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Livramento condicional da pena

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Livramento condicional da pena 
Brendha Ariadne Cruz – 3º Termo (Toledo Prudente) 
 
03/05/2021 
Conceito 
É um benefício que permite ao condenado a uma pena privativa de liberdade, superior a dois 
anos, tenha sua liberdade antecipada (sendo condicional – deve cumprir certas condições e 
precária – pode ser revogada). 
É a última etapa do cumprimento da pena privativa de liberdade. 
Natureza Jurídica 
Benefício concedido durante a fase de execução da pena. Além de ser um direito subjetivo do 
condenado 
Diferenças com o SURSIS 
 
Requisitos objetivos e subjetivos – pacote anticrime 
REQUISITOS OBJETIVOS 
• art. 83, I, II, IV e V, do Código Penal 
 “Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de 
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:” 
1) Espécie da pena – Privativa de liberdade. 
2) Quantidade da pena – Igual ou superior a dois anos. 
Pontos em comum Diferenças 
1. Destinatários: condenados à 
pena privativa de liberdade; 
1. Execução da pena: não tem início 
no 
sursis, enquanto no livramento 
condicional 
o condenado cumpre parte da pena 
imposta; 
2. Requisitos legais: devem ser 
preenchidos pelo condenado; 
2. Duração do período de prova: 2 a 4 
anos, 
no sursis, em regra, ou o restante da 
pena, 
no livramento condicional; 
3. Condicionais: sujeitam-se ao 
cumprimento de condições; 
3. Momento da concessão: o sursis é 
concedido 
na sentença ou no acórdão, e o 
livramento 
condicional durante a execução 
da pena; e 
4. Período de prova: iniciam-se 
com a realização da audiência 
admonitória; e 
4. Recurso cabível: apelação no 
sursis e 
agravo em execução no livramento 
condicional. 
5. Finalidade: evitar a execução 
da pena privativa de liberdade, 
total ou parcialmente. 
 
 
Livramento condicional da pena 
Brendha Ariadne Cruz – 3º Termo (Toledo Prudente) 
 
Obs.: art. 84 do CP: “As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito 
do livramento”. SOMAM-SE TODAS AS PENAS. 
3) Parcela da pena já cumprida 
Depende das condições do condenado e da natureza do crime. Existem três tipos: 
❖ LC simples (art. 83, I, do CP – 1/3) 
Não ser reincidente em crime doloso e possuir bons antecedentes. Deve cumprir 1/3 da 
pena. 
❖ LC qualificado (art. 83, II, do CP- 1/2) 
Reincidente em crime doloso. Deve cumprir ½ da pena. 
❖ LC específico (art. 83, V do CP – alterado em 2016) 
Praticou crime hediondo. Deve cumprir 2/3 da pena. 
 “V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, 
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, 
se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.” 
➔ vedado o LC para o condenado por crime hediondo ou equiparado quando reincidente 
específico em delito dessa natureza (art. 83, inciso V, do CP) 
o o que se entende por reincidente específico? duas posições: 
a) pratica novamente qualquer um desses delitos (hediondos ou equiparados), ainda que 
tipificados por dispositivos distintos. Dominante. 
b) comete idêntico delito. 
 
Obs.: CRIME HEDIONDO + NÃO HEDIONDO 
Reincidente específico, cumpre pena pela prática de delitos hediondos ou a eles equiparados, e 
também de delitos não hediondos, como será feito esse cálculo? 
Ex: Suponhamos que a pena do crime hediondo é de 6 A e não hediondo é 10 A. 
Deve cumprir 2/3 do crime hediondo, ou seja, 4 A. 
Deve cumprir ½ do crime não hediondo, ou seja, 5 A. 
Total: 9 A para que haja livramento condicional. 
CRIME HEDIONDO + REINCIDENTE ESPECÍFICO + NÃO HEDIONDO 
Cumpre integralmente → 8A 
Depois ½ do não hediondo → 6 A – ½ = 3 A deve cumprir para ter direito. 
 
Lei 13.964/ 2019 – vedação – Pacote anticrime alterou art.112 
 art. 112 da LEP : VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: 
Livramento condicional da pena 
Brendha Ariadne Cruz – 3º Termo (Toledo Prudente) 
 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for 
primário, vedado o livramento condicional; 
-→ NÃO IMPORTA SE FOR PRIMÁRIO. SE HOUVE MORTE, É VEDADO O LIVRAMENTO. EX: 
HOMICÍDIO QUALIFICADO. 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou 
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. 
Demais alterações: alterou o art. 2, § 9º, da Lei do Crime organizado 
LEI Nº 12.850/ 2013 (organização criminosa). Art. 2°, § 9º da Lei – “O condenado expressamente em 
sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização 
criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento 
condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a 
manutenção do vínculo associativo.” (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
→ se está associado a organização criminosa – não tem direito a progressão de regime e nem 
livramento condicional. 
 4) Reparação do dano (art. 83, IV, do CP) 
Para ser agraciado com o livramento condicional deve ter reparado o dano. Contudo, pode ser 
dispensado se for provado a efetiva impossibilidade de fazê-lo. 
 
REQUISITOS SUBJETIVOS (pacote anticrime) 
 art. 83, III, do CP (antes) – “comprovado comportamento satisfatório durante a execução da 
pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria 
subsistência mediante trabalho honesto;” 
1) III - comprovado: 
“a) bom comportamento durante a execução da pena;” 
comportamento satisfatório (antes) 
“bom comportamento carcerário” 
Atestado pelo diretor da unidade prisional, a qual é cumprido a pena pelo indivíduo. Será 
analisado por meio das faltas disciplinares. Se não tiver, será constatado o bom comportamento. 
 
2) “b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses” 
Súmula 441 do STJ: “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento 
condicional”. 
Na progressão de regime, a falta grave interrompe o prazo para a concessão do benefício. Por 
exemplo, indivíduo tem uma pena de 8 A, deverá cumprir 50%, ou seja, 4 A. Mas, se ele cumprir 
uma falta grave interrompe esse prazo, deverá cumprir novamente com base no que restou da 
pena. 
Na falta grave, isso não ocorre. 
 
Livramento condicional da pena 
Brendha Ariadne Cruz – 3º Termo (Toledo Prudente) 
 
3) “c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído” 
Art. 5º, XLVIII, “c”, da CF 
Se nenhum trabalho foi atribuído ao condenado, esse requisito será dispensado. 
4) “d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto” 
Unicamente prova da aptidão para o exercício de trabalho honesto. Ou seja, expressar o desejo 
de trabalhar de forma honesta. 
5) Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a 
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir 
(art. 83, parágrafo único, CP) 
Trata-se de um juízo de prognose (juízo para o futuro), verificando pelas condições do condenado, 
o qual uma vez solto não voltará a praticar crime. 
Como se faz esse juízo? Pode ser feito pela comissão técnica ou exame criminológico. 
Apenas é obrigatório para os crimes cometidos com violência à pessoa ou grave ameaça e que 
são dolosos. 
 
Rito do livramento condicional da pena 
Feito para o Juiz da Vara de execuções criminais. Será enviado posteriormente ao Ministério 
Público (predominantemente desfavorável). Posteriormente, retorna ao Juiz que irá deferir 
(ganhou o livramento condicional) ou indeferir. 
Se for deferido, será expedido uma CARTA DE LIVRAMENTO com cópia integral da decisão judicial. 
Então é realizado uma audiência admonitória, na qual é lida a carta de livramento. 
Cabe recurso da decisão do Juiz da VEC ou DECRIM? Sim, o agravo em execução. 
 
Condições do livramento condicional da pen 
CONDIÇÕES LEGAIS (taxativo) 
Art. 132 da LEP - Deferido o pedido,o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o 
livramento. 
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: 
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; 
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; 
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. 
 
CONDIÇÕES JUDICIAIS 
• rol exemplificativo 
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: 
Livramento condicional da pena 
Brendha Ariadne Cruz – 3º Termo (Toledo Prudente) 
 
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação 
cautelar e de proteção; 
b) recolher-se à habitação em hora fixada; 
c) não frequentar determinados lugares. 
 
CONDIÇÕES LEGAIS INDIRETAS 
➔ condições negativas – aquilo que não pode existir/ ausências de causas de revogação. 
 
 
Revogação 
Precário – pode acontecer no período de prova uma causa de revogação. De modo que o LC 
pode ser revogado a qualquer tempo se sobrevier uma causa de revogação. 
 
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA 
 Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de 
liberdade, em sentença irrecorrível: 
 I - por crime cometido durante a vigência do benefício; 
 II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. 
Livramento condicional da pena 
Brendha Ariadne Cruz – 3º Termo (Toledo Prudente) 
 
• Não há discricionariedade 
• condenação irrecorrível por contravenção com pena privativa – não é causa obrigatória 
de revogação 
1º) I - por crime cometido durante a vigência do benefício 
TJ – art. 89 do CP 
Efeitos: 
• Não se computa na pena o tempo que esteve solto; 
• Não se concede, em relação a mesma pena, novo LC; 
 Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a 
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na 
pena o tempo em que esteve solto o condenado 
10/05/2021 
2º) por crime anterior ao período de prova, observado o disposto no art. 84 deste Código. 
• Só revoga se há impossibilidade da sua manutenção do LC com a inclusão da nova pena 
no cálculo. 
Ex: indivíduo tinha uma pena de 8 A, cumpriu metade, tinha 4 A de período de prova. 
Cumpriu 2 A e então vem uma nova condenação de 20 A. Não dá para manter. 
Efeitos: 
• Computa-se o período que esteve solto; 
• Admite-se a soma das penas para concessão de novo LC; 
• Permite novo LC; 
 
REVOGAÇÃO FACULTATIVA 
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer 
das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou 
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade 
2 hipóteses: 
1º) deixar de cumprir qualquer das obrigações impostas na sentença 
• Primeiramente, é feito uma nova advertência, até mesmo com agravamento das 
condições. Caso não cumpra, vai ser revogado. 
• Se descumpre – efeitos rigorosos, já que quebrou a confiança que o Estado deu. 
Não se computa na pena o tempo que esteve solto; 
Não se concede, em relação a mesma pena, novo LC; 
 
Livramento condicional da pena 
Brendha Ariadne Cruz – 3º Termo (Toledo Prudente) 
 
2º) irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de 
liberdade 
• O momento - irrelevante 
Se for pena privativa: crime (revogação obrigatória – art. 86 do CP) e contravenção (não gera 
nenhum efeito) 
Efeitos: depende do momento durante o período de prova aplicará os efeitos mais rigorosos, se foi 
antes os efeitos menos rigorosos. 
 
SUSPENSÃO DO LC 
Art. 145 da LEP: “Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, 
ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento 
condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.” 
Processos são morosos 
Medida de natureza cautelar 
 
PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA 
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença 
em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. 
• não subsiste as condições 
• Crime deve ter sido praticado na vigência 
• Contravenção não esta abarcada 
 
EXTINÇÃO DA PENA 
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa 
de liberdade.

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