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CCJ0043-WL-A-AMRP-01-O que é Filosofia

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AULA 1 – Filosofia Geral e Jurídica
Título da unidade: Filosofia: Origem, conceito e objeto. 
Tema: O que é Filosofia? 
Professor(a): Clara Brum
Objetivos:
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: 
Identificar como funciona a metodologia de ensino centrada no estudo de casos, adotada no curso de Direito, na disciplina Filosofia Geral e Jurídica; 
Conhecer a origem etimológica do termo Filosofia; 
Conhecer e compreender o conceito de Filosofia e os seus objetos de investigação;
Reconhecer a Filosofia como a possibilidade de uma leitura crítica da realidade.
Aula 1 :
Unidade 1 – Filosofia: Origem, conceito e objeto 
1.1. O que é Filosofia? 
1.2. Objetos de estudo da Filosofia. 
Conteúdo:
Qual a finalidade da disciplina?
A disciplina Filosofia Geral e Jurídica visa ressaltar a importância do saber filosófico como a base de todo o conhecimento, bem como estimular o desenvolvimento de um pensamento reflexivo significativo para o desenvolvimento pleno do Ser. 
É importante, compreender a Filosofia como o momento do florescimento do pensamento racional e reconhecer as contribuições para o desenvolvimento do conhecimento científico, em especial para o conhecimento e debate acerca dos fundamentos das doutrinas jurídicas. Observam Billier e Maryoli (2006, p. 11) que compreender os debates contemporâneos a partir do olhar da filosofia nos oferece dupla perspectiva de abordagem, a saber: o conhecimento de nossa história que nos oferece um olhar especial sobre o passado para compreender o presente; compreender a construções teóricas que foram elaboradas e que persistem no mundo contemporâneo.
O que é Filosofia?
Importa neste primeiro momento definir o conceito de Filosofia, apresentar os assuntos de seu interesse; sua utilidade e, em síntese, seu caminhar na história do pensamento. Por fim, deve-se ressaltar a sua relação com os demais campos do conhecimento humano. Todavia é relevante observar que não basta compreender sua definição para iniciar-se no filosofar. 
O termo Filosofia é constituído por duas palavras gregas philos e sophia e que o filósofo não adquire o saber como uma aquisição contínua, mas é aquele que busca a sabedoria, por meio de um espírito indagador. Deve-se pontuar que a filosofia configura um conhecimento específico que a torna diferente das outras áreas de saber e que também se afasta do mito, considerado como primeira manifestação de cultura. 
Conforme ensina Severo Hryniewicz (2008, p. 19), a filosofia é “uma proposta de meditação e leitura crítica da realidade. Uma tentativa de obtenção de um conhecimento global e totalizante do homem no mundo, dentro de uma fundamentação racional”. 
Conceitos:
Marilena Chauí:
“A fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e práticas. Um saber que se preocupa com as origens, causas, forma e conteúdo dos valores éticos, políticos.” (CHAUÍ, 2001)
Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins:
“A filosofia é um modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de compreender o mundo e agir sobre ele. Mais que postura teórica, é uma atitude diante da vida, tanto nas condições corriqueiras como nas situações-limites que exigem decisões cruciais.” (ARANHA; MARTINS, 2003, p. 81)
Karl Jaspers (apud ARANHA; MARTINS, 2003, p. 91)
“A filosofia é a busca ou procura da verdade, não a sua posse, porque fazer filosofia é estar a caminho”.
Paulo Ghiraldelli Jr.:
“A palavra filosofia vem do grego phílos + sophía, onde phílos tem a ver com filiação, amizade, e sophia designa sabedoria. Considerando exclusivamante a etimologia do termo filosofia, o que se obtém é que o filósofo é amigo da sabedoria, está filiado à empresa que busca a sabedoria, procura o conhecimento – o saber verdadeiro” (2003, p. 3).
Quais as características da filosofia? (ARANHA; MARTINS, 2003, p. 90 )
Radical: da palavra latina radix, radicis significa raiz e, no sentido figurado, “fundamento”, “base”.
A filosofia é radical porque busca explicitar os conceitos que estão na base do pensar e do agir. Investiga as raízes, os princípios que orientam nossa existência.
Rigorosa: o filósofo deve dispor de um método a fim de proceder com rigor. 
São vários métodos para proceder a investigações e desenvolver um pensamento rigoroso, fundamentado, coerente e expresso numa linguagem também rigorosa. Os conceitos devem ser claramente definidos.
Saber de conjunto: a filosofia é globalizante porque ao examinar, observa os diversos aspectos de um problema. 
A filosofia visa ao todo e, nesse aspecto nada foge ao seu interesse. Por isso, é interdisciplinar, ou seja, está presente em todas as áreas de saber.
Qual a sua utilidade?
O que significa utilidade?
A filosofia não serve para alterações imediatas de ordem pragmática;
Assemelha-se à arte (fim em si mesma);
Onde está a necessidade da filosofia?
“Está no fato de que, por meio da reflexão, a filosofia nos permite ter mais de uma dimensão, além da que é dada pelo agir imediato no qual o ‘indivíduo prático’ se encontra mergulhado. É a filosofia que dá o distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins que eles se destinam. (...) Portanto, a filosofia é a possibilidade de transcendência humana, ou seja, a capacidade de superar a situação dada e não-escolhida. (...) A filosofia impede a estagnação”(ARANHA; MARTINS, 2003, p. 91 – grifos das autoras)
Qual a sua contribuição?
“Por conseguinte, a contribuição específica da filosofia que se coloca ao serviço da liberdade, de todas as liberdades, é a de minar, pelas análises que ela opera e pelas ações que desencadeia, as instituições repressivas e simplificadoras [da vida]” (ARANHA; MARTINS, 2003, p. 91 ).
O que diferencia a filosofia de outras disciplinas?
“Embora a filosofia de fato tenha suas próprias áreas de pesquisa, uma das suas características mais distintivas não é tanto o que se estuda, mas como se estuda – e é isso que faz a experiência de estudar filosofia bastante diferente da experiência de estudar qualquer outra disciplina. Na filosofia aprendemos a identificar e a pensar com cuidado sobre nossas mais simples ideias e teorias – aquelas que sustentam toda a busca pelo conhecimento que fazemos em outras áreas. (...) Buscamos examinar o que está por trás de nossas preocupações cotidianas, os sistemas e as estruturas que sustentam nosso pensamento (e que em geral sequer percebemos), bem como testar sua solidez” (SAUNDERS et al, 2009, p. 9).
Nesse sentido, A filosofia apresenta áreas específicas de estudo, dentre as quais destacamos: 
Metafísica - estudo do Ser – Em Aristóteles, a metafísica ou ontologia designa a filosofia primeira, ou seja, a filosofia que procura os princípios e as causas primeiras e que estuda o ser enquanto ser. O conhecimento dos princípios. Doutrina filosófica que, partindo do real e da experiência, procura sua explicação racional, culminando em realidades absolutas e transcendentes (REZENDE, 1992, p. 252)
Lógica - estudo das regras do raciocínio - Ciência que estuda a estrutura e o modo de operar do nosso pensamento, através de uma investigação sobre as categorias e princípios que utilizamos.
Teoria do Conhecimento - estuda o conhecimento em geral – disciplina filosófica que visa estudar os problemas levantados pelo sujeito cognoscente e o objeto conhecido.
Filosofia Prática - estudos sobre a ética, moral e política – disciplina filosófica que realiza estudos sobre princípios éticos, a vida moral e sobre os fundamentos do direito e legitimidade do poder.
Estética - estudo do belo e da arte - (gr. aisthetikós, de aisthanesthai: perceber, sentir) Um dos ramos tradicionais do ensino da filosofia. O termo "estética" foi criado por Baumgarten (séc. XVIII) para designar o estudo da sensação, "a ciência do belo", referindo-se a empina do gosto subjetivo, àquilo que agrada aos sentidos, mas elaborando uma ontologia do belo.
Qual a origem da Filosofia?
Segundo Alberto Alonso Muñoz (2008, p. 56), a filosofia nasceu grega e isso significa afirmar que nasceu na região geográfica da Hélade,por volta do séc. VI a. C., numa época marcada por transformações sociais, nas ilhas da Ásia Menor e numa região do sul da Itália denominada Magna Grécia. Muitos autores observam que seu advento marca a passagem da narrativa mítica, presente em todas as culturas para descrever a estrutura do mundo, explicar os fenômenos naturais e legitimar a política, em favor de uma nova maneira de explicar o universo e a vida social – o nascimento do pensamento racional. Esta forma se apresenta como uma nova maneira de compreender o funcionamento da comunidade política inexistente até então.
A filosofia grega se inicia com Tales da cidade de Mileto, por volta do séc. VI a. C. e termina no séc. VI d. C. quando Justiniano, Imperador do Império Romano do Oriente (a parte ocidental estava nas mãos dos bárbaros), decreta o fechamento das escolas filosóficas de Atenas em 529 d. C. De 585 a. C. até o início do séc. V a.C. é considerado o momento de gestação do pensamento ocidental. Alguns autores denominam de período pré-socrático, expressão inadequada, segundo algumas opiniões, já que Demócrito era contemporâneo de Sócrates. Assim inauguram o pensamento científico e filosófico no Ocidente, período cosmológico. Expoentes: Tales, Heráclito, Parmênides, Anaximandro, Anaxágoras, Anaxímenes etc.
O período entre os séculos V e I a. C. foi marcado pela criação de novos conceitos e questões no horizonte de uma crítica minuciosa. É o momento de grandes sistemas filosóficos. Exemplo: Platão, Aristóteles, Epicurismo e Estoicismo. Momento de fundação dos centros de ensino, as escolas filosóficas.
Do Séc. I a. C. até o séc. VI d. C., foi marcado pela erudição porque é o momento de comentários das obras dos filósofos anteriores. Dai ser marcado por grande sincretismo, recebendo a denominação de período sistemático. Exemplo: Estoicismo romano, ceticismo e cristianismo. Nesta fase a originalidade perde seu espaço para doutrinas que apresentam verdades perenes, indiscutíveis, dogmáticas.
Cabe-nos refletir sobre uma questão importante. O surgimento da filosofia não aconteceu na cidade de Atenas. Todavia se tornará o palco em que se desenvolverão os maiores sistemas filosóficos, durante o séc. V a. C. O fato é que nesse lugar a filosofia e a política se ligam intensamente. Os pensadores promoverão uma investigação criteriosa sobre a natureza do fenômeno político em razão, talvez, da situação política operada por Sólon e Clisteres que conduziram à democracia.
Atribui-se a Pitágoras a criação da palavra Filosofia que significa etimologicamente amor ou amizade à sabedoria. Todavia, não se sabe ao certo o que este pensador quis dizer exatamente, mas que de um modo geral, os gregos entendiam a filosofia como um conjunto das ciências naturais e humanas que investigava a estrutura e as leis do universo. Os filósofos pré-socráticos eram cientistas naturais que observavam a natureza, ou seja, a estrutura fundamental do cosmo, o ciclo das estações, a astronomia, aspectos da botânica e zoologia, da sociologia e etnografia, da fisiologia do corpo humano etc (MUÑOZ, 2008, p. 56). A finalidade dos filósofos era buscar a verdade, ou seja, explicar todo o universo em sua estrutura básica. Precursores do que se entende hoje por ciência. Muitas concepções do pensamento pré-socrático configuram herança de outras culturas, mas há uma postura diante do mundo singular.
Mito e Filosofia
A consciência mítica predominou na cultura de tradição oral e era transmitida pelos poetas através de narrativas que apresentavam histórias sobre a criação do universo e relatos míticos sobre a origem da espécie humana. A palavra mito vem de Mythos que significa “palavra”, “o que se diz”. Segundo Aranha e Martins (2003, p. 84)
(...) o pensamento filosófico é algo muito diferente do mito, por resultar de uma ruptura quanto à atitude diante do saber recebido. Enquanto o mito é uma narrativa cujo conteúdo não se questiona, a filosofia problematiza e, portanto, convida à discussão. No mito a inteligibilidade é dada, na filosofia é procurada. A filosofia rejeita o sobrenatural, a interferência de agentes divinos na explicação dos fenômenos. Ainda mais: a filosofia busca a coerência interna, a definição rigorosa dos conceitos, organiza-se em doutrinas e surge, portanto, como pensamento abstrato.
O mito é uma forma de compreender o mundo e sua função é tranquilizar o ser humano diante dos desafios da vida. Esse tipo de narrativa transcende o sagrado e envolve todos os campos da atividade humana, segundo prelecionam Aranha e Martins ( 2008). Serve ao propósito da coesão social, porque fixa modelos de conduta, valores morais, princípios éticos, enfim, reafirmam ritos compartilhados numa cultura.
Observa-se que se distingue da lenda, pois se afigura como uma verdade intuída e, portanto, não precisa de comprovações. Nesse sentido, “esse falar sobre o mundo simbolizado pelo mito está impregnado do desejo humano de dominá-lo, afugentando a insegurança, os temores e a angústia diante do desconhecido e da morte” (ARANHA; MARTINS, 2008, p. 72).
Grécia Antiga - http://www.youtube.com/watch?v=zZRXvFOMMk0&feature=related
Construindo um império: Grécia - http://www.youtube.com/watch?v=uhLGklh4348&feature=related
O Conhecimento  
 http://www.youtube.com/watch?v=AXzfjQeEjYg 
Útil ou inútil? 
http://www.youtube.com/watch?v=W6LjvmzIb7I 
A filosofia começa bem cedo...
http://www.youtube.com/watch?v=kqtCNNdxm5I 
Filosofia: conceito e características http://www.youtube.com/watch?v=EQO-VuixqpY&feature=related 
Mitologia - Introdução à Filosofia http://www.youtube.com/watch?v=ofcKTYvKAYo&feature=related 
Introdução aos gregos – parte 1 http://www.youtube.com/watch?v=Xw-EKKtoR9o
Referências
ABBAGANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. SP: Mestre Jou, 1982.
ARANHA, M. l. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3. ed.,São Paulo: Moderna, 2003.
BITTAR, E. C. B.; ALMEIDA, G. A. A. Curso de filosofia do direito. 3. ed., São Paulo: Atlas, 2004.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. SP: Ática, 2001.
MUÑOZ, Alberto Alonso. O nascimento da filosofia. In: MACEDO Jr. (Org.). Curso de Filosofia Política. São Paulo: Atlas, 2008. p. 43-74.
SAUNDERS, Clare et al. Como estudar filosofia. Guia prático para estudantes. Porto Alegre: Artmed, 2009.

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