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CCJ0043-WL-B-RA-02-Filosofia Geral e Jurídica - Sócrates e a Sofística

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Filosofia Geral e Jurídica 
Profa.: Luiza Maria Pontual Costa e Silva 
Disciplina: 
CCJ0043 
Aula: 
002 
Assunto: 
Sócrates e a Sofística 
Folha: 
1 de 7 
Data: 
27/02/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0043/Aula-002/WLAJ/DP 
Plano de Aula: Sócrates e a Sofística 
FILOSOFIA GERAL E JURÍDICA 
Título 
Sócrates e a Sofística. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
2. 
Tema 
Sócrates e a Sofística. 
Objetivos 
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: 
 
● Conhecer em linhas gerais a importância do pensamento de Sócrates; 
● Estudar os conceitos mais importantes do pensamento socrático; 
● Compreender o embate entre Sócrates e a sofística no contexto político-jurídico de Atenas. 
Estrutura do Conteúdo 
Unidade 2 - Fundamentos para uma Filosofia Jurídica 
 
2.1 - Sócrates e a sofística: a verdade e o método. 
Aplicação Prática Teórica 
Orientação para realizar a atividade: 
 
O aluno deverá rever os pontos da aula ministrada por seu professor, consultar seu material didático e, se 
necessário, a biblioteca virtual da Estácio para responder e aperfeiçoar os casos concretos desta aula. 
A atividade deverá ser feita em arquivo word (.doc), com cabeçalho identificador da atividade e 
aluno/Instituição/Cursor/Campus/Disciplina/Turma/Aluno/Semana), contendo apenas as respostas fundamentadas 
e enriquecidas em pesquisa bibliográfica e com a indicação da fonte bibliográfica da pesquisa na forma da ABNT 
a ser inserida no item "Referências". As questões abaixo são discursivas, o que requer uma resposta na forma de 
redação. O arquivo deverá ser anexado no ambiente do webaula no prazo estipulado. 
 
Caso 1 - A democracia é um regime para retóricos 
 
"Desde Platão, sabe-se que a democracia é um regime para sofistas e retóricos" disse Luiz Felipe Pondé, 
filósofo e psicanalista, professor da PUC-SP, nesta segunda-feira na Folha. 
(fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/sofistas/). 
 
Com base nesta citação, responda: 
 
1. Qual a relação que podemos estabelecer entre os sofistas, a retórica e a democracia, no período socrático? 
 
RESPOSTA: 
A relação que se pode fazer entre os sofistas, retórica e a democracia no período socrático e que em tal 
período não existia advogados para defender o cidadão, logo a pratica da retórica pelos sofistas deram o gás 
propulsor para a democracia, a fim de o cidadão poder ter o acesso a defesa, tal procedimento alicerce da 
democracia. 
Os sofistas eram professores que instruíam os jovens, ensinavam-lhes as técnicas da retórica e faziam 
conferências em que mostravam a sua eloquência a troco de dinheiro. O seu surgimento está relacionado com o 
sistema político democrático, pois o domínio da palavra, capacidade de persuasão, passou a ser decisiva para o 
acesso e o exercício do poder político. Acreditavam que todo o conhecimento se reduz às crenças e opiniões de 
que os homens podem ser persuadidos, pelo que é daí que provém o papel e a vantagem da retórica. 
 
Caso 2 - Sócrates, o mestre em busca da verdade 
 
Para o pensador grego, só voltando-se para seu interior o homem chega à sabedoria e se realiza como 
pessoa. 
O pensamento do filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) marca uma reviravolta na história humana. Até 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Filosofia Geral e Jurídica 
Profa.: Luiza Maria Pontual Costa e Silva 
Disciplina: 
CCJ0043 
Aula: 
002 
Assunto: 
Sócrates e a Sofística 
Folha: 
2 de 7 
Data: 
27/02/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0043/Aula-002/WLAJ/DP 
então, a filosofia procurava explicar o mundo baseada na observação das forças da natureza. Com Sócrates, o ser 
humano voltou-se para si mesmo. Como diria mais tarde o pensador romano Cícero, coube ao grego "trazer a 
filosofia do céu para a terra" e concentrá-la no homem e em sua alma (em grego, a psique). A preocupação de 
Sócrates era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Nessa empreitada 
de colocar a filosofia a serviço da formação do ser humano, Sócrates não estava sozinho. Pensadores sofistas, os 
educadores profissionais da época, igualmente se voltavam para o homem, mas com um objetivo mais imediato 
(...). Isso significava transmitir aos jovens não o valor e o método da investigação, mas um saber enciclopédico, 
além de desenvolver sua eloquência, que era a principal habilidade esperada de um político. 
(fonte: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/mestre-busca-verdade-423245.shtml). 
 
Após a leitura deste pequeno texto, responda: 
 
1. Como Sócrates e a sofística compreenderam o conceito de verdade? Há diferenças entre tais concepções? Por 
quê? 
 
RESPOSTA: 
Sócrates via a verdade como uma verdade absoluta e a sofistica uma verdade relativista, sim existe 
diferença entre tais concepções, por que na verdade absoluta acredita-se na ultima ratio das razões, como uma 
forma e relações universais e no relativismo dos sofistas tudo que existe e mutável as essências das coisas são 
variáveis. 
Enquanto Sócrates visava à diferença entre a essência e a aparência, os sofistas viam o verdadeiro como 
aquilo que lhes parece verdadeiro. Sim, pois Sócrates buscava a physis (essência das coisas) e os sofistas 
estavam satisfeitos com nomos (convenções), acreditavam que a técnica de retórica ensinada serviria para obter 
eficácia na realização de seus interesses individuais. 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 
 
2ª AULA – Sócrates e a Sofística 
 
Sócrates e a Sofística 
 
Temas Trabalho 
 
Eduardo Bittar 
 
01-Pré-Socraticos. 
02-Sócrates. 
03-Platão. 
04-Aristóteles. 
05-Estoicismo. 
06-Hobbes. 
07-Locke. 
08-Rosseau. 
09-Kant. 
10-Hans Kelsen. 
11-Miguel Reale. 
12-Habermas. 
13-John Rawls. 
14-Duvorpin. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Filosofia Geral e Jurídica 
Profa.: Luiza Maria Pontual Costa e Silva 
Disciplina: 
CCJ0043 
Aula: 
002 
Assunto: 
Sócrates e a Sofística 
Folha: 
3 de 7 
Data: 
27/02/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0043/Aula-002/WLAJ/DP 
15-Perelman. 
16-Viehweg. 
17-Jusnaturalismo. 
18-Objeto da Filosofia Jurídica. 
19-Para que filosofia? 
 
Livros: 
-Filosofia do Direito Eduardo Bittar 
-Miguel Reale 
 
Jusnaturalismo Cosmológico => Pré-Socráticos => Sofistas 
Sócrates => Virtude é conhecimento. 
 
Sofistas => Aparência, opinião e retórica. (São contra a tradição). Segundo Trasimaco a Justiça é uma vantagem 
para quem manda e um dano para quem obedece. 
 
Sócrates => Essência, conhecimento e sabedoria. (Tradicionalistas). Método Maiêutico (Baseado na ironia e no 
diálogo). A Ética é vista de forma Teleológica (A felicidade é o fim da ação), busca a felicidade através do 
conhecimento. A Ética do coletivo está acima da ética do indivíduo (é uma visão organicista). O objeto do filósofo 
é erradicar a ignorância. Para Sócrates obedecer a lei era o limite entre o Civilizado e o Bárbaro. 
P/P/Aula Ler: Platão e Aristóteles. 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 
 
2ª AULA – Filosofia: Objetos de estudo da Filosofia Jurídica 
 
Filosofia Geral e Jurídica 
Professora Clara Brum 
Aula 02 
 
Título da unidade: Filosofia: Origem, conceito e objeto. 
Tema: Objetos de estudo da Filosofia Jurídica. 
 
Objetivos: 
 
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: 
 
-Conhecer o conceito de Filosofia Jurídica; 
-Estudar os objetos de investigação da Filosofia Jurídica; 
-Compreender o valor da Filosofia para uma leitura crítica das doutrinas jurídicas. 
 
O que é Filosofia Jurídica? 
Que significa incluí-la no curso de Direito? 
Que conexão existe entre Filosofia e Direito? 
 
Cretella Jr. (2006, p. 4) afirma que Gustavo Hugo, um dos fundadoresda Escola Histórica, teria usado a 
expressão “filosofia do direito” pela primeira vez, quando elaborou a obra editada em 1797, denominada de 
Tratado do direito natural ou Filosofia do direito positivo. Observa, ainda, que 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Filosofia Geral e Jurídica 
Profa.: Luiza Maria Pontual Costa e Silva 
Disciplina: 
CCJ0043 
Aula: 
002 
Assunto: 
Sócrates e a Sofística 
Folha: 
4 de 7 
Data: 
27/02/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0043/Aula-002/WLAJ/DP 
 
O estudo do direito, em qualquer dos aspectos em que se desdobra, não pode 
desvincular-se do estudo da filosofia, a não ser que se pretenda ter do mundo jurídico 
apenas uma visão técnica e prática, imediatista e utilitária. Na realidade pode-se 
advogar mediocremente (e até razoavelmente) sem conhecer filosofia do direito, mas 
não pode haver jamais um expoente, na arte de advogar, que não conheça lógica, 
filosofia e filosofia do direito, porque é impossível versar grandes questões de direito 
com o emprego tão-só da técnica de advogar. 
 
No caso particular da Filosofia Jurídica, percebemos que em todas as épocas se meditou sobre o problema 
dos fundamentos do Direito e da Justiça. 
 
Um pouquinho de história... 
 
Segundo Herkenhoff (2010, p. 19), por ocasião da fundação dos cursos jurídicos em Olinda e São Paulo, 
em 11 de agosto de 1827, o currículo apresentava a disciplina “Direito Natural”, no sentido de uma disciplina 
propedêutica. Assim permaneceu até 1891, até a reforma de Benjamim Constant. Com a reforma a disciplina 
passou a ser designada como “Filosofia e História do Direito”, ministrada do primeiro ano do curso. 
Em 1895, a disciplina foi desdobrada e passou a ser “Filosofia do Direito”. Todavia em 1931, ocasião da 
organização da Universidade do Rio de Janeiro, a disciplina foi substituída pela “Introdução à Ciência do Direito” e 
passou a integrar o currículo do Doutorado em Direito. Atualmente, a “Filosofia” e a “Filosofia do Direito” são 
disciplinas obrigatórias. 
 
Metodologia do Caso Concreto 
 
Caso 1 – A filosofia jurídica e a busca pelo fundamento de legitimação da norma jurídica – Antígona. 
 
Diante da síntese acima apresentada, responda as perguntas abaixo: 
 
1. Podemos considerar que o caso concreto apresenta a célebre discussão acerca da legitimidade das 
normas? Justifique. 
2. Por que o acaso narrado revela uma das preocupações da filosofia Jurídica? 
 
Caso 2 – Sobre os fundamentos da Justiça. 
 
Diante do texto apresentado, responda as perguntas abaixo: 
 
1. É possível dizer que o texto apresenta uma reflexão filosófica sobre o Direito? 
2. Destaque uma parte do texto que justifica sua resposta anterior. 
 
O que é Filosofia Jurídica? 
 
No caso particular da Filosofia Jurídica, percebemos que em todas as épocas se meditou sobre o problema 
dos fundamentos do Direito e da Justiça. Assim, podemos dizer que a Filosofia Jurídica (BITTAR; ALMEIDA, 2004, 
p. 50-54): 
-É um saber crítico a respeito das construções jurídicas e práticas do Direito; 
-Apresenta como tarefa buscar os fundamentos do Direito; 
-É uma reflexão atenta às modificações no mundo jurídico e seus institutos; 
-Oferece suporte reflexivo ao legislador; 
-Desvela as ideologias que fundam certas práticas jurídicas. 
 
O termo Filosofia Jurídica: 
 
Considerando tais afirmações podemos dizer que uma filosofia jurídica é o campo de investigação da 
Filosofia que tem por objeto o Direito. Esta área de saber pode ser estudada do ponto de vista filosófico, por 
filósofos de formação ou por juristas, focalizando temas como Justiça, Propriedade, Liberdade, Igualdade, o 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Filosofia Geral e Jurídica 
Profa.: Luiza Maria Pontual Costa e Silva 
Disciplina: 
CCJ0043 
Aula: 
002 
Assunto: 
Sócrates e a Sofística 
Folha: 
5 de 7 
Data: 
27/02/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0043/Aula-002/WLAJ/DP 
conceito de Direito, Legitimidade das normas e o papel do Direito nas sociedades. 
 
Para uma definição... 
 
Se buscarmos uma história da Filosofia Jurídica teremos que percorrer um caminho que parte da 
investigação filosófica sobre temas considerados jurídicos. Quando tais temas são os objetos de investigação 
filosófica, estamos no âmbito de uma Filosofia Jurídica, parte da Filosofia. 
Outra definição relevante que precisamos considerar é a oferecida por Paulo Nader (2003, p. 11) segundo a 
qual “a Filosofia Jurídica consiste na pesquisa conceitual do Direito e implicações lógicas, por seus princípios e 
razões mais elevados, e na reflexão crítico-valorativa das instiuições jurídicas.” 
 
Vamos conhecer algumas definições? 
 
João Baptista Herkenhoff: 
“A Filosofia do Direito procura captar a realidade jurídica, por meio de sua relação com as causas primeiras 
e os princípios fundamentais. Debruça-se sobre o estudo da natureza do Direito e de sua significação essencial” 
(2010, p. 16). 
 
António Braz Teixeira (Portugal): 
“A Filosofia do Direito é uma parte da Filosofia, é reflexão filosófica sobre o Direito ou consideração do 
Direito sob o ponto de vista filosófico” (TEIXEIRA apud HERKENHOFF, 2010, p. 16). 
 
Miguel Reale: 
“A Filosofia do Direito, esclareça-se desde logo, não é disciplina jurídica, mas é a própria Filosofia enquanto 
voltada para uma ordem de realidade, que a ‘realidade jurídica’. Nem mesmo se pode afirmar que seja Filosofia 
especial, porque é a Filosofia, na sua totalidade, na medida em que se preocupa com algo que possui valor 
universal, a experiência histórica e social do direito” (REALE, 2002, p. 9). 
 
É importante observar, ainda, a advertência que o autor (NADER, 2003, p. 3) faz, a saber: “Se é verdade 
que a condição de filósofo não se adquire por título universitário, senão pela constância do pensamento dialético, 
também é certo que somente atinge a situação de jurisfilósofo o jurista que exercita, como hábito, a atitude 
filosófica”. É nesse sentido, que é relevante frisar que a Filosofia jurídica provém de filósofos, juristas e 
jurisfilósofos e que é um exercício contínuo do pensamento crítico. 
 
Quem é o jurisfilósofo? 
 
Deve-se destacar neste ponto a figura do jurisfilósofo. Trata-se daquele que conhece as correntes 
filosóficas, bem como as categorias lógicas do Direito, com o objetivo de avaliar o rigor lógico dos conceitos 
jurídicos e a adequação do Direito Positivo às necessidades sociais atuais. 
 
Relembrando... 
 
Nas reflexões de Miguel Reale (1998, p. 9), a Filosofia Jurídica é a própria Filosofia voltada para a 
realidade jurídica, porque o Direito é um fenômeno universal que decorre da existência humana e o jurisfilósofo 
problematiza o que para o operador do Direito se configura como seguro. 
 
Como os jurisfilósofos problematizam o Direito? 
 
E nos sugere algumas indagações típicas dos jurisfilósofos: “Por que o Juiz deve apoiar-se na lei? Quais as 
razões lógicas e morais que levam o juiz a não se revoltar contra a lei, e a não criar solução sua para o caso que 
está apreciando, uma vez convencido da inutilidade, da inadequação ou da injustiça da lei vigente? Por que a lei 
obriga? Como obriga? Quais os limites lógicos da obrigatoriedade legal?” (p. 10). 
A Filosofia Jurídica é um estudo reflexivo sobre o Direito e se divide em dois planos de reflexão: o plano da 
reflexão epistemológica em que se observa o conceito de direito. Entendendo epistemologia como uma teoria da 
ciência, logo um estudo da ciência do Direito e, por outro, um plano axiológico que promove uma reflexão 
valorativa. Sendo o termo axiológico entendido como estudos dos valores. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Filosofia Geral e Jurídica 
Profa.: Luiza Maria Pontual Costa e Silva 
Disciplina: 
CCJ0043 
Aula: 
002 
Assunto: 
Sócrates e a SofísticaFolha: 
6 de 7 
Data: 
27/02/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0043/Aula-002/WLAJ/DP 
 
O que é o Direito? 
 
Indagar “O que é o Direito?” é uma preocupação do jurisfilósofo e provoca outras pesquisas importantes 
sobre norma jurídica como expressão do Estado; sobre coação como essência do Direito; se o Direito é justo e se 
sua efetividade é essencial à validade (NADER, 2003). 
Trata-se de uma investigação norteada pelos princípios éticos, mormente pelo valor Justiça. Um bom 
exemplo está nos debates contemporâneos sobre eutanásia, aborto de anencéfalos, tortura etc que extrapolam os 
limites da ciência jurídica em direção aos postulados éticos. 
 
Os dois planos da reflexão jusfilosófica: 
 
Por conseguinte, enquanto na esfera epistemológica o debate se limita ao âmbito do Direito sob o ponto de 
vista conceitual, na esfera axiológica, se pretende uma reflexão valorativa que se preocupa com os fundamentos 
do agir correto. 
 
Com Radbruch (1997, p. 45) precisamos considerar o Direito mergulhado no mundo dos valores, porque 
Filosofia Jurídica considera o Direito como um valor de cultura. É pertinente relembrar o conceito de cultura para 
que se compreenda a concepção do Direito como fenômeno cultural e a importância que a Filosofia assume nesse 
contexto. 
O Direito nasce no mundo da vida, mundo dos fatos e valores, por isso sua compreensão precisa ser 
alcançada a partir de sua relação com as correntes de pensamento que pressupõem escolhas ideológicas. Suas 
normas revelam ao longo do tempo diferentes interpretações sobre a vida, o ser humano e seus institutos. Por isso 
é objeto de investigação da Filosofia e não pode ser investigado isoladamente. Nos dizeres de Paulo Nader (2011) 
“o fenômeno jurídico, por influenciar a vida humana, deve ser estudado paralelamente à análise do homem, e as 
suas formulações devem desenvolver projetos homogêneos de existência”. 
Se observarmos a história do Direito, perceberemos doutrinas com diferentes interpretações, muitas 
discussões e controvérsias na interpretação da realidade jurídica. E podemos dizer que os jurisfilósofos 
contribuem para o seu desenvolvimento quando apresentam novos caminhos. 
Segundo Nader (2011, p. 13) o Direito comporta diferentes planos de investigação, a saber: na sua 
dimensão legal encontramos a Ciência do Direito que focaliza o ordenamento jurídico. Do ponto de vista factual é 
objeto da Sociologia do Direito e nesse horizonte investigam-se as relações entre o fenômeno jurídico e a 
sociedade. Sob o aspecto histórico, é objeto da História do Direito que analisa o desenvolvimento das instituições. 
Há, também, o plano comparativo em que se analisam diferentes experiências jurídicas – o Direito Comparado, 
por exemplo. 
No caso da Filosofia Jurídica, busca-se conceituar o Direito, analisar valorativamente seus institutos sob o 
pano de fundo da justiça e da segurança jurídica. 
 
Qual a utilidade da Filosofia para a experiência jurídica? 
 
Embora desinteressada, a Filosofia é útil ao Direito quando, na busca da verdade, fertiliza a compreensão 
da experiência jurídica e possibilita novos caminhos. Quando transcende o mundo fático e promove discussões 
éticas, porque a atividade jurídica exige a sensibilidade ética (NADER, 2011, p. 19). 
 
Que papel a Filosofia Jurídica possui no universo jurídico? 
 
Segundo Herkenhoff (2011, p. 20), a Filosofia possui um duplo papel: na universidade, lugar da pesquisa, 
se afigura como elemento provocador de novas pesquisas; na vida profissional, preside o pensamento e a prática 
jurídica. 
 
O Direito sob o olhar de múltiplos saberes!! 
 
O Direito como fenômeno cultural está sujeito a diversos olhares. Pode ser estudado sob a ótica da História, 
da Antropologia, da Psicologia, da Economia e, também, da arte. Logo, não poderia fugir à reflexão Filosófica! 
 
Resumindo... 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Filosofia Geral e Jurídica 
Profa.: Luiza Maria Pontual Costa e Silva 
Disciplina: 
CCJ0043 
Aula: 
002 
Assunto: 
Sócrates e a Sofística 
Folha: 
7 de 7 
Data: 
27/02/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0043/Aula-002/WLAJ/DP 
 
Nesta aula conhecemos o conceito de Filosofia jurídica ou Filosofia do Direito. Estudamos os objetos de 
investigação da Filosofia Jurídica. E compreendemos o valor da Filosofia para uma leitura crítica das doutrinas 
jurídicas. 
 
 
Referências 
 
BITTAR, E. C. B.; ALMEIDA, G. A. A. Curso de filosofia do direito. 3. ed., São Paulo: Atlas, 2004. 
CRETELLA JÚNIOR, J. Curso de filosofia do direito. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. 
HERKENHOFF, J. B. Filosofia do Direito. Rio de Janeiro: GZ, 2010. 
NADER, P. Filosofia do direito. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. 
REALE, M. Filosofia do direito. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 
 
Na próxima aula estudaremos os seguintes pontos: 
 
• A importância de Platão para tradição Filosófica; 
• A dualidade na Alegoria da Caverna; 
• O papel do filósofo na República e a relação entre justiça e lei; 
• A ideia de justiça retributiva apresentada no mito de Er. 
 
 
==XXX==

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