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DA Pt. IV Estrutura da Adm 12 Entidades da Adm indir

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Entidades da Administração Pública indireta 
__________________________________________________________________________________
1 Administração indireta. 2 Autarquias. 3 Empresas estatais.
__________________________________________________________________________________
1 Administração indireta
O critério adotado pela Constituição e especialmente pela legislação para definir a Administração Pública indireta é eminentemente subjetivo, e não objetivo: isto é, considera apenas se a pessoa está ou não, de alguma maneira, vinculada à Administração direta do Estado (administração pública em sentido subjetivo), e não se a atividade que presta é, ou não, atividade administrativa (administração pública em sentido objetivo).
Este critério inclui, destarte, entidades que, a rigor, não deveriam ser consideradas como integrantes da Administração indireta (como por exemplo as empresas estatais que exploram atividade econômica), e exclui outras que o deveriam (como por exemplo as empresas privadas que prestam serviços públicos mediante concessão de serviço público).�
2 Autarquia
Conforme mencionam vários publicistas, o vocábulo “autarquia” (que significa “poder próprio”) se originou na Itália para designar os municípios e a autonomia de que desfrutavam. A Itália era um Estado unitário, e os municípios eram considerados autarquias territoriais, com autonomia administrativa geral.�
O Dec.-lei 200/67 procura conceituar autarquia:
Art. 5º. Para os fins desta lei, considera-se:
I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
Porque instituídas para desenvolvimento de função ou atividade própria (típica) do Estado, as autarquias são pessoas jurídicas de direito público com capacidade de autoadministração. É importante identificar o que é causa (desempenho de atividade típica ou própria de Estado), do que é consequência (ser criada por lei e ostentar personalidade jurídica de direito público, com os demais consectários que daí advenham).
A rigor, cada autarquia tem um regime próprio de atuação frente a pessoa política que a institui. Não obstante, é possível identificar algumas características gerais, que formam o que se poderia chamar de “regime geral das autarquias”.
2.1 Características gerais
São características gerais das autarquias:
(i) Criação e extinção somente por lei específica (CR, art. 37, XIX).� 
Como a imensa maior parte das autarquias são vinculadas ao Poder Executivo, será dele a competência iniciativa do respectivo projeto de lei destinado a cria-las (CR, art. 37, XIX c/c art. 61, § 1º, “e”).
(ii) Da criação das autarquias por lei decorre que elas terão sempre personalidade jurídica de direito público, com submissão integral às normas do regime jurídico administrativo. 
Os seus servidores devem obedecer ao mesmo regime jurídico de pessoal que a pessoa política que as instituiu (em regra, regime estatutário). O Supremo Tribunal Federal suspendeu liminarmente a aplicação do art. 39 da Constituição com a redação que lhe dera a Emenda Constitucional 19/98 (ADI 2.135/DF, rel. Min. Ellen Gracie), restabelecendo, assim, a obrigatoriedade do regime jurídico único para os servidores da Administração direta e autárquica. O regime jurídico único de pessoal tanto pode ser o estatutário como o celetista. Diante disso, Estados e Municípios poderão adotar regime celetista, desde que seja o único regime adotado, ocasião em que os servidores de suas autarquias também serão regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho.�
Os seus bens são bens públicos – do que decorrem os predicados da imprescritibilidade, isto é, não são bens suscetíveis de usucapião (CR, artigos 183, § 3º e 191, par. único); da impenhorabilidade, incluindo a impossibilidade de arresto e sequestro e de oneração por hipoteca, penhor etc. (CR, art. 100); e ainda da relativa inalienabilidade ou alienabilidade condicionada (Lei 8.666/93, art. 17).
Os seus atos são atos administrativos – do que decorrem os mesmos atributos dos atos administrativos, como a presunção de legitimidade e de veracidade, a tipicidade, a imperatividade, a exigibilidade e a auto-executoriedade. 
Os seus contratos são contratos administrativos – do que decorrem a mesmas sujeições da pessoa política que as criou, como o dever de licitar, e ainda as mesmas prerrogativas, como a possibilidade de determinar a rescisão ou a modificação unilateral das obrigações contratuais (Lei 8.666/93, artigos 65, et al). 
A sua responsabilidade é objetiva – e, ademais, independente: o Estado responderá subsidiariamente, isto é, somente depois de esgotados os seus recursos (CR, art. 37, § 6º).
Desfrutam de privilégios tributários: imunidade de impostos relacionados a sua finalidade específica (CR, art. 150, VI, “a”).
Desfrutam ainda de privilégios processuais: possuem foro privilegiado, embora esta regra seja excepcionada para o Instituto Nacional de Seguridade Social em alguns casos (CR, art. 109, I, § 3º); prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer e em geral para falar nos atos (CPC, art. 188); não se sujeitam aos efeitos da revelia (CPC, art. 320, II); as decisões que lhes são contrárias se sujeitam às regras de reexame necessário (CPC, art. 475);� as pretensões condenatórias contra elas dirigidas se sujeitam a prazo de prescrição diferenciado (Dec.-lei 20.910/3, art. 1º); seus débitos são pagos por regime de precatório, inclusive com fila própria (CR, art. 100); a execução contra elas se faz segundo rito que contra as pessoas políticas (CPC, artigos 730 e 731); os seus créditos são inscritos em dívida ativa e são executados segundo o rito da Lei 6.380/80, etc.
Por fim, sujeitam-se às regras de contabilidade pública (Lei 4.320/64) e de responsabilidade fiscal (LC 101/01).
(iii) Da circunstância de cada autarquia ser criada por lei específica decorre a peculiaridade de regime frente a pessoa política que a instituiu. 
Entretanto, por variável que seja este regime, as autarquias são criadas para atender a fins especializados, típicos de Estado, sob regime jurídico de direito público – do que decorre que a lei que as cria lhes atribua a titularidade da função que devem exercer. Daí decorre um campo autonômico próprio de atuação (ausência da relação de hierarquia). As autarquias têm autonomia: 
(a) administrativa, quanto à execução das competências próprias (algumas vinculadas, outras discricionárias) para realização dos fins que a lei lhes atribui;
(b) técnica, quanto à definição dos melhores procedimentos operacionais e tecnológicos pelos quais estes fins serão realizados;
(c) financeira, quanto aos recursos que terão a sua disposição para realização das competências administrativas e técnicas.�
O fato de desfrutarem de certa autonomia não significa que as autarquias fiquem exime de qualquer controle. Cada autarquia se vincula ao Ministério da sua área de atuação; por exemplo, o Instituto Nacional de Previdência Social está vinculado ao Ministério da Previdência Social, as Universidades Federais estão vinculadas ao Ministério da Educação, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está vinculada ao Ministério dos Transportes, etc. Assim, este controle ou tutela é exercido principalmente pela própria Administração direta, através da supervisão ministerial, que garante: a) controle político (através da nomeação e exoneração do dirigente, cujo cargo é em comissão); b) controle de finalidade; c) controle financeiro (CR, artigos 48 a 50 e Dec.-lei 200/67, artigos 19 e 26).� 
O controle pode ser exercido ainda pelo Poder Legislativo, inclusive com auxílio do Tribunal de Contas (CR, art. 71 et seq.) e mediante instituição de comissões parlamentares de inquérito; e também, de maneira a mais ampla possível, pelo Poder Judiciário (CR, art. 5º, XXXV).
2.2 Classificações
Dentre outros, épossível classificar as autarquias com base em diferentes critérios, sendo os principais aqueles que consideram a pessoa que as criou, o seu grau de capacidade administrativa e o tipo de função que exercem.
Quanto à pessoa que as criou, as autarquias se classificam em:
(a) federais: criadas por lei federal, como por exemplo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o Instituto Brasileiro de Meio ambiente (IBAMA), a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), o Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO), etc.;
(b) estaduais: criadas por lei estadual, como por exemplo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) etc.;
(c) municipais: criadas por lei municipal, como por exemplo a antiga Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Pato Branco;
(d) associativas: formadas por consórcios públicos celebrados entre duas ou mais entidades federativas (Lei 11.107/05).�
 Quanto à capacidade administrativa, as autarquias se classificam em: 
(a) institucionais ou funcionais: dotadas de capacidade administrativa específica, como por exemplo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o Instituto Brasileiro de Meio ambiente (IBAMA), a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), o Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO), etc.;
(b) territoriais ou geográficas: dotadas de capacidade administrativa genérica, caso dos territórios e distritos, como por exemplo os distritos municipais (em Pato Branco, o distrito de São Roque do Chopim) ou estaduais (em Pernambuco, Fernando de Noronha).
Quanto à função que exercem:
(a) ordenadoras e controladoras: desenvolvem atividade de regulação e/ou fiscalização de outras atividades, dentre as quais:
a) serviços públicos, como por exemplo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), quanto aos serviços de telecomunicações; a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) quanto aos de energia elétrica; a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), quanto aos de transportes aéreos, etc.;�
b) atividades econômicas, como por exemplo a Agência Nacional de Petróleo (ANP) quanto às atividades de exploração, transporte, distribuição, comércio, etc., de petróleo; a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quanto a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; a organização, o funcionamento e as operações das bolsas de valores; a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; a auditoria das companhias abertas; os serviços de consultor e analista de valores mobiliários (Lei 6.385/76, art. 1º);
c) serviços públicos impróprios, como por exemplo a Agência Nacional de Saúde (ANS);�
d) uso de bens públicos, como por exemplo a Agência Nacional de Águas (ANA), a Departamento Nacional de Transporte Terrestre (DNITT);
(b) prestadoras de serviços sociais: as que prestam diretamente um serviço dessa ordem, como por exemplo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a Universidades Federais, as Universidades Tecnológicas Federais, os Institutos Federais de ensino, etc.
(c) assistência ao desenvolvimento: desenvolvem atividades que visam reduzir desigualdades sociais e regionais (CR, art. 3º), como por exemplo as antigas Agência de Desenvolvimento do Amazonas (ADA), atual Superintendência de Desenvolvimento do Amazonas (SUDAM), a antiga Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE), atual Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), a Superintendência de Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), etc.;
(d) coorporativas: desenvolvem atividade de registro e fiscalização de atividade profissional, como os conselhos de categorias profissionais, como o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (CONFEA) e os Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (CREAs), etc. 
(e) administrativas: com caráter residual, abrangendo as demais autarquias, inclusive agências executivas, que não se inserem na classificação acima, como por exemplo o Instituto Brasileiro de Meio ambiente (IBAMA), o Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO), o Banco Central do Brasil (BACEN), etc.
2.3 Autarquias de regime especial e peculiaridades do regime
Em que pese o regime das autarquias possa ser variável – especialmente quanto ao binômio autonomia/controle – algumas delas merecem menção ou porque seu regime se distingue especialmente, ou por que tem algum aspecto ainda não bem resolvido.
Universidades
Não obstante se acharem vinculadas ao Ministério (ou Secretaria) da Educação, as Universidades (federais, estaduais ou distritais) sempre tiveram características especiais relacionadas a sua autonomia, tais sejam:
(a) investidura de seus dirigentes mediante escolha feita em regra pela comunidade científica (e não unilateralmente pelo Chefe do Poder Executivo, como ordinariamente ocorre) e com por prazo fixo.
Há muitos anos o Supremo Tribunal Federal sumulou entendimento de que a nomeação para período determinado não impedia a livre exoneração, pelo Presidente da República.� Entretanto, especialmente para as Universidades, o mesmo Supremo Tribunal Federal sumulara entendimento contrário, dizendo que o prazo de investidura devia ser observado.�
(b) ausência de controle de atividade-fim (ensino e pesquisa), em favor da liberdade de pensamento (CR, artigos 206, II e 207).
Agências reguladoras
Do muito que se disse das agências reguladoras quando de sua introdução no Direito brasileiro, muitas destas características especiais são foram novidade, e outras tantas além foram malogradas. 
Algumas destas características se relacionam com a autonomia, a saber:
(a) a forma de nomeação dos dirigentes: 
A nomeação dos dirigentes das agências reguladoras não é livre pelo Presidente da República, pois depende de aprovação do Senado Federal (CR, artigos 53, III, “f” e 84, XIV); a exoneração também não é livre, pois tem prazo certo, fixado na lei da agência. Em regra, o Diretor-geral de agência reguladora só perde o cargo: por renúncia; por sentença penal condenatória transitada em julgado; e por processo disciplinar que acarrete pena grave (Lei 9.986/00, art. 9º).� Na ADI 1.668/DF (contra Lei 9.472/97, da ANATEL) discute-se a constitucionalidade das normas das leis de Agências que consagram a investidura por prazo fixo (a medida cautelar foi negada e o mérito ainda não foi julgado).
Quanto ao prazo do mandato, a doutrina crítica entende que, na pior das hipóteses, o prazo fixo jamais poderá ultrapassar o período de mandato do Chefe do Poder Executivo, sob pena de ofensa ao princípio democrático.
O ex-dirigente de agência reguladora tem direito à “quarentena”, recebendo remuneração inerente ao cargo por mais 4 ou 12 meses, conforme a lei específica de cada agência (Lei 9.986/00, art. 8º).�
Outras características se relacionam com seu regime jurídico:
(b) a tentativa de outorgar um regime de pessoal privado: 
A Lei 9.986/00 previa inicialmente o regime celetista de pessoal para todas as agências (art. 1º).� Mas na ADI 2.310-1/DF o Supremo Tribunal Federal expediu medida cautelar suspendendo eficácia deste dispositivo. Posteriormente, a Lei 10.871/04 (art. 37) revogou o art. 1º. Com isto o regime de pessoal das agências reguladoras voltou a ser definitivamente estatutário.
(c) a tentativa de flexibilizar o regime de licitações: 
A Lei 9.472/97 (Lei Geral de Telecomunicações) previu a licitação nas modalidades de consulta e pregão, autorizando o Conselho Diretor da agência a aprovar normas próprias de licitação e contratação (artigos 54, parágrafo único, 55 e 22, II).�
Além disso, ensejava o entendimento de que a licitação somente seria exigida para obras e serviços de engenharia (artigos 54 e 59).�
Tais dispositivos eram inconstitucionais na medida em que afrontavam o art. 22, XXVII, segundo o qual a lei deve estabelecer normas gerais, em todas as modalidadesde licitação, para todas as entidades da Administração Pública direta e indireta de União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
No entanto, na ADI 1.668/DF o Supremo Tribunal Federal deferiu, em parte, o pedido de medida cautelar, para: dar ao art. 22, II, interpretação conforme à Constituição sem redução de texto, com o objetivo de fixar a exegese segundo a qual a competência do Conselho Diretor fica submetida às normas gerais e específicas de licitação e contratação previstas nas respectivas leis de regência (vencido o Min. Moreira Alves, que o indeferia); e dar ao art. 59 interpretação conforme à Constituição, com o objetivo de fixar a exegese segundo a qual a contratação há de reger-se pela Lei 8.666/93, ou seja, considerando-se, como regra a ser observada, o processo licitatório (vencidos os Ministros Carlos Velloso, Octávio Gallotti, Sydney Sanches e Moreira Alves, que o indeferiam) – embora indeferindo a medida cautelar contra o parágrafo único do art. 54 e ao art. 55.
Mais tarde, sobreveio a Lei 10.520/02 e disciplinou o pregão, estendendo-o à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, o que sanou parcialmente a inconstitucionalidade – inclusive quanto à possibilidade de a agência regulamentar o pregão por ato regulamentar próprio (Lei 9.472/97, art. 55).
A Lei 9.478/97 (Lei da ANP) tem disposição semelhante (art. 67) atribuindo ao Presidente a competência para estabelecer o procedimento simplificado para contratações de bens e serviços (CF, art. 173, § 1º, III).�
Conselhos profissionais (autarquias coorporativas)
Houve aqui uma peculiaridade, e uma malograda tentativa de mudança quanto aos seguintes aspectos:
(a) personalidade jurídica:
A Lei 9.649/98 tentou imprimir aos Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas personalidade jurídica de direito privado:
	
	Art. 58. Os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas serão exercidos em caráter privado, por delegação do poder público, mediante autorização legislativa. 
	§ 1º. A organização, a estrutura e o funcionamento dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas serão disciplinados mediante decisão do plenário do conselho federal da respectiva profissão, garantindo-se que na composição deste estejam representados todos seus conselhos regionais. 
	§ 2º. Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, dotados de personalidade jurídica de direito privado, não manterão com os órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. 
	§ 3º. Os empregados dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro da Administração Pública direta ou indireta.
	§ 4º. Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são autorizados a fixar, cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pessoas físicas e jurídicas, bem como preços de serviços e multas, que constituirão receitas próprias, considerando-se título executivo extrajudicial a certidão relativa aos créditos decorrentes. 
	§ 5º. O controle das atividades financeiras e administrativas dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas será realizado pelos seus órgãos internos, devendo os conselhos regionais prestar contas, anualmente, ao conselho federal da respectiva profissão, e estes aos conselhos regionais. 
	§ 6º. Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, por constituírem serviço público, gozam de imunidade tributária total em relação aos seus bens, rendas e serviços. 
	§ 7º. Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas promoverão, até 30 de junho de 1998, a adaptação de seus estatutos e regimentos ao estabelecido neste artigo. 
	§ 8º. Compete à Justiça Federal a apreciação das controvérsias que envolvam os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, quando no exercício dos serviços a eles delegados, conforme disposto no caput.
	§ 9º. O disposto neste artigo não se aplica à entidade de que trata a Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994.
No entanto, na ADI 1.717-6/DF, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os Conselhos têm como função principal a atividade de polícia, a qual não pode ser transferida à iniciativa privada, de modo que Conselhos inequivocamente têm natureza autárquica. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 58 E SEUS PARÁGRAFOS DA LEI FEDERAL Nº 9649, DE 27.05.1998, QUE TRATAM DOS SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO DE PROFISSÕES REGULAMENTADAS.
- Quanto ao mais, porém, as considerações da inicial e do aditamento de fls. 123/125 levam ao reconhecimento da plausibilidade jurídica da ação, satisfeito, assim, o primeiro requisito para a concessão da medida cautelar ("fumus boni iuris").
- Com efeito, não parece possível, a um primeiro exame, em face do ordenamento constitucional, mediante a interpretação conjugada dos artigos 5º, XIII, 22, XVI, 021, XXIV, 70, parágrafo único, 149 e 175 da CF, a delegação, a uma entidade privada, de atividade típica de Estado, que abrange até poder de polícia, de tributar e de punir, no que tange ao exercício de atividades profissionais. Precedente: MS n. 22643.
- Também está presente o requisito do "periculum in mora", pois a ruptura do sistema atual e a implantação do novo, trazido pela Lei impugnada, pode acarretar graves transtornos à Administração Pública e ao próprio exercício das profissões regulamentadas, em face do ordenamento constitucional em vigor.
- Ação prejudicada, quanto ao parágrafo 3º do art. 58 da Lei 9.649, de 27.05.1998. 
- Medida Cautelar deferida, por maioria de votos, para suspensão da eficácia do "caput" e demais parágrafos do mesmo artigo, até o julgamento final da Ação.
(STF, ADI 1717-MC, Pleno, rel. Min. SYDNEY SANCHES, j. 22/09/1999, DJ 25-02-2000)
Além de os Conselhos exercerem típica atividade de polícia, as contribuições dos profissionais da categoria têm natureza tributária (CR, art. 149) e, quando não pagas, são inscritas em dívida ativa e se sujeitam a processo de execução especial da Lei 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal). Tais entidades também se sujeitam a controle pelo Tribunal de Contas e à obrigatoriedade de concurso público.�
(b) desvinculação à Administração indireta:
Apesar disso, as autarquias corporativas não integram a Administração indireta – o que revela talvez o seu único traço peculiar, justificando talvez a sua inclusão entre as entidades do chamado terceiro setor.�
(c) privatização do regime de pessoal:
Este aspecto de seu regime ainda se acha um tanto obscuro. Por um lado, no julgamento da ADI 1.717-6/DF, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a análise do pedido de declaração de inconstitucionalidade do § 3º do art. 58 (que instituía o regime celetista de pessoal) estava prejudicado tendo em vista que a Lei 9.649/98 (que é de maio de 1998) foi contrastada com o art. 39 da Constituição em sua redação originária (que previa a obrigatoriedade de regime jurídico único de pessoal para a Administração direta e autárquica), e, quando do julgamento (inclusive da medica cautelar na ação direta de inconstitucionalidade) vigorava o art. 39 já com a redação alterada pela Emenda Constitucional 19/98 (que é de junho de 1998). Em princípio, portanto, ficou aberta a possibilidade do pessoal dos conselhos profissionais se submeterem a regime celetista. 
Entretanto, mais tarde, o mesmo Supremo Tribunal Federal pronunciou a inconstitucionalidade do art. 39, com a redação que lhe dera a Emenda Constitucional 19/98, para o fim de determinar que a obrigatoriedade do regime jurídico único em princípio persiste (ADI 2.135 MC/DF).
Embora não haja mais ação específica contrastando o § 3º do art. 58 da Lei 9.649/98, obviamente que este dispositivo é inconstitucional em face do entendimento que foi esposado em sede de medica cautelar naquela ação direta de inconstitucionalidade, donde se conclua que o regime de pessoal das autarquias corporativas continuesendo o estatutário.
 
Ordem dos Advogados do Brasil
Não obstante a Ordem dos Advogados do Brasil também constitua em órgão de fiscalização de categoria, o Supremo Tribunal Federal adotou entendimento diferente. Ou seja, a Ordem dos Advogados: 
(a) não faz parte da Administração Pública indireta e não está vinculada a nenhum Ministério (Ministério da Justiça);
(b) o regime de pessoal é celetista, com contratação sem concurso público;
(c) as contribuições dos profissionais da categoria não têm natureza tributária, razão pela qual os créditos decorrentes de anuidades não pagas não são inscritos em dívida ativa e nem se sujeitam ao processo de execução especial da L 6830/80, e sim à sistemática do CPC;
(d) não se sujeitam à Lei 4.320/64 (Código de Contabilidade Pública) e à Lei Complementar 101/01 (Lei de Responsabilidade Fiscal), e nem a controle do Tribunal de Contas.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 
1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 
2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 
4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 
5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. 
6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 
7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 
8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 
9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 
10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 
11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 
12. Julgo improcedente o pedido.
(STF, ADI 3026, Pleno, rel. Min. EROS GRAU, j. 08/06/2006, DJ 29-09-2006)
3 Empresas estatais
Empresas estatais que exploram atividades econômicas: só em caso de risco à segurança nacional ou de relevante interesse coletivo.
O caso de risco à segurança nacional está diretamente relacionado ao valor fundamental, em Direito internacional, da existência e coexistência dos Estados (no caso, sobretudo pelo primeiro). Cf.: Justen Filho, sobre o conceito de “segurança nacional”; Mazzuoli, sobre os direitos fundamentais dos Estados e seu valor supremo (a existência, tal como a dignidade humana o é para os direitos fundamentais dos indivíduos, no âmbito interno).
MATERIAL INCOMPLETO
Obs.: Assim como a Caixa Econômica Federal, a Casa da Moeda do Brasil também foi inicialmente criada na forma de autarquia, sendo ao depois autorizada a ser constituída na forma de empresa pública.
No caso da Casa da Moeda do Brasil, a Lei 5.895/73 autorizou esta transformação.�
Casa da Moeda do Brasil: Art. 150, VI, a, da CF e ISS. O Tribunal iniciou julgamento de agravo regimental interposto contra decisão que indeferira pedido de tutela antecipada formulado em ação cível originária na qual a Casa da Moeda do Brasil pretende ver afastada a exigibilidade, pelo Município do Rio de Janeiro, do Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza - ISSQN e das sanções decorrentes do não-pagamento do tributo. Alega a autora a imunidade tributária de serviços por ela prestados, a teor do artigo 150, VI, a, da CF, quer pela condição de empresa pública da União, quer pela natureza pública desses serviços. O Min. Marco Aurélio, relator, negou provimento ao recurso. Asseverou que a inspiração para a propositura da ação estaria nos precedentes do Tribunal sobre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT, mais precisamente no fato de essa pessoa jurídica de direito privado estar alcançada pela imunidade própria aos entes públicos. Entendeu, entretanto, inexistir verossimilhança, haja vista que a Casa da Moeda constitui empresa pública, pessoa jurídica de direito privado, descabendo separar função que se mostre estritamente pública, como a emissão do papel-moeda, de outras previstas no estatuto. Considerou que, não bastasse a problemática de haver o envolvimento de pessoa jurídica de direito privado, e não público, seria impossível dizer-se, ao menos na fase de tutela antecipada, que ela não seria contribuinte quanto a tudo aquilo que alcance o gênero serviço público, sendo-o no que tange às demais atividades. Após, pediu vista dos autos o Min. Eros Grau. (STF, ACO 1342 AgR/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, 20.8.2009, Inf. 556)
Casa da Moeda do Brasil (CMB). Empresa governamental delegatária de serviços públicos. Emissão de papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas telefônicas e impressão de selos postais. Regime constitucional de monopólio (CF, art. 21, VII). Outorga de delegação à CMB, mediante lei, que não descaracteriza a estatalidade do serviço público, notadamente quando constitucionalmente monopolizado pela pessoa política (a União Federal, no caso) que é dele titular. A delegação da execução de serviço público, mediante outorga legal, não implica alteração do regime jurídico de direito público, inclusive o de direito tributário, que incide sobre referida atividade. Consequente extensão, a essa empresa pública, em matéria de impostos, da proteção constitucional fundada na garantia da imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a). O alto significado político-jurídico dessa prerrogativa constitucional, que traduz uma das projeções concretizadoras do princípio da Federação. Imunidade tributária da Casa da Moeda do Brasil, em face do ISS, quanto às atividades executadas no desempenho do encargo, que, a ela outorgado mediante delegação, foi deferido, constitucionalmente, à União Federal. Doutrina (Regina Helena Costa, inter alios). Precedentes. Recurso extraordinárioimprovido.
(STF, RE 610517/RJ, rel. Min. CELSO DE MELLO, j. 03/06/2013, DJe 17.6.2013)
� 	Cf. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, p.
� 	Cf. MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno, p. 72; DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, p. 
� 	São inconstitucionais as normas da Lei 8.029/90 que autorizaram a União a criar e a extinguir autarquias (art. 1º, I), inclusive o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que, com base nesta lei (art. 17), houve por ser instituído pelo Decreto 99.350/90 (art. 1º).
� 	Medauar assinala opinião um pouco diversa, incluindo possibilidade de dualidade de regime de pessoal na autarquia: “Na Administração de Estados e Municípios que não instituíram regime jurídico único nestes termos [isto é, estatutário], pode haver nas autarquias um quadro de servidores estatutários, sem impedimento de haver empregados contratados pela CLT. Além desses, é possível encontrar servidores contratados por contrato inominado e servidores contratados por prazo determinado, nos termos do inc. IX do art. 37” (MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno, p. 74/75).
� 	O entendimento consolidado no verbete 620/STF (“A sentença proferida contra autarquias não está sujeita a reexame necessário, salvo quando sucumbente em execução de dívida ativa”) não mais prevalece.
� 	As autarquias tanto podem arrecadar recursos próprios quanto poderão receber estes recursos diretamente da pessoa política que as institui (CR, art. 165, § 5º, I). Cf. BANDEIRA DE MELLO.
� 	Há variação no grau de controle, excepcionalmente podendo haver até recurso administrativo da decisão final da autarquia (chamado recurso administrativo impróprio) para a Administração direta. Cf.: JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo, p. 163; BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de Direito Administrativo, p.
� 	Na ACO 503/RS, o Supremo Tribunal Federal julgou “injurídica” criação do antigo Banco Regional de Desenvolvimento Econômico e Social (BRDES), autarquia interestadual de interesse comum de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Inf. 247/STF).
� 	A Constituição declara alguns serviços públicos como federais (art. 21, X, XI, XII), um serviço público estadual (art. 25, § 2º), e ainda um serviço público municipal (art. 30, V)
� 	Normalmente, a publicatio (isto é, a declaração, pela lei, de que um dado serviço é havido como público) tem o predicado de retirá-lo do mercado, de maneira que não mais é dado aos particulares prestá-lo, a menos que obtenham algum título jurídico que os habilite a tanto (concessão ou permissão de serviço público). Alguns serviços – exatamente os serviços públicos impróprios – a Administração os presta, sem que seja vedado aos particulares prestá-los concorrentemente – como, por exemplo, os serviços de saúde.
� 	Súm. 25/STF – Nomeação a Termo de Ocupante de Cargo Dirigente de Autarquia – Livre Demissão pelo Presidente da República – Impedimento. A nomeação a termo não impede a livre demissão, pelo Presidente da República, de ocupante de cargo dirigente de autarquia.
� 	Súm. 47/STF – Demissão de Reitor de Universidade pelo Presidente da República – Prazo de Investidura. Reitor de universidade não é livremente demissível pelo Presidente da República durante o prazo de sua investidura.
� 	Esta é a lei que dispõe em termos gerais sobre a gestão de recursos humanos das agências reguladoras. O próprio parágrafo único do art. 9º ressalva: “A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato.”
� 	Art. 8º. O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato.
� 	Art. 1º. As Agências Reguladoras terão suas relações de trabalho regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, em regime de emprego público.
� 	Art. 54. A contratação de obras e serviços de engenharia civil está sujeita ao procedimento das licitações previsto em lei geral para a Administração Pública. 
	Parágrafo único. Para os casos não previstos no caput, a Agência poderá utilizar procedimentos próprios de contratação, nas modalidades de consulta e pregão.
	Art. 55. A consulta e o pregão serão disciplinados pela Agência, (…).
	Art. 22. Compete ao Conselho Diretor: II – aprovar normas próprias de licitação e contratação;
� 	 Art. 59. A Agência poderá utilizar, mediante contrato, técnicos ou empresas especializadas, inclusive consultores independentes e auditores externos, para executar atividades de sua competência, vedada a contratação para as atividades de fiscalização, salvo para as correspondentes atividades de apoio.
� 	Art. 67. Os contratos celebrados pela PETROBRÁS, para aquisição de bens e serviços, serão precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser definido em decreto do Presidente da República.
� 	O seguinte julgado sintetiza todas as conclusões: ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. ART. 37, II, DA CF. NATUREZA JURÍDICA. AUTARQUIA. FISCALIZAÇÃO. ATIVIDADE TÍPICA DE ESTADO. 1. Os conselhos de fiscalização profissional, posto autarquias criadas por lei e ostentando personalidade jurídica de direito público, exercendo atividade tipicamente pública, qual seja, a fiscalização do exercício profissional, submetem-se às regras encartadas no artigo 37, inciso II, da CB/88, quando da contratação de servidores. 2. Os conselhos de fiscalização profissional têm natureza jurídica de autarquias, consoante decidido no MS 22.643, ocasião na qual restou consignado que: (i) estas entidades são criadas por lei, tendo personalidade jurídica de direito público com autonomia administrativa e financeira; (ii) exercem a atividade de fiscalização de exercício profissional que, como decorre do disposto nos artigos 5º, XIII, 21, XXIV, é atividade tipicamente pública; (iii) têm o dever de prestar contas ao Tribunal de Contas da União. 3. A fiscalização das profissões, por se tratar de uma atividade típica de Estado, que abrange o poder de polícia, de tributar e de punir, não pode ser delegada (ADI 1.717), excetuando-se a Ordem dos Advogados do Brasil (ADI 3.026). 4. In casu, o acórdão recorrido assentou: EMENTA: REMESSA OFICIAL EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONSELHO PROFISSIONAL. NÃO ADSTRIÇÃO À EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO, PREVISTA NO ART. 37, II, DA CF. PROVIMENTO. I – Os conselhos profissionais, não obstante possuírem natureza jurídica autárquica conferida por lei, estão, no campo doutrinário, classificados como autarquias corporativas, não integrando a Administração Pública, mas apenas com esta colaborando para o exercício da atividade de polícia das profissões. Conclusão em que se aporta por carecerem aqueles do exercício de atividade tipicamente estatal, o que lhe acarreta supervisão ministral mitigada (art. 1º, Decreto-lei 968/69), e de serem mantidas sem percepção de dotações inscritas no orçamento da União. II – Aos entes autárquicos corporativos não são aplicáveis o art. 37, II, da Lei Maior, encargo exclusivo das autarquias integrantes da estrutura administrativa do estado, únicas qualificáveis como longa manus deste. III – Remessa oficial provida. Pedido julgado improcedente. 5. Recurso Extraordinário a que se dá provimento.
(STF, RE 539.224, 1ª T., rel. Min. LUIZ FUX, j. 22/05/2012, DJe 18-06-2012)
� 	Muitos autores as incluem entre as entidades paraestatais, chamando-as de “autarquias para-administrativas”. Cf. MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno, p. 98.
� Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a transformar a autarquia Casa da Moeda em empresa pública, sob a denominação de "Casa da Moeda do Brasil," dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculadaao Ministério da Fazenda.
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