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Dossie de tombamento rua pouso alegre 404

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
 
BARBARA IGLESIAS 
INGRID GIANCOTTI 
RAYANE NEVES 
REBECA TAVARES 
THAIS FERNANDES 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO FINAL DE HISTORIA DA ARQUITETURA E DA CIDADE: 
5ª Etapa - Dossiê de Tombamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2016 
 
 
 
Barbara Iglesias 
Ingrid Giancotti 
Rayane Neves 
Rebeca Tavares 
Thais Fernandes 
 
 
 
 
TRABALHO FINAL DE HISTORIA DA ARQUITETURA E DA CIDADE: 
5ª Etapa - Dossiê de Tombamento 
 
 
 
 
 
 
Analise apresentada como requisito de avaliação 
 do Curso de Arquitetura e Urbanismo da 
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. 
 
Orientador: Monica Eustáquio Fonseca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2016 
DOSSIE DE TOMBAMENTO: RUA POUSO ALEGRE, 404 – BAIRRO FLORESTA 
 
1- Considerações Inicial sobre a Área 1 
 
A área e constituída pela Praça Sete (quarteirões fechados Maxácali e 
Pataxó) as ruas Rio de janeiro, Espirito Santo, Tupinambás, rua dos 
Caetés, Guaicurus, rua da Bahia, Rua Varginha, Rua Pouso Alegre, Rua 
Celio De Castro, Rua Arthur Lobo, Rua Januária, Avenida do Contorno e, 
Avenida Santos Dumont. 
A história da região da área 1 localizada no hiper centro e seu subúrbio, faz 
parte da historia do Arraial do Curral Del Rei. Muito de sua pré-história foi 
retratada pela Comissão Construtora da Nova Capital – CCNC. 
 Em março de 1895, a Comissão concluiu o plano da nova capital de Minas 
Gerais. A edificação da nova cidade no sítio até então ocupado pelo arraial 
se fez a partir do brutal desalojamento da população local e da destruição 
da povoação. 
 A organização básica da CCNC comportava três esferas claramente 
delimitadas: administrativa, financeira e técnica, As atividades iniciais da 
área técnica da CCNC foram projetar um ramal ferroviário para ligar o 
arraial às linhas da Estrada de Ferro Central do Brasil e ao porto do Rio de 
Janeiro; determinar as características e o valor dos edifícios e terrenos 
existentes no arraial para que fossem desapropriados, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte :APCBH (Parte da planta do Arraial de Belo Horizonte onde se vê sinalizado na cor vermelha 
as casas e os terrenos desapropriados pela CCNC para a construção da nova capital.) 
 A nova cidade estruturava-se em três zonas: a urbana, a suburbana e a de 
sítios. A avenida de contorno, com uma largura de 35 metros, marcava o limite 
entre as zonas urbana e suburbana (exterior a avenida do contorno). A zona 
urbana caracterizava-se por um traçado geométrico - com o qual se retomava a 
tradição do traçado em sendo o cruzamento das vias em ângulo reto 
interrompido por diagonais a 45 graus. Na planta do projeto de Belo Horizonte o 
traçado da cidade foi desenhado a partir de uma cruz formada por duas grandes 
vias que se cortam perpendicularmente. O ponto de intersecção, onde haveria 
uma praça, marcaria o centro da capital.O nome originalmente escolhido para o 
local foi Praça 14 de Outubro, data referente à criação da Comissão de Estudos 
das Localidades Indicadas para a Nova Capital 
 A nova Belo Horizonte inaugurada em 1897, começa a se adensar 
deixando de lado o aspecto tranquilo e modesto, os prédios construídos 
demonstram prosperidade com ricas decorações nas fachadas, exemplo disso é 
o antigo banco hipotecário e agrícola na praça sete , o primeiro grande corredor 
comercial da cidade, a via não só resultou no desprendimento dos ares provincianos da 
nova capital, com suas lojas e casas especializadas, como também foi onde grandes 
empreendedores iniciaram suas atividades, era a região mais movimentada de Belo 
Horizonte . Em 1922 a praça 14 de outubro muda de nome para Praça Sete de 
Setembro devido a comemoração do centenário da independência, Betim presenteia 
Belo Horizonte com o Obelisco da praça sete, no mesmo ano a Prefeitura incentiva a 
verticalização do hipercentro e nos anos 40 ela se consolida. Em 1932 o Cine Brasil é 
construído em concreto armado, inovando a arquitetura da época além deter sido um 
dos prédios mais altos de belo horizonte. 
 
 (Inauguração obelisco da praça sete) 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Cine Brasil Circulado na cor vermelha, observasse sua altura em relação as outras 
edificações). 
 
Os anos 40 ganha um grande fluxo de população atraídos pelas condições 
econômicas de vida. O crescimento urbano fez com que a prefeitura elaborasse 
uma nova planta cadastral que tinha como função delimitar os novos limites da 
cidade . 
 
 
 
 
Trecho Area 1- Planta Cadastral 
A especulação comercial cresce nos anos 60 quando se inicia de fato a 
derrubada da maioria das primeiras construções da capital, uma decisão muito 
criticada por vários segmentos da sociedade, grandes edifícios comerciais 
começam a ser construídos em uma área que devia ser exclusivamente de 
comercio e serviços 
 
Apos algumas décadas o Centro de Belo Horizonte, andou muito mal cuidado. 
As ruas e praças foram ocupadas por camelôs, e sofreram com a ação do tempo 
e o vandalismo, o comércio definhou várias empresas comerciais mudaram para 
outras regiões ou para shoppings as edificações da rua guaicurus entram em 
ruinas- a criminalidade aumentou e até o transporte público foi ameaçado pela 
concorrência desleal dos chamados perueiros. As pessoas se entristeciam ao 
passar pelo Centro. 
Mas não tendo somente aspectos negativos o centro recebe um projeto de 
revitalização chamado BH CENTRO que tinha como proposta ideias para o 
centro de belo horizonte , executada em 2003 o projeto revitalizou a o praça sete 
com a criação dos quarteirões fechados cada um dos quatro quarteirões 
fechados ganhou um nome indígena - citando quatro tribos que povoavam Minas 
Gerais, Krenak, Pataxó, Maxacali . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Pesquisa Conjunto Urbano do Bairro floresta e Adjacências : 
 A paisagem da Floresta insere-se na da dinâmica urbana de Belo Horizonte 
inúmeras chácaras, vilas, casas, barracões e jardins, varandas, escadas e 
quintais, escolas e colégios, bares e botequins, confeitarias, padarias, mercados, 
supermercados, hotéis e pensões, ruas, becos, avenidas e praças, calçadas e 
arborização, além das relações de vizinhanças, dentro e fora da avenida do 
Contorno, o que lhe da singularidade, a disposição das casas que, 
perpendiculares à rua, se alongam em direção aos seus respectivos quintais. 
Coladas ou não umas às outras e à rua, parece um cinturão que envolve um 
miolo constituído por todos os quintais do quarteirão. 
 O bairro Floresta teve proteção do seu Conjunto Urbano, foi considerada 
para seu tombamento especificidades da sua paisagem e do seu cotidiano uma 
vez que a melhoria da qualidade de vida, tão ameaçada nos dias de hoje, 
depende em parte desse conhecimento e da valorização da cultura que ali existe. 
 Tão importante quanto preservar a natureza é também manter a aparência dos 
lugares, prédios, ruas e outros ambientes que conformam a localidade em que 
vivemos e são incorporados e apreciados no nosso cotidiano. 
 Ao contrário do que o senso comum acredita, a Belo Horizonte projetada 
pela Comissão Construtora, em fins do século XIX, não se restringiu à área 
interna anel de contorno. A área suburbana com suas ruas e praças constam da 
planta original, embora tenha sofrido grandesalterações devidas às 
apropriações espontâneas desafiando a racionalidade do espaço urbano 
projetado. 
“Assim, do outro lado do Ribeirão Arrudas, surge a Floresta, em uma elevação 
geográfica que revela a cidade desdobrando-se até a Serra do Curral. Surge sem 
nome certo, de início quase como um alongamento da Estação Ferroviária, 
abrigando primeiro operários envolvidos na construção da nova Capital. Depois, 
vieram os funcionários da Rede, os profissionais liberais, enfim toda a gente que 
se mudava para a Capital e se via atraída pela possibilidade de morar barato, 
estrategicamente próximo ao centro da cidade e em lotes com características de 
chácara” ( STARLING, Gustavo A M - Paisagem Floresta. Belo Horizonte: I Concurso 
de Monografias de Histórico de bairros da Região Leste) 
 
A origem do nome Floresta para o bairro tem várias versões. De acordo com 
Abílio Barreto, remonta à época em que na subida da avenida do Contorno foi 
instalado o Hotel Floresta, famosa casa de boemia de propriedade dos senhores 
Carlos Monte Verde e Eduardo Spiller. A fama do referido estabelecimento 
parece ter durado ainda vários anos espalhando-se para além do bairro Floresta 
Outra versão para a origem do nome Floresta é a de que o bairro passou a ser 
assim chamado em decorrência das muitas árvores existentes na região, então 
ocupada por chácaras e sítios. De vários pontos da cidade, o olhar podia avistar 
uma imensa área verde. 
 
O bairro, nos idos dos anos 1910 se limitava a alguns quarteirões da Pouso 
Alegre entre Januária e Jacuí, Um quarteirão abaixo da Januária fica a rua 
Célio de Castro, antiga rua Rio Preto onde ficou famoso o barranco do 
português Beltrão. Como a rua era muito íngreme, os meninos gostavam de 
nela escorregar sobre pedaços de tábuas 
 
Bairro Floresta, por volta dos anos 20, visto pela rua 
varginha. Fonte: APCBH 
 
Na década de 20, as ex-colônias foram anexadas à cidade tendo os seus 
terrenos parcelados em lotes, por companhias de desenvolvimento e por 
especuladores. A conversão das fazendas em vilas ampliou as áreas 
residenciais de Belo Horizonte e aumentou o lucro imobiliário. A ampliação do 
sistema de bondes, que favoreceu muito o sucesso dos empreendimentos, 
atesta o aumento da população na área externa da avenida do Contorno, e a 
sim a área suburbana cresce (Bairro Floresta e Adjacências). 
A cidade expandida implicou, como ainda implica, em recorrentes surtos de 
modernização, onde tudo se torna muito obsoleto, de forma rápida, os avanços 
anteriores. A Floresta com o seu urbano-suburbano passou por essas 
mudanças, como pode ser constatado nas alterações da paisagem do bairro 
 
(Seção 6º corresponde ao bairro Floresta) Fonte : APCBH- Relatório do Prefeito Cristiano 
Machado 1928 
 
“Até 1934 era Belo Horizonte a 'cidade vergel' cheia de lindos e numerosos 
'bungalows'. Bairros como o de Santo Antônio, Serra e Floresta, ostentavam os 
mais variados tipos de residências, obedecendo a esse decantado estilo 
arquitetônico. A arborização ensombrando as ruas largas era então mais notada, 
pois o casario ficava sob as cúpulas frondosas dos já crescidos 'Ficus 
benjaminis'. A cidade vista do alto parecia uma imensa floresta cujas árvores 
fossem mais ordenadas, mais simétricas, do que as que formam as selvas 
naturais” (BARRETO, Abílio. Resumo histórico de Belo Horizonte: 1701-1947. Belo Horizonte: 
Imprensa Oficial, 1950) 
Construídas em períodos distintos, edificações destacam-se, ainda hoje, em 
meio aos novos prédios edificados novos prédios altos alteraram em parte a 
imagem urbana da Floresta que, no entanto, ainda mantém uma 
horizontalidade predominante, entre um e quatro pavimentos. 
 
( Rua Celio De Castro) Fonte :Acervo Pessoal (Rua Arthur Lobo) Fonte: Acervo Pessoal 
 
O bairro permanece sendo caminho de ligação do centro da cidade, há que se 
destacar que foram vontades políticas determinadas que fizeram do bairro aquilo 
que hoje ele é e somente a manifestação de vontades políticas atuantes, 
capazes de pensar o coletivo pode fazer o Floresta diferente. Trata-se de 
recuperar para o próprio bairro aquele traço de singularidade que o marcou 
desde a sua origem e que foi perdido quando de sua integração à multidão tornar 
possível hoje, nas condições atuais, o que o passado rememorado da Floresta 
nos conta, em primeiro lugar, estabelecer com os habitantes da cidade uma 
relação de reconhecimento entre bairro e cidade, e não de superposição; em 
segundo lugar, significa apontar à cidade não só a possibilidade e consequências 
da descaracterização de seus espaços , mas sobretudo a importância de se 
reverter esse processo, como forma de recuperar, talvez a melhor maneira seja 
o tombamento do conjunto urbano e de suas edificações caracterizadoras que 
ainda restaram. 
 
 
3- Histórico do Bem Cultural 
A história do bem cultural da rua Pouso Alegre, 404 está intimamente associada 
à história da família Agretti, composta por imigrantes italianos que, assim como 
muitos outros estrangeiros, ajudaram no processo inicial de ocupação do bairro 
da Floresta. Carlos Correia de Aquino, viúvo, professor da Faculdade de Direito 
de Itaúna e pai de seis Filhos, Carlos Correia é neto do primeiro proprietário do 
bem, o senhor Francisco Agretti. 
Vale ressaltar que dentre os imigrantes que ajudaram a conformar o bairro da 
Floresta, os italianos foram os que vieram em maior número, pois a Comissão 
Construtora adotou uma política de imigração para arregimentar mão-de-obra, 
por meio de propaganda em jornais italianos, descrevendo as vantagens da 
imigração 
Em 1898, Francisco Agretti (1857-1922), italiano da cidade de Imola, decidiu 
mudar-se com a sua esposa Adélia e seu filho Amílcar para o Brasil. Francisco 
era pintor e decorador, tendo se formado na Escola de Belas Artes de Bolonha. 
Chegando ao Brasil, a família residiu, inicialmente, em Lorena, São Paulo. Em 
1903, mudou-se para Minas Gerais, tendo morado primeiramente em Mariana, 
onde nasceu o segundo filho do casal, Aurélia . 
 Apos algumas pesquisas ao Dicionário Biográfico de Construtores e Artistas de 
Belo Horizonte (1894-1940)e pesquisas ao IPHAN MG, foi descoberto que 
Francisco e sua família teriam se transferido para a capital mineira em 1905. 
Todavia, residiu em um imóvel na avenida Amazonas logo depois, já morava na 
casa da rua Pouso Alegre, 404. 
Segundo a prefeitura de Belo Horizonte, a casa foi construída pelo suíço João 
Morandi, arquiteto e escultor com o qual Francisco e Amílcar Agretti trabalharam 
na ocasião da construção do edifício do Palácio da Liberdade e da Estação 
Oeste de Minas. Não se sabe a data exata da sua contrução mas se estima que 
é entre os anos 1903 e 1906. 
Amílcar Agretti fundou uma escola de pintura no porão da casa da rua Pouso 
Alegre, 404. no porão da casa havia uma mesa bem grande, em torno da qual 
os alunos se sentavam e, sobre eles, uma luminária que vinha do teto e se 
colocava sobre suas a cabeças. Sempre cheia de pessoas em função do ir e vir 
dos alunos, Carlos descreve a casa dos avós como tendo sido muito alegre e 
muito freqüentada. Lembra-se também que os tios Amílcar e Aristides conviviam 
com muitos artistas da cidade, dentre os quais destaca Guignard e Aníbal Matos. 
A casa ficou nas mãos da família Agretti ate 2008, quando a casa foi leiloada, 
adquirida pelo Sr. Cláudio Souza Santos. 
 
4. Pesquisa Arquitetônica 
Dados Sobre a Medida de Proteção: 
 - O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo 
Horizonte-CDPCM/BH, em reunião realizada em 08 de outubro de 1996, 
deliberou pela proteção do Conjunto Urbano Bairro Floresta, definindo o 
perímetrode proteção e as edificações que receberiam o tombamento específico 
(processo nº. 01.106250.95-57). 
 - Na reunião realizada em 16 de dezembro de 1996, o CDPCM/BH decidiu 
reconsiderar importuno o tombamento definitivo, embora o valor arquitetônico, 
histórico e referencial do Conjunto Urbano e foi baseada na “perspectiva de uma 
política de proteção que contemple as possibilidades pedagógicas de 
esclarecimento e criação de uma consciência de preservação” com a 
“perspectiva de que o conceito de patrimônio cultural, seja cada vez mais 
debatido, entendido”. 
- Apos o amadurecimento da política de patrimônio cultural em Belo Horizonte e, 
da necessidade de revisar as diretrizes estabelecidas para o bairro Floresta e de 
adequá-las, a Diretoria de Patrimônio Cultural desenvolveu, ao longo do ano de 
2005, um novo estudo do Conjunto Urbano Bairro Floresta, sugerindo a revisão 
do grau de proteção de determinados imóveis, das Diretrizes Especiais de 
Projeto e das diretrizes altimétricas. 
- Em sessão, realizada em 26 de abril de 2006, o CDPCM-BH deliberou, com 
base no estudo do Conjunto Urbano Bairro Floresta, aprovar a revisão das 
diretrizes gerais de proteção do conjunto, e o seu mapeamento cultural 
(Deliberação 040/2006, publicada no DOM de 27 de abril de 2006). Neste 
mapeamento, a casa da rua Pouso Alegre, 404 manteve-se indicada para 
proteção por tombamento. 
Em 02 de março de 2009, o Sr. Cláudio Sousa Santos, proprietário da casa, 
solicitou ao CDPCM- a definição do grau de proteção do imóvel 
 
Tombado conforme Deliberação Nº 002/2011, de 10/11/1994, com publicação no Diário 
Oficial de Minas Gerais em17/02/2011– processo nº: 01.037016.09.05, 
 
Conjunto Urbano Bairro Floresta, segundo a planta da cidade 
de Belo Horizonte, elaborada pela Diretoria Geral do Serviço 
de Estatística em 1930. Região da casa da rua Pouso Alegre 
n.° 404, em destaque 
 
5. Estrutura 
O pedaço Rua Célio de Castro caracteriza-se, do ponto de vista de seu 
patrimônio edificado,por um grande número de edificações ecléticas pela 
existência de bens culturais que se constituem em referências que extrapolam o 
limite do pedaço e do Conjunto Urbano o Hotel Palladium. Ambiência do lugar, 
formada pela rede de relações sociais que se estabelecem em seus espaços, é 
estruturada a partir do eixo da rua Célio de Castro e caracteriza-se, fisicamente, 
pela predominância da ocupação horizontal, com verticalização evidenciada 
apenas em alguns pontos. 
A casa da rua Pouso Alegre n.° 404 foi construída nos lotes 19 e 20 do quarteirão 
008C, Sexta Seção Suburbana. Os referidos lotes já figuravam, com as mesmas 
dimensões atuais, na planta de subdivisão de lotes aprovada em 27 de fevereiro 
de 1920, na gestão do prefeito Affonso Vaz de Mello. Os lotes figuram, ainda, no 
levantamento cadastral datado de 1942, realizado durante a gestão de Juscelino 
Kubitschek frente à Prefeitura de Belo Horizonte (1940 a 1945) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Localização da edificação tombada no terreno Fonte: CP-JK-020101, diponivel no portal PBH 
 
A edificação, construída na esquina das ruas Pouso Alegre e Arthur Lobo, 
desenvolve-se em um pavimento sobre porão alto e apresenta partido 
retangular, em bloco único. 
A estrutura é formada por alvenaria de tijolos maciços, o piso em tabuado 
assentado sobre barroteamento (é um conjunto de peças, barrotes, de madeira 
que são apoiadas no vigamento e dão suporte ao contrapiso) e a cobertura em 
engradamento de madeira sobre o qual foi instalada a cobertura em telhas 
francesas, dispostas em duas águas. O acesso principal, voltado para a rua 
Pouso Alegre e em nível com esta via, é feito através de portão de madeira, 
localizado na porção direita da fachada principal. 
Representante do ecletismo característico dos primeiros anos de ocupação da 
capital, a fachada principal e composta por planos cheios sobre os vazados e 
acabamento em argamassa com pintura. Os vãos, em verga reta e dotados de 
cercaduras em massa, receberam fechamento em esquadrias de madeira 
pintada, com folha em veneziana, na porção inferior, e vidro na superior, além 
de bandeira fixa em madeira e vidro. Complementa a composição o coroamento 
feito pela platibanda, separada do paramento da fachada principal por cornija 
aplicada em toda a extensão da fachada e, nas extremidades, os falsos pilares 
em ressalto. Destaca-se que em relação ao projeto original, verifica-se a 
alteração nos vãos desta fachada: o vão central, que correspondia a porta 
principal de acesso no projeto inicial, foi transformado em janela que, no entanto, 
possui as mesmas características das demais. 
Na copia do projeto original, podemos ver a porta central atualmente usada como 
janela , para que a entrada da casa não fique diretamente voltada para a rua , a 
entrada se localiza na porção lateral da casa , porem não consta na planta. A 
disposição de comodos da casa continua a mesma. 
Já a fachada posterior é marcada pela predominância dos planos vazios, 
definidos pelo alpendre no primeiro pavimento e pela arcada na porção 
correspondente ao porão alto. O alpendre é sustentado por pilares em madeira, 
forro em madeira e parede ornamentada por pinturas parietais, de autoria 
presumível de Amílcar Agretti. Os vãos voltados para o alpendre, em verga reta, 
são vedados por esquadrias com folhas em madeira com pintura e vidro e 
bandeira fixa, também em madeira com pintura e vidro. 
Apos anos de abandono do bem histórico muito se perdeu , e apos sua reforma 
não se pode descrever com propriedade agenciamento interno e os materiais de 
acabamento, mas verificam-se perdas no piso em tabuado, no forro em madeira 
original e nas esquadrias em madeira de acordo com o atual proprietário o forro 
original foi trocado por outro equivalente devido a seu estado de conservação. 
 
LEVANTAMENTO FOTOGRAFICO ANTES DA RESTAURAÇÃO - 2009 
 
 
Vista geral da fachada voltada para a rua Pouso 
 
Vãos da fachada principal visão de perto 
Vista do telhado 
 
Vista internada sala de entrada Salas seguintes da edificação 
piso completamente arruinado 
 
 Vistas do poão alto- Fachada externa posterior 
 
 Vistas do poão alto- Fachada externa posterior 
 
 
 
Vista para o quintal Pinturas Parietais internas no porão alto 
 
 
LEVANTAMENTO DE INFORMAÇOES E FOTOGRAFICO POS 
RESTAURAÇÃO – 2016 
A preservação do bem cultural analisado foi importante por suas características 
físicas remetentes a casas das primeiras ocupações belorizontinas, com o 
esplendor de suas residências e suas fachadas, alpendres, jardins e pinturas 
decorativas 
” as casas eram os lugares de diálogo, de encontro, onde se aprendia a 
socializar-se, conviver e integrar o outro nas próprias vidas. Colocadas às ruas 
com seus porões vazados, ornamentados com a delicadeza das curvas, as 
casas eram o contrário dos atuais “bunkers” - CASTRO, Célio. 1997 
Não foram identificadas outras edificações residenciais que ainda preservem 
pinturas de autoria de Amilcar e Francisco Agretti, dois pintores que participaram 
ativamente da conformação de um modo particular de viver e habitar, marcaram 
o cenário cultural de Belo Horizonte em seus primeiros anos, a arte dos Agretti 
tem na edificação da rua Pouso Alegre, 404 preservada uma das últimas 
representantes. 
O bem estudado foi visitado pelo grupo com o acompanhamento do atual 
proprietario , o bem foi completamentereformado respeitando as caracteristicas 
originais da edificação mantendo a manutenção da memória urbano-social, em 
sua dimensão material e simbólica. 
Na revisão do Conjunto Urbano do Bairro da Floresta, em 2005, o CDPCM-BH 
estabelecerem suas novas diretrizes que a altimetria para os lotes que possuem 
bens tombados tem como referência a altura do próprio bem. No caso específico 
da casa da rua Pouso Alegre 404, foi revista essa diretriz, pois de acordo com o 
proprietário construir uma nova edificação nos fundos do terreno, no antigo 
quintal facilitaria a viabilização econômica da restauração do imóvel. E assim foi 
feito, foi construída uma edificação com 6 andares utilizada como condomínio 
residencial, com o afastamento de 5 metros do bem protegido, mantendo a visão 
do alpendre o bem protegido encontra-se vazio, não há moradores. 
 
A Restauração do imóvel manteve os aspectos: 
• Manutenção da visibilidade da edificação a partir da rua Arthur Lobo; 
• Restauração das pinturas parietais externas e internas; 
• Recuperação das esquadrias originais; 
• Recuperação do barroteamento e do piso em tabuado; 
• Recuperação dos forros em madeira; 
• Recuperação da cobertura com manutenção da inclinação do telhado, do tipo 
de telha e do engradamento em madeira; 
• Recuperação do reboco das alvenarias das fachadas; 
• Manutenção da volumetria original, incluindo a inclinação da cobertura, a 
sacada e alpendre posteriores; 
• Recuperação dos vãos e das esquadrias da fachada da rua Pouso Alegre; 
• Demolição dos pilares em concreto feitos para reforço do meio arco no porão 
alto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fachada da edificação e vista do interior do corredor de entrada 
 
Salas do andar principal e alguns moveis ainda mantidos da casa 
 Varanda (alpendre) em sua parede pintura parietal mantida 
 
 
Escada que leva ao porão alto e a o comodo que leva 
 
Comodo seguinte com pinturas parietais mantidas e corredor de ligação entre comos nele se 
encontra 2 banheiros. 
 
Salas , observase em uma delas resticio do piso original 
 
 
 
Vista da fachada posterior 
 
Predio construido no terreno 
 
 
Fachada do bem protegido e aos fundos a edificação construida em seu terreno 
 
ANEXO: 
INFORMAÇOES GERAIS

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