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CCJ0043-WL-B-AMMA-10-Rousseau - O Contrato Social

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NOME DA DISCIPLINA 
AULA 1 
1 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e 
 direito. 
Caso concreto da aula: 
Caso 1 - O imperativo categórico 
1. Kant estabeleceu critérios de distinção entre moralidade e 
legalidade que até hoje são usados para separar estas duas esferas. 
Um dos mais importantes critérios distintivos entre moralidade e 
legalidade diz respeito à distinção entre duas formas de imperativo, o 
categórico e o hipotético. O que significa cada um deles e em que 
âmbito (moralidade e legalidade) se encontra cada um deles? 
2. É possível, no caso acima, identificar uma separação entre a 
moralidade do ato e sua legalidade? A decisão do ex-secretário- 
executivo baseou-se em um imperativo categórico? Fundamente. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Caso 2 – Relatório denuncia tortura de menores 
Você foi convidado(a) para participar de um caloroso debate 
sobre Direitos Humanos. O referido encontro focaliza o 
relatório elaborado pelo Conselho Estadual de Defesa dos 
Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA) que 
denunciou torturas de menores no país. Nesse sentido, leia 
atentamente a manchete abaixo e elabore considerações 
em defesa dos Direitos Humanos usando como fundamento 
o princípio moral elaborado por Immanuel Kant em sua 
teoria ética. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
O pensamento de Immanuel Kant (1724-1804) se desvela 
 como herdeiro dos pensadores estudados nas aulas 
 anteriores. E neste caso, importa observar que o 
 pensamento liberal do século XIX encontrou em Kant 
 o seu representante mais expressivo no que 
 concerne à liberdade como valor essencial ao 
 Estado Moderno. 
 Vamos conhecê-lo? 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Obras: 
Crítica da Razão Pura 
Crítica da Razão Prática 
Fundamentação da Metafísica dos Costumes 
Metafísica dos Costumes 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Kant foi considerado o último grande pensador jusnaturalista, 
da qualidade de Jean-Jacques Rousseau (1712-1776), John 
Locke (1732-1804) e Thomas Hobbes (1588-1979). Em seu 
pensamento percebemos que o autor buscava novas bases a 
um pensamento político que deveria, a princípio, contemplar 
o indivíduo como valor máximo, sem excluir, contudo, o 
sentido de sociedade. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Cumpre dizer que o autor situou-se dentro da atmosfera 
intelectual que caracterizou o iluminismo alemão 
(Aufklärung/Esclarecimento), cujo lema era Sapere Aude! 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Como definiu a sua própria época? 
Lema do Iluminismo: Sapere Aude! 
“A nossa época é a época da crítica, à qual tudo tem que se 
 submeter. A religião, pela sua santidade e a legislação, pela 
 sua majestade, querem igualmente subtrair-se a ela. Mas 
 então suscitam contra elas justificadas suspeitas e não 
 podem aspirar ao sincero respeito, que a razão só concede 
 a quem pode sustentar o seu livre e público exame” ( Kant, 
 I. ) 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A sua filosofia foi denominada de criticismo e estabeleceu 
limites à razão humana quando afirmou que só podemos 
conhecer aquilo que nós mesmos criamos, constituindo, 
com esta afirmativa, uma nova forma de filosofar que nasceu 
no interior das mudanças estruturais que tipificaram a própria 
modernidade. 
Revolução copernicana na Filosofia! 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Essa nova maneira de filosofar reivindica como pressuposto 
fundamental a liberdade, uma liberdade de fazer uso público 
da razão em todas as questões sem a direção de outrem. 
Esse uso público da razão significava segundo o autor, a 
liberdade para pensar enquanto intelectual e a possibilidade 
de expressar suas ideias ao público leitor (KANT, 1974). 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Que perguntas podemos fazer a esse filósofo? 
Como estabelecer critérios normativos 
 seguros para julgar as questões 
 controvertidas? 
Como a moral pode valer 
 universalmente? 
Como é possível fundamentar 
 de maneira independente a 
 ética o e direito? 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A filosofia kantiana nos oferece elementos para uma reflexão 
sobre tais indagações. E nos leva a conceber o direito e a 
moral a partir do horizonte de uma autonomia da vontade à 
moda de Rousseau, o que resulta numa concepção 
universalista e procedimental da moral. 
Por isso, Max Weber considerou Kant a expressão da 
modernidade, caracterizada pela autonomia das esferas de 
saber que passam a ter regras próprias. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A solução apresentada por Kant foi a separação entre as 
esferas da heteronomia e da autonomia da vontade. 
Somos heterônomos quando o fundamento das nossas 
ações encontra-se em algo externo à nossa vontade. 
Somos autônomos quando obedecemos às regras que 
nascem da nossa liberdade da vontade sem influência 
externa. 
Como Kant compreendeu a liberdade? 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
O conceito de liberdade: 
O seu conceito de liberdade foi formulado sob inspiração do 
art. 1º da declaração dos Direitos da Virgínia (1776) e dos 
artigos I a IV da Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão (1789/1793): 
“Ninguém pode me constranger a ser feliz à sua maneira, mas a cada um 
é permitido buscar a sua felicidade pela via que lhe parecer boa, contanto 
que não cause dano à liberdade dos outros aspirarem a um fim 
semelhante, e que pode coexistir com a liberdade de cada um, segundo 
uma lei universal possível” (Crítica da Razão Prática) 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Liberdade Transcendental: 
Segundo Kant, o homem está submetido às leis da natureza 
(determinismo) e, ao mesmo tempo, às leis da liberdade 
(moral). Isto significa dizer que o homem é um ser fadado ao 
determinismo da natureza e ao mesmo tempo livre enquanto 
ser pensante; livre para criar suas próprias regras. Assim, o 
homem é capaz de perceber que ele próprio é a causa dos 
fenômenos que existem no mundo, ou seja, compreende que 
a razão humana é livre e determinante e, portanto, possui 
algo que o difere dos animais, denominada de liberdade 
transcendental. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A partir do conceito de liberdade transcendental, como 
 construiu sua teoria moral? 
No contexto do Iluminismo, Kant com sua famosa teoria 
 moral ressaltou o ser racional como absolutamente 
 responsável por sua conduta, consagrando uma ética das 
 normas contra as éticas finalistas. Ética do móbil: a ação 
 pela própria ação. A conduta moral não deve ser motivada 
 por interesses, mas pelo puro dever. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
O que significa? 
Moralidade 
 (dever) 
 Liberdadetranscendental Liberdade prática 
Legalidade 
 (coerção) 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Uma ética rigorista ou deontológica? 
Sim. A ética não poderia mais buscar o seu fundamento em 
 certas concepções de bem, ou seja, visões de mundo 
 particulares, mas em algo capaz de fazer sentido de modo 
 universal, independente de credos, tradições etc. Essa é a 
 prioridade do justo sobre as questões do bem viver. 
Essa teoria moral apresenta três características. Vamos 
 conhecê-las? 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A teoria moral kantiana apresenta três características 
 fundamentais: 
1 - o aspecto cognitivista, ou seja, a crença na possibilidade 
 de decidir as questões prático-morais com base em 
 razões, o que implica dizer que os juízos morais são 
 passíveis de serem fundamentados; 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A teoria moral kantiana apresenta três características 
 fundamentais: ( continuação) 
2 - o sentido formalista, pois elabora um princípio moral 
 (imperativo categórico) limitado às questões referentes à 
 justiça e não ao “bem viver”. Ele formula um procedimento 
 para testar as regras subjetivas, é formal e não material. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A teoria moral kantiana apresenta três características 
 fundamentais: ( continuação) 
3 - por fim, o caráter universalista, uma vez que os juízos 
 morais devem erguer uma pretensão de validade 
 universal. Sua capacidade de ser universalizável. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A teoria moral kantiana não oferece um conteúdo moral, uma 
 lista de mandamentos, mas um procedimento para testar 
 qualquer princípio moral, para que a esfera da moral tenha 
 suas regras próprias independentemente de outras esferas de 
 saber. Assim, distinguiu imperativos hipotéticos de 
 imperativos categóricos! 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
• O princípio moral kantiano, denominado imperativo 
 categórico, foi formulado pela primeira vez na obra 
 Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785). 
• Tal princípio funcionaria como um teste a ser realizado 
 pela nossa própria consciência a fim de identificar se as 
 intenções que fundamentam uma determinada ação são 
 moralmente boas. 
• No contexto do Iluminismo, o imperativo configurou um 
 exercício típico do pensar esclarecido (Aufklärung); 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Kant formulou um princípio moral chamado imperativo 
categórico: ( 3ª formulação) 
“Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua 
pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e 
simultaneamente como fim e nunca simplesmente como 
meio.” 
 Virtualmente me coloco no lugar do outro. 
Verifico se minha máxima passa no critério de validade universal. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Segundo Ricardo Terra (2004, p. 12), um imperativo 
 hipotético aparece quando afirma que para atingir um 
 determinado fim deve-se usar certos meios. Esse não 
 pode ser um princípio moral, pois os fins são postos de 
 forma heterônoma. (...) Já o imperativo categórico, como a 
 própria expressão indica, comanda absolutamente. Este 
 imperativo é um procedimento. 
Vamos ver um exemplo? 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Por exemplo, se alguém está em uma situação embaraçosa 
 e procurar sair dela mentindo, poderia fazer o seguinte 
 teste: elaborar uma máxima – “quando estiver em uma 
 situação complicada mentirei” – e em seguida se 
 perguntar: essa máxima seria universalizável? 
A resposta é: “Não posso, pois se todos podem mentir, 
 destrói-se a própria verdade”; logo a máxima elaborada 
 não é moral. Agir segundo uma regra que permite a 
 mentira não é moral, pois ela não é universalizável 
 ( TERRA, 2004, p. 13). 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Segundo Ricardo Terra (2004, p. 13), “com o imperativo 
categórico, garante-se que a esfera moral tenha suas leis 
próprias, independentemente das outras esferas culturais, e 
também que estamos obedecendo a leis de cuja elaboração 
nós, como seres racionais, participamos. Trata-se de uma 
moral que não depende da teologia nem de costumes 
tradicionais de uma dada comunidade; uma moral em que, 
para usar os termos da filosofia contemporânea, haveria a 
prioridade do justo sobre o bem – isto é, a prioridade do que 
pode ser aceito por todos sobre as concepções particulares 
acerca da vida boa e da felicidade”. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Direito e Liberdade: 
Kant distinguiu as leis da natureza das leis da liberdade e, 
 nesse horizonte, concedeu ao termo “moral” um valor 
 interessante. Para ele a moral englobaria as leis jurídicas e 
 as leis éticas. 
As leis jurídicas relacionadas às ações exteriores e as éticas 
 que exigem que seja ao mesmo tempo princípios 
 determinantes. 
E como fica a diferença entre direito e ética? 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
E como fica a diferença entre direito e ética? 
A diferença se localiza no âmbito da motivação do agir, ou 
seja, no fundamento subjetivo que determina nossas ações! 
Terra (2004, p. 14) observa que na “ética o móbil é o próprio 
dever: o princípio que leva a uma certa ação é a própria lei. 
(...) pelo dever, com um sentimento de respeito pela própria 
lei moral. A lei jurídica, entretanto, admite um outro móbil que 
não a ideia do dever, no caso, móbiles (...) no plano jurídico 
há legalidade (...) no plano ético há moralidade”. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
A fundamentação racional do direito: 
Kant formula pela primeira vez o seu conceito de direito como 
“o conjunto das condições, por meio das quais o arbítrio de 
um pode estar de acordo com o arbítrio de um outro 
segundo uma lei universal da liberdade”. Desse conceito, à 
moda do imperativo categórico, formula um princípio para a 
esfera da legalidade: o princípio universal do direito! 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
O princípio universal do direito expressa a necessidade de 
coexistência dos arbítrios segundo uma lei universal. 
Uma lei universal do direito que determina que devo agir 
externamente de forma tal que preciso sempre respeitar a 
liberdade do arbítrio do outro como uma obrigação que me 
determina a razão, isto, é, 
“age exteriormente de maneira que o uso livre do teu arbítrio 
possa estar de acordo com a liberdade de qualquer outro, 
segundo uma lei universal”. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Três elementos presentes no conceito de Direito em 
 Kant: 
• O primeiro diz respeito apenas às relações externas, ou 
 seja, é um direito intersubjetivo; 
• o segundo estabelece a relação entre arbítrios, pois a 
 intersubjetividade pode ocasionar lesões nos outros; 
• o terceiro não se preocupa com a matéria do arbítrio,mas 
 tão somente com a forma, pois o direito não concerne aos 
 objetos particulares. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Kant formulou o conceito de direito e o princípio universal do 
direito com os mesmos elementos básicos (TERRA, 2004, 
p.16). Nesse horizonte, estamos na esfera das ações 
externas em que as intenções não interessam, mas a 
legalidade. Vamos ver um exemplo? 
“quando se negocia um objeto, não se leva em conta se 
alguém será ou não beneficiado por ele, importando apenas 
se os dois contratantes são considerados livres e iguais e se 
a coexistência de suas liberdades está de acordo com a lei 
universal do direito” (p. 17). 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Kant conciliou coerção e liberdade? 
“A resistência que é oposta àquilo que impede um efeito 
serve como auxiliar para este efeito, e concorda com o 
mesmo. Tudo aquilo que é injusto é um impedimento para a 
liberdade enquanto esta está submetida a leis universais e a 
coerção é um obstáculo ou uma resistência à liberdade. 
Quando certo uso da própria liberdade é um impedimento 
para a liberdade segundo leis universais (ou seja, é injusto), 
então a coerção oposta a tal uso, enquanto serve para 
impedir um obstáculo posto à liberdade, está de acordo com 
a própria liberdade, segundo leis universais, ou seja, é 
justo”. ( I. Kant) 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Kant: liberdade e coercitividade – moral e direito. 
Kant conciliou coerção e liberdade? 
Sim. A coerção não ofende a liberdade porque impede que 
outrem faça um uso irrestrito da liberdade, ou seja, que 
pratique ações injustas. Não há contradição no vínculo da 
liberdade com a lei. Kant apenas ampliou o sentido de 
autonomia da vontade de Rousseau. 
Atenção! As relações no direito serão pensadas sob o sentido de 
 uma vontade geral em que todos são legisladores. 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Concluindo Kant... 
Immanuel Kant ( 1724-1804) 
� Filósofo do Iluminismo, movimento marcadamente 
anticlerical e antiabsolutista; 
Experimentou o otimismo da Modernidade: valorização do 
homem, a crítica, a experimentação, a dicotomia fé e 
razão; 
� 
AULA 16 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Concluindo Kant... 
Immanuel Kant ( 1724-1804) 
� Concebeu o Estado como a personificação da justiça no 
sentido de liberdades compatibilizadas entre si; 
Na passagem do estado de natureza para sociedade civil 
encontramos a passagem de uma liberdade irrestrita para 
uma concepção de liberdade regrada num estado jurídico. 
Para salvaguardar essa liberdade transita-se de um 
estado provisório para um estado ordenado pelo direito 
como uma exigência da razão. 
AULA 16 
� 
 CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Referências 
KANT, I. La metafísica de las Costumbres (1797). Madrid: Tecnos, 1994. 
_______. Textos Seletos. Edição bilíngüe. Petrópolis, Vozes, 1974. 
_______. Crítica da Razão Pura. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 
 1994. 
MARCONDES, D. Iniciação á história da Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 
 1997. 
TERRA, Ricardo. Kant & o direito. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 
AULA 16

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