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MODULO – A FASE 1 – G.P.I.- 2017 (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) (110693). (ciclo 2 uta gerência da produção UTA-A 2017-FASE1) Resumo aula teórica 3. Tema 1 – O plano mestre da produção. O Planejamento Mestre é um plano operacional, parte de um plano amplo e abrangente (Plano de Produção), que é o plano de vendas e operações. Programa Mestre é uma declaração de quantidades planejadas que dirigem os sistemas de gestão detalhada de materiais e de capacidade. O PMP diferencia-se do plano de produção sob dois aspectos: o nível de agregação dos produtos e a unidade de tempo analisada. No esquema a seguir, podemos ver os 3 níveis de planejamento, estando o Planejamento Mestre no nível de médio prazo, entre o lano de produção (longo prazo) e a programação da produção (curto prazo). Se o plano de produção estratégico tratava de famílias de produtos, o PMP, já voltado para a operacionalização da produção, tratará de produtos individuais. Da mesma forma, se o plano de produção empregava meses, trimestres e anos, o PMP empregará uma unidade de planejamento mais curta, normalmente semanas, ou, no máximo, meses, para produtos com ciclos produtivos longos. Na elaboração do PMP estão envolvidas todas as áreas que têm um contato mais direto com as operações. A determinação dos intervalos de tempo que compõem o PMP dependerá da velocidade de fabricação do produto incluído no plano e da possibilidade prática de alterar o plano. Normalmente trabalham-se com intervalos de semanas. Raramente empregam-se dias, mesmo que os produtos sejam fabricados em ritmos rápidos, pois a velocidade de coleta e análise dos dados inviabiliza a operacionalização diária do PMP. Não há necessidade de se usar o mesmo intervalo de tempo para todo o plano. Pode-se começar com semanas, e, à medida que se afastar da parte firme do plano, passar a usar meses e depois trimestres. O planejamento mestre da produção desmembra o PMP em dois níveis de horizontes de tempo, com objetivos diferenciados: No nível firme, o PMP serve de base para a programação da produção e a ocupação dos recursos produtivos. No nível sujeito a alterações, o PMP serve para o planejamento da capacidade de produção e as negociações com os diversos setores envolvidos na elaboração do plano. Tema 2 – Programação da produção. Neste momento vamos considerar a programação da produção sob a ótica dos sistemas empurrados da produção! O esquema a seguir mostra as atividades de curto prazo de um sistema de produção, considerando como programação da produção. A busca das empresas por maior competitividade, notadamente quando se objetiva reduzir os custos – quando estes são associados aos estoques e ao nível de utilização e variação da capacidade produtiva – e melhorar o nível de serviço percebido pelo cliente em termos de maior velocidade de entrega, melhor pontualidade nos prazos acordados e um aumento de flexibilidade em relação às variações da demanda e dos recursos produtivos, coloca o sistema de planejamento, programação e controle da produção (PPCP) como uma área de decisão prioritária para os executivos nos anos 1990. Basicamente, o sistema de PPCP é uma área de decisão da empresa que objetiva planejar e controlar os recursos alocados ao processo produtivo visando atender à demanda dos clientes. Tema 3 – Administração dos estoques. A administração de estoques está encarregada de planejar e controlar os estoques, definindo os tamanhos dos lotes, a forma de reposição e os estoques de segurança do sistema. A emissão e liberação de ordens implementa o programa de produção, emitindo a documentação necessária para o início das operações (compra, fabricação e montagem) e liberando- a quando os recursos estiverem disponíveis. A emissão das ordens pode ser feita diretamente no momento em que está se desmembrando, ou “explodindo” o PMP, ou ainda, pode-se empregar o PMP para ajustar os parâmetros do modelo de controle de estoques e deixar a cargo do mesmo a determinação do momento de se emitir as ordens. Já no sistema de puxar a produção as atividades de programação da produção (administração de estoques, sequenciamento e emissão de ordens) são operacionalizadas pelo emprego do sistema kanban (que logo será estudado). Como os estoques não agregam valor aos produtos, quanto menor o nível de estoques com que um sistema produtivo conseguir trabalhar, mais eficiente esse sistema será. Tema 4 – O planejamento dos estoques. Sob o ponto de vista prático do planejamento de estoques, precisamos cuidar de três questões fundamentais: O tamanho (quantidade) dos lotes de reposição de estoques – Q O tamanho dos estoques de segurança – Qs O modelo de controle de estoques a ser empregado. Classificação ABC O método de classificação ABC ou lei de Pareto é uma forma de discriminar diferentes tipos de peças e produtos de acordo com suas movimentações de valor. Isso é conseguido multiplicando sua taxa de uso do produto ou peça pelo seu valor individual. O sistema de classificação ABC é um método de diferenciação dos estoques de acordo com sua maior ou menor abrangência em relação a determinado fator, consistindo em separar os itens por classes conforme sua importância relativa. Segundo Slack et al. (1999) os itens de uma empresa podem ser classificados em A, B ou C de acordo com o seguinte critério: Itens classe A São aqueles 20% de itens de alto valor que representam cerca de 80% do valor total do estoque; Itens classe B São aqueles de valor médio, usualmente os seguintes 30% dos itens que representam cerca de 10% do valor total; Itens classe C São aqueles itens de baixo valor que, apesar de compreender cerca de 50% do total de tipos de itens estocados, provavelmente só representam cerca de 10% do valor total de itens estocados. Com base na classificação ABC as peças ou produtos receberão tipos de controle de produções diferentes. Por exemplo, para itens classe A serão adotados critérios de controle de estoques muito mais rígidos e precisos do que itens classe C. Itens classe C não exigem um controle muito acurado devido ao seu baixo valor financeiro. São itens com baixo valor agregado e seus lotes de produção ou compra (no caso de itens comerciais) podem ser dimensionados com folgas. Itens classe B são itens intermediários, sobre os quais o controle do volume em estoque não deve ser tão rígido como para os itens A, mas deve ser mais preciso do que os itens classe C. Itens classe A são os principais itens da empresa. Devido ao seu alto custo, não é bom ter um alto volume desses itens em estoque. Por isso, é necessário realizar um controle rígido de compra ou produção desses itens. Os itens classe A devem ser controlados de forma precisa. Por representarem um volume pequeno de itens, devem ser monitorados constantemente. Seus estoques devem ser minimizados, sendo que o ideal é não haver estoques desses itens dentro da fábrica. Custo Direto é aquele custo incorrido diretamente na compra ou fabricação do item. É proporcional à demanda para o período e aos custos unitários do item (de fabricação ou de compra). Custo de Preparação são todos aqueles custos referentes ao processo de reposição do item pela compra ou fabricação do lote de itens. É proporcional ao custo da preparação de compra ou da fabricação do item e ao número de vezes em que esse item foi requerido durante o período de planejamento. Custo de manutenção de estoques são aqueles custos decorrentes do fato do sistema produtivo necessitar manter itens em estoques para o seu funcionamento, é proporcional à quantidade de estoques médio do período de planejamento, ao custo unitário do item, e à taxa de encargos financeiros que incidem sobre os estoques. Tema 5 – Controle dos estoques.Controlar um estoque de alto giro é tão importante quanto ter produtos a serem vendidos. Não importa quanto tenha em estoque, mas sim o giro do seu estoque. O giro do estoque demonstra a rotatividade do mesmo, ou seja, quanto tempo cada item do estoque permanece na empresa antes de ser vendido. O correto controle dos estoques é de vital importância para a saúde financeira das empresas, uma vez que grande parte do capital das empresas estão nos materiais envolvidos na produção, sendo comum representarem a maior parcela de todo o seu capital. Assim, reduções no montante estocado se traduz na liberação de grande volume do capital necessário ao andamento do negócio como um todo. Todas as operações, de alguma forma, mantêm estoques de algum tipo. Os itens mantidos em estoques em diferentes operações vão variar consideravelmente em custo. Alguns tipos de operação, como os serviços profissionais, manterão níveis baixos de estoque, enquanto outras, como as operações de varejo ou distribuição, manterão grandes quantidades de estoque de mercadorias para vendas. Existem três conceitos básicos de controle de estoques: Lote econômico básico, onde o custo unitário do item é fixo e a entrega do lote de reposição é realizada de uma única vez. É conhecido como lote econômico de compra. Lote econômico com entrega parcelada, onde o custo unitário do item permanece constante, porém, a entrega deixa de ser feita de uma única vez, e passa a ser feita segundo uma taxa de entrega. É conhecido como lote econômico de fabricação. Lote econômico com desconto A maioria dos fornecedores consegue reduzir seus custos à medida que produzem quantidades maiores de itens, diluindo melhores seus custos fixos. Frequentemente transportam parte destas reduções para os preços dos itens vendidos, estimulando os compradores a adquirirem lotes maiores. Tema 6 – Exemplos de controle dos estoques. Existem várias críticas com relação aos diversos modelos de controle de estoques. A primeira é a de que o modelo é inflexível ou pouco sensível com relação à variação da quantidade no lote. Isto é, mesmo que o tamanho do lote adquirido (Q) seja diferente do lote econômico (LE), o custo total (CS) sofre variações muito pequenas. Caso, com os dados do exemplo, fosse comprado de cada vez um lote de 3.000 unidades (Q), 50% a mais que o lote econômico (LE), o custo do sistema (CS) seria: Uma segunda crítica ao modelo tem sido o fato de não se encontrarem inclusos aspectos relativos ao fornecedor do material. Assim, não se sabe se o fornecedor pode fornecer um lote do tamanho calculado ou se, eventualmente, existe um lote mínimo de fornecimento. Os aspectos do transporte do produto também não estão identificados. Pode ocorrer (e, em geral, ocorre) de o lote calculado estar em desacordo com o tamanho mínimo necessário para que se tenha um custo de transporte mínimo. Uma terceira crítica refere-se aos parâmetros do modelo. Às vezes é difícil (ou mesmo impossível) calcular o custo para se fazer um pedido de compra, ou projetar a taxa de juros que vigorará para o ano. Dado o impasse, a sugestão prática é fixar o lote em função da classificação do material (classificação ABC) e negociar o tamanho do lote com o fornecedor. Exemplificando, para itens da classe A devem ser encomendados lotes pequenos e com maior frequência, a classe C pode operar com lotes maiores e com poucas reposições anuais e para os itens da classe B devem ser adotados intermediários às classes A e C.
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