e as possibilidades de reprodução destes custos, a partir da comercialização das mercadorias.
Pode se afirmar que a utilidade que o Trabalho tem para a realização do Capital, é tanto maior, quanto mais necessário ele for no processo de produção. Isto permite concluir que quanto menos específico ou necessário ele for, menor será seu Valor de Uso e, portanto, menor seu Valor de Troca (Salário).
A transformação do Trabalho em Trabalho Simples, ou Parcelamento, que em última análise, consistena especialização levada a extremos e que destrói capacidades e especialidades humanas, gerando um Trabalho que se constitui em somatório de "Trabalhos Simples". 
O Capital busca a redução do Valor de Uso do Trabalho, ou seja, da utilidade que este possui na realização do Capital, através da definição de condições técnicas nas quais os Postos de Trabalho gerados, sejam cada vez menos dependentes de qualificação, reduzindo, assim, suas necessidades de reprodução, implicando em maior apropriação de excedente de valor gerado pelo Trabalho, por parte do Capital.
Quando os salários se elevam, reduzindo o excedente a ser apropriado, é necessário o avanço tecnológico da produção, de modo a gerar aumento de produtividade e excedente. Em outras palavras, o avanço tecnológico já traz embutido o processo de desvalorização do Trabalho.
O instrumento central que permite ao Capital organizar e administrar o Trabalho, no sentido de gerar sua própria reprodução, é a operacionalização de uma estrutura gerencial capaz de fazer o trabalho realizar-se de modo a reproduzir a relação de subordinação.
Para Braverman7 não é o Trabalho que é objeto de transação, mas a Força de Trabalho, ou seja, o que o Capital compra é a Jornada de Trabalho, e o empregador é quem tem a incumbência de definir o que se fará com o tempo de Trabalho disponível, o que quer dizer que quem deve procurar obter rentabilidade do Trabalho é o Capital e para que isto ocorra, ele tem de criar condições para que o Trabalho se concretize.
É, portanto, através da ação gerencial, que se viabiliza a transformação da Força de Trabalho Abstrata em Força de Trabalho Real.
Com relação ao Trabalho Direto, o Capital adquire uma Força de Trabalho Abstrata e sua concretização é um problema a ser resolvido pelo Capital, que desenvolve estruturas de controle objetivas. Tal relação baseia-se no fato do Capital reconhecer a falta de interesse do Trabalho em trabalhar, pois sua necessidade de concretização reside apenas no sentido de obter sua reprodução, ou seja, nesta relação, o Capital admite o "corpo mole" do Trabalho, tratando de exercer o mais rígido e eficiente controle possível, sobre este último. 
Com relação ao Trabalho Indireto, o que o Capital adquire não é uma Força de Trabalho Abstrata e sim, Capacidade de Trabalho, ou seja, o Trabalho Indireto não vende potencial e sim capacidade, portanto, sua não realização implica, em geral, num rompimento quase automático da relação contratual. Isto caracteriza um grande contraste com a relação anterior, pois aqui, o Capital exige do Trabalho a identificação com seus interesses ou o estabelecimento de laços de fidelidade ideológica.
Trabalho Direto aquele diretamente ligado ao processo produtivo.
Trabalho Indireto responsável pelo fornecimento de infraestrutura à atividade operacional propriamente dita - além de constituir-se em instrumento de controle do Trabalho Direto.
FECHEI O TÓPICO 1 ATÉ A PÁG 25

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