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Livro diabetes

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DIABETES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado para você por 
Alessandra Coelho 
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Equipe de Nutrição: 
 
Alessandra Coelho 
Natália Bisconti 
Dyandra Loureiro 
Ana Paula Lopes 
Marianna Mendes 
Claudia Pavani 
 
 
 
 
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ÍNDICE 
 
Conhecendo o Diabetes..................................................................................................4 
 
Classificação do Diabetes...............................................................................................9 
 
Diabetes Gestacional....................................................................................................12 
 
Diagnóstico e Monitoramento do Diabetes...................................................................16 
 
Diabetes e Alimentação................................................................................................20 
 
O que é Índice Glicêmico?............................................................................................26 
 
Doenças associadas ao Diabetes – O que é Síndrome Metabólica?...........................29 
 
Light e Diet – qual e quando utilizar?............................................................................31 
 
Adoçantes.....................................................................................................................35 
 
Como substituir o açúcar das preparações?................................................................39 
 
Referências..................................................................................................................42 
 
 
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autor não será responsável por quaisquer perdas, diretas ou indiretas, que são decorrentes do 
uso das informações contidas neste documento, incluindo mas não se limitando a erros, 
omissões ou imprecisões. 
 
Este livro não se destina a uso como Orientação Nutricional. Todos os leitores são 
aconselhados a procurar serviço especializado para acompanhamento individualizado e 
os leitores são advertidos a confiar em seu próprio julgamento sobre as suas condições 
individuais para agir em conformidade. 
 
 
 
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CONHECENDO O DIABETES 
O aumento de casos nos últimos anos caracteriza que estamos vivendo 
uma epidemia de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Segundo a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), a incidência do DM2 vem aumentando a cada ano 
que passa, atingindo cerca de 246 milhões de pessoas por ano no mundo, com 
projeção de chegar a 300 milhões em 2030. 
 No Brasil, de acordo com o Sistema de Monitoramento de Fatores de 
Risco e Proteção para Doenças Não Transmissíveis (VIGITEL), a incidência do 
DM2 na população adulta é de 5,2%. Esta prevalência aumenta 
proporcionalmente com a idade, representando cerca de 20% da população 
acima de 65 anos. 
 
 Diabetes 
 
 A maior fonte de energia fornecida através da alimentação é proveniente 
de um grupo alimentar denominado carboidrato. Para que este seja absorvido e 
utilizado como energia, o corpo precisa quebrá-lo em sua forma mais simples: 
a glicose. Com o aumento do nível de glicose no sangue o pâncreas secreta 
um hormônio chamado insulina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A insulina age como um sinalizador para os transportadores de glicose, 
auxiliando estes no transporte para dentro da célula e reduzindo os níveis de 
glicose no sangue (hipoglicemia). 
Hormônio Hipoglicemiante 
Insulina 
Sinalizador 
 
 
 
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Quando ocorre um problema na secreção ou na ação da insulina, a 
glicose não é transportada para dentro da célula, causando o aumento desta 
no sangue (hiperglicemia). Este quadro chama-se Diabetes Mellitus (DM). 
 
Sintomas da Hiperglicemia 
 
 Altas concentrações de glicose no sangue geram diversos sintomas 
como: 
 
 
Mas o que favorece o desenvolvimento do DM2? 
 Histórico familiar; 
 
 Obesidade; 
 
 Hipertensão; 
 
 3ª idade 
Curto Prazo Longo Prazo 
Polidipsia (sede excessiva) Insuficiência Renal 
Poliúria (aumento do volume urinário) Problemas de visão 
Hálito com odor cetônico Difícil Cicatrização 
Vômitos Hipertensão Arterial 
Desidratação Obesidade 
Perda de peso Fadiga 
 
 
 
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Esta doença é causada por fatores genéticos e ambientais, portanto, o 
individuo nasce com predisposição para desenvolvê-la. No entanto, os fatores 
ambientais, como a obesidade, alimentação, traumas emocionais e gravidez 
podem favorecer o seu desenvolvimento. 
 
 Veja a tabela abaixo com os mecanismos de ação: 
 
 
OBESIDADE 
 Acúmulo de gordura corporal está associado 
à resistência insulínica, uma vez que, o 
aumento de ácidos graxos livres desregula o 
transporte de glicose. 
 
 
ALIMENTAÇÃO 
Uma dieta rica em carboidratos de alto 
índice glicêmico aumenta o pico pós prandial 
de insulina e glicose, gerando em longo prazo 
sobrecarga pancreática. 
 
 
 
TRAUMAS EMOCIONAIS 
O estresse é um dos fatores que podem 
dificultar o controle dos níveis de glicose e até 
mesmo levar a um quadro de hiperglicemia. 
Além disso, alguns autores acreditam que o 
estresse psicológico agravaria a doença, 
contribuindo para a destruição imunológica das 
células do pâncreas. 
 
Controle da Glicemia 
 O controle da glicemia em diabéticos é muito importante, já que o 
excesso de glicose no sangue exerce uma pressão osmótica no líquido 
extracelular, provocando diurese osmótica e eliminação da glicose pela urina, 
podendo gerar perdas de eletrólitos e líquidos. Em longo prazo, isto pode 
causar alterações em diversos órgãos e sistemas. 
 
 
 
 
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Rins 
Nefropatia Diabética: São complicações nos rins, em que o órgão perde 
sua função lentamente até a paralisia total. Esta ocorre anos após o início do 
quadro de diabetes devido ao controle inadequado da glicemia, obesidade e 
hipertensão. Quando não tratada, a nefropatia pode evoluir para uma 
insuficiência renal grave, sendo necessária a diálise (tratamento da substituição 
da função renal através da filtração do sangue). 
Para um diagnóstico precoce são necessários exames laboratoriais 
capazes de analisar a função renal. Entre eles estão a dosagem de creatinina 
no sangue, taxa de depuração da creatinina e avaliação da perda de proteínas 
pela urina. 
Os principais sintomas são edemas (inchaço), urina com espuma (devido à 
perda de proteínas),noctúria (micção noturna), fadiga, fraqueza, náuseas e 
vômitos. 
Coração e Cérebro 
Infarto do Miocárdio e Acidentes Vasculares: Estudos apontam que a 
maior causa das internações de pacientes diabéticos é a doença 
cardiovascular. A hiperglicemia é um fator de risco para doenças do coração, 
mas outros fatores como dislipidemia, obesidade, falta de atividade física e 
presença de proteína na urina, podem predispor ao infarto do miocárdio. 
Por isso, pacientes diabéticos devem passar por avaliações freqüentes e 
realizar exames de colesterol, triglicérides, pressão arterial e de detecção de 
isquemia miocárdica. 
Olhos 
Retinopatia Diabética (RD): São lesões na retina devido a alterações 
vasculares, as quais acarretam na perda da acuidade visual. Estudos apontam 
que cerca de 90% dos pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) e mais de 
60% com DM2 desenvolvem retinopatia, uma vez que, a presença de 
hiperglicemia está relacionada com alterações como microangiopatia dos vasos 
da retina e hipóxia tecidual. 
 
 
 
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 Os principais fatores de risco para a RD são o mau controle glicêmico e 
pressórico, além da duração da doença. 
Vasos Sanguíneos 
Doença Arterial Periférica: É uma doença arterial das extremidades 
(braço-perna), as quais sofrem redução do fluxo sanguíneo, podendo levar a 
feridas, gangrenas e amputação dos pés. Cerca de 40 - 45% de todos os 
amputados de membro inferior são diabéticos. 
 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES 
 
Existem dois tipos de Diabetes: 
 
 
 
 
 
 
 
 Diabetes Tipo 1 
 Uma doença é considerada como auto-imune quando o próprio 
organismo reconhece suas células, tecidos ou órgãos como corpos estranhos 
(antígenos), estimulando a produção de anticorpos contra os mesmos. 
 Um exemplo deste tipo de doença é o DM1, onde o corpo ataca as 
células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Com o 
tempo, o organismo deixa de produzir este hormônio. 
 Esta doença ocorre devido a fatores genéticos e representa cerca de 
10% dos casos de diabetes, com incidência maior entre 10 e 14 anos, 
diminuindo até os 35 anos. 
 Sem a secreção da insulina pelo pâncreas, a glicose não é transportada 
para dentro das células, acumulando-se no sangue. Os sintomas para 
hiperglicemia aparecem em semanas e sua evolução é rápida. 
 
 
 
Diabetes 
Tipo 1: Doença auto-imune 
Tipo 2: Resistência à insulina 
 
 
 
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Tratamento 
Para evitar o aumento da concentração da glicose no sangue é 
necessária presença da insulina. Mas como resolver isto se o corpo não produz 
mais? 
Através de injeções diárias de insulina. Estas podem ser aplicadas na 
forma: 
a) Subcutânea; 
b) Intravenosa, 
c) Intramuscular. 
Sem tratamento, os picos de glicose depois de anos podem causar a 
destruição dos capilares sanguíneos, menor cicatrização, cegueira, 
insuficiência renal e dificuldade de circulação (perda da sensibilidade). 
 
Diabetes Tipo 2 
 Este tipo é conhecido como resistência à insulina e representa cerca de 
90% dos casos. Sua evolução é lenta, gradual e geralmente sem sintomas. 
Mesmo ocorrendo a produção e secreção da insulina, as células adiposas e 
musculares não são capazes de absorver a glicose, aumentando seus índices 
no sangue. 
 
Diferente do DM1, onde não há razão principal para seu 
desenvolvimento, o DM2 tem causa multifatorial, já discutidas anteriormente. 
 
 O DM2 também é a base de uma doença denominada Síndrome 
Metabólica (SM). Esta é caracterizada como uma doença da civilização 
moderna, resultante de uma má alimentação e sedentarismo. 
 A SM é um grupo de distúrbios que inclui a resistência à insulina, 
hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, a qual está associada com o 
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (abordaremos sobre o tema 
mais a diante). 
 
 
 
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Sintomas 
 Infecções Freqüentes; 
 Alteração Visual; 
 Dificuldade de cicatrização, 
 Formigamento nos pés. 
 
Tratamento 
Quanto antes for iniciado o tratamento melhor será a resposta de “não 
resistência”. Deve ser adotado um estilo de vida saudável, aliado à atividade 
física e uma alimentação equilibrada. A ingestão dos alimentos deve ser 
escolhida através de critérios para a manutenção da glicemia como 
carboidratos de baixo Índice Glicêmico (IG) e combinações que retardem a 
absorção destes. 
Também podem ser utilizados medicamentos hipoglicemiantes, os quais 
reduzem os índices de glicose no sangue. 
 
Hipoglicemia 
O erro na quantidade da insulina ou um jejum prolongado pode gerar um 
quadro denominado hipoglicemia, o qual significa baixo nível de glicose no 
sangue. Os seus principais sintomas são: 
 
 Sensação de fome; 
 Dificuldade para raciocinar; 
 Fraqueza ou cansaço; 
 Sudorese; 
 Tremores; 
 Sonolência; 
 Visão dupla, 
 Perda de consciência. 
 
 
 
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DIABETES GESTACIONAL 
 
 O Diabetes Gestacional é caracterizado pelo aumento de glicose no 
sangue (hiperglicemia), cujo início é detectado durante a gestação. Sua 
incidência é maior durante o 3º trimestre de gestação e pode ou não persistir 
depois do parto. 
 
 Por que ocorre? 
 
 Elevação de hormônios que são contra-reguladores de insulina 
como o Lactogênio Placentário; 
 Estresse fisiológico da gravidez; 
 Fatores genéticos, 
 Fatores ambientais. 
 
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de DM 
podemos destacar: 
Idade Superior a 25 anos 
 
Baixa estatura (<150 cm) 
Antecedentes familiares de DM 
 
Doença hipertensiva 
 
Excesso de peso/obesidade 
pré-gravídica ou no decorrer da 
mesma. 
 
Diabetes em gestações 
anteriores 
Altura uterina maior do que o 
esperado para a idade 
gestacional 
 
Antecedentes Obstétricos 
(macrossomia, polidrâmnio, 
morte fetal ou neonatal de 
causa desconhecia, mal 
formações congênitas e 
restrição do crescimento fetal) 
Múltiplas Gestações 
 
 
 
 
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Conseqüências 
 
 Rotura Prematura das membranas; 
 Parto pré-termo; 
 Feto macrossômico, 
 Pré-eclampsia. 
 
Nutrição 
 
 Devido às mudanças fisiológicas e a necessidade de crescimento do 
feto, o período de gestação demanda quantidades energéticas maiores. Por 
isso, a dieta deve conter nutrientes e calorias suficientes para o 
desenvolvimento do feto, da placenta e o dos tecidos maternos (útero, mamas, 
sangue e gordura de reserva). 
 
Recomendações: 
 
 
 
Gestantes Baixo Peso 
 
Devem ingerir um total calórico de 35 
Kcal/kg de peso 
 
 
Gestantes Eutróficas 
 
Devem ingerir um total calórico de 30 
Kcal/Kg de peso 
 
 
Gestantes Obesas 
 
Restrição Calórica: 25 Kcal/Kg de 
peso atual por dia. 
 
 
 
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Distribuição do Valor Calórico Total 
 
15% Café da manhã 
10% Colação 
30% Almoço 
10% Lanche da tarde 
15% Jantar 
10% Ceia 
 
 
Distribuição de Nutrientes 
 
40 a 50% de Carboidratos 
25 a 30% de Proteínas 
25 a 30% de GordurasGestação e Obesidade 
 O excesso de peso nesta fase está associado à complicações maternas 
e fetais. Em uma gestação normal, o ganho de peso é devido ao aumento de 
tecidos maternos e dos produtos da concepção. 
 O ganho de peso ideal é baseado de acordo com o IMC pré gestacional 
a partir das recomendações do Institute of Medicine (IOM, 2009) 
 
Estado Nutricional 
antes da gestação 
IMC (Kg/m²) Ganho de Peso 
durante a 
gestação (Kg) 
Ganho de Peso por 
semana no 2º e 3º 
trimestre (Kg) 
Baixo Peso < 18,5 12,5 – 18 0,5 
Peso Adequado 18,5 – 24,9 11 -16 0,4 
Sobrepeso 25,0 – 29,9 7 – 11 0,3 
Obesidade ≥ 30,0 5 - 9 0,2 
 
Fonte: Institute of Medicine (IOM -2009) 
Adaptado: ABESO (Ganho de Peso na Gestação) 
 
 Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da 
Síndrome Metabólica (ABESO), a obesidade reduz a fertilidade devido a maior 
 
 
 
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prevalência da síndrome dos ovários policísticos, a qual ocorre pela maior 
resistência à insulina inerente à obesidade. 
 
Atividade física 
 
A atividade física em pacientes diabéticas apresenta inúmeras 
vantagens, como já discutidas anteriormente. Contudo, os exercícios devem 
ser realizados com consentimento do obstetra, com cautela e com 
acompanhamento de profissional especializado na área, preservando a 
segurança da mãe e do feto. São observados durante a prática física: 
freqüência cardíaca, pressão arterial, temperatura e freqüência cardíaca fetal. 
 
Insulinoterapia 
 
Este tipo de tratamento é utilizado quando não é alcançado o nível 
glicêmico desejado através da dieta e da atividade física com o 
acompanhamento de um endocrinologista. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2009), se após duas 
semanas de dieta os níveis glicêmicos permanecerem elevados, deve-se iniciar 
o tratamento farmacológico. 
Importante ressaltar que os análogos de insulina de ação prolongada 
não são oficialmente recomendados e os agentes orais são contraindicados 
(SBD, 2009). 
 
 
 
 
 
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DIAGNÓSTICO E EXAMES 
 
Diagnóstico 
 
Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, os 3 critérios 
para o diagnóstico da doença são: 
 
 Sintomas de poliúria, polidipsia e perda de peso associadas a dosagem 
de glicemia casual (a qualquer hora do dia) acima de 200mg/dL; 
 Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL confirmada em duas ocasiões; 
 Glicemia > 200 mg/dL, após 2 horas de sobrecarga de 75g de glicose 
confirmada em duas ocasiões; 
 
 Algumas pessoas não apresentam os critérios acima, porém os níveis de 
glicemia são muito elevados para serem considerados normais. Este quadro 
denomina-se glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose diminuída. Os 
critérios utilizados para estas classificações são: 
 
 Glicemia de jejum > 100 a <126 
 Glicemia ≥140 a < 200 após 2 horas de sobrecarga de 75g de glicose. 
 
 
Exames para Diagnóstico 
 
 
Glicemia de Jejum 
 Método mais utilizado para determinação da glicemia; 
 Para fazer o exame, o indivíduo deve estar em jejum de 8 a 12 horas; 
 O sangue é coletado em um tubo com fluoreto de sódio; 
 Após a coleta é centrifugado com separação do plasma, 
 Por fim, é congelado para posterior analise. 
 
 
 
 
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Teste Oral de Tolerância à Glicose 
 Para fazer o exame, o indivíduo deve estar em jejum de 10 a 16 horas; 
 O paciente ingere dose conhecida e determinada de glicose diluída em 
água. Geralmente a dosagem utilizada é de 50 a 75 g de glicose; 
 Após 2 horas é feita a coleta de sangue para medir a taxa de glicose. 
 É considerado diabético o indivíduo que apresentar resultado acima de 
200 mg/dL e pré diabético entre 140 e 199mg/dL. 
 
Exames para Diagnóstico em Gestantes 
Diversos são os critérios utilizados para diagnosticar o Diabetes Mellitus 
Gestacional (DMG). Segundo a Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes, 
toda gestante deve realizar o rastreamento para DMG descrito abaixo: 
 
Gestantes sem fatores de risco* para DMG (SBD, 2009): 
 Glicemia de Jejum < 85 mg/dL: realizar teste oral de tolerância à glicose 
(TOTG) de 75g entre 24 e 28 semanas de gestação. Caso o exame 
esteja alterado é diagnosticado como DMG. 
 Glicemia de Jejum > 126 mg/dL confirmada em duas ocasiões: DMG 
 Glicemia de jejum de 85 a 125 mg/dL: realizar imediatamente o TOTG. 
Caso esteja alterado é diagnosticado como DMG. 
 
Gestantes com fatores de risco* para DMG (SBD, 2009) 
 Deve ser realizado o exame de TOTG, exceto em casos de glicemia de 
jejum: 126mg/dL confirmada em duas ocasiões. (neste caso, já é 
diagnosticado como DMG) 
 Resultado normal: repetir o TOTG entre 24 e 28 semanas de gestação. 
 Resultado alterado: DMG 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teste Oral de Tolerância à Glicose para Gestantes 
 Exame realizado com gestante em dieta sem restrição de carboidrato 
com sobrecarga de 75g de glicose. 
 A coleta da glicemia é feita em jejum, uma hora e duas horas após a 
sobrecarga com os pontos de corte de 92 mg/dL, 180 mg/dL e 153 
mg/dL respectivamente. Dois valores alterados confirmam o diagnóstico 
(ADA, 2009) 
 
 * Fatores de risco: idade ≥ 35 anos; sobrepeso, obesidade ou ganho 
excessivo de peso na gravidez atual; aumento da circunferência abdominal; 
histórico familiar de diabetes em parentes de 1° grau; gestação atual com 
crescimento fetal excessivo; hipertensão ou pré-eclâmpcia e síndrome dos 
ovários policísticos. 
 
Exame para controle 
 
Hemoglobina Glicada (A1C) 
 Recurso laboratorial utilizado para avaliar o controle glicêmico, 
 Fornece a avaliação da glicemia no período de 60 a 120 dias antes do 
exame. 
Como funciona? 
 Entre as conseqüências do Diabetes, está a glicação de proteínas, que 
é caracterizada pela associação da proteína ao carboidrato. Mediante 
esse processo de glicação das proteínas é que a glicose sanguínea se 
liga à molécula de hemoglobina. Portanto, a quantidade de glicose 
ligada à hemoglobina é diretamente proporcional à concentração média 
de glicose no sangue (SBD, 2009). 
 Segundo a SBD e a ADA, as metas terapêuticas para o controle 
glicêmico para a AIC deve ser de 6,5% e 7% respectivamente. 
Glicemia Capilar 
 Maneira prática do diabético controlar a glicemia; 
 É feita através de glicosímetros (aparelho de uso doméstico) 
 Auxilia na avaliação do plano alimentar e dos medicamentos. 
 
 
 
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Exames de Rotina 
 Pacientes diabéticos devem realizar exames periódicos para controlar o 
metabolismo, complicações e efeitos colaterais dos medicamentos. 
 Veja quais são estes exames: 
 
 Glicemia; 
 Hemoglobina Glicada; 
 Triglicérides; 
 Colesterol Total; 
 HDL colesterol; 
 Creatinina; 
 Urina; 
 Proteinúria; 
 TSH, 
 Outros (a equipe que acompanha o paciente pode solicitar exames 
complementares). 
 
O que é Albumina Glicada e Frutosaminas? 
 
 Segundo Netto (2009), o processo de glicação de proteínas não se 
restringe apenas à hemoglobina. A glicação da albumina é outro processo 
decorrente da glicação de proteínas e é considerado melhor indicador 
glicêmico do que a A1C, uma vez que o teste de albumina reflete os valores 
glicêmicos das últimas duas a três semanas, enquanto o A1C reflete dosúltimos 2 a 4 meses e pode ser alterado em processos hemolíticos e 
hemoglobinas anormais. 
 
 A frutosamina é formada pela reação não enzimática entre glicose e 
proteína associadas à gravidade e tempo de hiperglicemia. Assim como a 
albumina glicada, a frutosamina reflete a concentração de glicose sanguínea no 
período de uma a três semanas. Sua vantagem é que pode ser utilizada em 
casos de pacientes com sangramento ou com anemias hemolíticas, diferente 
da albumina, a qual perde sua precisão. 
 
 
 
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DIABETES E ALIMENTAÇÃO 
 Hábitos alimentares saudáveis e exercícios físicos são fundamentais 
para a prevenção e tratamento do Diabetes, além de evitar problemas como 
aterosclerose e hipertensão arterial. 
 O plano alimentar varia de acordo com o estilo de vida, rotina de 
trabalho, hábitos alimentares, nível socioeconômico, medicação prescrita e 
também o tipo de diabetes. 
 Objetivos 
 A reeducação e o plano alimentar têm como principais objetivos: 
a) Manter os níveis glicêmicos e o peso; 
b) Adaptar a ingestão alimentar com a medicação; 
c) Fornecer energia e nutrientes de acordo com o estado nutricional do 
paciente 
 Para diabéticos é preciso: 
 Restrição de açúcares e carboidratos simples/refinados em geral; 
 Consumo de carboidratos complexos; 
 Consumo de fibras; 
 Fracionamento das refeições, 
 Redução de sal e gorduras. 
Carboidratos 
Devem estar distribuídos de forma equilibrada na dieta e consumidos 
principalmente, fontes de carboidratos complexos como cereais, leguminosas e 
vegetais. 
 
 
 
 
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Qual é a diferença entre carboidratos simples e complexos? 
 
Os carboidratos são classificados de acordo com a sua composição 
química. São denominados simples, aqueles que possuem uma estrutura 
menor como os monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) e os 
dissacarídeos (sacarose, lactose e maltose), os quais são a junção de dois 
monossacarídeos. Por serem facilmente absorvidos, aumentam rapidamente 
os níveis de glicose no sangue. 
Os complexos possuem sua estrutura maior e mais complexa, como os 
polissacarídeos (amido e celulose) dificultando a absorção e aumentando 
lentamente os níveis de glicose no sangue. 
Proteínas 
O consumo de proteínas para pacientes diabéticos deve ser igual a 
indivíduos adultos sadios, ou seja, 0,8 g/kg de peso por dia. Este pode ser 
adquirido através da ingestão de fonte animal como carnes, leite e ovos ou 
vegetal, como leguminosas e derivados de soja. 
As fontes de origem animal muitas vezes também são ricas em 
gorduras, por isso deve-se preferir carnes, leite e derivados magros. Entre eles 
nós temos: leite e derivados desnatados, peitos de aves como frango, peru, 
chester e peixes. 
Lipídios 
A quantidade de ingestão de lipídios deve ser controlada e sempre 
devemos priorizar gorduras com um perfil lipídico mais saudável. 
 
 
 
 
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Ácidos Graxos 
Os ácidos graxos estão presentes nas estruturas dos lipídios e são 
classificados de acordo com o grau de saturação da cadeia: 
a) Saturadas
 São classificadas como saturadas, as estruturas químicas com apenas 
ligações simples entre átomos de carbono. Este tipo de gordura quando 
ingerida em excesso aumenta os níveis de LDL (colesterol ruim). 
 
Fontes: carnes gordurosas (picanha, maminha, costela e miúdos), leite e 
derivados integrais, óleos vegetais (dendê), peles de aves e frutos do mar 
(camarão, ostra, marisco, polvo e lagosta). 
b) Insaturadas
 São classificadas como insaturadas, as estruturas químicas com duplas 
ligações. Estas estão divididas em monoinsaturadas (uma única dupla ligação) 
e poliinsaturadas (duas ou mais duplas ligações), são as gorduras saudáveis e 
auxiliam na redução dos níveis de LDL. 
 Fontes: Omega 3 - soja, canola, linhaça, peixes de água fria (cavalinha, 
sardinha e salmão). Omega 6 – óleos vegetais de soja, milho, girassol, óleo de 
oliva e canola, azeitona, abacate e oleaginosas (castanha, nozes, avelã e 
amendoim) 
c) Trans 
 As duplas ligações dos ácidos graxos podem ser cis ou trans. A cis está 
presente nos sistemas biológicos e a trans são provenientes de modificação, 
ou seja, fabricada pela indústria através da hidrogenação da gordura vegetal. 
 
 
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Esta gordura é prejudicial a saúde, pois aumenta os níveis de LDL e reduzem 
de HDL (colesterol bom) 
 
No geral, devemos evitar as gorduras saturadas e preferir as 
mono/poliinsaturadas. 
 
Segundo a Associação Americana de Diabetes a recomendação quanto 
à ingestão de gorduras em pacientes portadores de diabetes deve ser de: 
Saturada < 7% da energia ingerida 
Poliinsaturada < 10% da energia ingerida 
Poliinsaturada w-3 Consumir 2 ou mais porções de peixes por semana 
Monoinsaturada Incentivar o consumo e complementar o valor calórico 
de acordo com a meta 
Colesterol < 200 mg/dia 
 
Fibras 
 A fibra alimentar é a porção de plantas ou carboidratos resistentes à 
digestão e absorção no intestino delgado em humanos e com fermentação 
parcial ou completa no intestino grosso. Segundo estudos, promovem 
benefícios fisiológicos como: redução do colesterol sérico, modulação da 
glicemia e propriedades laxativas. 
 Classificação 
 São classificadas de acordo com a solubilidade, divididas em: solúveis 
(aveia, frutas, cevadas, leguminosas e legumes) e insolúveis (verduras e grãos 
de cereais). 
 
 
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Solúveis Insolúveis 
 Moderação da glicemia pós 
prandial e da resposta 
insulínica; 
 Redução do colesterol e 
triglicérides, 
 Regulação do apetite. 
 
 Aumento do volume fecal; 
 Redução do tempo do trânsito 
intestinal; 
 Redução da absorção de 
triglicérides, colesterol e 
glicose, 
 Retardo da hidrólise do amido. 
 Recomendações 
 A American Dietetic Association (2008) aponta que o consumo 
adequado de fibras está relacionado com a redução das doenças crônicas e 
recomenda que o consumo de fibras seja de 25 gramas para mulheres e 38 
gramas para homens para proteção de doenças cardiovasculares. A FAO/OMS 
sugere a ingestão de 25g por dia para auxiliar na prevenção de doenças 
crônicas como a DM2. 
Sódio 
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009), o consumo de 
sódio deve ser de no máximo 2400 mg por dia, o equivalente a 6g de sal de 
cozinha, uma vez que a ingestão acima do recomendado pode desencadear o 
desenvolvimento da hipertensão arterial. Para American Dietetic Association, 
portadores de DM e doença cardíaca sintomática podem ter os sintomas 
reduzidos com consumo máximo de 2.000 mg de sódio por dia. 
Os alimentos que devem ser evitados devido ao seu alto teor de sódio 
são: embutidos, conservantes, enlatados, defumados, salgados de pacote, 
macarrão instantâneo, pipoca para microondas, temperos em cubos e molhos 
prontos. 
 
 
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Bebidas Alcoólicas 
 Os diabéticos devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois: 
 Contêm alta densidade calórica; 
 Complicações diabéticas podem estar relacionais ao alcoolismo; 
 Depressão da liberação de glicose pelo fígado podendo, no 
estado de jejum, levar a uma severa hipoglicemia, 
 Aumento da síntese de ácidos graxos. 
 
 
Atividade FísicaDurante a prática de atividade física ocorre a mobilização da glicose 
para o interior das células, mesmo sem a sinalização da insulina. Por isso, em 
conjunto com uma alimentação equilibrada, o diabético deve realizar exercícios 
físicos regularmente, sempre sob orientação de um educador físico. 
 
 Benefícios: 
 Aumenta o consumo de energia e melhora a ação da insulina; 
 Diminuem os níveis de açúcar no sangue; 
 Ajudam a perder e manter o peso saudável; 
 Melhoram a pressão arterial e os níveis de colesterol, 
 Melhoram o funcionamento do coração e dos pulmões. 
 
 
 
 
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O QUE É ÍNDICE GLICÊMICO? 
 
 Como o carboidrato é o maior responsável pelo aumento da glicose 
sanguínea pós-prandial (após as refeições), é necessário conhecer a 
importância deste macronutriente para controle da glicemia em diabéticos. 
 Cada tipo de carboidrato demora um tempo para ser absorvido e 
permanecer na corrente sanguínea. O indicador desta velocidade é chamado 
de índice glicêmico (IG). Este classifica os carboidratos através da comparação 
das curvas glicêmicas produzidas por 50g de carboidrato de um alimento teste 
e 50g de carboidrato de um alimento padrão (pão branco ou glicose). 
 
 Classificação: 
 
 
 
 
 
 
Os carboidratos de alto IG aumentam a glicemia logo após a refeição e 
como consequência ocorre a liberação da insulina, gerando a hipoglicemia 
mais rapidamente. Já com os de baixo IG, a glicose é liberada de forma 
gradual, não se acumulando no sangue, de forma que não gera picos de 
secreção da insulina. 
 O que preferir? 
 Os carboidratos de alto IG aumentam a demanda das células 
pancreáticas (células beta), o que pode eventualmente promover o surgimento 
do DM2, devido a um quadro de resistência à insulina. Segundo Jenkins et al., 
isto ocorre, porque quando consumimos carboidratos de alto IG, promovemos o 
aumento do pico pós prandial de insulina e glicose, com consequente 
IG > 85 Alto Índice glicêmico 
IG 60-85 Médio Índice Glicêmico 
IG < 60 Baixo Índice Glicêmico 
 
 
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sobrecarga pancreática a longo prazo, cuja falência poderia ser originada por 
um efeito tóxico direto causado pela hiperglicemia. 
 Portanto, acredita-se ser conveniente reduzir a amplitude e duração da 
hiperglicemia pós prandial, optando por carboidratos com menores IG. Veja 
abaixo exemplos de alguns alimentos: 
Alto Índice Glicêmico Médio Índice Glicêmico Baixo índice Glicêmico 
Bolinho de Fubá Croissant Bolo de Baunilha 
Panqueca Coca Cola Vitamina de Soja 
Baguete Branca Simples Pão de Forma Pão de Grãos 
Pipoca Farinha Branca Pão de centeio e linhaça 
Farinha de Trigo Cream Cracker Pudim 
Batata Cozida Leite Condensado Leite Integral 
Barra de Frutas Banana Iogurte 
Fonte: Tabela Internacional de índice Glicêmico (IG) e Carga Glicêmica (CG), (Sociedade Brasileira de Diabetes, 
2002). 
 
Carga Glicêmica 
 A carga glicêmica (CG) é a quantidade de carboidrato presente em um 
determinado alimento comparado com um padrão. Relaciona a qualidade e a 
quantidade de carboidrato consumido, sendo utilizado como indicador de 
demanda de insulina induzida na dieta. 
 
 
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 Para calcular: 
 
 
 Para consulta do IG e da CG, existe uma Tabela Internacional de índice 
Glicêmico e Carga Glicêmica, elaborada pela Sociedade Brasileira de Diabetes, 
disponível na internet. 
 
CG = quantidade do carboidrato consumido x IG do alimento/100 
 
 
 
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DOENÇAS ASSOCIADAS AO DIABETES – O QUE 
É SÍNDROME METABÓLICA? 
 Segundo a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome 
Metabólica, a Síndrome Metabólica (SD) é um conjunto de fatores de risco 
cardiovascular relacionado à deposição central de gordura e à resistência à 
insulina. 
 
 Existem dois tipos de definição para a SM, a da Organização Mundial da 
Saúde (OMS), a qual preconiza como ponto de partida a resistência à insulina 
e a do National Cholesterol Education Program´s Adult Treatment Panel III 
(NCEP-ATP III), que é adotada pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e 
Tratamento da Síndrome Metabólica. 
 
 Segundo a NCEP-ATP III, a síndrome metabólica é a combinação de 
pelo menos três componentes abaixo: 
Componentes Níveis 
Circunferência Abdominal 
Homens 
Mulheres 
 
> 102 cm 
> 88 cm 
Triglicérides 150 mg/dL 
HDL Colesterol 
Homens 
Mulheres 
 
< 40 mg/dL 
< 50 mg/Dl 
Pressão Arterial  130 mmHg ou 85 mmHg 
Glicemia de Jejum  110 mg/dL 
 
Por que ocorre? 
Esta doença está fortemente relacionada com o risco de doenças 
cardiovasculares e ao DM2, sendo que cerca de 86% dos pacientes diabéticos 
são portadores desta síndrome. As causas para o seu desenvolvimento são 
multifatoriais como a obesidade, sedentarismo e hábitos alimentares 
inadequados. 
 
 
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 Prevenção 
 
 Uma das estratégias mais utilizadas para prevenção da SM é uma 
alimentação adequada. O enfoque principal para pacientes portadores desta 
doença é o controle dos fatores de risco individualmente: 
 
 
Lembre-se que todas essas medidas dietéticas devem ser 
acompanhadas de atividade física, uma vez que, aumenta a sensibilidade à 
ação da insulina e a captação de glicose (elevação de 40%), fornecendo 
energia para contração muscular. Por isso, indivíduos com problemas na 
secreção ou resistência à insulina são beneficiados com exercícios regulares. 
 
 
Obesidade 
Dieta hipocalórica com o objetivo de perder cerca de 8% 
do peso corporal em 6 meses 
 
Hipertensão 
Dieta rica em frutas, vegetais, produtos lácteos e pobre em 
gorduras 
Restrição de sal 
 
 
 
Dislipidemia 
Redução de carboidratos de alto IG e gorduras saturadas. 
Consumo de ácidos graxos ômega 3, cereais integrais, 
frutas e vegetais 
 
A recomendação de gordura é de 25 – 35% das NET*, 
sendo: 
 Até 20% de monoinsaturadas 
10% de poliinsaturadas 
< 7% de saturadas 
 
*NET: Necessidades Energéticas Totais 
 
Hiperglicemia 
Alimentos de baixo índice glicêmico 
Consumo de fibras e cereais integrais 
 
 
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LIGHT E DIET – QUAL E QUANDO UTILIZAR? 
 
 O hábito alimentar da população tem mudado drasticamente ao longo 
dos anos. Esta mudança associada ao sedentarismo e estresse acarretou 
crescente desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como: 
obesidade, dislipidemias, diabetes, hipertensão arterial, entre outras. 
 
 Com o tempo restrito para preparo de nossas refeições e pela facilidade 
de armazenamento e preparo, os alimentos industrializados vêm ganhando 
mais espaço nas prateleiras dos supermercados e em nossa rotina. No 
entanto, vale lembrar que para realçar o sabor e melhorar a conservação, 
alguns produtos apresentam alto teor de gordura e de sódio. 
 
 Pensando em facilitar o dia a dia dos consumidores a indústria 
encontrou um mercado promissor e passou a desenvolver produtos com maior 
apelo a hábitos saudáveis e chegaram os produtos denominados light e diet. 
 
 Embora os produtos diet e light sejam bastante difundidos e consumidos 
nos dias de hoje, as diferenças entre eles, e quem realmente deve consumi-los 
não são tão claras para a população. 
 
DietUm alimento é denominado diet quando este produto é isento de um 
determinado nutriente comparado com a versão original. Este nutriente pode 
ser carboidratos, açúcar, sal, lactose ou gordura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Veja o exemplo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que quando comparamos os dois produtos, o diet é isento de 
carboidratos e não contém calorias, mas, por outro lado o refrigerante diet 
possui maiores quantidade de sódio do que o tradicional. 
 
 Podemos afirmar que todo produto diet apresenta menor quantidade de 
calorias? 
 
 Não. Alguns produtos diet podem ser consumidos por pessoas que 
querem perder peso, porém existem produtos que apresentam quantidade de 
calorias maiores e/ou semelhantes aos convencionais. 
 
 Observe sempre o rótulo e veja que tipo de nutrientes foi retirado e 
também compare o produto modificado com o original. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Veja este outro exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste caso verificamos que o produto diet é isento de açúcar, no 
entanto, encontramos alto teor de calorias e gorduras em ambos os produtos. 
Neste caso o produto é indicado apenas para pessoas que apresentam 
restrição ao consumo de açúcar. 
 
 Por que na tabela nutricional do chocolate diet aparece a quantidade de 
açúcares? 
 
Não é obrigatório que o rótulo dos produtos contenha a informação do 
teor de açúcar, mas sim o de carboidratos. No entanto, se o produto for isento 
deste nutriente, esta informação deve ser apresentada. 
 
 
 
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Conheça agora algumas situações em que este tipo de produto pode ser 
consumido e quais nutrientes devem estar isentos da formulação: 
 
Doença Nutriente Isento 
Diabéticos Açúcares 
Hipertensos Sódio 
Intolerante a Lactose Lactose 
Fenilcetonúricos Fenilalanina 
Celíacos Glúten 
Insuficiência Renal Proteínas 
 
Light 
 
 Uma vez que os produtos diet não devem conter um ou mais nutrientes, 
o light apenas deve apresentar uma redução de no mínimo 25% de algum 
nutriente ou no valor calórico. 
 
 Ao nos depararmos com as embalagens devemos observar se o produto 
é light ou diet, o tamanho da porção, e sempre analisar o rótulo, a fim de 
identificar o tipo de nutriente que o mesmo contém e o que está excluído. 
 
 
 
 
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ADOÇANTES 
 
 Segundo o Ministério da Saúde os adoçantes fazem parte de um grupo 
alimentar específico denominado como “alimentos para fins especiais”, os 
quais são destinados a atender pessoas com necessidades especiais. 
Entretanto, são consumidos por diversos tipos de pessoas que desejam 
desfrutar do sabor doce sem aumentar o consumo energético. 
 
 São utilizados como substitutos do açúcar na maioria das vezes para 
restrição calórica e diabetes. Podem ser naturais (encontrados na natureza) e 
artificiais (sintetizados em laboratórios, que simulam o efeito da sacarose), 
estes são capazes de produzir um sabor doce, sendo classificados da seguinte 
maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Veja na tabela abaixo quais são os tipos de adoçantes calóricos e não 
calóricos: 
 
Calóricos Não Calóricos 
Aspartame Sacarina 
Sorbitol Ciclamato 
Manitol Acessulfame-K 
Xilitol Stévia 
Frutose Sucralose 
 
 
 
Adoçantes 
Calóricos 
Não Calóricos 
 
 
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 A tabela a seguir mostra quais são os adoçantes mais utilizados no 
Brasil, quais suas recomendações diárias e origens: 
 
 
 Tipos, características, vantagens e desvantagens: 
Tipo de Adoçante Consumo Máximo Origem 
Acessulfame – K 15mg/dia/Kg Artificial 
Aspartame 40mg/dia/Kg Artificial 
Ciclamato 7mg/dia/Kg Artificial 
Estévia 5,5mg/dia/Kg Natural 
Sacarina 5mg/dia/Kg Artificial 
Sucralose 15mg/dia/Kg Artificial 
 
Tipo 
 
Características 
 
Vantagens 
 
Desvantagens 
 
 
 
 
Acessulfame-K 
 
- Realça o sabor dos 
alimentos; 
- Pode ir ao fogo; 
- Tem excelente 
estabilidade; 
- Rapidamente 
solúvel em água, 
- Doçura semelhante 
ao da sacarose. 
- Pode ir ao forno 
- Pode ser utilizado 
por diabéticos 
- É substituto da 
sacarina quando 
misturado com o 
aspartame. 
 
Apresenta sabor final 
amargo. 
 
 
 
 
 
Aspartame 
 
- Quanto maior a 
temperatura e a 
quantidade de água, 
menor a estabilidade; 
- Pode ser adicionado 
a preparações 
prontas para evitar a 
- Possui sabor 
próximo ao do açúcar; 
- Sabor residual fraco, 
- É recomendado 
para diabéticos. 
- Não pode ir ao fogo; 
- Não pode ser 
consumido por 
portadores de 
fenilcetonúria, pois 
possuem em sua 
composição 
 
 
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perda de 
estabilidade, 
- Sabor muito 
parecido com o da 
sacarose. 
fenilalanina. 
 
 
Ciclamato 
 
 
- Estável em altas 
temperaturas; 
- Boa solubilidade, 
 
- Pode ir ao forno 
- É recomendado 
para diabéticos 
 
- Contém sódio e por 
isso deve ser 
consumido com 
moderação por 
hipertensos 
- Possui sabor 
residual forte. 
 
 
 
 
 
 
 
Estévia (esteviosídeo) 
 
- Realça o sabor dos 
alimentos 
- Pode ir ao fogo 
- Sabor semelhante 
ao da sacarose, 
- Sabor residual mais 
forte 
- Pode ser associado 
a outros adoçantes 
para melhorar o seu 
sabor 
- Possui baixa 
solubilidade em água, 
- Tem excelente 
estabilidade. 
- Pode ir ao forno 
- É recomendado 
para diabéticos 
 
 
 
 
 
 
 
Sacarina 
 
- Alto poder 
edulcorante; 
- Ótima estabilidade e 
solubilidade em água; 
- Pode ser utilizado 
juntamente com o 
ciclamato para 
- Pode ir ao fogo 
- É recomendado 
para diabéticos 
 
- Apresenta sabor 
residual forte. 
 
 
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 Lembre-se: 
 Devemos ficar atentos com o consumo exagerado de adoçantes por 
crianças diabéticas, uma vez que grande parte tem preferência por 
alimentos doces (no caso de diabéticos, preparados com os adoçantes); 
 Recomenda-se o uso intercalado dos adoçantes. 
 Hipertensos devem estar atentos à composição dos adoçantes, pois 
alguns deles contêm sódio. 
 
 
 
diminuir o seu sabor 
residual e aumentar o 
poder do ciclamato. 
Sucralose - Elaborado a partir 
da sacarose, porém 
não metabolizado 
pelo organismo; 
- Solúvel em água; - 
Estável em condições 
extremas de 
processamento 
- Não perde seu 
poder em produtos 
assados, cozidos ou 
congelados. 
 
- Pode ser utilizado 
por todas as pessoas 
(diabéticos, 
gestantes, lactante e 
crianças) 
- Não possui sabor 
amargo 
- Pode ir ao fogo. 
 
- Custo elevado 
- Provoca cáries. 
 
 
 
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COMO SUBSTITUIR O AÇÚCAR NAS 
REFEIÇÕES? 
 O consumo de açúcar refinado de forma exagerada e associada a outros 
fatores podem auxiliar no desenvolvimento de doenças como: 
 DM2; 
 Obesidade; 
 Hipertensão, Câncer (alguns tipos). 
Entretanto, o açúcar tem suas funções nas preparações, como: sabor, 
textura, cor, conservação, estrutura e crescimento. 
Mas como manter as características das preparações e diminuir o 
consumo de açúcar? 
Adoçantes 
 Os adoçantes são comumente utilizados por pessoas diabéticas como 
substitutos do açúcar, por terem sabor doce e não apresentarem carboidratos e 
açúcares em sua composição. Entretanto, deve-se ficar atento ao excesso no 
consumo de adoçantes calóricos como o aspartame, sorbitol e manitol. 
 Cuidados na utilização dos adoçantes: 
 A maioria dos adoçantes culinários tem poder adoçante equivalente ao 
açúcar quando usados no mesmo volume e não na mesma quantidade 
em gramas; 
 Veja: 
 
 
 
 
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 No caso de massas, bata por mais tempo para melhor homogeneização 
e sempre bater os adoçantes antes da manteiga; 
 
 
 
 Acrescente cacau ou essência de baunilha, pois as preparações feitas 
com adoçantes não terão a mesma cor do que quando preparados com 
açúcar, uma vez que este é o responsável pela caramelização (cor 
dourada); 
 
 O tempo de cozimento dos produtos com adoçantes geralmente é 
menor: 
Bolos – 7 a 10 minutos a menos 
Biscoitos – 1 a 2 minutos a menos 
 Em cookies, brownies e muffins acrescente para cada colher de xícara 
de chá de adoçante na receita, ½ colher de sopa de bicarbonato de 
sódio para auxiliar no crescimento e textura da massa; 
 
 Para polvilhar sobre bolos e tortas, misture 5 colheres de sopa de 
adoçante com 1 colher de sopa de amido de milho. Passe a mistura por 
uma peneira fina, 
 
 Para melhorar o volume dos bolos, misture em cada xícara de chá do 
adoçante ½ xícara de leite em pó desnatado e ½ colher de chá de 
bicarbonato de sódio. 
 
 
Incorporação de ar melhor textura massa mais leve 
 
 
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Açúcar Mascavo 
 O açúcar mascavo é mais indicado por não passar por tantos processos 
de refinamento, além de apresentar vitaminas e minerais. Entretanto, é 
necessária a orientação de um nutricionista. 
 Mel 
 Além dos adoçantes e dos açúcares podemos utilizar para adoçar as 
preparações com mel sob orientação de um nutricionista. 
 
 
 
 Para conhecer receitas acesse nosso site: 
http://www.alessandracoelho.com.br/receitas.htm 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
1. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Cuidados inovadores para 
condições crônicas: componentes estruturais de ação. Relatório 
Mundial. Brasília, 2003. 
 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em Saúde. 
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel 2010: vigilância 
de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito 
telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, 
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2011. 
 
3. BRASIL. Sociedade Brasileira de Diabetes.Diretriz da Sociedade 
Brasileira de Diabetes. Disponível aqui. Acesso em: 06 maio 2013. 
 
4. PADILHA, Patricia de Carvalho et al. Terapia nutricional no diabetes 
gestacional. Revista de Nutrição, Campinas, v. 23, n. 1, p.96-105, fev. 
2010. 
 
5. Kathleen M. Rasmussen and Ann L. Yaktine, Editors. Weight Gain 
During Pregnancy: Reexamining the Guidelines. Institute of Medicine; 
National Research Council. 
 
6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA 
SÍNDROME METABÓLICA (Org.). Ganho de Peso na Gestação. 
Disponível aqui. Acesso em: 06 maio 2013. 
 
7. American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes –
2011. Diabetes Care 34 (Suppl 1):S11-S61, 2011.

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