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*Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Hegel Idealismo alemão - dialética Prof. Giorgio Romano 5ª aula http://tidia.ufabc.edu.br:8080/ Membership: Prof. Giorgio Romano *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Wilhelm Hegel – século 18/19 Kant 1724-1804 Hegel 1770-1831 Marx 1818-1883 Preocupado com a falta de unidade de Alemanha (compare com Maquiavel)=> em 1802, escreveu um trabalho sobre a constituição da Alemanha. *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Unificação da Alemanha Culturalmente os alemães seriam uma nação, mas prevaleceu o particularismo e o provincialismo. Não se aprendeu a subordinar as partes ao todo. Uma nação somente encontra liberdade superando a anarquia feudal e criando um Estado nacional como expressão da unidade. Unificação da Alemanha precisa de um líder militar, não será um processo pacífico. Esse líder deve entender a unidade alemã como causa moral e submeter-se a limitações constitucionais (monarquia constitucional como melhor forma de governo) *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Filosofia idealismo alemão Construção de grandes sistemas. Organização do Estado e da sociedade em bases racionais. Idealismo alemão: unidade e universalidade não podem ser encontradas na realidade empírica. Homem cria a unidade e universidade por meio de sua razão (destino histórico da humanidade). Empiristas ingleses: não há conceitos ou lei da razão que possa aspirar à universalidade. A unidade da razão é apenas uma unidade conferida pelo hábito ou pelo costume (unidade aderido aos fatos). *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Filosofia hegeliana 1) Identidade entre racional e real => a) realidade é tudo aquilo que deve ser b) não contrapor à realidade o “dever ser” (norma/ideia) 2) Processo dialético: síntese dos opostos => necessidade racional *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Filosofia hegeliana 3) Existência de uma autoconsciência absoluta (espírito) como expressão dessa necessidade racional 4) Interpretação da história como realização de um plano providencial => os povos vencedores encarnam alternadamente o espírito do mundo (= autoconsciência = Deus) 5) Estado é encarnação/ manifestação do espírito (realização de Deus no mundo) *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Crítica a Kant Em Kant as ideias só seriam racionais/ verdadeiras se fossem atemporais (eternas), as mesmas em todo o tempo em todo lugar => razão vista como atemporal. Hegel: a razão é histórica: pensamento posto em movimento. A razão é tempo e dá sentido ao tempo. A razão como criadora da história A razão se transforma a partir de conflitos e contradições Estado como realização histórica da liberdade *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Crítica à noção de princípios supra-históricos Princípios supra-históricos estabelecem como o Estado deveria ser para que a partir dele a realidade pudesse ser avaliada X Hegel: tarefa da filosofia é compreender aquilo que é (a razão). Não deve pronunciar-se a respeito do que o mundo deve ser (filosofia normativa) => Crítica a idéia de conquistar o poder para recomeçar a priori, e pelo pensamento, a constituição de um grande Estado real como fundamento de um sistema social imaginado. *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Razão é história verdade construída no tempo ser = processo/ movimento (vir-a-ser) ser em constante transformação dinâmica vem da contradição (dialética) Conceito dialético da história: História não é acumulação de fatos acontecidos no tempo, mas resulta de um processo cujo motor intenso é a contradição interna *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Dialética idealista Tudo que existe desaparece => força destruidora é a força motriz do processo histórico (morte é criadora) Todo o ser contém em si o germe da sua ruína (= superação) 1º) tese (ideia)= afirmação 2ª) antítese (natureza, mundo privado de consciência) = negação 3ª) síntese (espírito como pensamento e matéria) = negação da negação *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Dialética idealista Construção dialética da história: Transitoriedade de todo o existente, mas nunca destrói inteiramente o que ela afirmou antes, mas incorpora o caminho percorrido numa verdade superior. “Espírito nunca está em repouso, mas concebido sempre num movimento progressivo”. => saltos qualitativos (ideia de etapas necessárias para que a história alcance sua meta definitiva). *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Crítica aos contratualistas Contratualistas colocam indivíduo no centro da vida social e o Estado como algo derivado, uma criação artificial, produto e um pacto, ação voluntária pela qual os indivíduos abdicam da sua liberdade originária, dando vida a um corpo político soberano para garantir a liberdade individual e a propriedade privada. Hegel: Relação indivíduo x Estado é substantiva (não formal), efetiva (não optativa) => o Estado é a totalidade orgânica de um povo. *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Sociedade Civil x Estado Conceito de sociedade civil é algo distinto e separado do Estado político (Marx seguirá nessa linha) a) Sociedade civil: esfera dos interesses privados, econômico-corporativos e antagônicos entre si b) estado político: esfera dos interesses públicos e universais na qual aquelas contradições estão mediadas e superadas => Para Hegel a marca distintiva do Estado é a unidade/ organicidade: o todo é maior que a soma das partes *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Unidade objetivo - subjetivo Empiristas confinam o homem àquilo que é dado, à ordem existente nas coisas e nos acontecimentos. Para Hegel o mundo se separa em duas partes: Subjetividade (pensamento) e Objetividade (existência). => a razão supera a contradição sujeito-objeto, constituindo desse modo a unidade e universalidade. Hegel atribui ao Estado as características da própria razão *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Teoria do Estado “ Princípios dos Estados modernos têm esta força e esta profundidade de permitir que o princípio da subjetividade chegue à extrema autonomia da particularidade pessoal e, ao mesmo tempo, de reconduzi-la à unidade substancial mantendo assim essa unidade em seu próprio princípio” . organicidade + afirmação da absoluta soberania do Estado Estado racional em si, para si *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Real = Racional Unidade ideia e real: o que é real é racional, o que é racional é real. Obs: “realidade” não é a mera existência, mas o que tem que acontecer. Guerras por exemplo, acompanham a realização do real, mas não são “real”. Abstração da realidade: ir dos fatos ao conteúdo essencial deles. O mundo dos fatos não é racional, mas tem que ser trazido à razão => ex. lutar contra injustiça enquanto componente irracional da história humana. O grande conteúdo da história é racional *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Teoria de alienação A consciência, como se fosse um protagonista, faz o duro aprendizado do mundo: vai se enriquecendo com as ilusões que perde e a repetição desses desenganos sucessivos cristaliza -se numa espécie de sabedoria final a respeito da sociedade e da história. A alienação aparece porque o homem esquece desse movimento procurando perpetuar uma cultura estabelecida (obedecendo às leis próprias das instituições e culturas existentes) *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Crítica Marcuse A soberania do espírito do mundo = um mundo controlado pelas forças da história, em lugar de as controlar. Essas forças ocultam sua verdadeira essência e em sua esteira são sacrificadas a felicidade dos povos, a sabedoria dos Estados e a virtude dos indivíduos => o homem jamais colhe os frutos de seu trabalho, eles sempre ficam para as gerações futuras (interesses superiores). *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Herança Hegelianadireito conservador: tese política que o Estado é a mais alta realização do espírito absoluto esquerda: desenvolve o método dialético e aplicando-o à análise dos problemas políticos Ex. Feuerbach: superar o fantasma da teologia que percorre o pensamento do Hegel=> a partir de Feuerbach, Engels e Marx desenvolvem a dialética materialista e o materialismo histórico. *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Crítica Marx Ênfase nas contradições sociais e políticas como determinantes do processo histórico (que provoca a mudança da própria razão) => inversão do idealismo hegeliano: materialismo dialético e materialismo histórico (matéria é fonte da consciência) O mundo material é anterior ao espírito e este deriva daquele. No idealismo: mundo material como encarnação da idéia absoluta (consciência) *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Materialismo dialético Diferenciar a) Materialismo mecanicista (vulgar) Causalidade linear => não permite ao ser humano nenhuma liberdade: ação humana determinada pelas condições materiais das quais não pode fugir. b) Materialismo dialético (marxista) Fenômenos materiais como processos. Consciência humana determinada pela matéria/ historicamente situada (não é pura passividade) => necessidade da ação humana *Giorgio Romano, 14.maio.2008 * * Materialismo histórico Explicação da história por fatores materiais (economia/ tecnologia) e não pelas grandes idéias ou pela intervenção divina. Motor da história: luta de classe (idéias vêm de condições materiais) Para Marx a ideologia é conhecimento distorcido, ilusão que tem por finalidade mascarar os conflitos sociais e garantir dominação de classe Conhecimento é para transformar (não para interpretar)
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