Prévia do material em texto
FACULDADE DE TECNOLOGIA TECBRASIL Credenciado pela Portaria Ministerial n°3389 D.O.U 09/12/2002 Modelos de Gestão Apostila do conteúdo abordado na disciplina. Material para acompanhamento das aulas, orientação de estudo e pesquisa. Prof. Me. Joceli Antônio Andreola Versão 3, 2013 Caxias do Sul, 2013. 2 JAA – Modelos de Gestão SUMARIO Sumário ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................................................................... 5 1. POR QUE ESTUDAR TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO .................................................................... 6 2. A ADMINISTRAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO....................................................................................... 7 3.1. FUNÇÕES ORGANIZACIONAIS................................................................................................... 8 3.2. EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE ..................................................................................10 3.3. PROCESSO DINÂMICO ...............................................................................................................10 3.4. HABILIDADES DO ADMINISTRADOR.......................................................................................11 3.5. PAPEL DO ADMINISTRADOR ....................................................................................................12 3. PRECURSORES E PIONEIROS DA ADMINISTRAÇÃO .................................................................14 4.1 REVOLUÇAO INDUSTRIAL ...............................................................................................................15 4. ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO ..........................................................................16 5.1 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ........................................................................................................16 5.1.1 Taylor .............................................................................................................................................16 5.1.2 1º Período de Taylor........................................................................................................................17 5.1.3 2º Período de Taylor........................................................................................................................18 5.2 ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO ..................................................................................20 5.2.1 Análise do Trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos .................................................................20 5.2.2 Estudo da Fadiga Humana .............................................................................................................23 5.2.3 Divisão do Trabalho e Especialização do Operário .........................................................................23 5.2.4 Desenho de Cargos e Tarefas ..........................................................................................................24 5.2.5 Condições de Trabalho ....................................................................................................................26 5.2.6 Padronização ..................................................................................................................................26 5.2.7 Incentivos Salariais e Prêmios de Produção.....................................................................................27 5.3 PRINCÍPIOS DA ADM. CIENTÍFICA ...................................................................................................29 5.4 APRECIAÇÃO CRÍTICA ......................................................................................................................29 5. TEORIA CLÁSSICA .............................................................................................................................31 6.1 FAYOL .................................................................................................................................................31 6.2 FUNÇOES DA ADMINISTRAÇAO DE FAYOL ...................................................................................32 6.3 PRINCÍPIOS DE FAYOL ......................................................................................................................33 6.4 TEORIA DA ORGANIZAÇÃO DE FAYOL ..........................................................................................34 6.5 APRECIAÇÃO CRÍTICA ......................................................................................................................35 6. TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ..............................................................................................36 7.1 AS TEORIAS TRANSITIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................36 7.2 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ................................................................................................37 7.3 A EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE ...................................................................................................37 7.3.1 1ª Fase: Iluminação X Produtividade ...............................................................................................39 7.3.2 2ª Fase: Montagem de Relés ...........................................................................................................39 7.3.3 3ª Fase: Entrevistas .........................................................................................................................40 7.3.4 4ª Fase: Sala de Montagens de Terminais ........................................................................................41 7.3.5 Conclusões Finais da Experiência de Hawthorne .............................................................................42 7.4 A CIVILIZAÇÃO INDUSTRIALIZADA E O HOMEM .........................................................................43 7.5 FUNÇÕES BÁSICAS DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL ..................................................................44 7.6 DECORRÊNCIAS DA TRH ..................................................................................................................44 7.6.1 Influência da Motivação Humana ....................................................................................................45 7.6.2 Liderança ........................................................................................................................................48 7.6.3 Comunicações .................................................................................................................................50 3 JAA – Modelos de Gestão 7.6.4 Organização Informal .....................................................................................................................51 7.6.5 Dinâmica de Grupo .........................................................................................................................52 7.7 APRECIAÇÃO CRÍTICA ......................................................................................................................53 7. ABORDAGEM BUROCRATICA .........................................................................................................54 8.1 ORIGENS ..............................................................................................................................................54 8.2 CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA ............................................................................................55 8.2 VANTAGENS DA BUROCRACIA .......................................................................................................56 8.3 RACIONALIDADE BUROCRÁTICA ...................................................................................................578.4 DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA .......................................................................................................57 8.5 INTERAÇÃO DA BUROCRACIA COM O AMBIENTE .......................................................................58 8.6 APRECIAÇÃO CRÍTICA ......................................................................................................................59 8.7 GRAUS DE BUROCRACIA NAS ORGANIZAÇÕES ...........................................................................60 8. ABORDAGEM NEOCLÁSSICA ..........................................................................................................61 9.1 ORIGENS ..............................................................................................................................................61 9.2 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS ......................................................................................................62 9.3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TEORIA NEOCLASSICA .........................................................................63 9.4 CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO....................................................................................64 9.5 DEPARTAMENTALIZAÇÃO...............................................................................................................65 9.5.1 Tipos de Departamentalização.........................................................................................................66 9.5.2 Vantagens e Desvantagens dos Tipos de Departamantalização ........................................................68 9. TEORIA ESTRUTURALISTA .............................................................................................................69 10.1 ORIGENS DA TEORIA ESTRUTURALISTA .....................................................................................69 10.2 A SOCIEDADE DAS ORGANIZAÇÕES .............................................................................................70 10.3 O HOMEM ORGANIZACIONAL .......................................................................................................71 10.4 TIPOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES .................................................................................................72 10.5 ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES .....................................................................................................73 10.5.1 Abordagem Múltipla ......................................................................................................................73 10.5.2 Objetivos Organizacionais .............................................................................................................74 10.5.3 Ambiente Organizacional ..............................................................................................................75 10.5.4 Conflitos Organizacionais .............................................................................................................75 10.6 SÁTIRAS À ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................76 10.6.1 Lei de Parkinson............................................................................................................................76 10.6.2 Princípio de Peter .........................................................................................................................77 10.6.3 Princípio de Laurence Peter e Raymond Hull .................................................................................78 10.6.4 Dramaturgia Administrativa de Thompson .....................................................................................78 10.6.4 Maquiavelismo nas Organizações ..................................................................................................79 10.7 APRECIAÇÃO CRÍTICA DO ESTRUTURALISMO ...........................................................................79 10. ABORDAGEM COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO .................................................81 11.1 ORIGENS DA TEORIA COMPORTAMENTAL .................................................................................81 11.2 NOVAS PREPOSIÇÕES SOBRE A MOTIVAÇÃO HUMANA ...........................................................82 11.2.1 Hierarquia das Necessidades de Maslow .......................................................................................82 11.2.2 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg ............................................................................................84 11.3 ESTILOS DE ADMINISTRAÇÃO .......................................................................................................85 11.3.1 Teoria X e Y ..................................................................................................................................85 11.3.2 Teoria Z ........................................................................................................................................88 11.3.3 Sistemas de Administração ............................................................................................................88 11.4 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL .......................................................................................90 11.4 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL .......................................................................................90 11.4.1 Teoria do Equilíbrio Organizacional .............................................................................................90 11.5 APRECIAÇÃO CRÍTICA ....................................................................................................................91 11. ABORDAGEM SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO...................................................................92 12.1 TEORIA DOS SISTEMAS ...................................................................................................................92 12.1.1 Origens e Definição .......................................................................................................................93 4 JAA – Modelos de Gestão 12.1.2 Sistemas Fechados ........................................................................................................................95 12.1.3 Sistemas Abertos ...........................................................................................................................96 12.1.4 Parâmetros dos Sistemas ...............................................................................................................97 12.1.5 O Modelo Sociotécnico de Tavistock ..............................................................................................99 12.1.6 O Modelo de Katz e Kahn ............................................................................................................ 100 12.2 CIBERNÉTICA E ADMINISTRAÇÃO.............................................................................................. 100 12.2.1 Origens ....................................................................................................................................... 101 12.2.2 Principais Conceitos de Cibernética ............................................................................................ 102 12.2.3 Conceito de Informação............................................................................................................... 102 12.2.4 Principais Consequências da Cibernética na Administração ........................................................ 103 12.3 TEORIA MATEMÁTICA DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................... 104 12.3.1 Origens ....................................................................................................................................... 104 12.3.2 Processo Decisorial.....................................................................................................................104 12.4 APRECIAÇÃO CRÍTICA DA AB. DE SISTEMAS ............................................................................ 106 12. TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL – D.O. ........................................... 107 13.1. ORIGENS DA TEORIA DO D.O....................................................................................................... 107 13.2 AS MUDANÇAS E A ORGANIZAÇÃO ............................................................................................ 109 13.2.1 Conceito de Organização ............................................................................................................ 109 13.3 CULTURA ORGANIZACIONAL ..................................................................................................... 110 13.3.1 Clima Organizacional ................................................................................................................. 110 13.3.2 Desenvolvimento Organizacional e o Processo de Mudança......................................................... 111 13.3.3 Processo de Mudança no D.O. e o Ser Humano ........................................................................... 112 13.4 O PROCESSO DE D.O....................................................................................................................... 113 13.4.1 Novos Modelos Partindo do D.O. ................................................................................................ 114 13. TEORIA CONTINGENCIAL ........................................................................................................ 116 14.1 ORIGENS DA TEORIA DA CONTINGÊNCIA ................................................................................. 116 14.1.1 Pesquisa de Chandler .................................................................................................................. 117 14.1.2 Pesquisa de Burns e Stalker ......................................................................................................... 117 14.2 AMBIENTE ....................................................................................................................................... 118 14.2.1 A Organização e o Ambiente ........................................................................................................ 119 14.2 TECNOLOGIA .................................................................................................................................. 120 14.3 CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 121 14.4 APRECIAÇÃO CRÍTICA .................................................................................................................. 122 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................................................. 123 5 JAA – Modelos de Gestão ADMINISTRAÇÃO A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência). Neste contexto, a razão de ser da Administração pode ser traduzida na tarefa de interpretar os objetivos organizacionais e transformá-los em ação empresarial através de PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE. Administração revela-se nos dias de hoje como uma das áreas do conhecimento humano mais impregnadas de complexidade e de desafios. O profissional que utiliza a Administração como meio de vida pode trabalhar nos mais variados níveis de uma organização: desde o nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização. Desta forma o Administrador é um profissional com visão sistêmica da organização, que promove ações internas, criando sinergia entre pessoas e recursos disponíveis, gerando processos eficazes. Conforme a classificação brasileira de ocupações (Ministério do Trabalho do Brasil): Administradores planejam, organizam, controlam e assessoram as organizações nas áreas de RH, patrimônio, materiais, informações, financeira, tecnológica, entre outras; implementam programas e projetos; elaboram planejamento organizacional; promovem estudos de racionalização e controlam o desempenho organizacional; prestam consultoria administrativa a organizações e pessoas. 6 JAA – Modelos de Gestão 1. POR QUE ESTUDAR TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO A administração é uma disciplina aplicada voltada para resultados práticos, pode ser um tanto enfadonho estudar teorias do passado, todavia há razões para ver o principio da ciência administração – entender os “por quês” do presente. Há, pelo menos, quatro razões para a introdução à administração: 1- As Teorias guiam as decisões da administração: seu estudo nos ajuda a compreender os processos fundamentais e, baseados nisso, a escolher uma linha eficaz de ação. Em essência, uma teoria é um conjunto coerente de pressupostos elaborado para explicar as relações entre dois ou mais fatos observáveis. Desta maneira, as teorias válidas permitem-nos prever o que acontecerá sob certas situações. Com esse conhecimento, podemos aplicar diferentes teorias da administração a diferentes situações. 2- As Teorias dão forma à nossa visão das organizações: as teorias mostram de onde retiramos idéias sobre as organizações e sobre as pessoas que participam delas; por exemplo, a linha de montagem de Ford, que comprova a idéia de que os administradores podem determinar cientificamente o melhor modo de se realizar qualquer tarefa. Esta teoria é baseada no pressuposto de que as pessoas não gostam de trabalhar, portanto, elas precisam de uma supervisão atenta e de incentivo financeiro (uma suposição sensata, dada a natureza monótona, repetitiva e algumas vezes perigosa do trabalho numa linha de montagem). 3- As teorias nos conscientizam do ambiente empresarial: a medida que estudando as diferentes teorias, passamos a entender que cada uma delas é produto de seu ambiente – das forças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas presentes num dado tempo e lugar. Isso proporciona compreender porque as teorias são apropriadas a diferentes circunstâncias. No inicio do século XX, por exemplo, havia falta de mão de obra especializada, levando os administradores a se concentrarem nos modos de tornar cada trabalhador mais eficiente, o que justifica a abordagem de Ford. Hoje, entretanto, quando o nível geral de educação é mais elevado e temos um grande suprimento de mão de obra, outras teorias são mais eficazes. 4- As teorias são uma fonte de novas idéias: as teorias oportunizam assumir um ponto de vista diferente com relação às situações do cotidiano. O estudo das diversas escolas do pensamento administrativo, que foram desenvolvidas numa seqüência histórica demonstram que as idéias posteriores não substituíram as anteriores, em vez disso cada nova escola tendeu a complementar ou coexistir com as existentes. Ao mesmo tempo, cada escola continuou a se desenvolver e até mesmo a se difundir e fundir com outras. 7 JAA – Modelos de Gestão 2. A ADMINISTRAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO Segundo Maximiano (2004), podemos definir que a Organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. É importante ressaltar que na atualidade as organizações estão presentes em todos os momentos da vida do ser humano, que incluem produtos de todas as gamas, serviços públicos e privados. Figura 1 – Organizações na sociedade moderna. Fonte: Adaptado de Maximiano (2004). A Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma organização. É um processo de tomar decisões sobre objetivos e recursos. A Fig. 2 apresenta um diagrama mostrando as principais componentes das organizações.Portanto, uma organização é um sistema que transforma recursos em objetivos (produtos e serviços). Figura 2 – Principais componentes das organizações. Fonte: Maximiano, 2004, pg. 26 Desta forma, objetivos e recursos são as palavras chaves na definição de administração e também de organização. Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum objetivo (ou conjunto de objetivos). Além de objetivos e recursos, as organizações tem dois outros componentes importantes: processos de transformação e divisão do trabalho: 8 JAA – Modelos de Gestão Por meio dos processos, a organização transforma os recursos para produzir os resultados. Um processo é um conjunto ou seqüência de atividades interligadas, com começo, meio e fim, que utiliza os recursos, como trabalho humano e equipamentos, para fornecer produtos e serviços. A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações individuais por meio da especialização. Quando se juntam as tarefas especializadas, realizam-se produtos e serviços que ninguém conseguiria fazer sozinho. 3.1. FUNÇÕES ORGANIZACIONAIS As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam, para que a organização consiga realizar seus objetivos. Segundo Maximiano (2004), as funções mais importantes de qualquer organização são analisadas sucintamente a seguir: produção (ou operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças e recursos humanos. A coordenação de todas essas funções especializadas é o papel da administração geral. Figura 3 – Principais funções organizacionais. Fonte: Maximiano, 2004, pg. 28. A seguir são apresentadas definições resumidas para cada uma dessas funções: Produção: o objetivo básico da função de produção é fornecer os produtos ou serviços da organização. Produção é uma palavra genérica, que indica todos os tipos de operações de fornecimento de produtos ou serviços. Há três tipos principais de processos produtivos: Produção em massa - fornecimento de grande número de produtos e serviços idênticos, que podem ser simples ou complexos. Exemplos: parafusos, automóveis, refeições rápidas em cadeias de lanchonetes, etc.; Produção por processo contínuo - fornecimento virtualmente ininterrupto de um único produto ou serviço, como gasolina, corantes, transmissão de programas de televisão, energia elétrica, etc.; 9 JAA – Modelos de Gestão Produção unitária e em pequenos lotes – fornecimento de produtos e serviços sob encomenda, simples ou complexos. Por exemplo, montagem de aviões, navios de grande porte e de plantas petroquímicas, organização de realização de Jogos Olímpicos e corridas de Fórmula 1, eleições presidenciais, cortes de cabelo, etc. Marketing: o objetivo básico da função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários ou público-alvo. A função de Marketing é muito ampla e abrange as atividades de: Pesquisa: identificação de interesses e necessidades e tendências do mercado; - desenvolvimento de produtos: criação de produtos e serviços, inclusive seus nomes, marcas e preços, e fornecimento de informações para o desenvolvimento de produtos em laboratórios e oficinas; Distribuição: desenvolvimento de canais de distribuição e gestão dos pontos de venda; - Preço: determinação das políticas comerciais e estratégias de preço no mercado; Promoção: comunicação com o público-alvo, pro meio de atividades como propaganda e publicidade; Vendas: criação de transações com o público alvo. (Em algumas organizações, vendas é uma função separada de marketing). Pesquisa e Desenvolvimento: o objetivo básico da função de Pesquisa e desenvolvimento é transformar as informações de marketing, as idéias originais e os avanços da ciência em produtos e serviços. Finanças: o objetivo básico da função de Finanças é a proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros. A função financeira abrange as decisões de: Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos; Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos; Controle: acompanhamento e avaliação dos resultados financeiros da organização; Destinação dos resultados: seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros da organização. Recursos Humanos: a gestão de pessoas tem como objetivos encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização necessita. A função de recursos humanos tem como componentes outras funções tais como a de planejamento de mão-de-obra, recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, administração de pessoal, Avaliação de desempenho, Remuneração ou compensação, funções pós-emprego como, por exemplo, recolocação profissional, dentre outras. 10 JAA – Modelos de Gestão 3.2. EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE As organizações realizam as funções apresentadas acima, adquirindo e utilizando recursos, para desenvolver e fornecer produtos e serviços, com o objetivo de resolver problemas de seus usuários e das pessoas que as criam. Neste momento, vamos introduzir dois conceitos fundamentais sobre o desempenho das organizações que são os conceitos de eficiência e eficácia. Quando as organizações resolvem problemas e são eficientes no uso de recursos todos ficam satisfeitos: clientes, usuários, funcionários, acionistas, a sociedade de forma geral. Eficácia: comparação entre o que se pretendia fazer e o que efetivamente se conseguiu. É a palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos, mais a organização é eficaz. Eficiência: relação entre os resultados que se conseguiu alcançar e os recursos que foram empregados. É a palavra usada para indicar que a organização utiliza produtivamente, ou de maneira econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia na utilização dos recursos, mais eficiente é a organização. Em suma é um Fator Quantitativo. Efetividade: demonstra se os produtos ou serviços prestados pelas organizações estão ou não atendendo as necessidades e expectativas de mercado. 3.3. PROCESSO DINÂMICO Administração é ação de tomar decisões e realizar ações, para tal isto compreende cinco processos dinâmicos: Processo ou Função Significado Planejamento Definir objetivos, atividades e recursos. Organização Definir e distribuir o trabalho e os recursos para atingir o(s) objetivo(s); também quer dizer atribuir responsabilidades e autoridade. Liderança Comprometer, influenciar, motivar pessoas para realizar os objetivos. Execução Operacionalizar, consumindo recursos, para atingir objetivos. Controle Identificar padrões, construir e controlar indicadores de resultados e identificar a necessidade de modificação, quando for o caso. 11 JAA – Modelos de Gestão 3.4. HABILIDADES DO ADMINISTRADOR Habilidade é o processo de visualizar, compreender e estruturar as partes e o todo dos assuntos administrativos das empresas, consolidando resultados otimizados pela atuação de todos os recursos disponíveis. Segundo Katz, existem três tipos de habilidades que o administrador deve possuir para trabalhar com sucesso: habilidade técnica, habilidade humana e habilidade conceitual: Habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para realização de tarefas específicas por meio da experiência profissional; Habilidade humana: consiste na capacitação e discernimento para trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e desenvolver uma liderança eficaz; Habilidade conceitual: consiste na capacidade para lidar com idéias e conceitos abstratos. Essa habilidade permite que a pessoa faça abstrações e desenvolva filosofias e princípios gerais de ação. Figura 4 - Níveis Organizacionais e as três Habilidades do Administrador segundo Katz. Fonte: Adaptado de Maximiano, 2004, pg.43. A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão a posição de alta direção. Contudo essas três habilidades – técnicas, humanas e conceituais – requerem certas competências pessoais para serem colocadas em ação com êxito. As competências – qualidades de quem é capaz de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas. O administrador para ser bem sucedido profissionalmente precisa desenvolver três competências duráveis: o conhecimento, a perspectiva e a atitude. 12 JAA – Modelos de Gestão Figura 5 – Competências duráveis do Administrador. Fonte: Adaptado de Maximiano, 2004. Conhecimento: significa todo o acervo de informações, conceitos, idéias, experiências, aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade. Como o conhecimento muda a cada instante em função da mudança e da inovação que ocorrem com intensidade cada vez maior, o administrador precisa atualizar-se constantemente e renova-lo continuamente. Isso significa aprender a aprender, a ler, a ter contato com outras pessoas e profissionais e, sobretudo reciclar-se continuamente para não tornar-se obsoleto e ultrapassado; Perspectiva: significa a capacidade de colocar o conhecimento em ação. Em saber transformar a teoria em prática. Em aplicar o conhecimento na análise das situações e na solução dos problemas e na condução do negócio. É a perspectiva que dá autonomia e independência ao administrador, que não precisa perguntar ao chefe o que deve fazer e como fazer nas suas atividades; Atitude: representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, de motivar, de comunicar e de levar as coisas para frente. Envolve o impulso e a determinação de inovar e a convicção de melhorar continuamente, o espírito empreendedor, o inconformismo com os problemas atuais e, sobretudo, a facilidade de trabalhar com outras pessoas. 3.5. PAPEL DO ADMINISTRADOR Mintzberg identifica dez papéis específicos do administrador divididos em três categorias: interpessoal, informacional e decisorial. Papel significa um conjunto de expectativas da organização a respeito do comportamento de uma pessoa. Cada papel representa atividades que o administrador conduz para cumprir as funções de planejar, organizar, dirigir e controlar. 13 JAA – Modelos de Gestão Figura 6 – Papel do Administrador. Fonte: Adaptado de Maximiano, 2004. 14 JAA – Modelos de Gestão 3. PRECURSORES E PIONEIROS DA ADMINISTRAÇÃO O trabalho sempre existiu na história da humanidade, a busca por governança dos recursos também, portanto, embora a administração seja uma ciência recente, suas raízes remontam de muitos séculos. As primeiras contribuições, como não poderia deixar de ser, são provenientes de praticantes e não de teóricos. Destacam-se, desde o início da civilização, contribuições que, embora esparsas, marcaram significativamente o desenvolvimento dessas teorias, apesar de que a prática administrativa, bem como a coordenação entre os estudos de praticantes e teóricos, sejam uma característica de tempos mais recentes. Os benefícios de se delegar autoridade, assim como da conveniência de se ter uma boa organização, são ideologias que se pode encontrar em citações bíblicas, papiros egípcios que remontam a 4.000 anos a.C., bem como em registros similares da China, Grécia, Roma etc. enfim, já no estudo da Antigüidade pode-se perceber a importância dada à organização e administração dos negócios públicos e privada. ORIENTE MILITAR GRÉCIA ROMA RENASCIMENTO REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 4.000 a.C 3.500 a.C 500 a.C VII a.C à IV d.C Século XVI Século XVIII Grandes projetos. Pirâmides Disciplina, logística, treinamento de RH, planejamento. Democrácia, ética, qualidade, método científico. Multinacional, delegação por objetivos. Maquiavel. Grande comercio. Contabilidade. Fábricas, sindicatos, processos, ciência. Administração como disciplina. Figura 7 - Origem da Administração moderna. Fonte: Adaptado de Maximiano, 2004. Estas civilizações antigas contribuíram muito para o que contextualizamos como Administração Moderna: Grécia: contribuiu com a democracia participativa; ética e qualidade. Ser ouvido e contribuir no processo de tomada de decisões; gerenciar recursos para objetivos organizacionais em prol do todo e identificar atributos de desempenho podem ser associados aos Gregos. Roma e Igreja Católica: Roma se manteve durante 12 séculos por meio de sua capacidade de construir, administrar e manter sob seu domínio grandes territórios e nações. Ao longo dos séculos, a Igreja Católica estruturou a sua organização com uma hierarquia de autoridade; um estado-maior e a coordenação funcional para assegurar integração. A organização hierárquica da Igreja é tão simples e eficiente que a sua enorme organização mundial pode operar sob o comando de uma só cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe dado por uma autoridade divina superior. A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para muitas organizações que incorporaram seus princípios e normas administrativas. 15 JAA – Modelos de Gestão Influência da Organização Militar: a organização linear tem suas origens na organização militar dos exércitos da Antigüidade e da época medieval. O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo central das organizações militares. A hierarquia - ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade - provém da organização militar. Com o passar dos tempos, na medida em que o volume de operações militares aumenta, cresce; também a necessidade de delegar autoridade para os níveis mais baixos da organização militar. Ainda na época de Napoleão (1769-1821), cada general supervisionava a totalidade do campo de batalha. As guerras de maior alcance e de âmbito continental exigiram novos princípios de organização conduzindo a um planejamento e controle centralizados em paralelo com operações descentralizadas, ou seja, passou-se à centralização do comando e à descentralização da execução. Maquiavel: em sua obra “O Principe”, contextualiza o comportamento de um governante para manter-se no poder; pode ser entendido como um analista de perfis de liderança no contexto de organizações complexas. Embora Maquiavel seja um Renacentista, sua obra destaca que estrategicamente os lideres devem cercar-se de pessoas competentes, escolhidas pela habilidade e competência; também que o sucesso é medido pela aprovação do povo, organizacionalmente podemos dizer que pelo “comprometimento” dos subordinados; por fim, a liderança e principalmente o reconhecimento da liderança fazem nações fortes, em suma conduzem as organizações para seus objetivos. 4.1 REVOLUÇAO INDUSTRIAL Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, num lapso de um século, foram maiores do que as mudanças havidas em todo o milênio anterior. É a chamada Revolução Industrial, que passou por duas fases distintas: Primeira fase (1780 à 1860):a revolução do carvão e do ferro. Começa com a introdução da máquina de fiar no tear hidráulico e no tear mecânico. O trabalho do homem, do animal e da roda d´água é substituído pelo trabalho da máquina, surgindo o sistema fabril. Segunda fase (1860 à 1914): a revolução da eletricidade, derivados do petróleo e do aço. A Revolução Industrial provocou profundas modificações na estrutura empresarial e econômica da época. Mas não chegou a influenciar os princípios de administração das empresas então utilizados. Os dirigentes de empresas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de uma economia em rápida expansão e tinham por modelo as organizações militares ou eclesiásticas nos séculos anteriores. 16 JAA – Modelos de Gestão 4. ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 1903 -> +- 1930 Começou no início do século passado com o trabalho de dois engenheiros: Frederick W. Taylor (administração científica) e Henry Fayol (teoria clássica). Administração Científica: eficiência da indústria pela racionalização das tarefas. Abordagem: de baixo para cima, de dentro para fora. Teoria Clássica: Eficiência das empresas pela racionalização de suas estruturas. Abordagem: de cima para baixo, do todo para as partes. Origens da Abordagem Clássica: 1- Crescimento desordenado e acelerado das organizações (após a revolução industrial) 2- Necessidade de aumentar a eficiência e competência das organizações. 5.1 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA 5.1.1 Taylor Frederick Winslow Taylor, Americano, Engenheiro, Fundador da Administração Científica. 17 JAA – Modelos de Gestão F. W. TAYLOR - Falecido em 1917, Frederick Winslow Taylor foi o pai da gestão científica do trabalho e o precursor do estudo do tempo e do movimento. Iniciou a sua carreira na companhia de aço Midvale Steel Works como operário, tornando-se mais tarde engenheiro-chefe. Depois foi consultor na Bethlehem Steel Works de Pittsburgh, onde realizou as suas famosas experiências. Fanático da medição dos tempos, acreditava que desse modo podia melhorar a eficiência produtiva. A máxima de Taylor era de que só havia uma melhor maneira de desempenhar uma tarefa, pelo que cabe aos gestores fazerem a supervisão do trabalho, recompensando ou punindo as pessoas de acordo com o seu desempenho. Logo, as duas funções básicas do gestor são planear e controlar. Bibliografia: Scientific Management (Harper and Row, 1947). Taylor iniciou suas experiências e estudos pelo trabalho do operário e, mais tarde, generalizou as suas conclusões para a Administração geral: sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo. Taylor iniciou suas experiências na Midvale Steel, onde permaneceu até 1889, quando entrou para a Bethlehem Steel Works. Em 1895, apresentou à Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos um estudo experimental denominado “Notas sobre as correias”. Mais tarde, publicou outro de seus estudos, denominado “Um sistema de gratificação por peça”, apresentando um sistema de gratificação e administração dos operários. Em 1903, publicou seu livro denominado “Administração de Oficinas”, onde se preocupa exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho operário, por meios do Estudo de Tempos e Movimentos. Taylor começou por baixo, junto com os operários no nível de execução, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo os seus movimentos e processos de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente. Verificou que o operário médio produzia muito menos do que era potencialmente capaz com o equipamento disponível. 5.1.2 1º Período de Taylor (1903 À 1911) Iniciou em 1903 com a publicação do livro "SHOP MANAGEMENT", onde destaca a sua preocupação em aumentar a produtividade das indústrias pelo aumento da eficiência ao nível operacional. 18 JAA – Modelos de Gestão 5.1.2.1 Os 5 Pontos Básicos de Taylor 1.Processo cientifico e padronizado: para realizar esse objetivo, a Administração tinha de aplicar métodos científicos de pesquisa e experimento para o seu problema global, a fim de formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitissem o controle das operações fabris. 2.Seleção cientifica: os empregados tinham de ser cientificamente colocados em serviços ou postos em que os materiais e as condições de trabalho fossem cientificamente selecionados, para que as normas pudessem ser cumpridas. 3.Treinamento cientifico: os empregados deviam ser cientificamente adestrados para aperfeiçoar suas aptidões e, portanto, executar um serviço ou tarefa de modo que a produção normal fosse cumprida. 4.Baixos custos e salario mais alto: o objetivo de uma boa Administração era pagar salários altos e ter custos unitários de produção. 5. Bom ambiente de trabalho: uma atmosfera de íntima e cordial cooperação teria de ser cultivada entre a Administração e os trabalhadores, para garantir a continuidade desse ambiente psicológico que possibilite a aplicação dos outros princípios por ele mencionados. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5.1.3 2º Período de Taylor (1911 À 1915) Iniciou em 1911 com a publicação do livro "Princípios da Administração Científica", onde apresenta diversas contribuições para a administração, principalmente um estudo de tempos e movimentos para obter a máxima eficiência. 19 JAA – Modelos de Gestão 5.1.3.1 A Administração como Ciência Administração é uma ciência. Desenvolve teorias, realiza estudos, elabora princípios. Seu objeto de estudo é a própria organização. Para Taylor, a improvisação cedeu lugar ao planejamento, e o imperísmo à ciência. Taylor era engenheiro, analizava as atividades e, ao dividi-las em tarefas, determinava a maneira mais eficiênte de realizá-las: "A ÚNICA MANEIRA CORRETA" . OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Para ler em casa: TAYLOR ESTABELECEU 10 ELEMENTOS DE APLICAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA: 1- ESTUDO DE TEMPOS E PADRÕES DE PRODUÇÃO: Cronometragem do tempo de produção, eliminação dos “tempos mortos” e definição estatística do tempo padrão. 2- SUPERVISÃO FUNCIONAL: Acompanhamento de cada operário por vários supervisores, segundo a função enfocada. 3- PADRONIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS: Buscava reduzir a variedade e diversidade de funções e ferramentas, facilitando a contratação, o treinamento e a perda com o “tempo de Adaptação”. 4- PLANEJAMENTO DE CARGOS E TAREFAS: A correta distribuição de pessoas na organização passa pelo planejamento das tarefas a serem feitas e de quantas tarefas um cargo (uma pessoa) pode se ocupar. 5- PRINCÍPIO DA EXCEÇÃO: É o princípio da delegação de autoridade: Todas as tarefas rotineiras devem ser normatizadas e delegadas por escrito aos subordinados para a execução normal. Caso haja exceções, então chamar o superior. 6- UTILIZAÇÃO DE RÉGUAS DE CÁLCULO E INSTRUMENTOS PARA ECONOMIZAR TEMPO:Processar informações para poder tomar decisões corretas sem perda de tempo. 7- FICHAS COM INSTRUÇÕES DE SERVIÇO: Como forma de “automatizar” a execução de tarefas sem depender do superior imediato. 8- TAREFAS ASSOCIADAS A PRÊMIOS DE PRODUÇÃO: Todas as pessoas precisam de incentivos para uma maior produtividade/esforço. 20 JAA – Modelos de Gestão 9- CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS E MATERIAIS UTILIZADOS: A classificação de produtos e materias proporciona organização para fins de registros e localização, além de políticas distintas de utilização/negociação. 10- DELINEAMENTO DAS ROTINAS DE TRABALHO: O que fazer hoje? - Seguir uma certa rotina já induz as pessoas a iniciar suas atividades sem perda de tempo. OBS.:___________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5.2 ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO Emprego do melhor método de trabalho e dos instrumentos mais adequados. A organização racional do trabalho foi dividida em 9 estudos: 5.2.1 Análise do Trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos A melhor maneira de executar uma tarefa e elevar a eficiência do trabalho. Análise do trabalho: a divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários à execução de cada operação de uma tarefa. Estudo de tempos e movimentos: determinação do tempo padrão de produção Frank e Lilian Gilbreth foram outros a se ocuparem com o trabalho desenvolvido por Taylor, passando a seguir a desenvolver os seus próprios estudos, como os Therbligs, e o exemplo da parede de tijolos. OS THERBLIGS 1. Procurar 6. Posicionar 11. Soltar a carga 16. Repousar 2. Escolher 7. Preposicionar 12. Inspecionar 17. Planejar 3. Pegar 8. Unir 13. Segurar 4. Transportar vazio 9. Separar 14. Esperar inevitavelmente 5. Transportar cheio 10. Utilizar 15. Esperar quando evitável 21 JAA – Modelos de Gestão Vantagens do estudo de tempos e movimentos: 1- eliminar os desperdícios de tempo e de esforço. 2- racionalizar a seleção e treinamento. 3- melhorar a eficiência do trabalho. 4- melhor distribuição do trabalho. 5- base para estudos de premiação pela produtividade. 6- maior precisão nos cálculos de custo. EXEMPLO DA APLICAÇÃO DA ADM. CIENTÍFICA: Um operário assentava 960 tijolos com 17.280 movimentos em 8 horas, ganhando us$ 5,00. Com a aplicação da adm. Científica, ele assenta 2.800 tijolos com 14.000 movimentos em 8 horas, ganhando us$ 6,50. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 22 JAA – Modelos de Gestão Para Taylor e seus seguidores, o instrumento básico para se racionalizar o trabalho dos operários era o estudo de tempos e movimentos (motion-time study). Verificou que o trabalho pode ser executado melhor e mais economicomente por meio da análise do trabalho, isto é, da divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários à execução de cada operação de uma tarefa. Observando metódica e pacientemente a execução de cada operação a cargo dos operários, Taylor viu a possibilidade de decompor cada tarefa e cada operação da tarefa em uma série ordenada de movimentos simples. Os movimentos inúteis eram eliminados, enquanto os movimentos úteis eram simplificados, racionalizados ou fundidos com outros movimentos, para proporcionar economia de tempo e de esforço ao operário. A essa análise do trabalho seguia-se o estudo dos tempos e movimentos, ou seja, a determinação do tempo médio que um operário comum levaria para a execução da tarefa. A esse tempo médio eram adicionados os tempos elementares e mortos (esperas, tempos destinados à saida do operário da linha para suas necessidades pessoais etc.), para resultar o chamado "tempo padrão". Com isto padronizava-se o método de trabalho e o tempo desfinado à sua execução. Método é a maneira de se fazer alguma coisa para obter um determinado resultado. Outros colaboradores de Taylor Lilian Gilbreth Lançou uma tese, A Psicologia da Administração, que foi um dos primeiros estudos sobre o homen na indústria. Lilian considerava o ambiente e as chances dadas aos funcionários essenciais para o aprimoramento da produtividade. Henry Gantt Trabalhou com Taylor na Midvalle Steel Co. Desenvolveu métodos gráficos para representar planos e possibilitar melhor controle gerencial. Destacou a importância do fator tempo, custo e planejamento para realização do trabalho. 23 JAA – Modelos de Gestão 5.2.2 Estudo da Fadiga Humana A fadiga reduz a eficiência humana. A Administração Científica racionaliza os movimentos, eliminando ou diminuindo os que geram fadiga. Aspectos Observados: - Uso Do Corpo Humano - Lay Out - Desempenho De Equipamentos E Ferramentas (Estudos Estatísticos) O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e fisiologia humanas. Estudos realizados sobre os efeitos da fadiga na produtividade do operário, constataram que a fadiga predispõe o trabalhador para a diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho, perda de tempo, aumento do absenteismo, doenças, acidentes e diminuição da capacidade de esforço. Em suma, a fadiga é considerada um redutor da eficiência. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5.2.3 Divisão do Trabalho e Especialização do Operário Quanto maior a especialização do operário, maior a eficiência, e a produtividade. A análise do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos criaram condições para a rees-truturação das operações industriais, eliminando os movimentos desnecessários e economizando energia e tempo. Uma das decorrências do estudo tempos e movimentos foi a divisão do trabalho e a especialização do operário a fim elevar sua produtividade. Ao verificar que o trabalho pode ser feito de maneira mais econômica por meio da subdivisão das tarefas, 24 JAA – Modelos de Gestão chegou-se conclusão de que o trabalho de cada pessoa deveria, tanto quanta possivel, se limitar à execução de uma única e simples tarefa predominante. Com isto, cada operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa ou de tarefas simples e elementares, para ajustar-se aos padrões descritos e às normas de desempenho estabelecidas pelo método. A limitação de cada operário à execução de uma única operação ou tarefa, de maneira continua e repetitiva, encontrou a linha de produção (ou linha de montagem) como sua principal base de aplicação. Estas idéias encontraram rápida aplicação na indústria americana e estenderam-se rapidamente a todos os demais países e a todos os campos de atividades. A partir dai, o operário perdeua liberdade e a iniciativa de estabelecer a sua maneira de trabalhar e passou a ser confinado à execução automática e repetitiva, durante toda a sua jornada de trabalho, de uma operação ou tarefa manual, simples e padronizada. A idéia básica era de que a eficiência aumenta com a especialização: quanto mais especializado for um operário, tanto maior será a sua eficiência. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 5.2.4 Desenho de Cargos e Tarefas Definição racional dos cargos e tarefas a serem executados: Tarefa: É toda e qualquer atividade desempenhada por alguém. Cargo: É o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica. Desenhar um Cargo: Especificar as tarefas e métodos de execução de cada cargo,e as relações com os demais cargos. Vantagens Proporcionadas: - Menores exigências de qualificação - Minimização do treinamento - diminuição das possibilidades de erro de execução - Maior nº de subordinados por supervisor - Aumento da eficiência/produtividade 25 JAA – Modelos de Gestão Tarefa ou função é toda e qualquer atividade mais ou menos permanente e rotineira que alguém executa em decorrência do seu cargo dentro da organização. A tarefa ou função constitui a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização. Cargo é o posto ocupado por um trabalhador e representado pelo conjunto de responsabilidades relativas às tarefas que lhe são pertinentes. Há cargos simples, com uma única tarefa ou função e há cargos complexos, constituídos de várias e às vezes diferentes, funções. Um conjunto de cargos forma uma seção, um conjunto de seções formam um departamento e assim por diante. Desenhar um cargo, então, consiste em descrevê-lo em termos de especificação do seu conteúdo de funções, bem como sua relação com outros cargos posicionados como pré e pós requisitos. Assim, o desenho do cargos é a maneira pela qual um trabalho é planejado através das descrições de todos os cargos - e suas funções - necessários para sua execução. A racionalização do trabalho do operário passa a exigir, então, o desenho dos cargos. A ênfase sobre as tarefas a serem executadas levou os engenheiros a simplificar os cargos no sentido de obter o máximo de especialização de cada trabalhador: cada operário ficaria restrito a um específica tarefa que deveria ser executada cíclica e repetitivamente para aumentar sua eficiência. O princípio básico no desenho dos cargos é que cada cargo deve conter um número limitado de tarefas relacionadas, cada qual requerendo habilidades similares e em períodos de tempo que permitam controlar e comparar os resultados com determinados padrões de produção. Para cada tarefa há um método apropriado, pois os cargo e as tarefas são desenhados para uma execução automatizada por parte do trabalhador, que deve fazer e não pensar ou decidir. Pela simplicidade dos cargos, o ocupante pode aprender rapidamente os métodos prescritos, exigindo um mínimo de treinamento. Igualmente, a simplicidade permite um melhor controle e acompanhamento por parte do supervisor. Com isto, enfatizou-se o conceito de linha de produção: em vez de um operário executar uma tarefa complexa ao redor da matéria-prima, esta passa a circular por uma linha ao longo da qual estão dispostos os operários. O operário especializado executa sequencialmente a sua tarefa específica. Ao final da linha de produção, a matéria- prima caminhou e foi processada por uma sequência de operários, cada qual realizando uma tarefa particular, contribuindo para a execução da totalidade do trabalho.Cada operário é treinado para desempenhar as atividades rotinizadas do cargo. Em caso de ocorrência imprevista, o ocupante deve procurar seu superior. A relação de trabalho de cada operário é didática: cada ocupante relaciona-se exclusivamente com seu superior. Os contatos com colegas relacionados com a tarefa são limitados e controlados para evitar perda de tempo. O fluxo sequencial do trabalho é previamente estabelecido e o tempo de sua duração também. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 26 JAA – Modelos de Gestão 5.2.5 Condições de Trabalho Conforto para o operário e a melhoria do ambiente interno, são fatores que evitam a fadiga. Taylor e seus seguidores verificaram que a eficiência depende não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas também de um conjunto de condições que garantam o bem-estar físico do trabalhador e diminuam a fadiga. As condições de trabalho que mais preocuparam os engenheiros da Administração Científica foram as seguintes: a) adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e de equipamentos de produção para minimizar o esforço do operário e a perda de tempo na execução da tarefa; b) arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da produção; c) melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, a ventilação, a iluminação, o conforto geral no trabalho não reduzam a eficiência do trabalhador; d) projeto de instrumentos e equipamentos especiais para cargos específicos, como transportadores, seguidores, contadores e outros utensílios para reduzir movimentos desnecessários. Com a Administração Científica, as condições de trabalho passam a ser consideradas importantes elementos no aumento da eficiência. O conforto do operário e a melhoria do ambiente físico (iluminação, ventilação, eliminação do ruído etc.) passaram a ser muito valorizados porquanto essenciais para a eficiência do trabalhador. 5.2.6 Padronização Reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo, eliminando o desperdício a aumentando a eficiência. Um padrão é um referencial de medida, adotado como critério. Os padrões representam o desempenho desejado e estão sempre relacionados com o resultado que se deseja alcançar. A padronização é a aplicação de padrões e significa a aplicação de métodos para se obter uniformidade e redução de custos. Com a Administração Científica, a padronização passa a ser urna preocupação constante na obtenção da eficiência. A padronização pode conduzir à simplificação, à medida em que a uniformidade obtida reduza a variabilidade e as exceções que complicam os procedimentos. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 27 JAA – Modelos de Gestão 5.2.7 Incentivos Salariais e Prêmios de Produção Busca a colaboração do operário para atingir a eficiência e ultrapassá-la. Um bom salário evita que o trabalhador fique desmotivado, o incentivo salarial é a recompensa pelo resultado adicional" Homo Economicus: Todas as pessoas são movidas por recompensas salariais, econômicas e materiais. Características do homo economicus: - preguiçoso - acomodado - limitado - resistente a mudanças- incapaz de auto-controle. Para alcançar essa colaboração, Taylor e seus seguidores desenvolveram planos de incentivos salariais e de prêmios de produção. A idéia básica era a de que a remuneração baseada no tempo (empregados mensalistas, diaristas ou horistas, por exemplo) não esfimulava o operário a trabalhar mais e deveria ser substituida por remuneração baseada na produção de cada operário (salário por peça, por exemplo): o operário que produzisse pouco ganharia pouco e o que produzisse muito, ganharia na proporção de sua produção. Entretanto, fazia-se necessário um estímulo salarial que fizesse com que os operários trabalhassem de acordo com o tempo padrão, ou, se possível, o ultrapassassem. Isto requeria um incentivo salarial ou um prêmio de produção. O tempo padrão - isto é, o tempo médio necessário para um operário normal realizar a tarefa devidamente racionalizada - constitui o nível de eficiência equivalente a 100%. A produção individual até o nível de 100% de eficiência passou a ser remunerada conforme o número de peças produzidas. Acima de 100% de eficiência, a remuneração por peça passou a ser acrescida de um prêmio de produção ou incentivo salarial adicional que aumentava à medida em que se elevava a eficiência do operário. Com o plano de incentivo salarial, Taylor procurava conciliar os interesses da empresa em obter um custo de produção cada vez mais reduzido e, consequentemente, maior produtividade e maior rendimento, com os interesses dos operários em obter salários mais elevados. Essa identidade de interesses de patrões e empregados, quanta à participação nos ganhos proporcionados pela Administração Científica, levou Taylor a julgar que o que era bom para a empresa (eficiência = maior lucro) era igualmente bom para os empregados (maior produção = maior salário). Realmente, a implantação da Administração Cientifica levou o operário americano a ser um dos operários mais bem pagos do mundo industrializado e detentor de elevado padrão de vida. Contudo, ele teve de suportar durante décadas o trabalho simples, repetitivo e padronizado. Outros conceitos pouco usados ou descartados: CONCEITO DE “HOMO ECONOMICUS Com a Administração Cientifica implantou-se o conceito de “homo economicus”, isto é, toda pessoa é concebida como influenciada por recompensas econômicas e materiais. Em outros termos, o ser humano procura o trabalho como um meio de ganhar dinheiro por meio do salário que o trabalho proporciona. O ser humano é exclusivamente motivado a trabalhar pela necessi-dade de dinheiro para viver. Assim, as recompensas salariais e os prêmios de produção influen-ciam profundamente os esforços individuais do trabalhador, fazendo com que 28 JAA – Modelos de Gestão ele desenvolva o máximo de produção de que é fisicamente capaz de atingir para obter um ganho maior. Os partidários da Administração Científica achavam que, uma vez selecionado cientificamente o trabalhador, do ponto de vista físico, ensinado o melhor método de trabalho e condicionada sua remuneração à eficiência, o trabalhador passaria a produzir o máximo de que fosse capaz. Essa estreita visão da natureza humana não se limitava a ver o ser humano como um empregado por dinheiro. Pior ainda, via no operário da época um indivíduo limitado e mesquinho, preguiçoso e vadio, culpado pelo desperdicio das empresas, que deveria ser controlado continuamente por meio do trabalho previamente racionalizado e do tempo padrão. SUPERVISÃO FUNCIONAL A especialização do operário deve ser acompanhada da especialização do supervisor e não de uma centralização da autoridade. Taylor propôs a supervisão Funcional, que nada mais é do que a existência de diversos supervisores, cada qual especializado em determinada área, e que tem autoridade funcional (relativa somente à sua especialidade) sobre os mesmos subordinados. Essa autoridade funcional é relativa e parcial. Para Taylor o tipo de organização por excelência é a organização funcional. A administração funcional consiste em dividir o trabalho de maneira que cada homem, desde o assistente até o superintendente, tenha que executar a menor variedade possível de funções. Sempre que possível, o trabalho de cada homem deverá limitar-se à execução de uma única função. Para Taylor, a característica mais marcante e visível da administração funcional consiste no fato de que cada operário, em lugar de se por em contato direto com a administração num único ponto, isto é, por intermédio de seu chefe de turma, recebe orientação e ordens diretas de encarregados diferentes, cada um dos quais desempenhando sua própria função particular. A supervisão funcional é exatamente a aplicação da divisão do trabalho e da especialização no nível dos supervisores e chefes. Suas vantagens são patentes: especialistas é que transmitem a cada operário conhecimento especifico e orientação. É a separação do trabalho mental (supervisor) do braçal (operário). Representa a máxima utilização do principio da divisão do trabalho, reduzindo ao mínimo as funções que cada um deve executar. Tende, portanto, a produzir alta eficiência funcional, em cada homem e no conjunto deles. A supervisão funcional pressupõe uma autoridade relativa, dividida e zoneada. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 29 JAA – Modelos de Gestão 5.3 PRINCÍPIOS DA ADM. CIENTÍFICA Princípio: afirmação válida para uma determinada situação. Para Taylor, a administração deve seguir quatro princípios: 1. Planejamento: Substituir a improvisação pela ciência, por meio do planejamento do método. 2. Preparo: Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor. Preparar também máquinas e equipamentos através do arranjo físico e disposição racional das ferramentas e materiais. 3. Execução: Distribuir as atribuições e responsabilidades, para que a execução do trabalhoseja feita pelos operários. 4. Controle: Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo executado conforme o previsto. Princípios da Adm. Científica de Taylor: PLANEJAR PREPARAR EXECUTAR CONTROLAR PRINCÍPIOS DE TAYLOR OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 5.4 APRECIAÇÃO CRÍTICA Críticas negativas ao trabalho de Taylor 1- Mecanicismo da Adm. Científica: Descartou totalmente o estudo do comportamento humano pelos fatores humanos, estudando apenas por estatísticas. 30 JAA – Modelos de Gestão 2- Superespecialização do operário: Corresponde à supersimplificação das atividades dos operários. Tempos Modernos é uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a humanidade em busca da felicidade (Charles Chaplin, em frase no início do filme) O filme conta a história de um operário e uma jovem. O primeiro (Charles Chaplin) é um operário empregado de uma grande fábrica. Esse operário desempenha o trabalho repetitivo de apertar parafusos. De tanto apertar parafusos, o rapaz temproblemas de stress e, estafado, perde a razão de tal forma que pensa que deve apertar tudo o que se parece com parafusos, como os botões de uma blusa, por exemplo. Ele é despedido e , logo em seguida, internado em um hospital. Após ficar algum tempo internado, sai de lá recuperado, mas com a eterna ameaça de estafa que a vida moderna impõe: a correria diária, a poluição sonora, as confusões entre as pessoas, os congestionamentos, as multidões nas ruas, o desemprego, a fome, a miséria... Críticas positivas ao trabalho de Taylor 3- Produtividade: Taylor contribuiu para a redução do desperdício de tempo, elevando a produtividade das empresas. Não só na indústria, mas em todos os segmentos. 4- Remuneração do operário: Taylor promovou, através de incentivos salariais, uma forma de participação nos resultados, aos operários da época. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 31 JAA – Modelos de Gestão 5. TEORIA CLÁSSICA 6.1 FAYOL Henri Fayol foi dos primeiros a analisar a natureza da actividade empresarial e a definir as principais actividades do gestor: planear; organizar; comandar; coordenar; e controlar. Fez a ligação entre a estratégia e a teoria empresarial e sublinhou a necessidade de aprofundar a gestão e cultivar qualidades de liderança. Fayol defendia que os mesmos princípios podiam ser aplicados em empresas de dimensões diferentes e de todo o tipo - industriais, comerciais, governamentais, políticas ou mesmo religiosas. O autor destilou a sua teoria para chegar a 14 princípios gerais sobre gestão. Estes conceitos foram desde então desenvolvidos de diversas formas pelos gurus mais recentes. Bibliografia: General and Industrial Management (Pitman, 1949). Henry Fayol (1845-1925), nasceu em Constantinopla, formou-se em engenharia aos 19 anos, foi nomeado gerente de minas aos 25 anos e gerente geral da "Compagnie Commantry Forchambault Et Decazeville" aos 47 anos, com uma administração muito bem sucedida. Fayol dava ênfase à estrutura de toda a organização, não apenas às tarefas, com o mesmo objetivo: eficiência. As idéias de Fayol foram divulgadas a partir do seu livro "Administração Industrial e Geral" de (1929), onde expressava o seu pensamento sobre a administração. 32 JAA – Modelos de Gestão 6.2 FUNÇOES DA ADMINISTRAÇAO DE FAYOL Fayol estabeleceu o conceito de administração com cinco funções que devem ser desempenhadas pelos administradores: Funçoes da Administração de Fayol Segundo Fayol, administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, onde: Prever é visualizar o futuro e traçar o programa de ação; Organizar é constituir o duplo organismo, material e social da empresa; Comandar é dirigir e orientar o pessoal; Coordenar é ligar, unir e harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos; Controlar é verificar que tudo ocorra e acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas Assim compreendida, a Administração não é nem privilégio exclusivo nem encargo pessoal do chefe ou dos dirigentes da empresa; é uma função que se reparte, como as outras funções essenciais, entre a cabeça e os membros do corpo social. Os elementos de administração, quando em conjunto, constituem o processo administrativo. São localizáveis em qualquer trabalho do administrador, em qualquer nível hierárquico ou em qualquer área de atividade da empresa. Em outros termos, tanto o diretor como o gerente, o chefe, o supervisor - cada qual em seu nível – desempenham atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais. Com a evolução da Teoria Administrativa, esse quadro proposto por Fayol para o processo administrativo foi se alterando um pouco, e hoje em geral, considera-se que as 33 JAA – Modelos de Gestão funções que compõem o processo administrativo são: planejamento, organização, direção e controle, podendo em alguns casos incluir a coordenação OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 6.3 PRINCÍPIOS DE FAYOL Fayol elaborou 14 princípios, onde afirmava: "nada na administração é absoluto, tudo depende do bom senso". 1) Divisão do Trabalho - a especialização dos funcionários, dos executivos da administração aos operários da fábrica, favorece a eficiência na produção, aumentando a produtividade. 2) Autoridade e Responsabilidade - autoridade é o direito dos superiores hierárquicos de dar ordens que serão supostamente obedecidas; responsabilidade é a contrapartida da autoridade. 3) Unidade de Comando - um empregado deve receber ordens apenas um superior, evitando contra-ordens. 4) Unidade de Direção - o controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupos de atividades com os mesmos objetivos. 5) Disciplina - necessidade de se estabelecer normas de conduta e de trabalho, válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina joga a organização no caos. 6) Subordinação do interesse particular ao interesse geral - os interesses gerais da corporação devem prevalecer sobre os interesses individuais. 7) Remuneração - deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da organização. 8) Centralização - as atividades cruciais da organização e a autoridade para a sua adoção devem ser centralizadas. 9) Cadeia Escalar - defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa. 10) Ordem - deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar para a cada coisa (pessoa) e cada coisa (pessoa) em seu lugar. 34 JAA – Modelos de Gestão 11) Eqüidade - a justiça deve prevalecer também no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devoção dos funcionários à empresa. 12) Estabilidade dos Funcionários - a alta rotatividade do pessoal tem conseqüências negativas sobre o desempenho da organização e o moral dos trabalhadores. 13) Iniciativa - deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo. 14) Espírito de Equipe - o trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro das equipes. Os componentes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para com isso defenderem seus propósitos. OBS.:____________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 6.4 TEORIA DA ORGANIZAÇÃO DE FAYOL 1- Administração Como Ciência: As organizações e a administração podem e devem ser estudas para substituir a improvisação e o empirismo. 2- Estudo (Teoria) Da Organização: A organização como