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PRESSÃO SANGÜÍNEA Prof. MsC. Nelson Kian CONCEITO ü Refere-se à força que o sangue exerce contra a parede vascular. ü É medida nos pontos mais elevados e mais baixos do pulso. A pressão sistólica (contração ventricular) é a mais elevada pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias. A pressão diastólica (relaxamento ventricular - está constantemente presente) é a pressão baixa. ü A diferença entre as duas pressões é denominada pressão de pulso. MECANISMO REGULADOR CENTRO VASOMOTOR Ponte Bulbo Fibras nervosas vasoconstritoras Tônus vasomotor Débito cardíaco Centro controlador cardíaco Receptores aferente FC Força de contração Receptores aferentes ü Barorreceptores ou pressorreceptores - apresenta uma elevada concentração nas paredes das artérias carótidas internas (seios carotídeos) - pressão sangüínea para o cérebro e nas paredes do arco da aorta (seios aórticos) - pressão sangüínea em todo o corpo. Receptores aferentes ü Quimiorreceptores - suas localizações nas artérias carótidas são denominadas corpos carotídeos, e no arco aórtico são denominadas corpos aórticos. São estimulados pela redução nas concentrações de oxigênio arterial, elevação na tensão do dióxido de carbono, e elevação nas concentrações de íons de hidrogênio. FATORES QUE INFLUENCAM 1.VOLUME SANGÜÍNEO A quantidade de sangue circulante no corpo afeta diretamente a pressão. A perda de sangue (exemplo: hemorragia) fará com a pressão caia e, uma elevação na volemia (exemplo: transfusão de sangue) fará com que a pressão aumente. 2.DIÂMETRO DAS ARTÉRIAS O diâmetro do lúmen vascular irá propiciar um aumento na resistência periférica (vasoconstrição), ou uma queda na resistência (vasodilatação) ao débito cardíaco. 3.ELASTICIDADE DAS ARTÉRIAS A elasticidade da parede vascular também influencia a resistência. Com a idade essas propriedades ficam diminuídas. Assim, há uma maior resistência ao fluxo de sangue, com uma resultante elevação na pressão sistólica e diminuição na pressão diastólica. 4.DÉBITO CARDÍACO Quando quantidades maiores de sangue são bombeadas para as artérias, as paredes dos vasos se distendem resultando num aumento da pressão sangüínea; ocorrendo de maneira inversa com um débito cardíaco menor. 5.IDADE Normalmente ela sobe após o nascimento, e atinge um pico no início da puberdade. Por volta dos 17 ou 18 anos, a pressão sangüínea média do adulto é usualmente considerada com 120/80 mmHg. 6.EXERCÍCIO A atividade física aumenta o débito cardíaco, com uma conseqüente elevação linear na pressão sangüínea. Elevações maiores são observadas na pressão sistólica, devido à proporcional alteração no gradiente de pressão dos vasos periféricos, durante a vasodilatação. Os aumentos na pressão sangüínea são proporcionais à intensidade da carga de trabalho. 7.POSIÇÃO DO BRAÇO A pressão sangüínea pode variar em até 20 mmHg, apenas pela alteração do posicionamento do braço. Por uma questão de consistência das mensurações, o paciente deve estar sentado com o braço numa posição apoiada, ao nível do coração. Se o estado do paciente ou tipo de atividade impede tal posicionamento, as alterações deverão ser documentadas. SONS DE KOROTKOFF SONS DE KOROTKOFF São sons auscutados ao se avaliar a pressão sangüínea. Inicialmente, quando a pressão é aplicada ao manguito, o fluxo sangüíneo sofre oclusão, e nenhum som é ouvido através do estetoscópio. A medida que a pressão é gradualmente liberada, são identificados cinco sons, ou fases: SONS DE KOROTKOFF ü Fase 1 - o primeiro som de percussão, claro, débil e rítmico, que gradualmente aumenta em intensidade; é o período em que o sangue inicialmente flui através da artéria; pressão sistólica. ü Fase 2 - é audível um murmúrio, ou uma espécie de assobio. ü Fase 3 - os sons se tornam nítidos e mais altos. ü Fase 4 - o som é distinta e abruptamente abafado; uma qualidade de sopro suave; pressão diastólica primária. ü Fase 5 - os sons desaparecem; pressão diastólica secundária. Há controvérsia quanto ao ponto de ocorrência da verdadeira pressão diastólica (fase 4 versus fase 5). A American Heart Association recomenda a 5ª fase como o índice mais acurado de pressão diastólica em populações adultas. PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO © A avaliação da pressão sangüínea deverá ser realizada num menor tempo possível, pois o manguito funcionando como um torniquete, ocorrerá um acúmulo venoso e considerável desconforto para o paciente, se for deixado no lugar por tempo demais. © A artéria braquial é o local mais comum para esta monitoração. a) Lave as mãos. b) Reúna o equipamento. - um estetoscópio. - um esfigmomanômetro com um manguito para tomada da pressão sangüínea. - Panos anti-sépticos para a limpeza das peças auriculares e do diafragma do estetoscópio (antes e depois de usá-lo). - folha de anotações e caneta ou lápis para o registro dos dados coletados. c) Procedimento. 1. explique o procedimento e sua base teórica ao paciente, em termos apropriados ao seu entendimento. 2. auxilie o paciente a assumir a posição desejada (recomenda-se a posição sentada); assegure-se do conforto do paciente. 3. exponha o braço e coloque-o ao nível do coração, com o cotovelo estendido. 4. enrole o manguito do aparelho em torno do braço, aproximadamente 2,5 a 5 cm acima da fossa cubital; o centro do manguito deve estar alinhado com a artéria braquial. 5. verifique se o esfigmomanômetro está registrando “zero”. 6. localize e palpe a artéria braquial na fossa cubital; coloque o diafragma do estetoscópio sobre a artéria. 7. feche a válvula do manguito do aparelho (gire no sentido horário). 8. comprima a pêra de borracha até que o manômetro registre aproximadamente 20 mmHg acima da pressão sistólica esperada. 9. abra a válvula cuidadosamente, permitindo que o ar saia lentamente; o ar deve ser liberado numa velocidade de 2 a 3 mmHg por batimento cardíaco. 10. observe atentamente o manômetro e marque o ponto em que é ouvido o primeiro som; esse é o ponto em que o sangue começa a fluir através da artéria, e representa a pressão sistólica; agora serão observadas deflexões no mostrador, ou na coluna de mercúrio. 11. continue a liberar o ar lentamente. Observe o ponto no manômetro em que o som primeiramente se torna abafado; essa é a pressão diastólica primária. 12. continue a liberar gradualmente o ar. 13. registre o ponto, no manômetro, quando o som desaparece e a deflexão cessa; essa é a pressão diastólica secundária. 14. permita que o restante do ar seja rapidamente liberado . 15. se o mesmo examinador vier a usar novamente o estetoscópio, não será necessária a limpeza das peças auriculares; contudo o diafragma deverá, entre paciente, sempre ser higienizado. 16. anote os resultados. Avaliação da Pressão Poplítea Indicadas nas situações em que há necessidade da comparação entre os MMSS e MMII, como na doença vascular periférica; ou quando há contra-indicações para as pressões de MS, como em seguida a traumatismos ou cirurgias. O procedimento é o mesmo usado na avaliação da pressão na artéria braquial, com as seguintes variações: 1. O paciente é colocado numa posição inclinada, com ligeira flexão do joelho. 2. A artéria poplítea usualmente fornece valores sistólicos mais elevados e diastólicos mais baixos. 3. É empregado um manguito largo (aproximadamente 18cm); e é colocado em torno do terço inferiorda coxa. O centro do manguito deve estar alinhado com a artéria poplítea.