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RESUMO DE INQUERITO POLICIAL

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INQUERITO POLICIAL
CONCEITO: é um procedimento administrativo, inquisitório r preparatório, consiste em um conjunto de diligencias realizadas pela polícia investigativa/judiciaria (DEPOL), com escopo de apurar a autoria da infração penal e fornecer elementos de informação, para que o titular da ação – MP (em regra, ação penal pública) e o querelante (em regra, ação penal privada) possam ingressar em juízo com uma persecutio crimins in judicio -.
NATUREZA JURIDICA DO INQUERITO POLICIAL: O inquérito policial é um procedimento de índole eminentemente administrativa, de caráter informativo, preparatório da ação penal. Rege-se pelas regras do ato administrativo em geral.
FINALIDADE DO INQUERITO POLICIAL: A finalidade do inquérito policial, além de servir de base para que o MP, através da denúncia, de início a uma ação penal, tem também a finalidade de ser um procedimento administrativo, preliminar, presidido pelo delegado de polícia, no intuito de identificar o autor ilícito e os elementos que atestem a sua materialidade (existência), contribuindo para a formação da opinião delitiva do titular da ação penal, ou seja, fornecendo elementos para convencer o titular da ação penal se o processo deve ou não ser deflagrado.
*Pergunta-se: Existe diferença entre elementos informativos e prova?
 Sim, prova é constituída formalmente quando sua formação perpassa por todas as suas etapas, em especial, o crivo do contraditório perante juízo competente. Com efeito, a prova se completa quando há postulação pelas partes, admissão pelo juiz, produção com participação das partes e valoração por decisão fundamentada. Como as “provas” colhidas no inquérito policial não são produzidas por juiz, porém pela autoridade policial, assim como não há contraditório ou procedimento dialético – salvo, excepcionalmente, quando se vislumbra a irrepetibilidade de prova-, tecnicamente são chamadas de elementos de informação, não sendo cientifico chamar-lhes de “prova”.
*Pergunta-se: O poder judiciário, pode condenar alguém, com base única e exclusivamente, em elementos de informação?
 Elementos de informação isoladamente considerados não podem servir de fundamento para condenação. Todavia, não deve ser dispensados, uma vez que podem ser somados a prova produzida em juízo, para formar a convicção do magistrado. 
CARACTERISTICAS DO INQUERITO POLICIAL:
 PEÇA ESCRITA: Sendo procedimento administrativo destinado a fornecer elementos ao titular da ação penal, o inquérito, por exigência legal, deve ser escrito, prescrevendo o artigo 9º do CPP/41 que “todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, nesse caso, rubricadas pela autoridade.”
 PEÇA DISPENSÁVEL: O inquérito é imprescindível para a propositura da ação penal, conforme demonstra o artigo 39, § 5º do CPP/41. Pois, se os elementos que venham lastrear a inicial acusatória forem colhidas de outra forma não se exige a instauração do inquérito policial. Contudo, se o inquérito policial for a base para a propositura da ação, este vai acompanhar a inicial acusatória apresentada. 
 PEÇA SIGILIOSA: Ao contrário do que ocorre no processo, o inquérito não comporta publicidade, sendo procedimento essencialmente sigiloso, disciplinando o artigo 20 do CPP/41 que “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário a elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”. Tal sigilo não se estende nem ao magistrado, nem ao membro do MP. Não alcança também o advogado que por força do estatuto da OAB, tem o direito de examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração dos autos do flagrante e do inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos a autoridade. 
OBS: O profissional da advocacia tem acesso aos autos do inquérito policial, todavia limitado.
O advogado tem acesso as informações já introduzidas nos autos do inquérito, no entanto não pode ter acesso, as diligências em andamento ou que serão, ainda, realizadas.
*Pergunta-se: O advogado precisa do instrumento de procuração concedido pelo investigado/inquirido para tomar apontamentos dos autos de inquérito policial?
 Não é necessário, conforme o § 10 do artigo 7º da lei 8906/94, mas obviamente se houver sigilo, obrigatoriamente necessitará de procuração.
*Pergunta-se: Caso a autoridade policial “negar”, ou mesmo “obstaculizar” a vista dos autos do inquérito ao profissional de advocacia, qual a medida que o profissional deve implementar?
 A primeira delas, a mais correta, é a reclamação ao STF, se já houver uma sumula vinculante. O segundo caminho é o mandado de segurança. Já a terceira medida cabível seria habeas corpus.
 PEÇA INQUISITORIAL: As atividades persecutórias ficam concentradas nas mãos de uma única pessoa (autoridade) e não há oportunidade para o exercício do contraditório e da ampla defesa. Na fase pré-processual não existem partes, apenas uma autoridade investigando e o suposto autor da infração normalmente na condição de indiciado, voltando a obtenção de elementos que sirvam de suporte ao oferecimento da denúncia ou da queixa crime. A inquisitoriedade permite agilidade nas investigações, otimizando a atuação da autoridade policial. Contudo, como não houve a participação do suspeito no transcorrer do procedimento, defendendo-se e exercendo contraditório, não poderá o magistrado na fase processual, valer-se apenas do inquérito para proferir sentença condenatória.
 PEÇA INDISPONIVEL: A persecução criminal é de ordem pública, e uma vez iniciado o inquérito, não pode o delegado dele dispor, arquiva-lo. Como ensina o artigo 17 do CPP/41 que “a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.”. Ainda que venha a constatar a atipicidade do fato apurado ou que não tenha detectado indícios que apontem o seu autor. Em suma, o inquérito sempre deverá ser concluído e encaminhado ao juiz. Se diante de uma circunstância fática, o delegado percebe que não houve crime, nem em tese, não deve iniciar o inquérito policial.
*Pergunta-se: Quem possui competência para arquivar um inquérito policial?
 Essa competência só é do juiz, mediante requerimento do MP.
 PEÇA TEMPORÁRIO: Inquérito policial é temporário, ou seja, existe um tempo para acabar. A regra do tempo do inquérito está no § 3º do artigo 10 do CPP/41, se o indiciado estiver solto é o prazo de 30 dias, prorrogados por decisão judicial. Caso o indiciado esteja preso, o prazo é de 10 dias e não pode ser prorrogado.
 DISCRICIONARIEDADE: O delegado de polícia conduz as investigações de forma que melhor lhe prouver. O rumo das diligencias está a cargo do delegado. 
 
DILIGENCIAS REALIZADAS NO Há diligencias facultativas e obrigatórias
 INQUÉRITO POLICIAL
 REQUERIMENTO DOS Realização de acordo com a conveniência
 INDICIADOS/VITIMAS e oportunidade do delegado. 
 
INFRAÇÃO QUE DEIXAM Delegado está obrigado a realizar exames de 
 VESTÍGIOS corpo delito. Trata-se de diligência que não 
 pode ser denegada.
 OFICIALIDADE: O delegado de polícia de carreira, autoridade que preside o inquérito policial, constituindo-se um órgão oficial do estado. Em nenhuma hipótese a atividade de presidência desse inquérito poderá ser realizada pelo magistrado, sob pena de violação as regras/normas que informam o sistema acusatório. Este poderá apenas requisitar a instauração do inquérito ao delegado de polícia. Nem o MP pode presidir o inquérito policial.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUERITO POLICIAL:
 PRIMEIRA FORMA: Maioria das instaurações de inquérito policial são de oficio. Assim, a peça inaugural será por portaria, através de uma delatio criminis da vítima ou de atividades rotineiras.
 SEGUNDA FORMA: Através de requisição do juiz ou doMP.
OBS: A doutrina brasileira não vê com bons olhos essa requisição por parte do juiz, em razão do princípio do juiz natural e da imparcialidade do juiz.
 TERCEIRA FORMA: Através do requerimento da vítima ou de seu representante legal.
 QUARTA FORMA: Se dá pelo ato de prisão em flagrante delito.
OBS: O ato de prisão em flagrante supre o inquérito.
 QUINTA FORMA: Através da delatio criminis, oferecida por qualquer do povo.
 NOTITIA CRIMINIS: Todas as formas de instauração do inquérito policiado mencionados anteriormente decorrem de uma notitia criminis. Assim compreendida a notícia da infração penal levado ao conhecimento da autoridade policial.
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL: Dispõe a Constituição Federal, artigo 5º, inciso LVIII, que a pessoa civilmente identificada não deverá ser submetida à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. Identificar criminalmente alguém consiste em reunir informações acerca de uma pessoa envolvida em uma prática criminosa, com objetivo de se criar uma identidade criminal (registros policiais e folha de antecedentes) para diferenciá-la dos demais indivíduos no âmbito penal. Assim, é por meio dessa identificação que se levantam dados válidos e confiáveis das características do provável autor de um ilícito penal, uma vez que dele são extraídas informações peculiares (qualificação, características e sinais físicos, modo de agir, etc.), dentre outras de interesse policial. Os dados são coletados por ocasião da prisão em flagrante ou indiciamento em inquérito policial (ato pelo qual a autoridade policial atribui a alguém a prática de uma infração penal, baseado em indícios de autoria) e, posteriormente, inseridos nos bancos de dados dos Estados, para auxiliar os órgãos policiais e o Poder Judiciário. Importa mencionar que, em havendo dúvida sobre a identidade da pessoa que está sendo identificada criminalmente, a autoridade policial poderá proceder à colheita de suas impressões digitais (método datiloscópico) e fotografá-lo. Contudo, para que não haja prejuízo e constrangimento desnecessários à pessoa, a lei determina, em respeito à norma constitucional, que o processo datiloscópico e o fotográfico somente ocorrerão nas hipóteses arroladas na Lei nº 12.037/2009. São elas: o documento apresentar rasura, haver indício de falsificação, estar mal conservado ou for insuficiente para identificar a pessoa; o indiciado portar documentos de identidade com informações conflitantes entre si; a identificação criminal for essencial às investigações policiais; constar de registros policiais o uso de outros nomes. Afora essas hipóteses, bastará à pessoa apresentar documento de identidade (cédula de identidade ou outro documento público que permita a identificação) para não ser submetida à identificação criminal. Ao contrário, haverá desrespeito à garantia constitucional que poderá ser sanado por meio de Habeas Corpus, uma vez que a pessoa sofrerá violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.
INDICIAMENTO: Atribuir a alguém a autoria de determinadas infração penal. O indiciamento possui um pressuposto inafastável, qual seja, o indicio de autoria. O indicio é uma prova de menor valor persuasivo, não é necessário a certeza, apenas uma sinalização.
Requisitos do indiciamento: prova da materialidade e indícios de autoria. 
Espécies: indiciamento direto: ocorre quando o indiciado está presente.
 Indiciamento indireto: ocorre quando o indiciado não está presente.
INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO/INQUERIDO PRESO: O artigo 21 do CPP/41, contempla a possibilidade da incomunicabilidade do preso durante o inquérito policial, por conveniência da investigação ou quando o interesse da sociedade o exigisse, por deliberação judicial, por até 3 dias. Ocorre que, este artigo, em face do artigo 136, § 3º, IV da CF/88, que não admite a incomunicabilidade até mesmo durante o estado de defesa, não foi recepcionado pela Carta Magna.
O mencionado instituto visa impedir que o investigado preso obtenha auxilio de terceiros, que com ele mantenham contato, no intuito de apagar provas, instituir testemunhas, etc.
OBS: O advogado jamais pode ser proibido de ter contato com o preso, conforme ensina o artigo 7º, III do Estatuto da OAB.
PRAZOS ESPECIAIS PARA CONCLUSÃO DO INQUERITO POLICIAL: 
	
	PRESO
	SOLTO
	REGRA GERAL DO CODIGO PROCESSO PENAL
	10 DIAS
IMPRORROGAVEL
	30 DIAS
PRORROGAVEL
	LEI DE DROGAS
11343/2006
	30 DIAS 
DUPLICAVEL 
	90 DIAS
DUPLICAVEL 
	CODIGO PROCESSO PENAL MILITAR
	20 DIAS
	40 DIAS
	JUSTIÇA FEDERAL
	15 DIAS
DUPLICAVEL
	30 DIAS
DUPLICAVEL
	CRIME CONTRA A ECONOMIA POPULAR
	10 DIAS
	10 DIAS
CONCLUSÃO DO INQUERITO POLICIAL: O inquérito policial é concluído pelo relatório da autoridade policial, e tem apenas uma função e um significado, nota-se, relatar. Neste caminho, a autoridade policial não deve realizar um juízo de valor, uma vez que o titular da ação penal, em regra, é o MP na ação penal pública incondicionada e o querelante na ação penal privada, No entanto, temos uma exceção, é o caso da lei de drogas.
Deve se atentar para o advento da lei 12830/2006, que dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia se vale do referido comando normativo para aplicação do princípio da insignificância. Já do outro, visa-se por oportuno, que não há decisões firmadas a respeito do tema, assim salvo melhor juízo, somente o magistrado poderá aplicar o mencionado princípio, uma vez que, em regra, o princípio da insignificância, para ser aplicado deve-se instruir a ação penal. 
REMESSA: Conclusão do inquérito poder judiciário Vista ao MP
VISTA AO MINISTERIO PUBLICO: Quando o relatório chega as mãos do juiz, ele o encaminhará ao MP para vistas. Tendo 5 possibilidades:
 Primeira possibilidade oferecimento da denúncia;
 Segunda possibilidade fazer uma promoção de arquivamento;
 Terceira possibilidade requerimento de diligências;
 Quarta possibilidade alegar incompetência do juízo e remessa dos autos ao juízo competente;
 Quinta possibilidade suscitar conflito de atribuição.
REQUERIMENTO DE DILIGENCIAS: Só serão cabíveis se forem indispensáveis ao oferecimento da peça acusatória, pois se forem protelatórias o juiz não é obrigado a deferir. Essas diligencias são requeridas pela autoridade policial ou pelo MP.
OBS: Suponhamos que o MP venha requerer diligencias ao juiz e ele nega, nesse caso o MP pode ingressar com o recurso de correção parcial.
ARQUIVAMENTO DO INQUERITO: Quem arquiva o inquérito policial é o juiz, trata-se de uma decisão judicial, mediante o requerimento do representante do MP. O delegado de polícia não possui atribuição para arquivar os autos de inquérito policial. Uma vez instaurado o procedimento, a autoridade policial deverá executar atos de oficio no sentido de elucidação do fato, até o seu relatório final.
PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO DECISÃO JUDICIAL ARQUIVAMENTO
FUNDAMENTOS/CASOS DE ARQUIVAMENTO DO INQUERITO POLICIAL: Se tais fundamentos forem baseados na coisa julgada formal, estes poderão voltar a vir à tona. Em contrapartida, se forem baseadas na coisa julgada material, não voltarão a ser discutidas.
 Falta de elementos de informação ou elementos probatórios;
 Atipicidade formal ou material de conduta delituosa;
 Excludentes da ilicitude ou da culpabilidade;
 Presença de uma causa extintiva de punibilidade.
DESARQUIVAMENTO E SURGIMENTO DE PROVAS NOVAS: Havendo notícia de provas novas é possível o desarquivamento do inquérito policial mediante de requerimento do MP. É correto afirmar, que emergindo provas novas, nota-se, aquelas capazes de produzir uma alteração do contesto probatório, será possível o oferecimento da denúncia. 
RECURSOS CABIVEIS NAS HIPOTESES DE ARQUIVAMENTO DO INQUERITO POLICIAL:
Em regra não cabe recurso. Porém, existe 3 exceções:
 lei 1521/51, artigo 7º;
 Contravenção penal;
 Correção parcial.
TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL: É uma medida de natureza excepcional, somente sendo possível emduas hipóteses, citadas pela jurisprudência:
 Manifesta atipicidade formal ou material da conduta investigada;
 Quando já estiver extinta a punibilidade.
Para trancamento do inquérito policial, o instrumento utilizado é o Habeas Corpus, desde que o delito tem a pena privativa de liberdade.
POR: ANA KAROLLINA MILANI – 7º PERIODO DE DIREITO UNIFAMINAS/ MURIAÉ-MG

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