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Livramente Condicional

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Universidade Estácio de Sá
Direito Penal II
Introdução
O Livramento Condicional permite que o condenado abrevie sua reinserção no convívio social, cumprindo parte da pena em liberdade, desde que presentes os requisitos de ordem subjetiva e objetiva, mediante o cumprimento de determinadas condições.
O pedido de livramento condicional deverá ser dirigido ao juiz da execução, que, depois de ouvidos o Ministério Público e o Conselho Penitenciário, deverá concedê-lo, se presentes os requisitos do Art. 83, Incisos e parágrafo único do Código Penal, pois trata-se de direito subjetivo do condenado, e não uma faculdade do julgador, como induz a redação contida no caput do Art. 83 do Estatuto Repressivo.
Requisitos do Livramento Condicional
O Art. 83, Incisos e parágrafo único do Código Penal, traçam os requisitos necessários à concessão do livramento condicional.
Pena Privativa de Liberdade igual ou superior a dois anos – O primeiro requisito de natureza objetiva diz respeito ao tempo mínimo de pena aplicada ao condenado. Suponhamos que o juiz tenha aplicado ao condenado uma pena de um ano e onze meses de reclusão pela prática do delito. Sendo o condenado reincidente em crime doloso, foi-lhe negada a suspensão condicional da pena, bem como a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Sendo assim, pergunta-se: Teria a defesa interesse em recorrer, a fim de pleitear junto ao tribunal responsável pelo julgamento do recurso o aumento da pena do condenado em um mês, a fim de preencher o requisito objetivo previsto no caput do Art. 83 do Código Penal? A resposta deve ser afirmativa, com a finalidade de que este tenha o direito de poder utilizar do benefício do livramento condicional, sob pena de ter de cumprir a pena integralmente.
Cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes – Se o agente tiver sido condenado anteriormente por um crime culposo ou por contravenção penal, tal fato não impedirá a concessão do benefício após cumpridos mais de um terço da pena, uma vez que a lei penal, nessa hipótese, somente veda o livramento condicional se for ele reincidente em crime doloso. O cumprimento de mais de um terço da pena é o requisito objetivo exigido pelo inciso, sendo a não-reincidência em crime doloso e os bons antecedentes os de natureza subjetiva.
Cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso – A segunda hipótese do livramento condicional esta destinada aos condenados reincidentes em crimes dolosos.
Comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto – O condenado deverá comprovar que durante a execução de sua pena cumpriu as obrigações que lhe são determinadas pelo Art. 39 da LEP, bem como ter tido um comportamento disciplinado, obedecendo e respeitando os servidores responsáveis pelo serviço de carceragem, opondo-se aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou subversão da ordem ou da disciplina, executando os trabalhos, as tarefas e as ordens recebidas, enfim, demonstrando que a pena estava cumprindo a sua função ressocializadora.
Para tanto, embora, não são raras as vezes, que os juizes se valham de meras certidões emitidas pelo sistema penitenciário, que tem por finalidade certificar sobre esse requisito de natureza subjetiva, dependendo do caso, deverá o juiz antes de negar o livramento condicional, ouvir as razões pelas quais o condenado deixou de cumprir as obrigações que lhe eram exigidas, a fim de não produzir uma revolta ainda maior. O condenado deverá, também, comprovar sua aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto.
Tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração – Os requisitos de ordem subjetiva elencados pelo Art. 83 do Código Penal. A simples ausência de propositura de ação de indenização por parte da vítima não supre a necessidade de o condenado comprovar que não reparou o dano por absoluta impossibilidade de fazê-lo tendo, tendo o STF já decidido neste sentido.
Cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilicito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza – O inciso V foi introduzido no Art. 83 do Código Penal pela Lei n. 8.072/90, aumentando o tempo de cumprimento de pena para fins de livramento condicional para os crimes por ela previstos. Reincidência Específica: Agora um novo estágio para cumprimento da pena foi introduzido ao Art. 83 do Código Penal, vale dizer, mais de dois terços se o agente vier praticar qualquer das infrações penais previstas pela Lei n. 8.072/90, desde que não seja reincidente específico em crimes em crimes dessa natureza. 
O que significa a expressão reincidência em crimes dessa natureza? A Lei n. 8.072/90, ao inserir o inciso V ao Art. 83 do Código Penal, expressou de forma diversa daquela mencionada pela Parte Geral do Código Penal de 1940, ao impossibilitar o livramento condicional ao apenado reincidente específico em crime dessa natureza. O texto diz que o condenado não deve ser reincidente específico “em crimes dessa natureza”, referindo-se aos anteriormente mencionados: crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilicito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo. De modo que reincidente específico, para efeito da Lei, é o sujeito que comete crime hediondo, terrorismo, de drogas ou tortura depois de transitar em julgado sentença que, no Pais ou no estrangeiro, o tenha condenado por um desses mesmos crimes. E dentro do elenco pode haver diversificação: o primeiro delito pode referir-se a drogas, o segundo poder ser hediondo; o anterior poder ser a tortura, o segundo terrorismo.
Greco entende que a expressão reincidência específica em crimes dessa natureza, deve ser analisada sob dois aspectos: 1º) Somente se fala em reincidência específica nas infrações previstas pela Lei n. 8.072/90; 2º) O bem juridicamente protegido deve ser idêntico, não havendo necessidade de ser, exatamente, o mesmo tipo pena, seja na modalidade simples ou qualificada.
Crimes cometidos com violência ou grave ameaça a pessoa – O parágrafo Único do Art. 83 do Código Penal, prevê pela sua redação, que estão dispensados desse prognostico de que não voltarão a delinquir os condenados por crimes culposos, bem como, por aqueles cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa. Se demonstra como sendo adequada a realização de exame criminológico.
Condições para o cumprimento do livramento condicional
Se o condenado preencher os requisitos objetivos e subjetivos previstos pelo Art. 83 do Código Penal, o juiz da execução deverá concedê-lo, pois trata-se de um direito subjetivo do condenado, mediante o cumprimento de determinados requisitos, no caso os do Art. 85 do Código Penal.
Nos termos do parágrafo 1º do Art. 132 da LEP, serão sempre impostas ao liberado condicional as seguintes obrigações: a) obter ocupação licita, dentro de prazo razoavel, se for apto ao trabalho; b) comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do juízo da execução sem previa autorização deste. 
Além destas, é facultado ao juiz adotar ainda as seguintes medidas ao liberado: a) não mudar de residência sem previa comunicação ao juízo ou ainda autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não frequentar determinados lugares.
O juiz de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença.
Procedimento do Livramento Condicional
Após concedido o livramento condicional especificadas as condições ou obrigações a que terá que se submeter o liberado, será expedida a carta de livramento com cópia integral da sentença em duas vias, remetendo-aautoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário (Art. 136 da LEP).
Em seguida será designada data para a cerimonia do livramento, que será realizada solenemente no dia marcado pelo presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde esta sendo cumprida a pena, cuja sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado ou na sua falta pelo Juiz (Art. 137 da LEP).
A autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na sentença de livramento, perguntando-lhe se as aceita, devendo o liberando expressar sua vontade (Art. 137, II e III da LEP). De tudo, em livro próprio será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimonia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever (Art. 137, parágrafo 1º da LEP). Cópia desse termo deverá ser remetida ao juiz da execução (Art. 137, parágrafo 2º da LEP).
Ao sair o liberando, receberá além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertence, uma caderneta que exibirá a autoridade judiciária ou administrativa quando lhe for exigida. A caderneta conterá: a) identificação do condenado; b) o texto impresso da seção V, do Capítulo I, do Titulo V da LEP, que cuida dos dispositivos legais relativos ao livramento condicional; c) as condições imposta (Art. 138 parágrafo 1º, alineas a, b e c da LEP).
Na falta da caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto em que constem as condições do livramento.
Na hipótese de o condenado mudar-se de comarca, será remetida cópia da sentença do livramento ao juízo do lugar par onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção (Art. 133 da LEP), devendo o liberado ser advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente as aludidas autoridades (Art. 134 da LEP).
Necessidade de ser Ouvido o Conselho Penitenciário para a Concessão do Livramento
O Art. 131 da LEP, diz que o livramento condicional poderá ser concedido pelo juiz da execução, presentes os requisitos do Art. 83, incisos e paragrafo único do CP, ouvidos o Ministério Público, o Conselho Penitenciário, e também o defensor constituído.
Mesmo anteriormente a edição da Lei n. 10.792/03, Greco já se posicionava no sentido de afastar a necessidade de parecer do Conselho Penitenciário para efeito de concessão do livramento condicional, uma vez que a demora na sua confecção atingia o status libertatis daquele que pretendia retornar ao convívio social depois de cumprir parte de sua pena. Agora, após a edição do diploma legal acima mencionado, a discussão perdeu o sentido, sendo que tribunais superiores tem decidido, reiterada e acertadamente no tocante a questão.
Revogação do Livramento Condicional
Os Arts. 86 e 87 do Código Penal preveem, respectivamente, as duas hipóteses de revogação do livramento condicional, sendo obrigatória no primeiro caso e facultativa no segundo.
A primeira hipótese de revogação, tida como obrigatória, ocorre em virtude de ter o agente cometido novo crime após ter sido colocado em liberdade, quando já havia iniciado o cumprimento das condições aplicadas ao livramento condicional. 
A inaptidão para cumprir o restante da pena anterior em liberdade. Como penalidade por ter praticado o crime após o inicio do livramento condicional, o liberado perderá todo o período em que permaneceu livre.
No caso do inciso II do Art. 86 do Código Penal, se o liberado vier a ser condenado por crime anterior, se a soma do tempo que resta a cumprir com a nova condenação não permitir sua permanência e, liberdade, deverá ser revogado o benefício.
O Art. 87 do CP, a seu turno prevê a revogação facultativa do livramento condicional, dizendo: “O juiz poderá, também revogar o livramento se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. O mencionado Art. 87, também deverá ser analisado juntamente com os Arts. 141 e 142 da LEP.
Na hipótese de revogação facultativa em virtude da prática de infração penal cometida anteriormente a vigência do livramento, será computado como tempo de cumprimento de pena o período de prova, sendo permitida para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das duas penas (Art. 141 da LEP).
Antes de revogar o livramento, pelo fato de não estar o liberado cumprindo as condições impostas na sentença, deverá o julgador ouvi-lo em audiência própria, permitindo que se justifique.
No caso de revogação do benefício, deverá o liberado perder todo o período de prova em que permaneceu em liberdade, uma vez que voltando o liberado a praticar nova infração penal, demonstra sua inaptidão para cumprir o restante da sua pena em liberdade.
Praticada pelo liberado outra infração penal, o juiz poderá ordenar sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação entretanto ficará dependendo da decisão final (Art. 145 da LEP)
A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação do Conselho Penitenciário ou de oficio pelo juiz.

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