Buscar

CCJ0032-WL-A-AMMA-15-Prescrição Penal

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL II
AULA 14
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a
prescrição não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que
dependa o reconhecimento da existência do crime;
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o
condenado está preso por outro motivo.
 Hipótese de suspensão parlamentar do processo (Art.
53,§§ 3º a 5º, CRFB/1988, com a redação dada pela EC n.
35/2001) – “ a suspensão do processo suspenderá a prescrição,
enquanto durar o mandato”.
AULA 14
 AULA 15.
 DIREITO PENAL II.
PRESCRIÇÃO PENAL.
 ENCONTRO II.
 OBJETIVOS AULA
►Reconhecer, nos casos concretos apresentados, a
ocorrência do instituto da prescrição penal, nas suas diversas
modalidades.
► Identificar, nos casos concretos apresentados, as espécies
de prescrição penal, termos inicial e final, aplicação, causas
interruptivas e suspensivas e respectivos efeitos.
AULA 15
1. Prescrição da Pretensão Executória
1.1.Conceito
 “Perda do direito-poder-dever de punir do Estado de
executar a sanção imposta face à inércia do Estado, durante
determinado lapso.” (CAPEZ, Fernando. Material Didático, pp.
629).
 1.2. Prazos e Forma de Contagem
A) Termo inicial da prescrição após a sentença
condenatória irrecorrível
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição
começa a correr:
I - do dia em que transita em julgado a sentença
condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão
condicional da pena ou o livramento condicional;
AULA 15
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o
tempo da interrupção deva computar-se na pena.
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de
revogação do livramento condicional
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o
livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que
resta da pena.
 B) Contagem de Prazo
 É realizado a partir da pena concreta fixada respeitando os
prazos estabelecidos no art.109, CP.
 1.3. Efeitos
 Apenas extingue a pena principal; desta forma,
permanecem os efeitos secundários da condenação – penais
e extrapenais.
AULA 15
1.4.Causas Interruptivas.
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
 V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
 VI - pela reincidência.
 Atenção! No caso de reincidência, a interrupção da
prescrição ocorre na data em que novo crime é praticado e
não na data que transita em julgado a sentença condenatória
pela prática desse novo crime” (CAPEZ, Fernando. Material
Didático, pp 630).
AULA 15
 Atenção! Diferentemente do que ocorre na PPP, na PPE, a
sua interrupção em relação a um dos autores não produz efeitos
em relação aos demais.
 Art. 117 § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI
deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos
relativamente a todos os autores do crime.
2. Disposições Gerais.
2.1. Prescrição da Pena de Multa.
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:
 I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou
aplicada;
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena
privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou
cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
AULA 15
 Para o Prof. Fernando Capez, a prescrição da pena de
multa não mais é regulada pelo Código Penal, mas sim, pela
Vara de Fazenda Pública, sendo de 05 anos, haja vista o
Código Penal estabelecer que a referida pena converte-se em
dívida de valor. Contrariamente entendem os Prof. Cezar
Roberto Bitencourt e Rogério Greco ao sustentarem que o
prazo prescricional da pena de multa continua sendo regulado
pelo Código Penal, sendo os referidos prazos afetos tanto à
pretensão punitiva, quanto à pretensão executória (GRECO,
Rogério. Código Penal Comentado. 4 ed., pp 228)
AULA 15
2.2. Aumento de prazo prescricional.
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a
sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-
se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam
de um terço, se o condenado é reincidente.
 Atenção! “A reincidência interrompe o prazo prescricional
da condenação anterior, mas só aumenta o prazo da
prescrição da condenação em que o réu foi reconhecido como
reincidente” (CAPEZ, Fernando. Material Didático, pp 633)
Verbete de Súmula n.220, do Superior Tribunal de
Justiça.
 “A reincidência não influi no prazo da prescrição da
pretensão punitiva”.
 AULA 15
CASO CONCRETO) Assinale a opção incorreta: (Exame
OAB/CESPE –UnB. 2007.1)
a) Serão contados em dobro os prazos de prescrição se o
agente for reincidente.
b) No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade
pela prescrição incidirá sobre a pena de cada delito,
isoladamente.
c) A pena de multa prescreverá em dois anos se for a única
cominada.
d) Serão reduzidos de metade os prazos de prescrição se o
agente era, ao tempo do crime, menor de 21 anos de idade.
AULA 15
CASO CONCRETO) A respeito do regime legal da prescrição no Código Penal,
tendo por base ocorrência do fato na data de hoje, assinale a alternativa correta:
(OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado 2010.2)
a) A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a
acusação, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter
por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
b) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 2 (dois) anos, independentemente
do prazo estabelecido para a prescrição da pena de liberdade aplicada
cumulativamente.
c) Se o réu citado por edital permanece revel e não constitui advogado, fica
suspenso o processo, mantendo-se em curso o prazo prescricional, que passa a
ser computado pelo dobro da pena máxima cominada ao crime.
d) São causas interruptivas do curso da prescrição previstas no Código Penal,
dentre outras, o recebimento da denúncia ou da queixa, a pronúncia, a publicação
da sentença condenatória ou absolutória recorrível.
AULA 15
2.3. Prescrição no Caso de Concurso de Crimes.
 Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente
 Verbete de Súmula 497, do Supremo Tribunal Federal
“ Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se
pela pena imposta na sentença, não se computando o
acréscimo decorrente da continuação”.
 Verbete de Súmula n.146, do Supremo Tribunal Federal.
 “A prescrição da ação penal regula-se pela pena
concretizada na sentença, quando não há recurso da
acusação”.
AULA 15
 Verbete de Súmula n.604, do Supremo Tribunal Federal.
 “A prescrição pela pena em concreto é somente da
pretensão executória da pena privativa de liberdade”.
 Verbete de Súmula n.338, do Superior Tribunal de
Justiça.
 “A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-
educativas”.
 Verbete de Súmula n.438, do Superior Tribunal de
Justiça.
 “É inadmissível a extinção da punibilidade pela
prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena
hipotética, independentemente da existência ou sorte do
processo penal”.
AULA 15
2.4. Distinção entre PPP intercorrente e PPE.
 Ambas são reguladas pela pena aplicada, todavia
não se confundem.
 PPP intercorrente: publicação da sentença
 condenatória; art. 110,§1º, CP.
Termo inicialPPE: trânsito em julgado da condenação
 para a acusação; art. 112, I, CP.
Ocorrência
PPP intercorrente: antes do trânsito em
 julgado para a defesa
 PPE: após o trânsito em julgado para a
 defesa.
AULA 15
CASO CONCRETO) Em 23 de fevereiro de 2000, João
nascido em 14 de outubro de 1980, subindo no telhado de um
mercadinho,retirou algumas telhas, e logrou entrar. Devido ao
barulho, a vizinhança acionou a PMMG, que ao comparecer
ao local não conseguiu deter João de imediato, mas após mais
de duas horas de rastreamento, já dormindo em sua casa, ao
lado da máquina registradora que havia furtado. Passados
alguns meses, foi o larápio denunciado por furto simples, já
que nenhuma perícia foi apontada a definir qual o modo usado
pelo mesmo para subtrair a máquina. A denúncia foi
legalmente recebida em 21 de novembro de 2000,
encontrando-se ainda em fase de instrução criminal. Quando
se dará a prescrição? Por quê? Qual espécie? Explique.
(OAB/MG Agosto 2004).
 Vide art.109, IV e 115, 155, caput, todosAULA 15do CP.
CASO CONCRETO) Alex foi condenado a três meses de
detenção, por sentença prolatada e publicada no dia
20/05/2008 e que transitou em julgado para a acusação em
20/05/2008. Em 30/07/2008 a defesa apelou. Acontece que
até a presente data, 14/06/2011, o Tribunal competente não
julgou o recurso. Ante o exposto responda: já ocorreu a
prescrição? Por quê? Qual espécie? Responda de forma
objetiva e fundamentada.
Vide art.109, VI e 110,§1º, todos do CP.
Atenção! Redação alterada pela Lei n12234/2010.
AULA 15
CASO CONCRETO) Paulo, mediante o emprego de grave
ameaça, armado com uma arma de brinquedo, simulacro,
subtraiu de Carlos o relógio que este portava, fato ocorrido em
05/05/1990. No dia 14/04/2007 o MP ofereceu denúncia.
Recebida a denúncia em 15/04/2007, a defesa requereu o
reconhecimento da prescrição. Ante o exposto responda:
assiste razão à defesa? Responda de forma objetiva e
fundamentada.
 Vide art.109,II e 111,I e 117, I todos do CP.
AULA 15
CASO CONCRETO)Jonas, reincidente,nascido em
10/03/1980, agride seu vizinho Paulo causando-lhe lesões
corporais de natureza leve, fato ocorrido em 08/04/2000. Em
08/04/2002, o MP ofereceu denúncia que foi recebida na
mesma data. Ante o exposto responda: Agiu corretamente o
magistrado? Responda de forma objetiva e fundamentada.
Vide art.109, VI, 111,I , 115, e 117, I todos do CP e Verbete de
Súmula n.220, do STJ
AULA 15

Continue navegando