Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestão Estratégia de Marketing 1ª edição 2017 Gestão Estratégia de Marketing 3 Palavras do professor A Gestão Estratégica de Marketing é uma disciplina necessária para enten- der como o marketing está presente no dia a dia. Estudá-la é uma tarefa que permite compreender o que é o marketing, quais as orientações da empresa, os princípios que devemos seguir. Afinal, é importante conhe- cer os mercados que podemos desempenhar a atividade profissional de marketing, seja tanto no mercado Business to Consumer (B2C), Business to Business (B2B), Governamental, quanto em mercados sem fins lucrativos, isso porque cada uma tem a sua particularidade e abordagem diferente. Mas, é fundamental que você saiba que em todos os mercados existe a necessidade de conhecer o conceito principal, de troca e identificação de uma necessidade para torná-lo em um desejo do público alvo. Por isso, o marketing é a área que impacta toda empresa através das suas abordagens e intervenções no mercado que atua, alavancando vendas e consequen- temente aumentando a produção da própria empresa ou fornecedores e isso contribui com a economia. Nossas discussões iniciam com o estudo sobre como os aspectos econô- micos, socioculturais, de meio-ambiente, políticos e legislação podem influenciar na elaboração do plano de marketing. Também discutiremos sobre como a convergência de todas as variáveis do microambiente é importante para a composição de estratégias de preço e logística do pro- duto ou serviço. Portanto, o estudo desta disciplina apresenta a convergência da teoria e a prática utilizando exemplos atuais, para proporcionar a você uma visão do processo de marketing em um contexto amplo, priorizando a implemen- tação de estratégias que contribuem nas vantagens competitivas para a organização e colaboradores. Afinal, você enquanto profissional de marketing deve ter um perfil analítico e uma visão sistêmica do ambiente para assim planejar as melhores estra- tégias e mensurar de forma inteligente o Retorno Sobre o Investimento (ROI) e fazer as adequações necessárias. Lembre-se que a abordagem da disciplina, nesse contexto, faz-se no sentido de formar profissionais que ao longo dos estudos procurem seu próprio caminho entre os temas estudados e as experiências cotidianas. 1 4 Unidade de Estudo 1 Introdução e Conceitos de Marketing Para iniciar seus estudos Nesta Unidade você aprenderá sobre o que é marketing, como ele é impor- tante para o planejamento estratégico das empresas e como identificar itens importantes para a composição de um plano de marketing. Todos esses conceitos são extremamente importantes para que você consiga entender todas as demais aulas de Gestão Estratégica de Marketing. Objetivos de Aprendizagem • Entender o conceito de Gestão estratégica de Marketing. • Discutir a organização como um sistema aberto. • Conceituar planejamento, plano, estratégia e planejamento estratégico. 5 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing 1.1 Conceitos Iniciais de Marketing Você sabe o que é marketing e qual a sua utilidade? O marketing, cada vez mais popularizado, é algo que se tornou essencial para os produtos, serviços, empresas ou pessoas. Atualmente, é impossível viver sem ele, e é comum não notarmos como as ações de marketing nos influenciam na forma de comprar, pensar e agir. Em geral, ainda relaciona-se o marketing apenas com as vendas e a propaganda, porém, ele é algo mais amplo, pois ele identifica as necessidades e cria formas de supri-las. Para Kotler e Keller (2012, p. 4) a atividade de marketing está além de vender, pois “o marketing envolve a identifi- cação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Para defini-lo de maneira bem simples podemos dizer que ele ‘supre necessidades lucrativamente ‘”. Ainda nessa perspectiva, Peter Druker (1973 apud KOTLER; KELLER 2012, p. 4.), um dos principais teóricos em administração, afirma que, [...] pode se considerar que sempre haverá a necessidade de vender. Mas o objetivo do marketing é tornar supérfluo o esforço de venda. Objetivo do Marketing é conhecer e entender o cliente tão bem que o produto ou serviço seja adequado a ele e se venda sozinho. A princípio parece difícil concordar com essa afirmação, mas, é necessário levar em consideração as mudanças do mundo, afinal, o acesso à tecnologia e a informação facilitaram a nossa busca sobre o que de fato nos inte- ressa. Por exemplo, quando desejamos comprar algo que não temos conhecimento a respeito do produto ou serviço, fazemos uma pesquisa na internet. Essa pesquisa, normalmente é baseada em informações técnicas, experiências de pessoas que conheçam o produto, de reclamações e etc. Por isso, atualmente não é suficiente apenas uma boa propaganda para convencer o consumidor a comprar, pois, o consumidor está cada vez mais exigente e isso obrigou o marketing a evoluir também. A seguir, observe o Quadro 1 que contempla esse processo de evolução. 6 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing Quadro 1.1 - Evolução do Marketing. MARKETING 1.0 CENTRADO NO PRODUTO MARKETING 2.0 ORIENTADO NO CONSUMIDOR MARKETING 3.0 GUIADO POR VALORES OBJETIVO Vender produtos Satisfazer e reter clientes Fazer um mundo melhor FORÇAS Revolução Industrial Tecnologia da informação Tecnologia da Informação e interação direta com o público MERCADO - Compradores em massa Consumidor com coração e mente Consumidor com coração, mente e espírito CONCEITO CHAVE Desenvolvimento de produto Diferenciação Valores FUNÇÃO DA ÁREA DE MARKETING Especificação do produto Posicionamento do produto e empresa Definição da Buy Persona e criação de conteúdo INTERAÇÃO COM CONSUMIDORES Transações um-para- muitos Relacionamentos um-para-um Segmentada Fonte: Elaborado pela autora. A evolução do marketing era prevista por Webster (1997), quando ele indicava que de todas as funções da admi- nistração, o marketing seria o que apresentaria maiores dificuldades em definir sua posição na organização, por- que é, ao mesmo tempo, cultural, estratégico e tático. Para os autores Hooley, Saunders e Piercy (2005), no livro “Estratégia de Marketing e Posicionamento Competitivo”, eles apresentam resumidamente conceitos que devem envolver o marketing, para que haja sucesso, tais como: • Cultura Organizacional: também considerado como a orientação de Marketing, é um conjunto de valo- res e crenças que impulsionam uma organização em direção a um compromisso fundamental de atender às necessidades do cliente, visando uma rentabilidade sustentada. • Estratégia: o marketing como estratégia serve para buscar respostas eficazes aos ambientes de mercado em mudança ao definir segmentos de mercado, desenvolver e posicionar ofertas de produtos para esse mercado alvo. • Tática: o marketing como tática trata das atividades do cotidiano da gestão do produto ou serviço, pre- cificação (determinação de preço), distribuição, comunicação de marketing (como propaganda), venda pessoal e a promoção de vendas. 7 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing O desafio de construir simultaneamente uma orientação voltada ao cliente em uma organização (cultural), ela- borar proposta de valor e posicionamento competitivo (estratégias) e desenvolver planos detalhados de ação de marketing (táticas) é complexo, por isso, talvez não seja nenhuma surpresa que a realidade organizacional de marketing em determinadas situações fique aquém dessa exigência. A seguir, observe na Figura 1.1 como as trocas mútuas que devem acontecer quando os itens: cultura organizacional, estratégias e tática estão fun- cionando. Figura1.1 – Trocas de Marketing. OFERTA Produtos, serviços, etc. METAS DA EMPRESA Sobrevivência Financeiras Sociais Ecológicas Etc. METAS DO CLIENTE Soluções Benefícios Altruísmo Bem-estar Etc. RESPOSTAS Compras, suporte SATISFAÇÃO DO CLIENTE E DA EMPRESA Legenda: esquema apresentando as trocas nas relações. Fonte: Adaptada de Hooley, Saunders e Piercy (2005). 1.2 Profissionais do Marketing Você sabe quem faz o Marketing? Os profissionais de marketing têm o desafio de atualizar-se constantemente, principalmente, para compreender que as demandas mudam conforme as necessidades surgem. Afinal, é importante que esse profissional compre- enda o conceito das demandas para identificá-las e assim elabore estratégias. 8 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing Por isso, esses profissionais são responsáveis por estudar e gerenciar a demanda e consequentemente influenciar e criar uma oportunidade de atendê-la, atingindo os objetivos da empresa e do cliente. Para Kotler e Keller (2012) existem oito possíveis estados de demanda, que são eles: 1. Demanda negativa: os consumidores não gostam do produto e podem até mesmo pagar para evitá-lo. 2. Demanda inexistente: os consumidores não conhecem o produto ou não estão interessados nele. 3. Demanda latente: os consumidores compartilham uma forte necessidade que não pode ser satisfeita por nenhum produto existente no mercado. 4. Demanda em declínio: os consumidores começam a comprar o produto com menos frequência ou dei- xam de compra-lo. 5. Demanda irregular: as compras dos consumidores podem ser sazonais ou variar de acordo com o mês, a semana, o dia ou o horário. 6. Demanda plena: os consumidores compram adequadamente todos os produtos colocados no mercado. 7. Demanda excessiva: existem mais consumidores interessados em comprar o produto do que produtos disponíveis. 8. Demanda indesejada: os consumidores sentem-se atraídos por produtos que tem consequências sociais indesejadas. Portanto, o desafio dos profissionais de marketing, é essencialmente identificar a(s) causa(s) do estado de demanda e determinar um plano de ação para adequá-lo para ao estado mais desejado. Ainda, é importante lembrar que antigamente as vendas eram realizadas apenas de forma pessoal, ou seja, havia o contato com o produto ou até com serviços. Porém, atualmente, os formatos de compra e vendas estão cada vez mais diversificados. Ou seja, é possível efetuar uma compra em uma loja física, na televisão (por exemplo, através de canais de compra tipo Shoptime, PoliShop TV), na internet, através das vendas diretas (catálogos) ou por telefone. Dessa forma, para um plano mais assertivo, é necessário estudar o mercado que deseja atuar, bem como qual a melhor forma de abordar o público alvo que deseja atingir. Agora que acabamos de estudar o conceito de demanda, você já consegue identificar alguma demanda latente que possa ser explorada? Lembre-se que os grandes empreendedores par- tiram da existência de uma demanda a ser atendida e, a partir disso, surgiram importantes histórias de sucesso. 9 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing 1.3 Principais Mercados de Clientes Os mercados de clientes classificam-se em: mercado consumidor, mercado organizacional, mercado global e mercado sem fins lucrativos. A seguir, observe atentamente as especificações de cada mercado. • Mercado consumidor: são empresas que comercializam produtos e serviços de consumo em massa, vendem para o consumidor final produtos como: TVs, cosméticos, alimentos, passagens aéreas. Ou seja, investem no fortalecimento da marca, criando uma imagem com credibilidade. É um mercado em cons- tante mudança, investe também em pesquisas para descobrir os anseios do consumidor, qual a melhor forma de aborda-lo e a aceitação de sua marca. Esse mercado também é conhecido como B2C (Business to Consumer), traduzido do inglês como “Empresa para consumidor”, termo que tem como significado vender para o consumidor final, a pessoa física. • Mercado Organizacional: são empresas que vendem bens e serviços para outras empresas, por isso, exige profissionais mais técnicos, para tratar com compradores, treinados para a redução de custo. Nesse tipo de negociação, o ponto mais importante é a vantagem que aquele produto ou serviço terá em atingir metas de receitas com custos menores. Nesse caso a força de venda é o item importante, além da repu- tação da empresa, preço e qualidade. Esse mercado também conhecido como B2B (Business to Business) traduzido do inglês como de empresa para empresa. • Mercado Global: são empresas que vendem seus produtos e serviços no mercado global e enfrentam decisões e desafios adicionais. Elas têm que decidir em que país entrar e como entrar (sendo exporta- dor, licenciador de franquia, parceiro em joint-venture, fabricante sob contrato ou fabricante autônomo), como adaptar as características de seus produtos e serviços e cada um deles, como determinar preços para seus produtos em países diferentes e como adaptar suas comunicações a diferentes culturas. Essas decisões devem se tomadas em face de diferentes exigências em relação à compra, negociação, proprie- dade e formas de uso dos bens, de diferentes culturas, línguas e sistemas jurídicos e políticos e de moedas cujo valor pode flutuar (KOTLER, 2012). • Mercado sem fins lucrativos (terceiro setor e governamental): são empresas que vendem seus pro- dutos a organizações sem fins lucrativos, como igrejas, universidades, instituições de caridade ou órgãos públicos, precisam determinar seus preços com cautela, pois, essas organizações tem poder de compra limitado. Preços mais baixos afetam as características e a qualidade dos bens e serviços que o fornecedor pode incluir em sua oferta. A maioria das compras realizada por órgãos governamental exigem licitação, e, na ausência de fatores que justifiquem um preço mais elevado, é favorecida a proposta que apresenta o menor preço (KOTLER, 2012). Ainda como exemplos de mercado, foram criados conceitos interessantes para facilitar a comercialização em ambiente eletrônico. Um exemplo é marketplace, uma palavra do inglês, que significa Market (mercado) place (lugar), ou seja, tem é local para a realização de negócios. Isso ocorreu devido à evolução da internet, que contri- buiu para que as pessoas se conectassem, mesmo em tempos e locais diferentes. A criação desse mercado surgiu para atender as necessidades do público que trafega na internet. Portanto, o marketplace, como o a tradução sugere, é um local onde pessoas e empresas podem negociar, ou seja, comprar ou vender. Mas, o marketplace é diferente do e-commerce, isso porque ele intermedia a negociação, enquanto o e-commerce é a venda direta pela internet. Mas, sobre o e-commerce, estudaremos nas próximas unidades. Como exemplo de marketplace, podemos citar as lojas virtuais de aplicativos dos sistemas operacionais de celulares: Apple Store (para o sistema IOS do Iphone), Google Play (para o sistema Android) ou os sites como o Mercado Livre e Bondfaro. 10 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing Outro exemplo de mercado, de acordo com Kotler (2012) é o metamercado. Esse conceito foi proposto por Mohanbir Sawhney para descrever o metamercado como um agrupamento de produtos e serviços complementares estreitamente relacionados uns com os outros na mente do consumidor, mas que se estendam por vários setores. O metamercado automotivo, por exemplo, consiste em fabricantes de automóveis, concessionárias de carros novos e usados, financeiras, seguradoras, oficinas, revendedoras de autopeças, enfim tudo referente à compra de um automóvel. Ao comprar um carro o consumidor envolve-se em muitas partesdesse metamercado, o que cria uma oportunidade para “metamediários” ajudarem os compradores a se movimentar por esses grupos fisi- camente separados (KOTLER, 2012). No Brasil temos como exemplo os sites da www.webmotor.com.br e www. icarros.com.br, que oferecem diversos serviços, além de venda de automóveis. Você sabia que Mohanbir Sawhney, de origem indiana, é professor da academia e reconhe- cido mundialmente pelos seus livros e artigos publicados sobre marketing moderno, cresci- mento orgânico e inovação empresarial. Para saber mais sobre a biografia e obras publica- das, acesse http://www.mohansawhney.com/. 1.4 Orientações da Empresa para o Mercado Para que haja clareza no alcance das metas estabelecidas, é importante entender a orientação da empresa diante dos concorrentes. Em geral, as orientações que servem de base para a organização das atividades de marketing dividem-se em cinco, tais como: orientação de produção, orientação de produto, orientação de vendas, orientação de marketing e orientação de marketing holístico. A seguir, observe atentamente as especificidades das orientações e das atividades de marketing apresentadas por Kotler (2012). • A orientação de produção: é um dos conceitos mais antigos nas relações comerciais. Ela sustenta que os consumidores dão preferência a produtos fáceis de encontrar e de baixo custo. Gerentes de empre- sas orientadas para a produção concentram-se em alcançar alta eficiência de produção, baixos custos e distribuição em massa. Essa orientação tem sentido em países em desenvolvimento, como a China, em que a maioria das grandes empresas possui fábricas e concentram a maior parte da produção, pois, apro- veitam a enorme quantidade de mão-de-obra barata para dominar o mercado. É um conceito também utilizado quando uma empresa deseja expandir o mercado. • A orientação de produto: sustenta que os consumidores dão preferência a produtos que oferecem qua- lidade e desempenho superiores ou que têm características inovadoras. Os gerentes em organizações que seguem essa linha concentram-se em fabricar produtos de qualidade e em aperfeiçoá-los ao longo do tempo. Entretanto, esses gerentes às vezes se veem presos a um “caso de amor” com seu produto e podem escorregar no mito da “ratoeira melhor”. Isso porque acreditam que uma ratoeira melhor fará com que as pessoas se acotovelem a porta. Mas, um produto novo ou aperfeiçoado não será necessaria- mente bem-sucedido, a menos que tenha o preço certo e seja distribuído, promovido e vendido de forma adequada. 11 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing • A orientação de vendas: sustenta o princípio de que os consumidores e as empresas, normalmente não compram os produtos da organização em quantidade suficiente. Por isso, é necessário que a empresa empreenda esforços significativos de vendas e promoção, pois, o objetivo do marketing é vender mais coi- sas para mais clientes pelo maior valor a fim de obter mais lucros. Um exemplo disso pode ser encontrado nas ideias de Sergio Zyman, ex-vice-presidente de marketing da Coca-Cola. Dessa forma, a orientação de vendas é praticada de maneira mais agressiva com produtos pouco procurados, que os compradores difi- cilmente pensam em comprar, por exemplo, os serviços funerários. Nesse caso, o objetivo é vender aquilo que se fabrica, ao invés de fabricar aquilo que o mercado quer. Portanto, o marketing fundamentado em venda agressiva esconde altos riscos, pois, pressupõe que clientes serão persuadidos a comprar o produto e irão gostar dele. Mas, caso isso não ocorra, imagina-se que esses clientes não vão devolvê-lo, não fala- rão mal dele, tampouco reclamarão a um órgão de defesa do consumidor – e talvez voltem a comprá-lo. • A orientação de marketing: surgiu em meados da década de 1950, com a filosofia de “sentir-e-respon- der”, centrada no cliente, em vez da filosofia de “fazer-e-vender”, voltada para o produto. Logo, no lugar de “caçar” o marketing passa a “plantar”. Afinal, não é mais necessário encontrar os clientes certos para seu produto, mas, sim os produtos certos para seus clientes. Essa orientação de marketing pressupõe que a chave para atingir os objetivos organizacionais consiste na empresa ser mais eficaz que os concorrentes, durantes os processos de criação, entrega e comunicação de um valor superior (na opinião do cliente) a seus mercados-alvos escolhidos. • O marketing holístico: pode ser considerado como o desenvolvimento, o projeto, a implementação de programas, processo e atividades de marketing. Ele reconhece que no marketing a amplitude e das inter- dependências de seus efeitos. Por isso, nesse marketing os elementos: consumidor, funcionários, outras empresas e a concorrência e sociedade, são igualmente importantes, por isso, requer uma perspectiva abrangente e integrada. Os profissionais que atuam com este tipo de marketing, normalmente tratam de diversas questões para certificar-se de que as decisões em uma área são igualmente coerentes com as decisões de outras. Portanto, uma abordagem para esse marketing tenciona reconhecer e harmonizar o escopo e as complexidades das atividades de marketing. • Marketing de relacionamento: desenvolver um relacionamento duradouro com todas as pessoas ou organizações que podem, direta ou indiretamente, afetar o sucesso das atividades de marketing da empresa consiste em um dos principais objetivos do marketing. Por isso, o marketing de relacionamento prioriza a construção de relacionamentos satisfatórios de longo prazo com as partes envolvidas para con- quistar e/ou manter os negócios. Consideram-se as partes envolvidas, os clientes, fornecedores, distri- buidores e outros parceiros de marketing. – a fim de conquistar ou manter negócios com elas. (KOTLER; KELLER, 2012). O marketing que executa a gestão de relacionamento com o cliente (customer relationship management – CRM), como também a gestão do relacionamento com os parceiros (partner relationship management – PRM), a partir, dos quatro elementos principais: clientes, funcionários, parceiros de marke- ting (canais, fornecedores, distribuidores, revendedores, agências) e membros da comunidade financeira (acionistas, investidores, analistas). É preciso entender as habilidades e os recursos dos diferentes grupos, assim como suas necessidades, metas e desejos, para desenvolver relacionamentos fortes. Para Kotler e Keller (2012) atualmente, um número crescente de empresas está moldando as ofertas, serviços e men- sagens específicas para clientes individuais. Isso porque as empresas coletam informações sobre tran- sações anteriores de cada cliente, seus dados demográficos, psicográficos e a preferência por meios de comunicação e distribuição. Com isso, elas esperam alcançar um crescimento lucrativo ao capturar uma porção maior dos gastos de cada cliente, conquistar a fidelidade desse cliente e manter o foco no valor 12 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing que ele terá ao longo da vida. A capacidade de uma empresa de lidar com cada um de seus clientes indi- vidualmente viabilizou-se mediante avanço na customização em massa nos computadores, na internet e em softwares de database marketing. Para os autores citados, o exemplo disso, é a tecnologia utilizada na BMW, pois, ela permite aos compradores projetar seu próprio modelo a partir de 350 variações, 500 opções, 90 cores exteriores e 170 tipos de acabamento. A empresa afirma que 80% dos automóveis com- prados por clientes pessoa física na Europa e até 30% dos Estados Unidos são feitos por encomenda. Mas, eles ressaltam, que a prática de marketing um-para-um (one-to-one) não é para qualquer empresa, pois, o investimento necessário em coleta de informações, hardware e software pode superar os benefícios. Por isso, ela funciona melhor para empresas quenormalmente reúnem uma grande quantidade de infor- mações sobre clientes individuais e que tem em catálogo uma grande quantidade de produtos, os quais podem ser comercializados por venda cruzada, pois, exigem substituição ou atualização periódica ou são de alto valor (KOTLER; KELLER, 2012). Outro exemplo clássico de marketing de relacionamento são os programas de pontos dos cartões de crédito. À medida que você usa determinado cartão vai acumulando pontos para trocar por outros produtos. Isso incentiva que a pessoa use cada vez mais o seu cartão de determinado banco e bandeira, já imaginando a possibilidade de trocar por passagens aéreas, descontos em posto de combustível, ou produtos como eletrodomésticos entre outros. A seguir, observe na Figura 1.2 as especificidades do marketing holístico. Figura 1.2 – Composição do Marketing Holístico. MARKETING INTEGRADO MARKETING INTERNO Clientes Ética Legalidade Comunidade Parceiros Canal CanaisComunicações Produtos e Serviços Meio Ambiente Departamento de marketing Outros Departamento Gerência Sênior MARKETING DE RELACIONAMENTO MARKETING SOCIALMENTE RESPONSÁVEL MARKETING HOLÍSTICO Legenda: esquema com a composição do Marketing Holítisco. Fonte: Kotler e Keller (2012). 13 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing • Marketing integrado: criar, comunicar e entregar valor aos consumidores é tarefa do profissional de marketing. O programa de marketing que consiste em diversas resoluções quanto às práticas de marketing para alavancar valor a empresa, produto ou serviço. O mix ou composto de marketing é definido como itens que contribuem para que a empresa alcance os objetivos. Jerome McCarthy classificou essas fer- ramentas em quatro grupos denominados de 4Ps do marketing, tais como: produto, preço, praça (ou ponto de venda) e promoção. Nesta perspectiva os 4Ps representam a visão que a empresa que vende tem das ferramentas de marketing disponíveis para influenciar compradores. Logo, a partir, do ponto de vista de um comprador, a ferramenta de marketing é projetada para oferecer um benefício ao cliente. Você sabia que Jerome McCarthy, em 1960, escreveu o livro “Basic Marketing”, que contem- pla os conceitos de vendas, propaganda e mercado. Neste livro ele codificou o marketing em 4P’s, estruturando em: Produto (Product) que considera o desejo e a necessidade do mer- cado; Preço (Price) que estabelece o quanto custa produzir, o quanto a empresa quer ganhar e quanto o mercado está disposto a pagar; Promoção (Promotion), que é a comunicação; e Praça (Place), que é compreendido como ponto de venda ou distribuição em que será comercializado. Para além dos 4Ps do vendedor, Robert Lauberborn sugeriu que os 4Cs dos clientes. É importante saber que a convergência entre os 4Ps e 4Cs deve ser contemplada no plano de marketing de qualquer produto ou serviço que seja comercializado, pois, isso minimiza os erros. A seguir, observe na Figura 1.3, as especifi- cidades da convergência dos 4Ps e os 4Cs. Figura 1.3 – Convergência entre os 4Ps e os 4Cs XX. 4Ps Produto Preço Praça (lugar, local) Promoção (propaganda) 4Cs Cliente (solução para o) Custo (para o cliente) Conveniência Comunicação Legenda: os 4Ps e os 4Cs. Fonte: Elaborada pela autora. 14 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing Você sabia que Robert Lauberborn, professor de publicidade da Universidade da Carolina do Norte, para complementar os 4Ps criou o conceito dos 4C’s, em 1990. Com isso, a intenção era orientar como um “composto para o cliente”. Para esse autor, cliente, conveniência, comunicação, custo, definem-se respectivamente em: cliente – mais importante que ter o produto ter o cliente para solucionar uma necessidade; conveniência - para que o cliente consuma é preciso lhe ser conveniente, isso aumenta probabilidade dele se manter fiel; comunicação - é o que atrai o cliente ao produto; custo - possuir valores relacionados com a realidade do público que se quer atingir. • Marketing Interno é a tarefa de contratar, treinar e motivar funcionários capazes de atender bem os clien- tes. As atividades de marketing dentro da empresa são tão importantes quanto às atividades de marketing dirigidas fora da empresa. Afinal, prometer um serviço excelente sem que a equipe esteja preparada para fornecê-lo é um risco bastante alto. O marketing interno deve acontecer na força de vendas, propaganda, serviço ao cliente, gestão de produto e pesquisa de mercado que devem funcionar juntos para que obte- nham resultados positivos. Por isso, o pensamento de marketing deve se difundido por toda empresa. A seguir, observe na Figura 1.4, detalhadamente como são os compostos de 4Ps. Figura 1.4 - Mix ou Composto de Marketing. PRAÇA Canais Cobertura Variedades Locais Estoques Transporte PRODUTO Variedade de produtos Qualidade Design Características Nome da marca Embalagem Tamanhos Serviços Garantias Devoluções PROMOÇÃO Promoção de vendas Propaganda Força de vendas Relações públicas Marketing direto PREÇO Preço de lista Descontos Concessões Prazo de pagamento Condições de financiamento MIX DE MARKETING Legenda: esquema com o Composto de Marketing. Fonte: Adaptada de Kotler e Keller (2012). 15 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing • Marketing Socialmente Responsável: é a compreensão de preocupações mais abrangentes, assim como os contextos éticos, ambientais, legais e sociais das atividades e dos programas de marketing. Atualmente estamos vivendo no marketing 3.0, por isso, é comum as pessoas se preocuparem mais com os valores das empresas, ou seja, em que condições a empresa produz o seu produto. Dessa forma, frequentemente os questionamentos são: será que ela utiliza trabalho infantil? Faz pesquisas utilizando animais? Quais são as ações dela para a preservação do meio ambiente? Estas questões são estimuladas por ONGs, principalmente para que os consumidores criem uma conscientização coletiva, refletindo sobre: será que estou contribuindo indiretamente para piorar o mundo em que vivemos? Portanto, o marketing socialmente responsável veio pra ficar e está cada vez mais sendo difundido pelas empresas e conta com cada vez mais adeptos e isso con- tribui para o aumento de sua lucratividade. Você sabia que um exemplo de marketing socialmente responsável é a fabricante de produ- tos de limpeza Ypê. Ela utiliza o slogan institucional “Vale mais cuidar.” Em 2007, o slogan era “Ypê. Cuidando bem da nossa casa”. Esse slogan faz referência ao seu compromisso com o planeta Terra, nossa casa maior. Essa empresa fez parceria com a Fundação SOS Mata Atlân- tica, organização não governamental que defende os remanescentes da Mata Atlântica e faz parte do Programa Floresta do Futuro, que estimula a preservação, gera empregos e contri- bui para o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica em Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas bacias dos rios Atibaia e Tietê, no interior do estado de São Paulo. Para saber mais, acesse: www.ype.ind.br. 1.5 Plano de Marketing O Plano de Marketing é um item muito importante para obter sucesso na gestão de marketing da empresa, pois, ele é um documento que descreve tudo o que será feito no período que ele foi planejado. Portanto, ele é um item importante, que serve para ter uma visão do negócio, assim como, para minimizar os imprevistos ao longo da aplicação do mesmo. A princípio o plano de Marketing, serve para definir o ponto de partida, ou seja, o que será feito, quais ferramentas serão usadas, metas estipuladas e descrever de forma clara quais estratégias serão adotadas. Dessaforma, ele se adapta a todos os negócios conforme as necessidades de seu mercado e produtos e serviços a serem a comercializado. A seguir, observe a lista com os itens importantes para que você elabore um plano de marketing. Lembre-se que esses itens irão ajudar você a desenvolver um planejamento das ações, preparando-o para evitar equívocos no meio do caminho. 1. Analisar o mercado e a empresa: é a análise do mercado que deseja atuar. Para isso, liste quem são os concorrentes e como eles atuam, pois isso é importante para você se preparar. Mas, não esqueça que mais importante que isso, é também analisar a empresa para identificar os seus potenciais. Portanto, faça uma análise da matriz SWOT (strengths, weaknesses, oppotunities, threats) ou também conhecida como matriz F. O. F. A, que é análise dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças. Essa análise é feita 16 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing do ambiente interno e ambiente externo do negócio para entender como ela se aplicará no serviço ou produto que se está desenvolvendo o plano de marketing. » Ambiente Interno do negócio: é composto por variáveis que estão dentro da empresa e a mesma pode controlar através da sua gestão. Por exemplo: atendimento, produção, material, qualidade do serviço ou produto, etc. O ideal é realizar um levantamento de informações sobre os clientes, ou seja, o que estão comentando, qual a percepção sobre a empresa, seus produtos e serviços. Também é importante ouvir os colaboradores, pois, a percepção deles pode contribuir com sugestões valiosas. » Pontos fortes: são qualidades, os diferenciais do produto ou serviço, o quanto ele pode contribuir para o cliente, quais são as vantagens em relação aos concorrentes. » Pontos fracos: são as desvantagens em relações aos demais concorrentes, o que ele deixa de contri- buir com o cliente. O ideal é posicionar os pontos fortes e fracos relevantes, ou seja, fazer um compara- tivo direto com os concorrentes. Afinal, isso apresentará elementos importantes sobre as possibilida- des de melhorar os pontos fracos em relação aos concorrentes e fortalecer os pontos fortes existentes. » Ambiente Externo do negócio: é composto por variáveis que a empresa não pode controlar, mas, o seu entendimento é fundamental, pois, prepara para minimizar o impacto negativo no negócio e ensina a usufruir mais das oportunidades. Por exemplo: alto nível de desemprego que afetam na redu- ção das vendas, o alto nível de inadimplentes que afeta as receitas da empresa, avanços tecnológicos que facilitam a comunicação da empresa com o público. » Oportunidades: compreender qual é a demanda do mercado, variações climáticas, avanços na eco- nomia, avanços tecnológicos, densidade demográfica, etc. » Ameaças: compreender os fatores que podem afetar a demanda que está se atendendo. Como exem- plo, podemos mencionar: retração na economia, novas tecnologias, desastres naturais, guerras, etc. Por isso, o ideal é buscar informações sobre o segmento que atua e a conjuntura econômica para identificar quais são as tendências. Essas informações podem ser coletadas através de entidades do setor, instituições econômicas, publicações e profissionais especializados. Lembre-se que através do posicionamento dos pontos fortes, pontos fracos, ameaças e fraquezas, é possível priorizarmos o que é relevante. 2. Clareza de público: apesar de parecer óbvio, muitas empresas não têm clareza em suas campanhas de Marketing, por vezes, faz com elas não consigam atingir objetivo e automaticamente gera um desperdício de dinheiro. Dessa forma, foco é fundamental no processo para atrair o consumidor para o seu produto ou serviço. Também é importante traçar o perfil do cliente que você quer atingir, descrevendo as carac- terísticas e padrões de comportamento. A personalização do público com riqueza de detalhes é denomi- nado de Buy Persona. Buy Persona São arquétipos e/ou personagens fictícios que descrevem as várias característi- cas e padrões de comportamento dos seus usuários e clientes ideais. Glossário 17 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing 3. Formulação de Metas: essa etapa consiste em definir quais os objetivos que devem ser alcançados, para isso, é necessário descrever os objetivos em termos de magnitude e colocar prazos para que sejam atin- gidos. Mas, é importante que as metas sejam reais e não genéricas, pois, somente assim será possível de mensurá-las. Por exemplo, uma meta da empresa é: vender mais. Logo, apenas vender mais não é uma meta mensurável. Nesse caso é necessário quantificar o percentual sobre o aumento faturamento em relação ao ano anterior, somente dessa forma é possível considerar a existência de uma meta. Portanto, opte sempre por metas alcançáveis, pois, metas ilusórias não agregam resultados. 4. Formulação de Estratégias: se a meta é a “chegada”, a formulação de estratégias é o “caminho que será percorrido” para que a meta seja atingida. Essa fase exige conhecimentos técnicos e criatividade para trabalhar da melhor forma todas as variáveis analisadas para montar estratégias. Somente depois de todas as análises realizadas, será possível formular o melhor caminho a percorrer. Ou seja, com todas as informações sobre os prós e contras, é possível minimizar os erros e obter resultados positivos. 5. Implementação: depois do planejamento, vem à parte considerada difícil, pois, essa é a fase que de fato fará tudo funcionar. A implementação é a ação que vai além da equipe do marketing, mas, deve ser “abra- çada” por todos os envolvidos, tais como: fornecedores, colaboradores, parceiros. O cliente é a “ponta” dessa relação, mas, ele sentirá se algo não está de acordo e isso pode prejudicar o alcance das metas. Podemos citar como exemplo disso, uma cadeia de farmácias que lança em jornais e TV uma promoção de verão. Essa promoção é válida para que na compra de um protetor solar fator 50 para o corpo e um protetor fator 60 para o rosto, você ganha o novo repelente da marca “X”. Esse tipo de estratégia tem como objetivo alavancar as vendas do protetor solar e divulgar o novo repelente. Porém, alguns atenden- tes (colaboradores) dessa cadeia de farmácia, não foram informados que a promoção é apenas para os produtos dos fatores descritos previamente e também a fabricante dos produtos (fornecedor) teve um problema na logística e entregou um lote menor de repelente. Mas, a campanha já havia sido anunciada e isso resultou na procura dos clientes pela promoção. Diante desse caso, podemos afirmar que houve a implementação, mas, devido o problema de comunicação com alguns colaboradores da farmácia que acabaram vendendo produto de fatores diferente e o estoque reduzido de repelente, isso acabou atrapa- lhando a promoção. 6. Verificação dos resultados: medir a assertividade de cada etapa e de cada estratégia é muito impor- tante. O plano de marketing não pode ser uma ferramenta engessada, ou seja, algo que não possa ser alterado no decorrer do processo ou simplesmente esquecido depois da sua concepção. Portanto, nessa fase é necessário avaliar constantemente os resultados e caso eles sejam negativos rever a condução. Ou seja, avaliar o que foi proposto e se for o caso mudar as estratégias. Afinal, isso é uma questão de inteli- gência, sobrevivência (dependendo do caso) e visão estratégica, pois é fundamental realinhar o que está dando de errado. 1.6 Desafios do Marketing Durante o estudo dessa unidade, foi possível perceber que o Marketing não cria a necessidade, mas, juntamente com outros fatores ele a identifica e influencia os desejos. Por isso, conhecer o mercado é fundamental, pois, cada um tem a sua particularidade para ser desenvolvida. Portanto, saiba que geralmente o Mercado Consumidor ou B2C (B to C, Business to Consumer)é o que mais se preocupa com o marketing e também o que requer mais profissionais. Afinal, para esse tipo de mercado são necessárias várias etapas utilizando o mix de marketing para chegar a um consenso de como será comercializado o produto ou serviço. Além disso, nesse tipo de mercado se estuda o comportamento do consumidor, pesqui- sam-se perfis de público alvo que se quer atingir, ou seja, há diversas ferramentas para contribuir na indução do consumidor a compra. 18 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 1 – Introdução e Conceitos de Marketing Logo, o mercado organizacional ou B2B (B to B, Business to Business) e o mercado sem fins lucrativos, tem uma exigência diferente, pois, priorizam dados técnicos, qualidade do produto ou serviço, reputação, capacidade da empresa em atender o cliente e preço. Mas, algo mais importante que deve ser abordado nas ações de marketing para esses mercados é o quanto ele pode contribuir na lucratividade das empresas no mercado B2B e na redução de custos, tanto no B2B e quanto no mercado sem fins lucrativos. Já, no mercado global a exigência é um estudo mais amplo do país em que deseja introduzir-se para adequar o seu produto ou serviço à realidade local. Isso porque embora a marca seja conhecida mundialmente, existe sempre uma cultura local, que pode ser diferente do país de origem da marca e não agradar o gosto da comu- nidade local. Como exemplo disso, podemos citar a rede americana de Cafeteria Starbucks. Atualmente presente em vários países, conhecida por aparecer em grandes produções de filmes hollywoodianas como o “Diabo veste Prada” (2006). Essa rede iniciou suas operações no Brasil em dezembro de 2006, inaugurou a primeira loja no Morumbi Shopping em São Paulo. Porém, antes da entrada no mercado brasileiro, houve uma série de estudos de mercado. Uma das adaptações feitas para a operação brasileira foi à inclusão de pão de queijo, muffins salgados ao cardápio e a utilização de xícaras de porcelana. A seguir, observe na Figura 1.5, um exemplo de uma loja da rede Starbucks. Figura 1.5 - Loja da Starbucks no Aeroporto de Osaka no Japão. Legenda: entrada de uma loja da Starbucks. Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:110922_Osaka_International_Airport_Japan03s3.jpg>. Por fim, lembre-se que é fundamental compreender qual é a orientação da empresa é algo determinante na elaboração do plano de marketing, pois, somente assim será possível elaborar a gestão estratégica do marketing. 19 Considerações finais Nesta unidade você aprendeu os conceitos iniciais sobre o Marketing. Estude com bastante atenção tudo que lhe foi passado, pois você sempre precisará lembrar desses conceitos para entender as próximas aulas de Gestão Estratégica de Marketing. Esta aula pode ser muito útil para você entender que o plano de Marketing define as ferramentas, metas e estra- tégias que serão adotadas pela empresa para a realização de um negócio, considerando a análise das necessidades do mercado, produtos e serviços a serem a comercializado. Por isso, lembre-se que o Marketing não cria a necessidade, mas, juntamente com outros fatores ele a identifica e influencia os desejos. Referências bibliográficas 20 KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. Tradução Mônica Rosenberg, Claudia Freire, Brasil Ramos Fernandes. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2012. HOOLEY J. G.; SAUNDERS J. A.; PIERCY N. F. Estratégia de Marketing e Posicionamento Competitivo. Tradução Robert Brian Taylor. 3. ed. São Paulo Pearson, 2005. Gestão Estratégia de Marketing 1ª edição 2017 Gestão Estratégia de Marketing 2 3 Unidade de Estudo 2 Ambiente de Marketing Para iniciar seus estudos Nesta Unidade você aprenderá sobre o Ambiente de Marketing e suas divi- sões, as variáveis do microambiente e macroambiente, as considerações em uma análise do ambiente PESTEL (Political – Político, Economic – Econô- mico, Social - Cultural – Sociocultural, Tecnological – Tecnológico, Environmental – Natural, Law – Legal). Todos esses conceitos são extremamente impor- tantes para que você consiga entender como é possível utilizar o resul- tado destas análises para criação da matriz de análise SWOT. Objetivos de Aprendizagem • Entender o conceito de Macroambiente e Microambiente de negócio. • Identifi car os elementos que compõe a análise PESTEL. • Conhecer o ambiente político. • Conhecer o ambiente econômico. • Conhecer o ambiente social. • Conhecer o ambiente tecnológico. • Conhecer o ambiente ambiental (Environmental). • Conhecer o ambiente legal – legislação. • Compreender a análise interna e análise SWOT. 4 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing 2.1 Introdução ao Ambiente de Marketing Você sabe o que é Ambiente de Marketing? O ambiente de marketing consiste no espaço em que as ações de marketing serão realizadas, por isso, ele é com- posto por todos os agentes que afetam a administração do marketing. Por isso, saiba que você, enquanto profi s- sional, de marketing é importante acompanhar as tendências e buscar oportunidades no ambiente para favore- çam o trabalho do marketing em busca de resultados positivos. O ambiente de marketing é formado por um Microambiente e um Macroambiente, no Quadro 2.1, conheça deta- lhadamente cada um desses ambientes. Quadro 2.1 - Ambientes de Marketing. Microambiente É constituído por agentes próximos à empresa que afetam a capacidade atender seus clientes – a própria empresa, os fornecedores, os intermediários de marketing, os mercados de clientes, os concorrentes e os públicos. Macroambiente É constituído pelas forças mais amplas que afetam o microambiente – forças demográfi ca, econômicas, naturais, tecnológicas, políticas e culturais. Fonte: Elaborado pela autora. Agora, prossiga para conhecer as especifi cidades do micro e macroambiente. 2.2 Microambiente A administração de marketing tem como desafi o construir relacionamento com os outros departamentos da empresa, fornecedores, intermediários de marketing, concorrentes, vários públicos e clientes, que combinem para formar a cadeia de valor. A convergência desses elementos é uma engrenagem importante para fazer as ações de marketing acontecer. A seguir, observe na Figura 2.1, a composição desses elementos e conheça as especifi cidades deles no ambiente de marketing. 5 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing Figura 2.1 – Elementos do Microambiente. FATORES DO MICROAMBIENTE Empresa Clientes Intermediários de marketing Público Fornecedores Concorrentes Legenda: Os elementos do microambiente. Fonte: Elaborada pela autora. 2.2.1 A Empresa O plano de marketing quando elaborado leva em consideração outros departamentos da empresa. Afi nal, eles existem somente porque contribuem para que ela possa funcionar. Dessa forma, são esses departamentos que se relacionam entre si e constituem o ambiente interno. A alta administração estabelece a missão, valores, objetivos, estratégias mais amplas e a política da empresa, através do planejamento estratégico da empresa. Portanto, não há como o departamento de marketing trabalhar sem contar com outros departamentos em suas ações. Logo, sob a liderança do marketing, todos os departamen- tos – o de produção, fi nanceiro, o jurídico, o de recursos humanos compartilham a responsabilidade de entender as necessidades dos clientes e criar valores para eles. 2.2.2 Fornecedores Os fornecedores são elementos importantes na cadeia de valor para os clientes da empresa. Por isso, geralmente as grandes empresas questionam sua capacidade de fornecimento, principalmente para não correrem o risco de serem surpreendidos com atos irresponsáveis que possam atrapalhar no fornecimento de produtos ouserviços aos clientes. A relação entre fornecedor e empresa é vista como parceria, pois, a disponibilidade e os custos dos suprimentos ajudam a defi nir um dos quatro P’s do mix de marketing, que é o preço. Mas, se nessa relação se houver a escas- sez e/ou atrasos nas entregas de suprimentos, greves, desastres naturais e etc., pode prejudicar as vendas no curto prazo e a satisfação do cliente no longo prazo. Outro fator que também prejudica o volume de vendas é o aumento do custo dos suprimentos, isso porque no fi nal são revertidos no preço do produto fi nalizado. 6 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing Nesse cenário, os fornecedores também podem oferecer a mão de obra. Atualmente, isso esta bastante presente nas empresas modernas e caracteriza-se como terceirização da mão de obra. Porém, a gestão desses forne- cedores é de extrema importância, pois, se houver o desalinhamento com a imagem da empresa detentora da marca isso pode prejudicar o marketing da mesma, consequentemente gerando um afastamento dos clientes e a imagem denigrida. Como exemplo de terceirização da mão de obra, podemos citar algumas empresas de artigos esportivos, como a Nike. Essa empresa tem toda a produção terceirizada, pois, o “core business” da empresa é a inteligência de marketing, design e inovação. Mas, a Nike teve problemas com algumas empresas fornecedoras de mão de obra, isso porque elas utilizavam trabalho escravo e infantil. Esse fato prejudicou a imagem da empresa, pois, o trabalho escravo e trabalho infantil são considerados antiéticos para o mercado, além de crime previsto em lei. Core business Núcleo do negócio ou a parte principal de um negócio. É o ponto forte da empresa onde é trabalhado de forma estratégica. Termo em inglês muito utilizado no mundo dos negócios, por isso não estranhe quando ouvi-lo. Glossário Para saber mais como a empresa Nike está lutando contra o uso de mão de obra escrava na fabricação de seus artigos esportivos, acesse a reportagem disponível em: <http://exame. abril.com.br/negocios/como-a-nike-esta-lutando-contra-o-uso-de-mao-de-obra- escrava/>. No Brasil, recentemente um caso foi divulgado. A grife espanhola de roupas Zara, pertencente ao grupo espa- nhol Inditex, responsável pela produção e vende roupas, foi autuada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por descumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Esse termo foi fi rmado em 2011, com o objetivo de corrigir as condições degradantes, caracterizaram trabalho escravo, na cadeia produtiva da empresa. De acordo com a superintendência do órgão federal em São Paulo, uma auditoria com 67 fornecedores da marca mostrou 433 irregularidades em todo o país. Essas irregularidades apontam para excesso da jornada de trabalho, atraso nos pagamentos, aumento dos acidentes de trabalho, trabalho infantil, além de discriminação pela exclusão de imigrantes da produção. Essas irregularidades podem resultar em multa de mais de R$ 25 milhões (REVISTA CARTA CAPITAL, 2015). Essa repercussão negativa da Zara prejudicou no faturamento da empresa, aumentando os seus custos. 7 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing A escolha de fornecedor seja de suprimentos ou de serviços deve ser avaliada de forma cui- dadosa. É necessário verifi car a capacidade do fornecedor em atender a empresa de forma ética. Também é importante que isso seja feito junto com departamento jurídico para que haja contratos e declarações que empresa contratada não esteja em desacordo com a polí- tica da empresa contratante. 2.2.3 Intermediários de Marketing Os intermediários de marketing são empresas que ajudam a promover, vender e distribuir os produtos e serviços aos compradores. Por isso, é possível considerar como intermediários de marketing, os revendedores, empresas de logística, agências de marketing e empresas fi nanceiras (bancos). A seguir, observe no Quadro 2.2, as especifi cidades dos intermediários de marketing. Quadro 2.2 - Intermediários de Marketing. Revendedores Constituem-se em canais de distribuição que ajudam a empresa divulgar e vender para o consumidor fi nal. Incluem nessa gama, atacadistas e varejistas, tanto para mercado consumidor, quanto o mercado organizacional ou sem fi ns lucrativos. Empresas de Logística Responsáveis por ajudar a empresa a estocar e a transportar mercadorias. Por isso, elas têm o desafi o de cumprir prazos, reduzir custos e realizar entregas dos produtos em perfeito estado. Agências de Serviços de Marketing Constituem-se em empresas de pesquisas, as agências de publicidade, empresas de mídia e as consultorias de marketing que ajudam a empresa a defi nir o público alvo e promover o produto ou serviço. Empresas Financeiras (Bancos) Consistem em fi nanceiras, seguradoras e outros negócios, que ajudam na transação fi nanceira. Através de fi nanciamento aos clientes ou do seguro contra riscos associados à compra e à venda de produtos. Legenda: Os intermediários de Marketing. Fonte: Elaborado pela autora. 8 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing É importante saber que tanto os fornecedores, quanto os intermediários de marketing são componentes impor- tantes no microambiente para que a entrega de valor da empresa e o fortalecimento do relacionamento do cliente, levando à satisfação do mesmo. Como exemplo disso, podemos citar a Coca-Cola, que quando assina um contrato para se tornar o fornecedor exclusivo de bebidas para uma rede de fast-food, como: McDonald’s, Wendy’s ou o Subway, ela oferece mais do que refrigerantes, ela promete também um forte apoio em marketing (KOTLER; ARMSTRONG, 2014). 2.2.4 Concorrentes No microambiente, os concorrentes são importantes, pois contribui para que as empresas ofereçam aquilo que o cliente deseja. E isso desafia a e obriga a todos concorrentes a evoluírem, ou seja, a criarem novas técnicas e novas estratégias. Mas, quem ganha é o cliente, pois, ele terá mais opção de escolha no mercado. Como exemplo disso, podemos citar a Operadora de Celular Tim, quando criou a promoção de ligações para qualquer número da operadora TIM (local ou interurbano) a R$ 0,25, obrigou indiretamente as outras operadoras a criarem promo- ções semelhantes. O pioneirismo da TIM nessa promoção atraiu mais clientes, obrigando ela a expandir sua área de cobertura, principalmente para que o sinal da operadora atingisse mais localidades, viabilizando a expansão e o aumento do número de clientes. Isso porque se a TIM não melhorasse sua cobertura, mesmo com preço com- petitivo, ela perderia clientes, pois, o serviço não oferecia cobertura em áreas mais afastadas, logo isso reduziria a chance de novos clientes. 2.2.5 Público O público é o grupo de pessoas que a empresa identifica que como os potenciais consumidores de seus produ- tos ou serviços, por isso, eles tem que interesse em atingi-los. Para a definição do seu público a empresa utiliza pesquisas para compreender quais as suas necessidades, para que o seu o produto ou serviço possa atender a satisfação, solucionando o problema dos consumidores. 2.2.6 Clientes Os clientes são o objetivo de toda cadeia de valor, afinal, eles são o alvo final do plano de marketing. Para uma empresa, além de sempre conquistar novos clientes, existe também o desafio de criar um relacionamento sólido, ou seja, permanência dele nessa cadeia de valor. O custo para conquistar um novo cliente é mais alto do que se manter um cliente, mas, nem sempre as empresas estão preparadas para permanecer e/ou fidelizar o mesmo. Por isso, existe a necessidade da convergência de todos os itens abordados no microambiente, essencialmente para chegar ao resultado final, que é o cliente. Afinal, ele deve ser lucrativo para a empresa, por isso, deve-se fazer o que fornecessário para mantê-lo. A seguir, na Figura 2.2, observe como cada agente do microambiente colabora para atingirmos o objetivo final, que é o cliente. 9 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing Figura 2.2 – Agentes do Microambiente. Na criação de valor para os clientes, os profissionais de marketing devem estabelecer parcerias com outras organizações que fazem parte da cadeia de valor da empresa. Os profissionais de marketing devem trabalhar em harmonia com outros departamentos da empresa para criar valor aos clientes e construir um bom relacionamento com eles. Os clientes constituem o público mais importante do microambiente da empresa. O objetivo do sistema de entrega de valor como um todo é atender aos clientes-alvo e criar um sólido relacionamento com eles.Marketing Legenda: Os agentes do microambiente. Fonte: Adaptada de Kotler, Armstrong e Gary (2014). 2.3 Macroambiente O Macroambiente é composto por forças que oferecem oportunidades e impõem ameaças a empresa. Essas forças se encontram sempre em frequente turbulência e mutação no ambiente de marketing, por isso, na maio- ria das vezes imprevisíveis e incontroláveis. Mas, existem algumas forças que podem ser previstas e controladas, principalmente através de uma boa gestão, pois, é possível adaptar-se às mudanças e até prosperar com elas. A análise do macroambiente é fundamental, pois, esses elementos afetam o plano de marketing e isso obriga a empresa adaptá-lo de acordo com essas forças externas, essencialmente para manter a sobrevivência do produto, serviço ou até mesmo da própria empresa. Para que isso ocorra, é necessário fazer uma análise de ambiente PESTEL (Politica, Econômica, Social, Tecnológica, Environmental (Ambiental), Legal). Essa é uma análise que envolve diversos aspectos, independente do esforço da empresa. A seguir, observe na Figura 2.3, os aspectos do Macroambiente para entender como eles infl uenciam o mercado. Figura 2.3 – Macroambiente. FATORES DO MACROAMBIENTE Ambiente Econômico Ambiente Sociocultural Ambiente Natural (Environmetal) Ambiente Tecnológico Ambiente Político e Legal Legenda: Os aspectos do macroambiente. Fonte: Elaborada pela autora. 10 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing 2.3.1 Ambiente Econômico Para a economia de um país se movimentar é necessário o poder de compra, tanto do mercado, quanto das pessoas. E com o marketing, isso não é diferente. Dessa forma, realizar uma avaliação do ambiente econômico é determinante para saber quando é o momento certo para se lançar um produto, serviço ou abrir uma empresa. Afi nal, os fatores econômicos podem ter um efeito relevante sobre os gastos e o comportamento de compra do consumidor. Por exemplo, até pouco tempo atrás, os consumidores norte-americanos gastavam livremente, impulsionados pelo aumento da renda, crescimento explosivo do mercado de ações, rápido crescimento no valor dos imóveis e por outros fatores econômicos favoráveis. Com isso, eles costumavam comprar, aparentemente sem pensar duas vezes, acumulando níveis recordes de dívidas. No entanto, esse gasto excessivo e as altas expec- tativas da época deram lugar à grande recessão em 2008/2009 (KOTLER; ARMSTRONG, 2014). Porém, atual- mente, é perceptível que os consumidores estão adotando um comportamento mais básico em relação a seu estilo de vida e a seus padrões de gasto. No Brasil, têm-se também observado um comportamento similar nos últimos anos, principalmente depois que a crise econômica se agravou nos anos de 2015/2016. Por isso, os consumidores estão avaliando mais o valor das coisas antes de adquira-las. Essencialmente realizando uma análise do que se pretende comprar possui um preço coerente (se vale o preço) ou se possível substituir por outro produto ou serviço de valor mais baixo e até mesmo abrir mão dele. Diante desse contexto, os profi ssionais de marketing deve acompanhar a conjuntura econômica, prestar atenção na distribuição de renda, assim como aos níveis de renda da população. Por exemplo, no Brasil, o desemprego atingiu um número recorde. As estatísticas estimam que mais de 12 milhões de pessoas, encerram o ano de 2016 sem trabalho. Para exemplifi car, essa quantidade, imagine que todos os moradores da cidade de São Paulo estivessem à espera de uma vaga de emprego. Ainda, se comparar o trimestre encerrado em novembro com o mesmo período de 2015, é três milhões de desempregados a mais (ARAÚJO; LARA, 2016). Para saber mais sobre o desemprego no Brasil em 2016, acesse: <http://g1.globo.com/ jornal-da-globo/noticia/2016/12/2016-vai-encerrar-com-12-milhoes-de-desem- pregados-de-acordo-com-ibge.html>. A partir, desse exemplo, podemos concluir que o poder de compra dos brasileiros diminuiu nos últimos anos e isso afeta consequentemente as empresas, pois, gera uma menor produção, mais trabalhadores desemprega- dos, alto nível de endividamento das famílias e redução do consumo. Enfi m, isso é um círculo vicioso, mas tam- bém é desafi ador para o profi ssional de marketing, afi nal, é necessário analisar qual é a melhor ação a se tomar neste contexto. 11 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing 2.3.2 Ambiente Político e Legal O ambiente político consiste em leis, órgãos governamentais e agências reguladoras, tais como: Agência Nacio- nal de Aviação Civil (ANAC), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Agência Nacional de Telecomu- nicações (ANATEL) e etc., e grupos de pressão que influenciam ou limitam várias organizações e indivíduos em determinada sociedade. Nesse contexto, até os maiores defensores da economia de livre mercado, concordam que o sistema funciona melhor quando há algumas normas e leis. Quando é bem elaborada, as normas e leis estimulam a concorrência e garantem mercados satisfatórios para produtos e serviços. Para orientar o comércio, os governos desenvolvem políticas públicas – conjunto de leis e regulações que limitam os negócios para o bem da sociedade como um todo. Quase toda atividade de marketing é submetida a diversas de leis e regulações. Nos últimos anos, as leis que afetam os negócios aumentaram em um ritmo constante no mundo todo. Os Esta- dos Unidos e outros países incluindo como o Brasil, também possuem muitas leis que abrangem questões como a concorrência, a prática de comércio, a proteção ambiental, a segurança dos produtos, a propaganda enganosa, a privacidade do consumidor, a embalagem e rotulagem, direitos e deveres do consumidor, determinação de preços e outras importantes áreas. Compreender as implicações que o ambiente político e legal em uma determinada atividade de marketing não é uma tarefa simples. As leis mudam constantemente, por isso, o que era permitido no ano passado pode ser proibido hoje e vice-versa. Portanto, os profissionais de marketing devem trabalhar bastante para manterem se informados das mudanças nas regulações e de suas interpretações. As leis voltadas para os negócios são decretadas por uma série de razões. Para começar, elas têm o propósito de proteger as empresas umas das outras. Apesar dos executivos elogiarem a concorrência, quando se sentem ameaçados, eles muitas vezes tentam neutralizá-la, e é nesse contexto que são necessárias as leis para inibir a concorrência desleal e impedi-la. Nesse contexto, existem leis também com o propósito de proteger os consumidores de práticas de negócios des- leais. Se não houvesse nenhum controle, algumas empresas fabricariam produtos de má qualidade, invadiriam a privacidade dos consumidores, mentiriam em sua propaganda e enganariam os consumidores em suas emba- lagens e preços. As práticas desleais de negócios são definidas e fiscalizadas por vários órgãos governamentais, como, por exemplo,no Brasil o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR). Portanto, as leis criadas e fiscalizadas por esse tipo de órgão têm como propósito proteger os interesses da socie- dade contra o comportamento descomedido das empresas. Afinal, as atividades empresariais lucrativas nem sempre geram uma melhor qualidade de vida. A regulação tem como objetivo assegurar que as empresas assu- mam a responsabilidade pelos custos sociais de produção ou de seu produto. Dessa forma, novas leis continuarão a ser criadas, e o controle será cada vez maior. Por isso, os executivos devem considerar isso na hora de planejar seus produtos ou serviços e programas de marketing. Consequentemente os profissionais de marketing precisam conhecer as principais leis de proteção à concorrência entre as empresas, aos consumidores e à sociedade. Também precisam conhecer as leis nos níveis local, estadual, nacional e internacio- nal. 12 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing A seguir, observe na Tabela 2.1, as especificidades das principais leis brasileiras Tabela 2.1 - Principais Leis Brasileiras que impactam as atividades de marketing. LEGISLAÇÃO OBJETIVO Lei 8.884 (1994) - Lei Antitruste Proíbe ações que limitem ou tenham possibilidade de limitar a concorrência por meio de restrições às estruturas de mercado que sejam permissivas, com a conduta paralela e o preço predatório. Lei 6.437 (1977) Proíbe a fabricação e venda de alimentos adulterados ou com embalagem danificada, configura infrações a legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Lei 8.078 (1990) – Código de Defesa do Consumidor Art. 39. Proibição de prática de métodos comerciais desleais e abusivos. Art. 31. A divulgação de informações corretas e claras sobre um produto ou serviço (suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade, origem). Art. 31. A divulgação de informações corretas e claras sobre um produto ou serviço (suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade, origem). Lei 9.294 (1996) Faz restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas. Lei 9.279 (1996) Regula os direitos relativos à propriedade industrial, como o registro de marcas e patentes. Lei 9437 (1997) Proíbe a fabricação, venda, comercialização ou importação de brinquedos, que se constituem em réplicas ou similares de armas de fogo. Lei 6.360 (1976) Dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos, e dá outras Providências. Lei 8069 (1990) Dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente em vários campos, como por exemplo, relacionado à venda de produtos e serviços nocivos, presente no Art. 81. Lei 11.265 (2006) Regulamenta a comercialização de alimentos para lactantes e crianças de primeira infância e também a de produtos de puericultura correlatos. Lei 10.406 (2002) Institui o novo código civil. Os Arts. 18 e 19 tratam do nome e apelido e o Art. 20 do uso de imagem. Lei 5.197 (1967) Regula a utilização de animais da fauna silvestre na publicidade. Lei 6.463 (1977) - Constituição da República Federativa do Brasil (1988) Torna obrigatória a declaração de preço total nas vendas a prestação e dá outras providências. Art. 22, inciso XXIX (competência para legislar sobre propaganda comercial); - art. 220 determina que haja liberdade de manifestação; proibição de censura; restrições admitidas à programação e propaganda. 13 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária - CONAR É uma organização da sociedade civil fundada em São Paulo, Brasil em 1950, pela – Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP), Associação Brasileira de Anunciante (ABA), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e CENTRAL DE OUTDOOR, que contam com adesão da – Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), – Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográfica (FENEEC) e da IAB Brasil – Interactive Advertising Bureau (internet). A atividade desenvolvida pelo CONAR visa evitar a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo, abusivo ou que desrespeitem, entre outros, a leal concorrência entre anunciantes, A entidade não tem “poder de polícia”; não pode mandar prender, não multa, não pode mandar devolver dinheiro ao consumidor ou mandar trocar mercadorias. O foco é a ética na publicidade e, neste campo, ela pode evitar excessos e corrigir desvios e deficiências constatadas nas campanhas publicitárias. Lei 5.768 (1971) - Campanhas Promocionais no Brasil Abre a legislação sobre distribuição gratuita de prêmios, mediante sorteio, vale brinde ou concurso, a título de propaganda, estabelece normas de proteção à poupança popular, e dá outras providências. A legislação brasileira é extremamente restritiva quanto à distribuição de prêmios em promoções a título de propaganda. Toda distribuição de prêmios deve ser regulamentada por lei do Governo Federal, segundo o art. 22, inc. XX da Constituição Federal. Sempre que a distribuição for realizada mediante sorteio, concurso, vale-brinde ou de maneira semelhante deverá ser necessariamente aprovada pelo Ministério da Fazenda, com a exceção de concursos que distribuam prêmios apenas a título meramente cultural, recreativo ou educacional. Podem ser dados como prêmio, os seguintes itens: mercadoria de produção nacional ou regularmente importadas/Títulos da Dívida Pública da União e outros títulos de créditos que forem admitidos pelo Ministro da Fazenda e Planejamento / Unidades residenciais, situadas no país, em zona urbana/viagens de turismo abrangendo transporte ao destino, residência, hospedagem e no mínimo uma refeição diária/ bolsas de estudo. E não podem se dados como prêmio, os seguintes itens: medicamentos/armas e munições, explosivos, fogos de artifício ou estampido/bebidas alcóolicas/fumos e derivados e outros produtos relacionados pelo Ministério da Fazenda. Legenda: As principais leis brasileiras que influenciam as atividades de marketing. Fonte: Elaborada pela autora. Portanto, lembre-se que é essencial respeitar as leis existentes no país, afinal, isso promove a imagem da empresa. Caso contrário, por exemplo, quando a empresa é acusada de propaganda enganosa, desastre ambiental, e etc., isso gera uma imagem negativa nos meios de comunicação e consequentemente a obriga a gastar tempo e dinheiro para se retratar. 2.3.3 Ambiente Tecnológico O ambiente tecnológico é algo interessante, pois, ele muda constantemente. Por isso, o profissional de marketing não deve ficar alheio a essas mudanças, assim como a empresa deve ficar atenta às tendências tecnológicas. Há 30 anos, as empresas e suas agências de marketing tinham como opção de mídia a impressa, TV e rádio. Dependendo da circunstância era possível realizar ações através de mala-direta (cartas enviada por correio) ou panfletagem. 14 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing Com os avanços da tecnologia, as empresas foram obrigadas a criar sites para familiarizar o cliente com sua história e produtos, mantendo conteúdos atualizados para serem encontradas através dos buscadores, além de estarem presente nas redes sociais interagindo com o seu público. No passado, era comum as empresas comercializarem os seus produtos através apenas de lojas físicas.Porém, atu- almente com o surgimento do e-commerce, algumas lojas passaram a ter fi liais virtuais, que concorrem entre si. Se por um lado o ambiente tecnológico trouxe a democratização, permitindo a criação de negócios através da internet, possibilitando o contato com vários públicos independente do tamanho do seu negócio. Pelo outro lado esse fato acabou com diversas empresas que não se modernizaram a tempo de acompanhar as tendências que viraram realidade. Um exemplo disso é a empresa Kodak, criada em 1888. Ela liderou o mercado no segmento fotográfi co por um longo período. Essa empresa lançou a sua primeira câmera da em 1900. E em 1975, eles criaram a primeira câmera digital. Porém, demorou a seguir a tendência que ela mesma havia descoberto. Você sabia que o protótipo da primeira câmera digital tinha o tamanho de uma torradeira que precisava de 23 segundos de exposição para produzir uma imagem de 0,01 megapixel em preto e branco. Para saber mais sobre a história da Kodak, acesse: <https://tecnologia. terra.com.br/negocios-e-ti/kodak-como-a-era-digital-se-voltou-contra-um-de-seus- -criadores,19382feb711ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>. Figura 2.5 - Câmera Kodak Euro 35 com fl ash embutido. Legenda: Imagem de uma câmera Kodak. Fonte: Wikimedia Commons. Disponível, em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Kodak_ cameras?uselang=pt-br#/media/File:Kodak_Euro-35_(4072622920).jpg>. 15 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing Atualmente, é comum as pessoas utilizarem o celular para fotografar. Essa tecnologia permite a publicação ins- tantânea nas redes sociais. Com esse exemplo é importante que você reflita o quanto o ambiente tecnológico é voraz quando não levado em consideração, porém, o quanto ele abre portas quando é estudado com atenção. 2.3.4 Ambiente Sociocultural O ambiente sociocultural é algo particular que tem se alterado ao longo dos anos. A sociedade molda crenças, valores e normas, define gostos e preferências. Com isso, as pessoas absorvem, sem perceber que essa influência define seu relacionamento consigo, com as outras pessoas, organizações, sociedade e natureza. A sociedade vem evoluindo na forma de pensar e mudando as atitudes na tentativa de uma convivência mais harmônica. O marketing que acompanha essa evolução está estudando dados demográficos (a população humana nos ter- mos de tamanho, densidade, localização, idade, sexo, raça, ocupação e outros dados estatísticos), para compre- ender a migração de modos e costumes e assim oferecer soluções adequadas. No momento que vivemos, a diversidade é um elemento que se tornou comum. Por isso, é necessário que as empresas se adequem para atender a todos com igualdade, sem nichos específicos. Isso vem sendo importante na democratização do marketing, pois, permite deixar de atender apenas as massas e criar novas oportunidades de negócios. Portanto, saiba que o ambiente sociocultural é importante de ser estudado, pois, nele você pode se encontrar oportunidades de demandas ainda não exploradas e promover uma conscientização coletiva. A empresa observa as necessidades da sociedade e escolhe uma causa para apoiar, que seja próxima a imagem que quer passar a seus consumidores. O marketing de causas sociais se tornou uma forma básica de doações corporativas. O consumidor faz o bem sem ter a preocupação de abrir mão do seu tempo, pois, a empresa se encarregará de realizar a caridade através do que o cliente consumiu. Mas, existem críticos que questionam se o marketing de causas sociais não é uma estra- tégia apenas para vender, do que uma estratégia para contribuir efetivamente com alguma causa. Dessa forma, as empresas que utilizam o marketing de causas sociais podem estar em uma linha tênue, ou seja, entra maiores vendas com melhor imagem ou acusações de exploração. Como exemplo de marketing de causas sociais acusado de exploração, podemos citar o caso da ferramenta de busca Bing da Microsoft, que logo após o tsunami que destruiu parte do Japão em 2011, postou no Twitter dizendo que doaria US$1,00 (um dólar) toda vez que alguém retuitasse a sua mensagem. Isso gerou uma enxurrada de reclamações dos usuários do Twitter. Eles acusaram na rede social o Bing de usar a tragédia como uma oportu- nidade de marketing, aumentando a sua relevância na mídia social. Logo, a Microsoft se desculpou rapidamente, mas isso gerou uma repercussão negativa para a empresa (KOTLER; ARMSTRONG; GARY, 2014). Mas, lembre-se que se o marketing de causas sociais for bem conduzido, ele pode beneficiar tanto a empresa, quanto a causa que receberá a doação. Um exemplo disso é a campanha de Natal empresa Perdigão, de 2016, que anunciou que a cada compra de um Chester da marca outro seria doado a famílias que precisam. Essa cam- panha beneficiou mais de 250 mil famílias, em média dois milhões brasileiros. 16 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing Para assistir o vídeo da propaganda da Perdigão acesse: <https://www.youtube.com/watc h?v=xUARJ3JTgt8&feature=youtu.be>. E para analisar o benefício desse tipo de marketing de causas sociais, leia a reportagem na íntegra, acessando: <http://www.meioemensagem. com.br/home/ultimas-noticias/2016/12/02/perdigao-doa-chester-as-familias-carentes. html>. Com isso, é possível afi rmar que ajudar ao próximo é uma questão cultural para o povo brasileiro querer ajudar o próximo. Isso é possível de ser verifi cado através dos recordes de arrecadação em campanhas televisivas como “Criança Esperança” e “Teleton”. Logo, é comum nas empresas os estudos de causas nobres para formam um elo com algum produto que eles queiram queira alavancar o seu faturamento, através da sensibilização e ajuda a uma causa. 2.3.5 Ambiente Natural (Environmental – Meio Ambiente) O ambiente natural envolve o ambiente físico e os recursos naturais que são utilizados como insumos pelas empresas ou que são afetados pelas atividades de marketing (desde as mudanças climáticas até desastres natu- rais) podem afetar a empresa e suas estratégias. Nesse elemento, o desafi o é conciliar prosperidade com a proteção ao meio ambiente, ou seja, integrar as ques- tões ambientais aos planos estratégicos da empresa para acompanhar as tendências do ambiente natural que incluem escassez de matérias-primas, especialmente de água, aumento do custo da energia, aumento dos níveis de poluição e mudanças no papel dos governos. Dessa forma, o profi ssional de marketing deve pensar em política de logística reversa, ou seja, promover a opor- tunidade do consumidor de trocar seu produto sem agredir o meio-ambiente com o seu descarte. Essa política reversa é algo que deve tornar-se comum nas empresas, principalmente, através da possibilidade de formação de parcerias com empresas que possam reciclar esse material e reutiliza-lo na produção. Mas, para isso é neces- sário que os órgãos governamentais juntamente com as empresas responsáveis criem polos de reciclagem e disseminem essa cultura, colaborando com a redução lixo, poluição e criando novas alternativas de utilização de matéria-prima. Portanto, saiba que avaliar o meio ambiente deixou de ser uma tendência, pois, cada vez mais observamos que o mercado nos oferece produtos como alternativas para poluir menos, com menos consumo de energia, água, enfi m uma conscientização que veio pra fi car. Afi nal, o consciente coletivo em relação ao meio-ambiente é algo que ganha cada vez mais adeptos e tem muito a ser explorado. 17 Gestão Estratégia de Marketing | Unidade de Estudo 2 – Ambiente de Marketing A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) defi ne a logís- tica reversa como um “instrumento de desenvolvimento econômico e social
Compartilhar