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FICHAMENTO DE LEITURA - Capitulo 16

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FICHAMENTO DE LEITURA 
 
 
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ 
DIREITO – Tijucas 
Disciplina: Filosofia Geral e Jurídica – 9º período 
Professor: Charles Alexandre Souza Armada 
Alunas: Bianca da Silva Goulart 
 
Fichamento do capítulo 16 do livro “Curso de Filosofia do Direito” - IMMANUEL 
KANT: CRITICISMO E DEONTOLOGIA 
BITTAR. Eduardo C. B. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
 
Sobre o autor do livro: É Professor Associado do Departamento de Filosofia e 
Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo 
(Brasil - USP). Desenvolveu estágio doutoral-FAPESP junto à Université de Lyon 
(II e III) e à Université de Paris (Sorbonne-II e Sorbonne-IV), na França. É Doutor 
(1999) e Livre-Docente (2003) pelo Departamento de Filosofia e Teoria Geral do 
Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. 
 
16.1 Racionalismo Kantiano 
 
“O criticismo filosófico kantiano é uma reação ao dogmatismo (Wolff) e ao 
ceticismo (Hume)” (p. 354) 
 
“(...) entre esses extremos procura posicionar-se (...) conciliando inclusive 
empirismo e idealismo, redundando num racionalismo que acaba por re-orientar 
os rumos das filosofias moderna e contemporânea.” (p. 354) 
 
“(...) Immanuel Kant (1724-1804) (...) com vista na formação de um sistema que 
explicasse as regras da razão prática e da razão teórica.” (p. 354) 
 
“(...) sua tarefa filosófica foi uma empreitada em torno do conhecimento. Analisou 
e dissecou o conhecimento humano, mas não só, pois seus estudos o levaram a 
discernir vontade de conhecimento e de sentimento, e perceber os limites 
existentes entre ambos.” (p. 355) 
 
“A experiência é o início do conhecimento, mas sozinha é incapaz de produzir 
conhecimento.” (p. 355) 
““Se, porém, todo o conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que 
todo ele derive da experiência” (Kant, Crítica da razão pura, trad., 1994, B1, I, p. 
36).” (p. 355) 
 
“Com isso formula sua célebre doutrina acerca da razão prática e da razão teórica, 
bem como acerca dos juízos sintéticos e analíticos.” (p. 355) 
 
“Inclusive o homem, na doutrina kantiana, governa-se com base em leis inteligíveis 
(puramente racionais) e naturais (empíricas e sensíveis) (...)” (p. 355-356) 
 
“E entende-se que a ética é uma questão de suma importância no contexto das 
ideias kantianas.” (p. 356) 
 
16.2 Ética kantiana 
 
“A ética kantiana é revolucionária (...).” (p. 356) 
 
“A preocupação kantiana está em dizer que a razão humana é insuficiente para 
alcançar o modelo ideal de realização da felicidade humana (...).” (p. 357) 
 
“O que inquieta Kant (...) de um lado, é relatar a insuficiência do sistema racional 
para a resolução do conflito ético humano (...) de outro lado, relatar que não na 
experiência sensível se encontrará o elemento que garanta a felicidade e a 
realização ética humanas.” (p. 357) 
 
“De qualquer forma, se se trata de um imperativo a priori, significa que se trata de 
algo que não deriva da experiência, mas que deriva da pura razão. Veja-se que 
aqui a razão prática é legisladora de si, e é quem define os limites da ação e da 
conduta humanas (...).” (p. 358) 
 
“(...) o a priori é tudo aquilo que é válido independentemente de qualquer condição 
ou imposição derivada da experiência.” (p. 359) 
 
“O imperativo categórico é único, é absoluto, e não deriva da experiência. Não tem 
em vista a felicidade, mas de sua observância decorre a felicidade.” (p. 359) 
 
““Precisamente nele se estriba o valor do caráter, moral, o caráter que, sem 
comparação, é o supremo: em fazer o bem, não por inclinação, mas sim por dever” 
(Kant, Fundamentos da metafísica dos costumes, trad., p. 43).” (p. 360) 
 
 “O agir livre é o agir moral; o agir moral é o agir de acordo com o dever; o agir de 
acordo com o dever é fazer de sua lei subjetiva um princípio de legislação 
universal, a ser inscrita em toda a natureza.” (p. 360) 
 
“Se a felicidade existe, trata-se de algo que decorre de uma lei pragmática, 
segundo a qual é buscada a realização de determinadas atitudes e o alcance de 
determinados objetos, com o que se encontra a felicidade.” (p. 361) 
 
“A liberdade está indistintamente ligada à noção de autonomia.” (p. 361) 
 
“(...) pressupor a existência de um mundo moral, um mundo em que, 
absolutamente e formalmente, livre de condições e imposições empíricas, 
subsistissem somente leis e regras conforme o preceito fundamental de todo 
dever, a saber o mundo moral (...)” (p. 363) 
 
“Todavia, de qualquer forma, na prática, é a vontade que governa o apetite 
humano, e é isso que, de fato e em parte, destina o homem à fortuna ou à 
desgraça.” (p. 364) 
 
““Todas as máximas têm efetivamente: (...) forma (...)matéria (...) determinação 
integral (...)” (p. 364) 
 
“Não será nenhum teórico que haverá de descobrir o elixir da felicidade humana. 
À crítica de que seu sistema e seu imperativo seriam tamanhamente abstratos que 
não corresponderiam à realidade das coisas (...)” (p. 365) 
 
16.3 Direito e moral 
 
“Direito e moral distinguem-se no sistema kantiano como duas partes de um 
mesmo todo unitário (...).” (p. 365) 
 
“(...) a moralidade pressupõe autonomia, liberdade, dever e autoconvencimento; 
a juridicidade pressupõe coercitividade.” (p. 366) 
 
“Não é à toa que Emmanuel Kant é o divisor de águas com o jusnaturalismo, pois 
converte essa doutrina num conjunto mais próximo de um racionalismo. A noção 
de natureza, em Kant, assume a acepção de razão.” (p. 367) 
 
“Finalmente, o direito é o que possibilita a livre coexistência dos homens, a 
coexistência em nome da liberdade, porque somente onde a liberdade é limitada, 
a liberdade de um não se transforma numa não liberdade para os outros, e cada 
um pode usufruir da liberdade que lhe é concedida pelo direito de todos os outros 
de usufruir de uma liberdade igual à dele” (Bobbio, Direito e estado no pensamento 
de Emmanuel Kant, 1997, p. 70)..” (p. 367) 
 
“A pacificidade do convívio é a meta das normas jurídicas.” (p. 367) 
 
“O Estado será, nesse contexto, o instrumento para a realização dos direitos; trata-
se de um Estado somente de direitos, que regulamenta o convívio das liberdades.” 
(p. 368) 
 
16.4 À paz perpétua e cosmopolitismo 
 
“Enfim, o que se vê da história humana, diz Rousseau é que os direitos civis 
se fizeram distanciar dos direitos naturais, de modo que o direito civil converteu-
se em direito arbitrário, e a lei natural remanesceu apenas como lei comum aos 
povos, ou seja, como direito das gentes.” (p. 328) 
 
14.4 Leis e justiça 
 
“Não é fora de uma natureza humana em processo permanente de contradição 
interna que Kant fala da ideia do projeto cosmopolita, da ideia de que a razão pode 
guiar a história e de que o Direito deve desempenhar um papel fundamental na 
ordenação da vida pacífica.” (p. 369) 
 
“É pela contradição, pelo choque, pela oposição, que é possível a passagem da 
barbárie à civilização, da ignorância à cultura, da anomia ao Direito.” (p. 369) 
 
“Por isso, a ideia de que a razão deve orientar a história é de fundamental 
importância.” (p. 370) 
 
“Daí, para Freud, como para Kant, a ideia de que somente é possível regular o 
convívio humano, especialmente quando o tema se desloca para o plano 
internacional, considerando a necessidade de estabelecimento de uma autoridade 
internacional capaz de se traduzir em ordem entre os povos.” (p. 371) 
 
“Neste sentido, a filosofia de Kant possui grande significado e grande peso 
conceitual para o debate internacionalista, na medida em que trouxe para a 
reflexão sobre as relações internacionais algo de muito valioso (...) “un derecho 
de los Estados y de los indivíduos.”.” (p. 371-372) 
 
“Essa substancial contribuição kantiana permite a Habermas pensar no projeto da 
ordem cosmopolita como um projeto já estreitamente vinculado à garantia da 
dignidade da pessoa humana.” (p. 372) 
 
Conclusão 
O estudode Kant inaugura uma nova fase das especulações éticas, fazendo desta 
o lugar da liberdade, na medida em que instrui seus preceitos de forte conotação 
deontológica. Faz com que a liberdade resida na observância e na conformidade 
do agir com a máxima do imperativo categórico. 
Apresenta que o domínio do dever é o domínio da liberdade do espírito, pois tal 
liberdade, deste modo, se confunde com o cumprimento do próprio dever. 
Outrossim, apresenta a moralidade como algo diverso da juridicidade, por sua vez, 
lida com os conceitos de coercitividade. 
Kant apresenta ainda um universalismo do imperativo categórico da necessidade 
de formação de uma federação de Estados, no plano internacional, no sentido de 
evitar-se a guerra e buscar-se a paz.

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