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Curso de Filosofia 
Terceiro Ano 
Ensino Médio 
Apostila para o Curso de Filosofia ministrado para o Terceiro ano regular e 
EJA do Ensino Médio 
Professor Antonio Marques 
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
Facebook: Antonio Marques 
Whatsapp: 9634.0288 
E-mail: planedoenharmonio@gmail.com 
Blog: http://buscadacompreensao.blogspot.com.br/ 
2 
SUMÁRIO 
 
UMA CONVERSA INICIAL 
 RESPEITO, SILÊNCIO E 
COOPERAÇÃO 
 Não nos distraiam 
 Pergunte sempre que preciso: 
 
OBJETIVOS DA MINHA PRÁTICA 
PEDAGÓGICA 
 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 
 METODOLOGIA / ESTRAGÉGIA DE 
AÇÃO 
 AVALIAÇÃO 
 
POR QUE FILOSOFIA? 
 
UM MODELO POSSÍVEL: GRÁFICO DA 
HISTÓRIA DA FILOSOFIA 
 
PROGRAMAÇÃO SIMPLIFICADA 
 
PROGRAMAÇÃO TEMÁTICA 
 
ATIVIDADE EXTRA 1: Contrato tácito entre 
as pessoas que se conformam 
 
ATIVIDADE EXTRA 2: O Direito de Sonhar - 
Eduardo Galeano 
 
ATIVIDADE EXTRA 3: O Último Discurso - 
Charles Chaplin 
 
ATIVIDADE EXTRA 4: REDAÇÃO: Assista ao 
filme Waking Life (2001), EUA, de Richard 
Linklater. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
SUGESTÕES DE VÍDEOS, FILMES, 
DOCUMENTÁRIOS, MÚSICAS 
 
CALENDÁRIO DE LUTAS 
 
 
 
Bibliografia Sugerida 
 
Filmografia Sugerida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
Facebook: Antonio Marques 
Whatsapp: 9634.0288 
E-mail: planedoenharmonio@gmail.com 
Blog: http://buscadacompreensao.blogspot.com.br/ 
3 
UMA CONVERSA INICIAL: 
Meu trabalho no estado de Minas Gerais é ser 
professor de filosofia. Recebo meu salário, pago 
por todos os contribuintes, com a condição de 
que eu ensine esta disciplina. Uma das 
maneiras de ensiná-la é apresentando algumas 
das dúvidas e reflexões que os filósofos ao 
longo da história da filosofia tiveram. Como são 
2500 anos de história não é possível ver todos. 
Os critérios que utilizo para escolher um filósofo 
em detrimento de outro é a sua relevância e 
influência que pode ser percebida pelos livros 
didáticos, pelos programas de vestibulares e 
Enems e pelos parâmetros curriculares 
nacionais. A escolha de um filósofo não é 
pessoal. Não apresento para vocês apenas as 
ideias que eu concordo. Tento ser o máximo fiel 
às ideias de cada autor e cabe a cada um de 
nós, de modo independente, avaliá-las e aceitá-
las ou não. Seria uma desonestidade da minha 
parte se eu apresentasse apenas os filósofos 
e/ou ideias que eu concordasse ou que os 
agradasse. A filosofia é muito mais um espaço 
para dúvidas do que para as certezas. Estas 
vocês devem procurar em outros espaços. O 
que mais há neste mundo são ―certezas‖. 
 Também gostaria que compreendessem 
que apesar de haver liberdade de pensamento, 
de haver liberdade para cada um crer naquilo 
que quiser, as ideias não são todas iguais, 
muito menos são indiferentes ao nosso destino 
social, político, econômico, histórico, 
biológico,etc. Por exemplo: posso acreditar que 
tenho habilidade para voar, mas talvez ao pular 
do décimo andar de um prédio eu perceba que 
minha ideia não estava tão certa assim; posso 
acreditar que ao construir uma ponte, posso 
substituir o cimento por isopor, mas irei 
perceber que minhas crenças não terão a 
funcionalidade esperada; posso acreditar que 
aqueles que não creem no mesmo deus que eu, 
são infiéis e devem ser eliminados da face da 
terra, mas esta ideia teria uma consequência 
desagradável para muitas pessoas. Então, por 
favor, façam um pouquinho de esforço e tentem 
compreender que as ideias, não são apenas 
ideias e que tudo que há de concreto no mundo 
e que é feito e construído pelos humanos 
possuem relações diretas com as ideias. 
 
RESPEITO, SILÊNCIO E COOPERAÇÃO 
 
 
Prezados alunos e alunas, 
 Deixe os únicos 50 minutos por semana 
para a Filosofia para falarmos de 
Filosofia. Tenham calma, dediquem um 
pouco, leiam um pouco mais e 
entenderão que a Filosofia tem algo de 
importante a nos dizer. 
 As minhas aulas são o trabalho que 
presto para a sociedade, para você, sua 
família e toda a sociedade. Preciso e 
quero realizar minhas aulas cada vez 
melhor. Peço que cooperem para 
fazermos um bom trabalho. Isto é o 
melhor para todos nós. 
 Em toda e qualquer relação é preciso 
respeito, na relação professor-alun@s, 
não é diferente. É preciso respeito em 
sala, de todo e qualquer alun@, assim 
como também preciso respeitar. 
 Ao desrespeitar o professor, você está 
desrespeitando a tod@s. Isto entristece, 
superficializa e dificulta o Ensino. 
 
Não nos distraiam: 
• Deixe o celular por um momento. Deixe 
para usar a tecnologia de comunicação a 
distância quando não houver demanda 
por comunicação presencial. É isto que 
ocorre em sala de aula durante uma 
aula, ocorre um processo 
comunicacional. Participe dele. Ouvindo, 
compreendendo, complementando, 
perguntando, opinando. 
• Não fique virando ou virado para trás. 
 
• Não saia da sala sem antes comunicar. 
Estas atitudes impedem que o ambiente 
seja o mais adequado para a realização 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
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do propósito, que é o processo-de-tentar-
ensinar-filosofar-estudar-aprender... 
• Quem não quer cooperar e ainda assim 
quer ficar em sala de aula: dormindo ou 
estudando, não é adequado, mas desde 
que ―não‖ faça barulho, nem movimento, 
eu compreendo, mas ficar em sala, no 
coletivo e sabotar o coletivo, atrapalhar e 
dificultar a aula...Isto não! Conto com 
todos vocês! 
 
Pergunte sempre que preciso: 
 
 
• Pergunte, mas não fale em particular. A 
conversa em aula é coletiva. Tente isto! 
• Pergunte sempre que estiver com uma 
dúvida verdadeira. 
• Evite perguntas que fuja do assunto em 
pauta no momento. 
• Pergunte em sala, pergunte 
pessoalmente, pelo face (no grupo ou 
inbox), por e-mail e pelo whatsapp. 
 
 
 
 
Sugestão de Música: 
Fala – Secos e Molhados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OBJETIVOS DA MINHA PRÁTICA 
PEDAGÓGICA: 
 
 Ministrar um curso da história do 
pensamento filosófico; 
 Preparar os estudantes para os exames: 
Enem, Vestibular e avaliações internas; 
 Pautar assuntos relevantes para os 
estudantes; 
 Estimular a reflexão filosófica, o 
questionamento das próprias ideias e 
valores e o contínuo exame e 
consideração dos dados disponíveis; 
 Estimular a reflexão em torno de todas 
as formas de discriminação – sexual, 
étnica, racial, por orientação sexual. 
 Fazer da sala de aula e da sociedade 
como um todo um espaço de troca de 
saberes e fazeres; 
 Ter no diálogo o instrumento de 
humanização ao comprometer-se com a 
libertação dos sujeitos da condição de 
―seres para o outros‖ passando a 
condição de ―seres para si‖; 
 Desenvolvimento da autonomia individual 
como sujeitos de direitos. Os sujeitos de 
direito são indivíduos que se reconhecem 
nos demais seres humanos como iguais 
também como sujeitos que devem ter 
sua autonomia e diversidade 
respeitadas, valorizam a solidariedade e 
são pessoas que estão preparadas para 
estar em permanente vigilância em 
defesa da dignidade humana. 
 Construção de um espaço pedagógico 
democrático capaz de formar cidadãos e 
cidadãs ativas; 
 Preocupação com a consolidação da 
democracia resultante de projetos 
coletivos e lutas por justiça e paz. 
 Recuperar a alegria em ser-humano e a 
―utopia possível‖. 
 Norteiar a reflexão sobre a experiência 
tomando como pressuposto a ideia de 
totalidade e do materialismo histórico 
dialético, articulada a estudos sobre os 
modosde produção, antagonismos 
sociais e relações de poder. 
 
 Analisar as demandas pautadas pela 
ação dos movimentos sociais 
contemporâneos que, pelo processo 
civilizatório que desencadeiam, indagam 
a história em busca das causas 
estruturantes dos problemas hoje 
vivenciados. 
 Dar um sentido ético e político ao 
trabalho, à formação escolar e à atuação 
profissional. 
 Empregar o tempo da vida e o espaço da 
formação para capacitar atores sociais 
que ajudem a construir outra realidade 
possível. 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: 
 
 Refletir criticamente os problemas do 
mundo contemporâneo; 
 Desenvolver a compreensão de si 
mesmo como um bem social, histórico e 
em processo de autoprodução; 
 Ler de maneira filosófica, textos de 
diferentes estruturas e registros; 
 Elaborar textos reflexivos; 
 Debater, assumindo uma posição, 
defendendo-a através de argumentos 
significativos e mudando de posição 
diante de argumentos mais consistentes; 
 Articular conhecimentos filosóficos e 
diferentes conhecimentos presentes nas 
ciências naturais e humanas, nas artes e 
em outras produções culturais; 
 Contextualizar conhecimentos 
filosóficos, nos planos de sua origem 
específica, sócio-política, histórica, 
cultural e científico tecnológico; 
 Diferenciar a filosofia de outros tipos de 
conhecimento, apontando para sua 
utilidade, compreender que o seu 
surgimento se dá a partir do pensamento 
crítico; 
 Dialogar sobre os filósofos, buscando 
perceber seus questionamentos, bem 
como suas características essenciais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
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METODOLOGIA / ESTRAGÉGIA DE 
AÇÃO 
 
 Exposição oral e sistemática das ideias 
dos filósofos; 
 Leitura e análise de textos em sala; 
 Elaboração de estudos dirigidos e 
pesquisas extra-sala; 
 Fazer uso de vídeos e músicas, 
 Preocupação com a coerência entre 
discurso e prática; 
 Metodologia de investigação participativa 
em que a pergunta é utilizada como 
meio de descoberta conjunta; 
 O Processo educativo não é para os/as 
estudantes, mas com as/os estudantes; 
 Apresentar o contexto sócio-histórico de 
constituição, formação e 
desenvolvimento das ideias filosóficas; 
 Apresentar visão globalizante dos 
problemas, pela perspectiva 
multidisciplinar; 
 Facilitar a aprendizagem, inter-
relacionando conteúdos; 
 Deixar claro os objetivos da aula; 
 Estruturar o tempo conforme a 
relevância e complexidade do assunto; 
 Abordar os principais elementos da 
temática em questão; 
 Consolidar ideias principais; 
 Utilizar exemplos relevantes; 
 Facilitar a síntese do conteúdo; 
 Reflexão associada à prática. A reflexão 
deve se dar por uma participação 
democrática dos sujeitos refletindo a 
legítima organização social para a 
liberdade; 
 Enfoque pedagógico problematizador e 
crítico; 
 Apresentação de seminários; 
 Participação em projetos e eventos 
extra-classe; 
 
AVALIAÇÃO: 
A avaliação será contínua e permanente e para 
todas as aulas será atribuído nota. O processo 
avaliativo retroalimentará o processo de ensino-
aprendizado, servindo como um diagnóstico, 
que possibilite a correção das falhas e como 
parâmetro para prognósticos que vise prever 
novas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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POR QUE FILOSOFIA? 
 
―Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos 
do senso comum for útil; se não se deixar guiar 
pela submissão às ideias dominantes e aos 
poderes estabelecidos for útil; se buscar 
compreender a significação do mundo, da 
cultura, da história for útil; se conhecer o 
sentido das criações humanas nas artes, nas 
ciências e na política for útil; se dar a cada um 
de nós e à nossa sociedade os meios para 
serem conscientes de si e de suas ações numa 
prática que deseja a liberdade a felicidade para 
todos for útil, então podemos dizer que a 
Filosofia é o mais útil de todos os saberes de 
que os seres humanos são capazes.‖ Marilena 
Chauí 
 
―Do que você precisa, acima de tudo, é de não 
se lembrar do que eu lhe disse; nunca pense 
por mim, pense sempre por você; fique certo de 
que mais valem todos os erros se forem 
cometidos segundo o que pensou e decidiu do 
que todos os acertos, se eles foram meus, não 
seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito 
a mim não teríamos talvez dois corpos distintos 
ou duas cabeças também distintas. Os meus 
conselhos devem servir para que você se lhes 
oponha. É possível que depois da oposição 
venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa 
altura já o pensamento lhe pertence. São meus 
discípulos, se alguns tenho, os que estão contra 
mim; porque esses guardaram no fundo da 
alma a força que verdadeiramente me anima e 
que mais desejaria transmitir-lhes: a de não se 
conformarem‖. Agostinho da Silva, Sete Cartas 
a um Jovem Filósofo, 1945 
 
―O que é um filósofo? É alguém que pratica a 
filosofia, que se serve da razão para tentar 
pensar o mundo e a sua própria vida, a fim de 
se aproximar da sabedoria ou da felicidade. E 
isso se aprende na escola? Tem de ser 
aprendido, já que ninguém nasce filósofo e já 
que a filosofia é, antes de mais nada, um 
trabalho. Tanto melhor, se ele começar na 
escola. O importante é começar, e não parar 
mais. Nunca é cedo demais nem tarde demais 
para filosofar, dizia Epicuro [...]. Digamos que 
só é tarde demais quando já não é possível 
pensar de modo algum.‖ COMTE-SPONVILLE, 
André. Dicionário Filosófico. São Paulo: Martins 
Fontes, 1991. p.79. 
 
"A tarefa da filosofia não é fornecer respostas 
ou soluções, mas sim submeter as próprias 
perguntas ao exame crítico; de nos fazer ver 
como a própria forma pela qual percebemos um 
problema é um o bstáculo para sua solução. 
Assim, pode-se dizer que a principal função do 
intelectual público hoje é fazer com que as 
pessoas façam as perguntas certas."— Slavoj 
Žižek 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
UM MODELO POSSÍVEL: GRÁFICO DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
 Segue abaixo, de modo simplificado os Filósofos que pretendo apresentar-ensinar-aprender 
em 2015. A proposta está aberta para sugestões. Tem algum outro filósofo ou filósofa, deste 
período, que você gostaria que fosse incluído na lista? Com poucas exceções, os Filósofos estão 
organizados em ordem cronológica por ser a mais simples, facilitando as convergências de 
compreensão. A apresentação nesta ordem não impede de estabelecer o máximo de conexões, 
tanto com os pensadores do futuro, quanto do passado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMAÇÃO SIMPLIFICADA - 2015 
PERÍODO HISTÓRICO TEMA OU 
FILÓSOFO 
DATA 
IDADE MODERNA 
(1453 – 1789) 
Kant 1724 - 1804 
Hegel 1770 - 1831 
 
IDADE CONTEMPORÂNEA 
(1789 – 2000) 
Kierkegaard 1813 - 1855 
Marx 1818 - 1883 
Nietzsche 1844 - 1900 
Sartre 1905 - 1980 
Michel Foucault 1926 - 1984 
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
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10 
PROGRAMAÇÃO TEMÁTICA 
 
KANT (1724 – 1804) 
 
BIOGRAFIA 
EPISTEMOLOGIA: o problema do conhecimentohumano 
 O que podemos conhecer? 
 Superou a dicotomia: racionalismo-
empirismo 
 Formas à priori da sensibilidade: espaço 
e tempo. 
 Formas à priori do entendimento: as 
categorias. 
 Nova Revolução Copernicana 
 Fenômenos e Noumenons 
 O conhecimento empírico (a posteriori) 
 O conhecimento puro (a priori) 
 Juízo analítico 
 Juízo sintético a posteriori 
 Juízo sintético a priori 
 A metafísica é impossível como ciência 
 
ÉTICA 
 Crítica da Razão Prática: o que devemos 
fazer? 
 A menoridade humana e o 
esclarecimento 
 Imperativo Categórico e Imperativo 
Hipotético 
 Os deveres 
 
HEGEL (1770 – 1831) 
 Biografia 
 Espírito ou Ideia: o verdadeiro 
protagonista da história 
 A Liberdade como móbile da história 
 História: como processo de contradição e 
negações, todas necessárias, 
 Liberdade, 
 O Estado: como resultado final da 
História 
 Astúcia da razão: como a Ideia atinge 
seus objetivos por meio da ação dos 
indivíduos: particulares e passionais 
 A dialética: tese, antítese e síntese, 
 A racionalidade do real e a inexistência 
de acaso 
 O Todo como o verdadeiro e a 
interrelação de todos os acontecimentos, 
 A Filosofia enquanto ponto culminante do 
movimento dialético, 
 
KIERKEGAARD (1813 – 1855) 
 Vida e obra, 
 Crítica Kierkegaardiana à filosofia de 
Hegel 
 Estágios do Caminho: estético, ético e 
religioso 
 
MARX (1818 – 1883) 
 Biografia: 
 Marxismo 
 Radical: 
 Humanismo: 
 Internacionalismo: 
 Manifesto Comunista 
 Influências: Economia política clássica 
(Adam Smith e David Ricardo) 
 Idealismo 
 Socialismo utópico 
 Materialismo Histórico Dialético: 
Materialismo 
 Para além do empirismo 
 Capitalismo 
 Modo de produção: relações de 
produção e forças produtivas 
 Infra-estrutura e Superestrutura: Infra-
estrutura 
 Classes sociais e Luta de Classe 
 Estado 
 Assalariamento 
 Mais-valia: Mais-valia absoluta e Mais-
valia relativa 
 Fetiche da Mercadoria 
 Trabalho e sua divisão social 
 Alienação 
 Ideologia 
 Religião 
 Práxis: o fazer história racionalmente 
 História 
 Revolução 
 Reformismo 
 Emancipação 
 Socialismo e Estado dos Trabalhadores 
 Comunismo 
 Crítica ao Anarquismo 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Comunista
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
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11 
 Dinheiro 
 Ecologia 
 Racionalista 
 Stalinismo 
 
NIETZSCHE (1844 – 1900) 
 Valor dos valores, 
 Abstrações e intuições, 
 Perspectivismo, 
 Crítica ao Cristianismo e à igreja, 
 Genealogia:a origem dos valores. 
 
JEAN-PAUL SARTRE (1905 – 1980) 
 Biografia 
 Matrizes 
 Contexto Histórico 
 Humanismo 
 O Em-si (Hegel) 
 O Para-si 
 Existência precede a essência 
 Não há deus 
 Liberdade 
 Condicionantes ou Índices de 
adversidade 
 O outro como inferno e o outro como 
chave/espelho 
 Angústia 
 Má-fé 
 Responsabilidade 
 Absurdo e contingência (A náusea) 
 Moral laica 
 Consciência como Intencionalidade 
 Epistemologia 
 Ética 
 Index 
 Totalidade 
 Psique 
 Compreensão 
 Personalidade 
 Projeto 
 Obra 
 
MICHEL FOUCAULT (1925 – 1984) 
 Biografia, 
 Temas, 
 Filiação filosófica, 
 História da loucura, 
 Em defesa da sociedade, 
 Biopoder, 
 Liberdade, 
 O Sujeito e o Poder, 
 Panóptico, 
 Recepção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
IMMANUEL KANT (1724-1804) 
 
 
 
BIOGRAFIA: 
 Kant era profundamente religioso e viveu uma vida metódica dedicada ao estudar e ensinar. 
 Professor secundário de geografia, 
 Em 1755 começa a carreira universitária ensinando Ciências Naturais. 
 Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual 
nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos estudos filosóficos. 
 Realizou numerosos trabalhos sobre ciência, física, matemática, etc. 
 Kant nasceu, viveu e morreu em Königsberg (atual Kaliningrado), na altura pertencente 
à Prússia. 
 Teve uma educação austera numa escola pietista, que frequentou graças à intervenção de 
um pastor. 
 Ele foi um cristão devoto por toda a sua vida. 
 Kant foi um respeitado e competente professor universitário durante quase toda a vida, mas 
nada do que fez antes dos 50 anos lhe garantiria qualquer reputação histórica. 
 Viveu uma vida extremamente regulada: o passeio que fazia às 15:30 todas as tardes era tão 
pontual que as mulheres domésticas das redondezas podiam acertar os relógios por ele. 
 Era considerado uma pessoa muito sociável: recebia convidados para jantar com 
regularidade. 
 
EPISTEMOLOGIA: o problema do conhecimento humano 
 Na sua obra ―Crítica da Razão Pura‖, Kant desenvolve sua teoria epistemológica baseado na 
pergunta: “O que podemos conhecer?”. Ele avalia as possibilidades e os limites da razão. 
 Superou a dicotomia: racionalismo-empirismo. Empirista: tudo que conhecemos vem dos 
sentidos. Racionalista: tudo que pensamos vem de nós mesmos. Hume: o despertou de um 
―sono dogmático‖ onde está mergulhado os filósofos que não se questionavam se as ideias 
da razão correspondem mesmo à realidade. Kant operou, na epistemologia, uma síntese 
entre o racionalismo de René Descartes onde impera a forma de raciocínio dedutivo, e a 
tradição empírica inglesa de David Hume, John Locke, e George Berkeley que valoriza a 
indução. 
 Todo conhecimento começa com a experiência (Nenhum conhecimento precede a 
experiência.), mas nem todo conhecimento se origina da experiência (a priori). 
 Há formas à priori da sensibilidade e do entendimento. 
 Entendimento é a capacidade de julgar, de pensar e de produzir conceitos. 
 As formas à priori da sensibilidade são o espaço e o tempo. O espaço é a priori, não deriva da 
experiência, mas é sua condição de possibilidade. Podemos pensar o espaço sem coisas, 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_Naturais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_K%C3%B6nigsberg
http://pt.wikipedia.org/wiki/K%C3%B6nigsberg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kaliningrado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%BAssia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pietismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espa%C3%A7o
 
 
 
 
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mas não coisas sem espaço. O espaço é o objeto de intuição e não conceito. Na 
apresentação "transcendental" do espaço, Kant determina as condições subjetivas ou 
transcendentais da objetividade. Se o conhecimento é relação, ou relacionamento (do sujeito 
com o objeto), não, pode conhecer as coisas "em si", mas "para nós". A geometria pura, 
quando aplicada, coincide totalmente com a experiência, porque o espaço é a forma a priori 
da sensibilidade externa. O tempo é, também, a priori. Podemos concebê-lo sem 
acontecimentos, internos ou externos, mas não podemos conceber os acontecimentos fora do 
tempo. O tempo e o espaço são, pois formas à priori da sensibilidade interna e externa. As 
condições de possibilidade do conhecimento sensível são, portanto, as formas a priori da 
sensibilidade. Tente imaginar alguma coisa que existe fora do tempo e que não tem extensão 
no espaço. A mente humana não pode produzir tal ideia. Nada pode ser percebido exceto 
através destas formas, e os limites da física são os limites da estrutura fundamental da mente. 
Assim, já vemos que não podemos conhecer fora do espaço e do tempo. 
 As formas à priori do entendimento são as categorias. As Categorias são conceitospuros, a 
priori, sem conteúdo, anteriores à experiência, e que, por isso, a tornam possível. São em 
número de 12: a unidade, a pluralidade, a totalidade, a essência, a negação, a limitação, a 
substância, a causalidade, a ação recíproca, a possibilidade, a existência e a necessidade. 
 Idealismo transcendental: Kant denominou a filosofia crítica de "idealismo transcendental". 
(Transcendental: o que dá a possibilidade da experiência. Conceitos a priori dos objetos.) 
 Revolução Copernicana: Tal como Copérnico revolucionou a astronomia ao mudar o ponto 
de vista (Não é o sol que gira em torno da terra), a filosofia crítica de Kant pergunta quais as 
condições a priori para que o nosso conhecimento do mundo se possa concretizar. Os objetos 
regulam pela estrutura do nosso conhecimento. Não é o objeto que determina o sujeito, mas o 
sujeito que determina o objeto. 
 Para Kant há os Fenômenos e os Noumenons. 
 Fenômeno. Kant afirma, em síntese, que não somos capazes de conhecer inteiramente os 
objetos reais visto que o nosso conhecimento sobre os objetos reais é apenas fruto do que 
somos capazes de pensar sobre eles. Fenômeno é aquilo que nos aparece. Os fenômenos da 
realidade objetiva, por serem incapazes de se mostrar aos homens exatamente tais como 
são, não aparecem como coisas-em-si, mas como representações subjetivas construídas 
pelas faculdades humanas de cognição. 
 Noumenon é aquilo que é pensado, a ―coisa em si‖, ideias da razão para as quais a 
experiência não nos dá o conteúdo necessário. Pode ser pensado, mas não pode ser 
conhecido. São os objetos da metafísica: alma, mundo e Deus. A razão humana, não pode 
evitar as questões metafísicas, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas também não 
pode respondê-las por ultrapassarem suas possibilidades. (Immanuel, Kant. Crítica da razão 
pura. (Prefácio da primeira edição, 1781. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. p.3.). 
Por isto a metafísica é fonte de intermináveis disputas. 
 O conhecimento empírico (a posteriori): aquele que se refere aos dados fornecidos pelos 
sentidos, isto é, que é posterior a experiência. Ex: este livro tem a capa verde. 
 O conhecimento puro (a priori): aquele que não depende de quaisquer dados dos sentidos, 
ou seja, que é anterior a experiência, nascendo somente de uma operação racional. Ex: duas 
linhas paralelas se encontram no mesmo espaço. 
 O conhecimento puro conduz a juízos universais e necessários, enquanto o conhecimento 
empírico não possui essa característica. Os juízos são classificados por Kant em dois tipos: 
 Juízo analítico: aquele em que o predicado já está contido no sujeito. Quando se nega 
o sujeito, se nega o predicado. E vice - versa. São fundados no princípio de identidade, o 
predicado aponta um atributo contido no sujeito. Tais juízos independem da experiência, são 
universais e necessários. Ex.: o quadrado tem quatro lados e quatro ângulos internos. 
O triângulo tem três lados. Todo corpo é extenso. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transcendental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idealismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sujeito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Predicado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo
 
 
 
 
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 Juízo sintético: aquele em que o predicado não está contido no sujeito. Não se pode chegar 
à verdade por pura análise de suas proposições, consistia em ampliar o conhecimento; era 
um juízo extensivo. Esses juízos se dão a posteriori a experiência. Precisamos experimentar 
para saber se são verdadeiros. Ex: os corpos se movimentam. O calor dilata os corpos. Se 
falarmos ―os corpos‖ somente, fica a interrogação, pois podem estar em movimento ou 
parados. Assim, os juízos sintéticos enriquecem nossas informações e ampliam o nosso 
conhecimento. 
 Por fim analisando o valor de cada juízo, Kant distingue três categorias: Juízo analítico: 
como no exemplo ―O quadrado tem quatro lados‖, essa afirmação é um juízo universal e 
necessário, mas serve apenas para tornar mais claro, para explicitar aquilo que já se 
conhece, portanto não conduz a conhecimentos novos; 
 Juízo sintético a posteriori: como no exemplo ―Este livro é verde‖, essa afirmação amplia o 
conhecimento sobre o sujeito, mas sua validade está condicionada ao tempo e ao espaço 
que se dá a experiência, portanto, não constitui um juízo universal e necessário; 
 Juízo sintético a priori: como no exemplo ―A linha reta é o menor caminho entre dois 
pontos‖, essa informação acrescenta informações novas ao sujeito, possibilitando uma 
ampliação do conhecimento. E como não está limitado pela experiência, é um juízo universal 
e necessário. Assim, como são possíveis juízos sintéticos a priori? São possíveis porque há 
uma faculdade da razão - o entendimento - que nos fornece categorias a priori - como causa 
e efeito - que nos permitem emitir juízos sobre o mundo. 
 A metafísica é impossível como ciência: Nas célebres, "antinomias", Kant mostra que a 
razão pura demonstra, "indiferentemente", a finitude e a infinitude do universo, a liberdade e o 
determinismo, a existência e a inexistência de Deus. 
Influências da Crítica da razão pura 
Materialistas (Feuerbach) A matéria é anterior ao espiritual e o 
determina 
Positivistas (Conte) A ciência é a forma mais adequada de 
conhecimento 
Idealistas (Fichte, Schelling e 
Hegel) 
A razão impõe formas à priori ao 
conteúdo da experiência 
 
 
ÉTICA 
 Na sua obra ―Crítica da Razão Prática‖, Kant desenvolve sua teoria ética e pergunta pelo que 
devemos fazer, e para explicar a lei moral, ele resgata ideias metafísicas como pressupostos. 
Estas ideias são a liberdade e a autodeterminação do homem, a imortalidade da alma e a 
existência de Deus. 
 A menoridade humana e o esclarecimento: Em seu texto ―O que é ilustração‖ ou ―O que é o 
Iluminismo?‖ Kant define a palavra esclarecimento como a saída do homem de sua 
menoridade. Da qual o próprio homem é responsável. Kant define essa menoridade como a 
incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento. A permanência do 
homem na menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar. A covardia, a preguiça e o 
comodismo são as causas que levam os homens a permanecerem na menoridade. Ilustração 
é "a saída do homem de sua menoridade". Kant sintetiza seu otimismo iluminista em relação 
à possibilidade de o homem seguir por sua própria razão, sem deixar enganar pelas crenças, 
tradições e opiniões alheias. Nesse processo de saída da menoridade o homem deve 
fundamentar sua própria maneira de agir, através da sua inteligência, sem a doutrinação ou 
tutela de outrem. O ser humano, como ser dotado de razão e liberdade, é o centro da filosofia 
kantiana. A razão é a autoridade final para a moralidade, as ações de qualquer tipo precisam 
partir de um sentido de dever ditado pela razão, e nenhuma ação realizada por interesse ou 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ju%C3%ADzo
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_que_%C3%A9_o_Iluminismo%3F&action=edit&redlink=1
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por obediência a lei ou costumes pode ser considerada moral. Para Kant somente as ações 
realizadas ―por dever‖ são susceptíveis de valoração moral. Portanto, a lei moral de Kant é 
baseada na ideia de que os seres humanos são racionais e independentes. 
 Imperativo Categórico e Imperativo Hipotético: Kant descreveu classes de mandamentos 
dados pela razão. E descreveu que todo ato, no momento de iniciar-se apareceà consciência 
moral sob duas classes de mandamentos que ele chama de ―imperativos hipotéticos‖ e 
―imperativos categóricos‖ e distingue esses conceitos como: 
 Imperativo Hipotético: são sempre subordinados a uma condição, ou seja, enunciam um 
mandamento subordinado a determinadas condições que deve ser seguido para obter um 
resultado, como exemplo, ―Se quer sarar, toma remédio‖. 
 Imperativo Categórico: por sua vez é desvinculado de quaisquer condições e que foi 
colocado por Kant como ―Age de tal maneira que o motivo que te levou a agir possa se 
convertido em lei universal.‖O imperativo categórico de Immanuel Kant é um princípio e uma 
obrigação, incondicional, absoluta e imposta pela razão. É um princípio que nos diz a forma 
como devemos cumprir o dever. 
 Os deveres são obrigações que devemos cumprir e não são todos absolutos. Há deveres que 
são absolutos e deveres que admitem exceções. A ética de Kant é uma ética deontológica, 
ou seja, construída sobre o princípio do dever. 
 Na formulação do imperativo categórico, fundamentou a ética e moral humana, que implica no 
dever de atuar somente quando nossa máxima pode ser convertida em lei universal. 
Imperativo porque constituem um dever de atuação, categórico porque é incondicional, não 
subordinado a nenhum fim. Responde, portanto a formulação ―dever fazer A‖, sem atender as 
conseqüências que por ventura possam ocorrer. A esses imperativos categóricos próprios da 
moral, contrapõem os imperativos hipotéticos condicionados aos imperativos de ordem para 
lograr um interesse (prazer, reconhecimento, recompensa, utilidade...), sua formulação é ―se 
queres B, faça A‖ 
 O imperativo categórico pode ser formulado em três formas, que ele acreditava serem mais 
ou menos equivalentes (apesar de opinião contrária de muitos comentadores): 
 § A primeira formulação (a fórmula da lei universal) diz: "Age somente em concordância com 
aquela máxima através da qual tu possas ao mesmo tempo querer que ela venha a se tornar 
uma lei universal". 
 § A segunda fórmula (a fórmula da humanidade) diz: "Age por forma a que uses a 
humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como 
fim, nunca meramente como meio". 
 § A terceira fórmula (a fórmula da autonomia) é uma síntese das duas prévias. Diz que 
deveremos agir por forma a que possamos pensar de nós próprios como leis universais 
legislativas através das nossas máximas. Podemos pensar em nós como tais legisladores 
autônomos apenas se seguirmos as nossas próprias leis. 
Obras: 
Crítica da Razão Pura (1781); 
Prolegômenos para toda metafísica futura que se apresente como ciência (1783); 
Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita (1784); 
Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785); 
Fundamentos da metafísica da moral (1785); 
Primeiros princípios metafísicos da ciência natural (1786); 
Crítica da Razão Prática (1788); 
Crítica do Julgamento (1790); 
A Religião dentro dos limites da mera razão (1793); 
A Paz Perpétua (1795); 
Doutrina do Direito (1796); 
A Metafísica da Moral (1797); 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtica_da_Raz%C3%A3o_Pura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtica_da_Raz%C3%A3o_Pr%C3%A1tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtica_do_Julgamento
 
 
 
 
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Antropologia do ponto de vista pragmático (1798). 
Leituras Complementares: 
Cap. 15. A crítica à metafísica. (p.179-183) do livro didático Filosofando. Introdução à filosofia. 
volume único..4ª edição. S.P: --Moderna.2009. de ARANHA, Maria Lucia Arruda e MARTINS, Maria 
Helena Pires. 
 
EXERCÍCIOS: 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
Na sua obra ―Critica da Razão Pura‖, Kant formulou uma síntese entre sujeito e objeto, mostrando 
que, ao conhecermos a realidade do mundo, participamos da sua construção mental. Segundo Kant, 
esta valorização do sujeito no ato do conhecimento representou, na filosofia, algo comparável à: 
A) Previsão da órbita do Cometa Halley no sistema solar. 
B) Revolução de Copérnico na física. 
C) Invenção do telescópio por Galileu Galilei. 
D) Invenção da máquina a vapor. 
 
 
QUESTÃO 02 
 
 
 
(UFU 1/1999) Na obra Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant, examinando o problema do 
conhecimento humano, distinguiu duas formas básicas do ato de conhecer. Assinale a alternativa 
CORRETA. 
A) O conhecimento religioso e o conhecimento ateu. 
B) O conhecimento mítico e o conhecimento cético. 
C) O conhecimento sofístico e o conhecimento ideológico. 
D) O conhecimento empírico e o conhecimento puro. 
 
 
 
 
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QUESTÃO 03 
 
 
 
Ao analisarmos o texto de Immanuel Kant ―O que é o esclarecimento‖ discutimos brevemente sobre 
a ética kantiana, o filósofo afirma: ―Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer 
como princípio universal de conduta‖ do qual se fundo em um Imperativo Categórico. De acordo com 
esta frase marque a alternativa CORRETA: 
A) devemos agir sempre pensando em nós mesmos, sem nos importar com os outros. 
B) devemos sempre agir pensando nos outros, sem nos importar com nós mesmos. 
C) nossa ação deve ser racionalmente decidida, de forma que possa valer para todos e não apenas 
para nós mesmos. 
D) nossa ação deve sempre estar fundamentada em nossos desejos, exclusivamente. 
 
 
QUESTÃO 04 
 
 
 
Sobre Immanuel Kant (1724-1804) e sua obra, podemos afirmar que, EXCETO: 
A) Kant era profundamente religioso e viveu uma vida metódica dedicada ao estudar e ensinar. 
B) Na sua obra ―Crítica da Razão Pura‖, Kant pergunta pelo que podemos conhecer. Ele avalia as 
possibilidades e limites da razão. 
C) Na sua obra ―Crítica da Razão Prática‖, Kant pergunta pelo que devemos fazer, e para explicar a 
lei moral, ele resgata ideias metafísicas como pressupostos. Estas ideias são a liberdade e a 
autodeterminação do homem, a imortalidade da alma e a inexistência de Deus. 
D) Na Crítica da Faculdade do Juízo, Kant, teoriza sobre os juízos estéticos, sobre o belo, o 
agradável e sobre o útil. 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO 05 
 
 
 
No que diz respeito à teoria epistemológica de Immanuel Kant (1724-1804), podemos afirmar que, 
EXCETO: 
A) Kant foi responsável por superar a dicotomia: racionalismo-empirismo. Para ele todo 
conhecimento começa com a experiência, nenhum conhecimento precede a experiência, mas nem 
todo conhecimento se origina da experiência, pois há estruturas à priori nas quais se inscrevem 
nossa experiência. 
B) No conhecimento a Matéria e a Forma atuam ao mesmo tempo. A matéria vem de fora, pela 
experiência, à posteriori, mas é processada por uma forma, interior, que se dá antes da experiência, 
à priori. A razão é portanto uma ―folha em branco‖. 
C) Há formas à priori da sensibilidade e do entendimento. As formas à priori da sensibilidade são o 
espaço e o tempo. E as formas à priori do entendimento (capacidade de julgar, de pensar e de 
produzir conceitos) são as categorias (conceitos puros, sem conteúdo)tais como: substância , 
causalidade e existência. 
D) Para Kant, Fenômeno é aquilo que nos aparece e Noumenon é aquilo que é pensado, a ―coisa 
em si‖, ideias da razão para as quais a experiência não nos dá o conteúdo necessário. Pode ser 
pensado, mas não pode ser conhecido. São os objetos da metafísica: alma, mundo e Deus. 
 
QUESTÃO 06 
 
 
 
(UEL-PR - modificada) Leia o texto a seguir. 
―A razão humana, num determinado domínio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de 
se ver atormentada por questões que nãopode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas 
às quais também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas possibilidades.‖ 
 
 
 
 
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(Immanuel Kant. Crítica da razão pura. (Prefácio da primeira edição, 1781. Lisboa: Fundação 
Calouste Gulbenkian, 1994. p.3.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas intermináveis disputas 
chama-se 
A) experiência. 
B) natureza 
C) entendimento 
D) metafísica 
 
QUESTÃO 07 
 
 
 
O imperativo categórico de Immanuel Kant é. Marque a alternativa INCORRETA: 
A) Um princípio incondicionalmente imposto pela razão. 
B) Um princípio que nos diz a forma como devemos cumprir o dever. 
C) Uma obrigação absoluta e incondicionada. 
D) Um princípio que nada tem a ver com as máximas que orientam as nossas ações. 
 
QUESTÃO 08 
 
 
 
Sobre a teoria ética de Kant e a questão dos deveres, marque a alternativa CORRETA: 
A) Os deveres não são obrigações que devemos cumprir. 
B) Os deveres são todos absolutos. 
C) Há deveres que são absolutos e deveres que admitem exceções. 
D) Os deveres são todos perfeitos. 
 
QUESTÃO ABERTA 
 
01) (UFU-2006) Leia com atenção o texto abaixo. 
Um menino, a pedido de sua mãe, foi de manhã à padaria para comprar pães de queijo. Como 
estivesse em dificuldades financeiras, o comerciante cobrou-lhe trinta centavos a mais pela 
mercadoria, considerando que este dinheiro por certo não faria falta a uma criança da aparência tão 
saudável. No início da noite, o pai do menino voltou à padaria para comprar leite, e equivocou-se ao 
pagar o comerciante, dando-lhe cinqüenta centavos a mais. O comerciante, no entanto, 
 
 
 
 
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prontamente, restituiu ao freguês os cinqüenta centavos pagos a mais, considerando que o pai do 
menino era fiscal da prefeitura e que, em qualquer caso, seria conveniente manter boas relações 
com as autoridades locais. 
 
a) Em conformidade com o pensamento kantiano, responda as duas questões que se seguem. 
Por que a primeira atitude do comerciante (em relação ao menino) é contrária ao dever e imoral? 
b) Por que a segunda atitude do comerciante (em relação ao pai do menino) é conforme ao dever, 
mas mesmo assim imoral? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GEORGE WILHELM FRIEDRICH HEGEL (1770-1831) 
 
 
 
 
 “Quem vê o mundo racionalmente é capaz de reconhecer racionalidade nele” Hegel 
 
Biografia: Viveu a turbulência sócio-política e se entusiasmou com ela. Ao lado de Schelling e 
Hölderlin celebrou a Revolução Francesa com o plantio simbólico de uma árvore. Criticou o sistema 
kantiano por ser abstrato e lacunar. 
 
Filosofia da História: conceito dialético de História 
 O motor interno da história é a Contradição Dialética, que conduz ao autoconhecimento do 
espírito no tempo. O Movimento Gerador da Realidade é a Dialética Idealista. O 
desenvolvimento do processo histórico não é garantido pelas relações sociais e materiais ele 
é a auto-realização da razão no espírito do povo, a qual se manifesta concretamente no 
Estado. 
 Mundo = Natureza = Real: é uma totalidade em movimento, e é a manifestação da Ideia. No 
princípio era a ideia pura. ―O real é racional e o racional é real.‖. A racionalidade não é mais 
um modelo a se aplicar, mas é o próprio tecido do real e do pensamento. 
 No processo histórico o pensar está subordinado ao real existente. 
 Não há acaso, a razão governa o mundo e a História Universal. 
 A Razão e Mundo são da mesma Natureza. São ambos de natureza Dialética. A Dialética é a 
lógica da contradição. 
 Dialética Hegeliana: Dialética vem do grego ―dialektiké‖. Dia: ―através de‖, ―por meio de‖ e 
Lego: ―Falar‖. Para os gregos, significa o diálogo, a arte da discussão. Para Hegel, inspirado 
no pré-socrático Heráclito, dialética é a tentativa de explicar a mudança pela contradição, é a 
filosofia do devir, do vir-a-ser. O Ser é uma realidade em processo, uma estrutura dinâmica, 
em constante mudança. 
 São três os princípios básicos da dialética: totalidade, mediação e contradição; 
 Hegel propõem fundar uma nova lógica que não parta do princípio da identidade (A = A) e sim 
da contradição (A ^ ¬A). 
 
Identidade A = A 
Não-Contradição ¬(A ^ ¬A) 
Terceiro Excluído A V¬ A 
 
 Na Contradição Dialética tudo que surge (coisas e ideias) morre. A morte ao mesmo tempo 
que é uma força destruidora é também uma força criadora. ―Tudo que existe merece 
A filosofia começa quando um povo saiu da sua vida 
concreta, quando vão surgindo divisões e diferenciações 
nas classes; quando o povo se aproxima do ocaso; 
quando vai se cavando um abismo entre as tendências 
internas e a realidade externa, e as formas antiquadas da 
religião etc., já não satisfazem; quando o espírito se 
manifesta indiferente pela sua existência real, ou então, 
permanecendo nela, só experimenta insatisfação e 
incômodo, e a sua vida moral se vai dissolvendo.‖ 
(HEGEL. Introdução à História da Filosofia. Trad. de 
Antonio Pinto de Carvalho. Coleção Os Pensadores. São 
Paulo: Nova Cultural, 1989. p. 120.) 
 
 
 
 
 
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22 
desaparecer.‖ (Goethe). Todo ser contém em si mesmo o germe da sua ruína, portanto, de 
sua superação. 
Afirmação ← Negação (contradição) = superação da contradição 
Botão ← Flor = Fruto 
Tese ← Antítese = Síntese 
 No processo dialético, o que é negado é mantido. O termo alemão para se referir ao processo 
é ―aufheben‖, ―superar‖, ―suprimir‖, ―negar‖, ―conservar‖. A negação não se reduz à 
alternativas de enunciados excludentes de tipo ―ou-ou‖. 
 O desenvolvimento da História é um processo feito de contradições ou negações e cada 
momento é necessário para a sua realização. A negação hegeliana é só um momento no 
processo de construção do todo. Assim, de negação em negação a consciência progride de 
conteúdo em conteúdo. 
 O presente é engendrado por longo e dramático processo, no qual todos os acontecimentos 
estão relacionados. A história não é um terreno da felicidade: as épocas de felicidade são 
folhas em branco. A visão concreta da história engendra não só tristeza, também a 
compaixão e a indignação. 
 O particular (paixão, o indivíduo) ao opor-se ao Universal (História, Razão), engendra um 
novo universal (História, Razão). Ou seja, a Razão se revela na medida que é contraposta. 
 O Universal e o particular se complementam. O particular é inseparável do universal, pois é 
também da atividade do particular e de sua negação que resulta o universal. 
 A expressão ―astúcia da razão‖ foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da 
História Universal, na qual a Razão, isto é, o Universal se manifesta na História por intermédio 
das ações humanas, dos indivíduos, as quais buscam a satisfação imediata, a realização das 
paixões, do egoísmo, interesses particulares e acabam se tornando instrumentos para a 
realização de algo mais abrangente, para a realização do interesse universal, constituindo 
historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. Esta é a ―astúcia da 
razão‖ que Hegel exemplifica com personagens históricos tais como: Alexandre,César, 
Napoleão. 
 O Espírito ou a Ideia é o verdadeiro protagonista da História. 
 E o fim que o move é a conquista da liberdade. 
 O Estado é a efetivação da história e seu objetivo, nele a liberdade do indivíduo e de todos é 
concretizada e assegurada. No Estado ocorre a Liberdade, a união da vontade universal da 
Ideia e da vontade dos indivíduos. 
 O verdadeiro é o todo. Mas só no fim, após a conclusão do seu desenvolvimento histórico, 
que o todo é verdadeiro. 
 A vida ética, é a integração feita por Hegel dos sentimentos individuais subjetivos e das 
noções universais de direito. 
 
Metafísica: 
 Fundou o seu sistema a partir da noção de liberdade do sujeito. 
 Conceitos: ser, lógica, absoluto, dialética, história...assumem sentidos novos e muitos deles 
são analisados em relação ao seu contraditório: ser-nada, corpo-mente, liberdade-
determinismo, universal-particular, estado-indivíduo. 
 O pensamento (ideia) e a matéria (a natureza) formam o Espírito (―A consciência é toda a 
realidade.‖). 
 Espírito (geist, em alemão): atividade da consciência que se manifesta no tempo. 
 Espírito Subjetivo: Espírito Individual (emoção, desejo e imaginação.) 
 Espírito Objetivo: Espírito exterior (cultura, expressão da vontade coletiva: arte, religião, 
moral, direito, política) 
 
 
 
 
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 Espírito Subjetivo + Espírito Objetivo = Espírito Absoluto (Filosofia). A filosofia é o ―pássaro de 
minerva‖ que chega ao anoitecer. A crítica filosófica é feita ao final do trabalho realizado. 
 
A razão e a verdade são históricas: 
 Para Kant a consciência (ou o sujeito) interfere ativamente na construção da realidade, Hegel 
concorda, mas para ele a razão é histórica, a verdade deixa de ser um fato para ser um 
resultado do desenvolvimento do espírito, construída na história. 
 
Amor: Para o filósofo alemão F. Hegel, o amor significa, de maneira geral, a ―consciência de minha 
unidade com o outro, embora eu não esteja isolado para mim, mas conquiste minha consciência 
somente enquanto renúncia ao meu ser para-si e enquanto saber da minha unidade com o outro e 
do outro comigo.‖ 
 
Principais obras: 
 Fenomenologia do Espírito 
 Ciência da Lógica 
 Enciclopédia das Ciências Filosóficas 
 Introdução à História da Filosofia 
 Princípios da Filosofia do Direito 
 
Leituras Complementares: 
Cap. 15. A crítica à metafísica. (p.184 – 186) e Cap. 25 . Liberalismo e democracia (p.314 – 316) no 
livro didático adotado pela escola: Filosofando. Introdução à filosofia. volume único..4ª edição. S.P: --
Moderna.2009. de ARANHA, Maria Lucia Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. 
 
EXERCÍCIOS: 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
Segundo o pensamento de Hegel, assinale a ÚNICA alternativa incorreta: 
 
A) Para ele a História consiste no movimento do Espírito ou Ideia que busca realizar-se enquanto 
conquista da liberdade. 
B) A História é um processo feito de contradições ou negação e cada momento é necessário para a 
sua realização. 
C) A liberdade é o objetivo que na História a Idéia busca concretizar recorrendo às paixões e 
interesses dos indivíduos. 
D) Os indivíduos procurando realizar seus interesses e paixões, conseguem superar a história de 
seu tempo: os indivíduos se salvam, suas ideias perecem. 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO 02 
 
 
 
Para Hegel a Ideia ou o Espírito se serve dos interesses particulares dos indivíduos como 
instrumento para realização do interesse universal. Esta é a ―astúcia da razão‖ que Hegel 
exemplifica com personagens históricos tais como: Alexandre, César, Napoleão. Para o filósofo a 
história se move na conquista da liberdade; quais das alternativas abaixo são verdadeiras quanto ao 
pensamento do filósofo? 
 
Marque a alternativa FALSA: 
 
A) Para Hegel o Estado é o ―Comitê que gerencia os negócios comuns da Burguesia.‖ 
B) A meta da história universal é o desenvolvimento consciente da liberdade. 
C) O Estado é a efetivação da história, nele a liberdade do indivíduo e de todos é assegurada. 
D) A união da vontade universal da Ideia e da vontade dos indivíduos é a liberdade concretizada da 
instituição Estado. 
 
QUESTÃO 03 
 
 
 
 
―O interesse particular da paixão é, portanto, inseparável da participação do universal, pois é 
também da atividade do particular e de sua negação que resulta o universal‖ HEGEL, G. W. F. 
Filosofia da História. 2 ed. Tradução de Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasilia: Editora da UNB, 
1998. p. 35. 
Com base no pensamento de Hegel, assinale a alternativa correta. 
A) O particular é irracional, por isso é a negação do universal, portanto, a história não é guiada pela 
Razão, mas se deixa conduzir pelo acaso cego dos acontecimentos que se sucedem sem nenhuma 
relação entre eles. 
B) O universal é a somatória dos particulares, de modo que a História é tão só o acumulado ou o 
agregado das partes isoladas, e assim elas estão articuladas tal como engrenagens de uma grande 
máquina. 
 
 
 
 
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C) O particular da paixão é a ação dos indivíduos, sempre em oposição à finalidade da história, isto 
é, do universal da Razão que governa o mundo, mas esta depende da ação dos indivíduos, sem os 
quais ela não se manifesta. 
D) O universal é a vontade divina que por intermédio da sua ação providente preserva os homens de 
todos os perigos, evitando que se desgastem com suas paixões, assim, o humano é preservado 
desde o seu surgimento na Terra. 
 
QUESTÃO 04 
 
 
O verdadeiro é o todo. Mas o todo é somente a essência que se implementa através de seu 
desenvolvimento. Sobre o absoluto deve-se dizer que é essencialmente resultado; que só no fim é o 
que é na verdade. Sua natureza consiste justo nisso: em ser algo efetivo, em ser sujeito ou vir-a-ser-
de-si-mesmo. Embora pareça contraditório conceber o absoluto essencialmente como resultado, um 
pouco de reflexão basta para dissipar esse semblante de contradição. HEGEL, G.W.F. 
Fenomenologia do espírito. Tradução de Paulo Meneses. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 36. 
Considerando a concepção idealista da História na filosofia de Hegel, assinale a alternativa correta: 
A) O absoluto como fim do desenvolvimento histórico é garantido pelas relações sociais e materiais, 
necessárias para a concretização da essência da razão e da abolição da contradição reinante na 
base material da sociedade. 
B) O desenvolvimento do processo histórico é a auto-realização da razão no espírito do povo, a qual 
se manifesta concretamente no Estado e se conserva graças à vida ética no interior do Estado 
Moderno. 
C) A natureza do absoluto é inessencial e sua existência é de caráter formal, podendo ser 
apreendida graças à capacidade infinita da consciência, que confere à ideia de absoluto o status de 
idéia abstrata e separada do mundo. 
D) As contradições inviabilizam o desenvolvimento do absoluto e impedem a sua realização no 
mundo, passando a existir apenas como ideia abstrata na consciência individual. 
 
QUESTÃO 05 
 
 
 
 
 
 
 
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Hegel em seus cursos universitários de Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a 
relação da filosofia e a história: ―O único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da 
história‖. 
HEGEL, G.W.F. Filosofia da História. 2.ed. Brasília. Editora da UnB, 1998, p. 17. 
 
De acordo com a reflexãode Hegel, é correto afirmar que: 
 
I- A razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional. 
II- A ação dos homens obedece a vontade divina que preestabelece o curso da história. 
III- No processo histórico o pensar está subordinado ao real existente. 
IV- A ideia, ou a razão, se origina da força material de produção e reprodução da história. 
 
Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas. 
 
A) III e IV 
B) I e II 
C) II e III 
D) I e III 
 
QUESTÃO 06 
 
 
 
Sobre Hegel, marque a única alternativa errada: 
 
A) Para Hegel a instituição que assegura a efetivação do fim a que se dirige a história é o Estado. 
B) O verdadeiro protagonista da história é o Espírito e o fim que o move é a conquista da igualdade. 
C) A história não é um terreno da felicidade: as épocas de felicidade são folhas em branco. 
D) A visão concreta da história engendra não só tristeza, também a compaixão e a indignação. 
 
 
QUESTÃO 07 
 
 
A expressão ―astúcia da razão‖ foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História 
Universal. A respeito do significado dessa expressão, marque a alternativa correta. 
 
 
 
 
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A) Essa expressão significa o irracional governando o mundo, porque as ações humanas são 
movidas pelos interesses mesquinhos que só encontram a sua satisfação na destruição do Estado, 
fazendo a humanidade regredir ao estado de natureza. 
B) Essa expressão significa a fraude característica das ações dos indivíduos históricos universais 
que estão empenhados na aquisição do poder, sem se envolverem com a vida cotidiana e com a 
esfera da moralidade subjetiva dos povos. 
C) Essa expressão significa a ilusão de que as coisas realmente acontecem, quando na verdade a 
História Universal é conduzida pela força do destino traçada pela ordem da Providência Divina, que 
está acima da vontade dos homens. 
D) Essa expressão significa a força da razão, isto é, o universal que se manifesta por intermédio das 
ações humanas, as quais buscam a satisfação imediata e realizam algo mais abrangente, 
constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. 
 
QUESTÃO 08 
 
 
―A filosofia começa quando um povo saiu da sua vida concreta, quando vão surgindo divisões e 
diferenciações nas classes; quando o povo se aproxima do ocaso; quando vai se cavando um 
abismo entre as tendências internas e a realidade externa, e as formas antiquadas da religião etc., já 
não satisfazem; quando o espírito se manifesta indiferente pela sua existência real, ou então, 
permanecendo nela, só experimenta insatisfação e incômodo, e a sua vida moral se vai 
dissolvendo.‖ 
HEGEL. Introdução à História da Filosofia. Trad. de Antonio Pinto de Carvalho. Coleção Os 
Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1989. p. 120. 
 
A Filosofia é o ponto culminante do movimento dialético que desencadeia as mudanças descritas 
acima. Segundo Hegel, tal movimento é provocado: 
 
A) pela luta de classes inspirada na teoria evolucionista natural que afirma a sobrevivência e 
supremacia dos indivíduos mais aptos. 
B) pela consciência do indivíduo que é detentor da liberdade natural e com ela edifica o seu mundo 
independente do desenvolvimento das forças sociais. 
C) pelo espírito do povo, que consiste no trabalho de sucessivas gerações na edificação da cultura, 
o que representa a maturidade de uma civilização. 
D) pela força sobrenatural da providência divina que arrasta consigo os destinos dos homens e das 
nações para o reconhecimento de Deus na História. 
 
QUESTÕES ABERTAS 
01) Segundo o pensamento de Hegel, qual é o verdadeiro protagonista da História? 
02) Segundo Hegel, qual é o fim que move a Ideia ou o Espírito? 
03) A expressão ―astúcia da razão‖ foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da 
História Universal. Explique o significado desta expressão. 
04) De acordo com a reflexão de Hegel, a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é 
um processo racional. Explique esta afirmação. 
05) Para Hegel, qual é o papel do Estado. 
06) Segundo Hegel, o que provoca o movimento dialético que desencadeia as mudanças na 
História? 
 
 
 
 
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07) Conceitue o que é dialética. 
08) Descreva os três momentos da dialética e exemplifique cada um. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SÖREN KIERKEGAARD (1813-1855) 
 
 
 
• É um existencialista cristão, precursor do existencialismo. 
• Nasceu em Copenhague, Dinamarca, onde estudou filosofia e teologia. 
• Profundamente marcado por angústias pessoais e familiares às quais acrescenta a crise provocada 
pelo rompimento de seu noivado com Regina, Kierkegaard desenvolveu um pensamento 
indissociável de sua vida pessoal e de seus sentimentos trágicos. 
• Viveu uma fase desregrada de noitadas, bebidas e extravagâncias, após a morte do pai. Depois 
desta fase, torna-se pastor luterano. 
• Teve desavenças com a igreja Luterana. 
• Ele ataca o Cristianismo e especialmente o Luteranismo de sua pátria, valorizando contra a religião 
estabelecida a vivência da religiosidade. 
• Seu estilo é irônico, polêmico, poético, assistemático e distante da forma tradicional do tratado 
filosófico de sua época, tendo sido quase todas as suas obras publicadas sob pseudônimo. 
• Suas ideias eram opostas e mesmo combatia as ideias de Hegel, pois este: 
1. compreendia a vida como sistemas de formas abstratas, 
2. tinha explicações racionais acerca da existência, 
3. condensava a realidade num sistema, numa metafísica especulativa e abstrata. 
4. buscava o universal. 
• Kirkegaard defende a necessidade de uma ―filosofia existencial‖. ―A verdade é a subjetividade‖, não 
se escapa desta que é, para o indivíduo, sua própria medida e significação. A existência humana 
não pode ser explicada através dos conceitos de sistemas abstratos, pois a realidade é concreta. O 
sistema é racional, a realidade é irracional. 
 se a subjetividade é a verdade, a determinação da verdade deve conter, 
simultaneamente, em si, uma expressão da antítese com a objetividade, ... e então 
essa expressão indica a tensão da interioridade. Tenho aqui uma definição tal da 
verdade: a verdade é a incerteza objetiva sustentada na apropriação da interioridade 
“Por acaso não são sinceras as lágrimas que 
se derrama no teatro, onde fiéis e público 
sabem que tudo é mentira?” 
Søren Kierkegaard 
 
 
 
 
 
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mais apaixonada, tal é a mais elevada verdade que há para um existente. Post 
Scriptum no científico definitivo a Migajas filosóficas. Kierkegaard 
• É significativa a influência de Kierkegaard no existencialismo contemporâneo, sobretudo em 
Heidegger e Sartre bem como na renovação da teologia, principalmente protestante, que se dá em 
nosso século com Karl Barth e a ―teologia dialética‖ ou ―teologia da crise‖ assim como na literatura: 
Kafka, Thomas Mann e Ibsen. 
• Em sua obra Estágios do caminho da vida (1845), formula uma doutrina de três níveis, (etapas ou 
‗stadium‘s) de consciência que constituem o caminhar ao transcendente. São níveis autônomos e 
descontínuos, pois a passagem de um estágio a outro se dá através de um salto. 
• É a partir do desespero que o homem pode atingir outro estágio existencial.O desespero e a 
angústia são as molas propulsoras por intermédio das quais o homem reflete e encontra estímulo 
para ''saltar'' a outro estágio existencial. 
• O estágio Estético é ilustrado pelo sedutor que vive segundo a sua vontade, de forma hedonista e 
despreocupada consigo e com os demais. Conforme os prazeres múltiplos que estão ao seu 
alcance, ele serve-se daquilo que te apraz, mesmo que seja momentâneo. O homem busca um 
sentido para a sua existência sob o domínio dos sentidos, sentimentos, impulsos. 
• O estágio Ético é atingido a partir do abandono dos comportamentos do estágio estético, no 
estágio ético o indivíduo passa a se sentir responsável por suas ações. O homem passa a viver 
eticamente e se pautar pelos mandamentos da razão, 
• Só no estágio Religioso o homem pode reconciliar-se com sua própria vida. Trata-se do estágio 
máximo da existência humana. Pois, enquanto no estágio Estético ou Ético, o sujeito está 
dependente apenas das suas próprias forças, no estágio Religioso ele ultrapassa os seus limites 
para alcançar o transcendente. 
 
Sugestão de música: 
Solução de Vida – Paulinho da Viola 
 
EXERCÍCIOS 
 
QUESTÃO 01 
 
 
Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: 
A) É o precursor do marxismo contemporâneo. 
 
 
 
 
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B) Profundamente marcado por angústias pessoais e familiares às quais acrescenta a crise 
provocada pelo rompimento de seu noivado com Regina, Kierkegaard desenvolveu um pensamento 
que nada tinha a ver com sua vida pessoal e com seus sentimentos trágicos. 
C) Nasceu em Copenhague, Dinamarca, onde estudou filosofia e teologia. 
D) Foi um grande crítico do cristianismo por ser um ateu convicto. 
 
QUESTÃO 02 
 
Sobre Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: 
 
 
 
A) Suas ideias eram semelhantes as de Hegel, que compreendia a vida como sistemas de formas 
abstratas, que tinha explicações racionais acerca da existência e condensava a realidade num 
sistema. 
B) Construiu um enorme e consistente sistema filosófico com uma ética, uma estética, uma lógica, 
uma epistemologia, uma metafísica e uma política. 
C) Achava a expressão poética retrógrada e inovou manifestando seu pensamento numa linguagem 
extritamente acadêmica e formal. 
D) Ele combate o hegelianismo e a metafísica especulativa, por seu caráter abstrato e sua busca do 
universal, defendendo a necessidade de uma ―filosofia existencial‖. ―A verdade é a subjetividade‖, 
não se escapa desta que é, para o indivíduo, sua própria medida e significação. 
 
QUESTÃO 03 
 
Sobre Kierkegaard, marque a alternativa CORRETA: 
 
 
 
A) Para Kierkeggard, o homem é um ser que se caracteriza pela satisfação que se origina da 
harmonia da sua existência e de sua proximidade de Deus, ―o homem é uma síntese de infinito e de 
finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade‖ 
 
 
 
 
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B) Kierkegaard teve uma vida fácil, sem conflitos, construiu em vida uma multidão de entusiastas da 
sua Vida e Obra. 
C) Seu estilo é irônico, polêmico e poético, sem preocupação sistemática e distante da forma 
tradicional do tratado filosófico de sua época. Quase todas as suas obras foram publicadas sob 
pseudônimo. 
D) O conflito, o paradoxo, a angústia, o desespero...nada tem a ver com o pensamento do filósofo. 
 
QUESTÃO 04 
 
Sobre Kierkegaard, marque a alternativa CORRETA: 
 
 
 
A) É a partir do desespero que o homem pode atingir outro estágio existencial. Esse sentimento o 
leva a crise, esvazia sua condição atual e o impulsiona a buscar o caminho para o encontro consigo 
mesmo, com os outros e com Deus. 
B) O estágio Estético é ilustrado pelo pastor que vive segundo a sua vontade, de forma hedonista e 
despreocupada consigo e com os demais. Conforme os prazeres múltiplos que estão ao seu 
alcance, ele serve-se daquilo que te apraz, mesmo que seja momentâneo. 
C) O homem religioso busca um sentido para a sua existência sob o domínio dos sentidos, 
sentimentos e impulsos. 
C) O estágio ético evidencia um grande compromisso com a busca da satisfação pessoal. 
 
 
QUESTÃO 05 
 
Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: 
 
 
 
 
 
 
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A) Viveu uma fase desregrada de noitadas, bebidas e extravagâncias, após a morte do pai. Depois 
desta fase, torna-se pastor luterano. 
B) Teve alianças durante toda a sua vida com a igreja Luterana 
C) Teve uma vida de monge renunciante, de acordo com o ascetismo cristão. 
D) Durante sua vida militou pela prevalência da razão sobre as crenças religiosas. 
 
QUESTÃO 06 
 
Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: 
 
 
A) Para Kierkegaard a existência humana não pode ser explicada através dos conceitos de sistemas 
abstratos, pois a realidade é concreta. O sistema é racional, a realidade é irracional. 
B) Ele ataca o Cristianismo e especialmente o Luteranismo de sua pátria, valorizando contra a 
religião estabelecida a vivência da cientificidade. 
C) Deus é lógico e racional assim como o mundo, a existência e todas as nossas escolhas. 
D) Kierkegaard era um essencialista, as escolhas do indivíduo nada refletia na constituição da sua 
personalidade. 
 
QUESTÃO 07 
 
Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: 
A) É significativa a influência de Kierkegaard no agnosticismo contemporâneo, sobretudo em 
Heidegger e Sartre bem como na renovação da teologia, principalmente protestante, que se dá em 
nosso século com Karl Barth e a ―teologia dialética‖ ou ―teologia da crise‖ assim como na literatura: 
Kafka, Thomas Mann e Ibsen. 
B) Em sua obra Estágios do caminho da vida (1845), formula uma doutrina de três níveis de 
consciência, etapas, Kierkegaard denominou de ―Stadium‖, que constituem o caminhar ao 
transcendente. 
C) As etapas da consciência são dependentes e contínuas, pois a passagem de um estágio a outro 
se dá através de um caminhar contínuo. 
D) O desespero e a angústia no mantém no estágio atual que estamos vivendo. 
 
 
QUESTÃO 08 
 
Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: 
A) O estágio Ético é atingido a partir do abandono dos comportamentos do estágio estético, no 
estágio ético o indivíduo passa a se sentir responsável por suas ações. O homem passa a 
viver eticamente, pautado na satisfação dos seus sentidos. 
 
 
 
 
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34 
B) Só no estágio religioso, o homem após, preferir a fé ao prazer estético e aos mandamentos da 
razão pode reconciliar-se com sua própria vida. Trata-se do estágio máximo da existência humana. 
C) Enquanto no estágio estético ou ético, o sujeito está dependente apenas das suas próprias forças 
no estágio religioso o homem pode contar com a força de toda a sua igreja. 
D) Para Kierkeggard, apenas no estágio estético temos escolhas autênticas, nos demais apenas 
obedecemos a orientações prontas. 
 
QUESTÕES ABERTAS: 
01) Escreva uma pequena biografia de 5 linhas sobre Sören Kierkeggard. 
02) Qual a relação da filosofia de Kierkegaard com a filosofia de Hegel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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KARL MARX (1818 – 1883) 
 
 
 
“Não façamos domaior iconoclasta mais um ícone, 
o passado não é exemplo, o passado é lição.” JPN 
 
Biografia: Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um 
intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou 
como economista, filósofo,historiador, teórico político e jornalista. 
 
Marxismo: É uma crítica radical do capitalismo e da sociedade de classes na perspectiva de sua 
superação histórica. É concebido com os quatro aspectos: conhecimento da realidade, crítica do 
existente, projeto alternativo de emancipação e prática transformadora, pois seu objetivo principal é 
transformar a vida por meio da ação política. É uma concepção materialista e dialética da História. 
―O marxismo é a análise concreta das situações concretas.‖ Lenin. O marxismo continua sendo um 
instrumental analítico e interpretativo, válido, das sociedades humanas. 
 
Radical: "Ser radical é tomar as coisas pela raiz. E para o homem, a raiz é o próprio homem." JPN 
citando Marx. ―Eu sou eu e todas as minhas circunstâncias.‖ 
 
Humanismo: mesmo o mais limitado dos homens pode se desenvolver ilimitadamente. 
 
Internacionalismo: "Proletários de todos os países, uni-vos!" - Manifesto Comunista 
 
Influências: Economia política clássica (Adam Smith e David Ricardo): Da obra de David 
Ricardo, Marx adotou conceitos tais como os de valor, divisão social do trabalho, acumulação 
primitiva e mais-valia. Mas os economistas clássicos naturalizavam e desistoricizavam o modo de 
produção capitalista, concebendo a dominação de classe burguesa como uma ordem natural das 
relações econômicas, a partir de um conceito abstrato de indivíduo, homo economicus. 
 
Idealismo: Para Hegel um defensor da monarquia constitucional, só o estado pode fundar uma 
racionalidade universalizadora. Os dois principais aspectos do sistema de Hegel que influenciaram 
Marx foram sua filosofia da história e sua concepção dialética. Concepção dialética: nada no mundo 
é estático, tudo está em constante processo (vir-a-ser), tudo é histórico. O sujeito desse mundo em 
movimento é o Espírito do Mundo (ou Superalma; ou Consciência Absoluta), que representa a 
consciência humana geral, comum a todos indivíduos. A historicidade é concebida enquanto história 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A9veris
http://pt.wikipedia.org/wiki/5_de_maio
http://pt.wikipedia.org/wiki/1818
http://pt.wikipedia.org/wiki/Londres
http://pt.wikipedia.org/wiki/14_de_mar%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/1883
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelectual
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Comunista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_(economia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_social_do_trabalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acumula%C3%A7%C3%A3o_primitiva
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acumula%C3%A7%C3%A3o_primitiva
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mais-valia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_de_produ%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_de_produ%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_economicus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_da_hist%C3%B3ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
 
 
 
 
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do progresso da consciência da liberdade. Marx manteve o entendimento da história enquanto 
progressão dialética (ou seja, o mundo está em processo graças ao choque permanente entre os 
opostos; não é estático), mas eliminou o Espírito do Mundo enquanto sujeito ou essência, porque 
passou a compreender que a origem da realidade social não reside nas ideias, na consciência que 
os homens têm dela, mas sim na ação concreta (material, portanto) dos homens, portanto no 
trabalho humano. A dialética de Hegel apresenta as formas gerais de movimento, mas está de 
cabeça para baixo. A existência material precede qualquer pensamento; inexiste possibilidade de 
pensamento sem existência concreta. Marx inverte, então, a dialética hegeliana, porque coloca a 
materialidade – e não as ideias – na gênese do movimento histórico que constitui o mundo. Elabora, 
assim, a dialética materialista ou materialismo dialético. Qual é a diferença entre o conceito de 
movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em Marx? Para Hegel, a História é 
teleológica, a Razão caminha para o conceito de si mesma, em si mesma. Marx não tem uma visão 
linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo, depende da organização dos 
homens para a superação das contradições geradas na produção da vida material, pode avançar ou 
retroceder historicamente. 
 
Socialismo utópico: Os socialistas utópicos diziam sobre como deveria ser a sociedade harmônica 
ideal, mas não como seria possível alcançá-la plenamente. 
 
Materialismo Histórico Dialético: Materialismo: ―Não é a consciência que determina a existência, 
mas é a existência (o ser) que determina a consciência.‖ Compreende a predominância da 
materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento daquela. As 
relações materiais e o modo como os homens produzem seus meios de vida formam a base de 
todas suas relações na sociedade. As relações sociais de produção são a base que condicionam 
todo o resto da sociedade. A produção é a raiz de toda a estrutura social. Não se pode pensar a 
relação indivíduo x sociedade separadamente das condições materiais em que essas relações se 
apóiam. Histórico: A produção da própria vida material é um fato histórico. Dialética: método de 
investigação e de compreensão do mundo em seu movimento, no seu encadeamento, nas suas 
relações recíprocas e na sua interdependência e inter-determinação. 
 
Para além do empirismo: "Se a aparência revelasse a essência toda a reflexão teórica seria 
desnecessária." José Paulo Netto 
 
Capitalismo: é "a ditadura da burguesia", pois é executado pelas classes ricas para seu próprio 
benefício. Assim como os sistemas socioeconômicos anteriores, o capitalismo produzirá tensões 
internas que conduzirá à sua auto-destruição e substituição por um novo sistema: o socialismo. 
Várias fases: capital industrial, capital financeiro. Agora é um modo de produção mundial. Estrutura 
desigual e combinada. Propriedade privada dos meios de produção. Tudo é mercadoria, inclusive a 
vida é mercantilizada. Se inicia com a Acumulação primitiva do capital. Concentração: É próprio do 
capital se concentrar por meio das fusões. 
 
Modo de produção: é a maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas 
relações de produção, num dado momento histórico. Forças produtivas: força de trabalho e os 
meios de produção - instrumentos e objetos de trabalho, tais como tecnologia, ferramentas, 
máquinas, técnicas, materiais, conhecimento técnico; a terra, e demais recursos naturais). São, 
portanto, todas as forças usadas para controlar ou transformar a Natureza com vistas à produção de 
bens materiais. A principal força produtiva é o próprio homem - seu corpo, sua energia, sua 
inteligência, seu conhecimento. Relações de Produção: são as formas pelas quais os homens se 
organizam para executar a atividade produtiva. As relações de produção podem ser num 
determinado momento histórico escravistas, servis ou capitalistas. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Materialismo_dial%C3%A9tico
 
 
 
 
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Infra-estrutura e Superestrutura: Infra-estrutura:conjunto das forças produtivas e das relações 
sociais de produção de uma sociedade. Superestrutura: ideologias políticas, concepções religiosas, 
códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação. Marx parte do princípio de 
que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam a produção 
social de bens. Marx valoriza as mudanças na estrutura da sociedade, pois é a estrutura (economia) 
que determina a superestrutura (as ideias). 
 
Classes sociais e Luta de Classe: Classe social são grupos de indivíduos que ocupam uma 
mesma posição nas relações de produção em determinada sociedade. Burguesia: controla a 
produção e Proletariado: fornece a mão de obra para a produção. Os proletariado é o herdeiro da 
filosofia e por ser a classe mais desumanizada é a única que pode ter exigência radical de 
humanização. Para Marx a história do homem é a história da luta de classes. Luta de classes é o 
conceito que Marx elaborou junto com Engels para afirmar o antagonismo entre a burguesia 
(aqueles que detém os meios de produção) e os proletariados (os trabalhadores que detém somente 
a sua força de trabalho), ou seja, designa o confronto entre classes antagônicas no modo de 
produção capitalista. O antagonismo de classes está presente em todos os momentos da história 
desde o surgimento da propriedade privada e se expressa em todos os terrenos: econômico, 
ideológico, político e militar. A Luta de Classes exige, segundo os partidos marxistas, independência 
de classe, sem qualquer amálgama com a burguesia. No capitalismo, as desigualdades sociais são 
provocadas pelas relações de produção do sistema capitalista, que dividem os homens em 
proprietários e não proprietários dos meios de produção. E é por meio dela que as sociedades 
humanas progridem. A luta de classes só acabará com a implantação do regime comunista, onde 
esse conflito não terá como existir pois não existirão mais classes sociais. 
 
Estado: Para Marx, o Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os 
interesses dos setores hegemônicos das classes dominantes. Para a concepção liberal, a finalidade 
do Estado é agir como mediador dos conflitos entre os diversos grupos sociais, pois os conflitos são 
inevitáveis entre os homens; para o marxismo, o Estado é uma instituição que interfere na luta de 
classes de modo parcial, sempre tomando partido prioritariamente da classe dominante. 
 
Assalariamento: Os meios de produção, como propriedade privada dos capitalistas, fazem com que 
os trabalhadores, para sobreviverem, vendam sua força de trabalho. Apesar de contratual a troca da 
força de trabalho não é livre, nem justa. O trabalho assalariado é o núcleo da sociedade capitalista. 
No capitalismo o trabalho é livre. E a sociedade é organizada em torno da produção de mercadorias. 
O trabalho é transformado em mercadoria. O capitalismo é uma criação histórica de uma 
determinada classe social. 
 
Mais-valia: A ordem burguesa se sustenta na exploração da mais-valia que consiste no percentual 
que os capitalistas retiram do proletariado. A mais-valia é diferença entre o que o empregado produz 
e o que ele recebe. São as horas trabalhadas e não pagas no processo de produção. A mais-valia 
faz parte do lucro. Ela pode ser absoluta ou relativa. Mais-valia absoluta: é a mais-valia que se 
consegue com o aumento da jornada de trabalho ou com a redução dos salários. Mais-valia 
relativa: é o mais-valia que se consegue quando a produção aumenta devido ao investimento em 
novas tecnologias (máquinas mais ―avançadas‖, robótica). 
 
Fetiche da Mercadoria: Fetiche significa ―objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou 
produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto‖. Foi este significado 
que Marx deu para o fenômeno da atribuição de valor simbólico aos produtos/mercadorias 
(manufaturas). A mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantinha o seu valor real de 
venda, que segundo ele era determinado pela quantidade de trabalho materializado no artigo, mas 
sim, que esta, por sua vez adquiria uma valoração de venda irreal e infundada, como se não fosse 
 
 
 
 
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fruto do trabalho humano e nem pudesse ser mensurado, o que ele queria denunciar com isto é, que 
a mercadoria parecia perder sua relação com o trabalho e ganhava vida própria. Na modernidade o 
homem trata as mercadorias (sapatos, bolsas, etc.) como um objeto de adoração, a mercadoria 
deixa de ter a sua utilidade atual e passa a atribuir um valor simbólico, quase que divino, o ser 
humano não compra o real, mas sim a transcendência que determinado artefato representa. 
Fetichismo da mercadoria é portanto um fenômeno social e psicológico onde as mercadorias 
aparentam ter uma vontade independente de seus produtores. A relação dos produtores na verdade 
é uma relação entre os produtos de seu trabalho. A relação das coisas enquanto mercadorias, e a 
relação de valor entre os produtos de trabalho que os marca como mercadorias, não têm 
absolutamente conexão alguma com suas propriedades físicas e com as relações materiais que daí 
se originam. O fetichismo é uma relação social entre pessoas mediatizada por coisas. 
 
Trabalho e sua divisão social: Os homens são seres sociais e o trabalho é a atividade fundante e 
central da humanidade. A produção e a reprodução das condições de existência se realizam através 
do trabalho.Os humanos distinguem-se dos animais não porque são dotados de consciência, mas 
sim porque produzem. A divisão social do trabalho não é uma simples divisão de tarefas, mas 
manifestação da existência da propriedade. Para Marx, os seres humanos distingue-se dos animais 
não porque são dotados de consciência, mas sim porque produzem. "Mas o que distingue o pior 
arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em 
realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na 
imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao 
material o projeto que tinha conscientemente em mira" (O Capital, V. I, Cap. 7) A partir desta 
concepção de homem Marx irá identificar a alienação do trabalho como a alienação fundante das 
demais. 
 
Alienação: A base da alienação econômica do homem sob o capital se dá através da 
industrialização. O assalariamento separa o trabalhador dos meios de produção que se torna 
propriedade privada do capitalista. O trabalhador é alienado quando o fruto do seu trabalho é 
apropriado pelo capitalista, quando não controla o seu trabalho, nem o tempo, nem aquilo que 
produz. "Ser dono definitivo de mim, era o que eu queria, queria." Guimarães Rosa 
 
Ideologia: Ideologia para Marx é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa, 
com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, 
construindo uma hegemonia daquela classe. A manutenção da ordem social requer dessa maneira 
menor uso da violência. ―Ideologia‖ para Marx traduz, portanto a ―falsa consciência‖, um conjunto de 
ideias falsas que justificam o domínio da burguesia sobre o proletariado. Na dominação ideológica e 
simbólica o dominado não se vê como dominado. Ideologia é um conjunto de proposições 
elaborado, na sociedade burguesa, com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe 
dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe. A manutenção da 
ordem social requer dessa maneira menor uso da violência. Como os sujeitos percebem sua 
miséria? A luta de classe é mascarada, os conflitos e antagonismos provenientes das próprias 
contradições de uma sociedade dividida em classes são ocultados. Surgem então, princípios tais 
como: Estado e Nação. Naturalização do mundo cultural. As coisassão assim mesmo.‖, Sempre foi 
assim e sempre será. 
 
Religião: Para Marx a crítica da religião é o pressuposto de toda crítica social, pois crê que as 
concepções religiosas tendem a desresponsabilizar os homens pelas consequências de seus atos. 
Marx seguiu as opiniões de Ludwig Feuerbach, para quem a religião não expressa a vontade de 
nenhum Deus ou outro ser metafísico, mas é criada pela fabulação dos homens, consiste numa 
projeção dos desejos humanos e numa forma de alienação. ―Se a fé removesse montanhas os 
homens não teriam inventado tratores.‖ 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercadoria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_(economia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aliena%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_Feuerbach
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aliena%C3%A7%C3%A3o
 
 
 
 
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Práxis: A práxis é a ação política consciente e transformadora. Marx se posiciona contra qualquer 
separação drástica entre teoria e prática, entre pensamento e realidade, porque essas dimensões 
são abstrações mentais (categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma 
totalidade complexa. As posições mesmo que somente teóricas sempre tem implicações políticas. 
Fazer história racionalmente é a grande meta. Assim, Marx finaliza as Teses sobre Feuerbach: "Os 
filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objetivo é mudá-lo." 
 
História: são as relações de produção e suas relações sociais é que fundam todo processo de 
formação da humanidade. ―Os homens fazem a sua história, mas não a fazem em condições que 
escolhem.‖ Somos autores e atores da história. 
 
Revolução: Uma guinada, temporalmente condensada, no metabolismo social, e que suprime as 
estruturas fundamentais da ordem burguesa. A ação revolucionária organizada deve derrubar o 
capitalismo e as instituições estatais por esta suscitadas e trazer a mudança sócio-econômica. A 
classe trabalhadora é o sujeito revolucionário central. Os sovietes, conselhos e comitês de base (de 
fábrica, empresa, universidades, escolas etc) são as bases da ação e democracia direta da classe 
trabalhadora organizada. Em geral, Marx considera que toda revolução é necessariamente violenta, 
ainda que isso dependa, em maior ou menor grau, da constrição ou abertura do Estado. A 
necessidade de violência se justifica porque o Estado tenderia sempre a empregar a coerção para 
salvaguardar a manutenção da ordem sobre a qual repousa seu poder político, logo, a insurreição 
não tem outra possibilidade de se realizar senão atuando também violentamente. A "expropriação 
dos expropriadores" não pode ser feita sem violência. 
 
Reformismo: social-democracia, partidos de estratégia burguesa e eleitoral. 
 
Emancipação: é o controle consciente das condições da própria vida. A condição da emancipação 
da classe operária é a abolição de todas as classes. 
 
Socialismo: A revolução proletária, que instauraria um novo regime sem classes, só obteria sucesso 
pleno após a conclusão de um período de transição que Marx denominou socialismo. O socialismo 
então é a 1ª fase do comunismo, na qual o estado se prepara para sua auto-dissolução. O 
socialismo é a associação livre de homens livres. 
 
Comunismo: No comunismo, ―a divisão do trabalho passa a obedecer aos interesses de toda 
sociedade garantindo apropriação social das condições de existência‖, extinguindo-se a contradição 
entre indivíduo privado e o ser coletivo. A sociedade comunista seria o resultado de uma 
reconstrução consciente da sociedade humana (...) pondo fim à pré-história da 
humanidade.‖.Comunismo: sociedade dos produtores associados. Até os tempos atuais nem o 
comunismo, nem o socialismo, a fase de transição, tais como Marx sugeriu, ainda não foi posto em 
prática em nenhuma região do mundo. 
 
Anarquismo: Marx criticou o anarquismo por sua visão tida como ingênua do fim do Estado onde se 
objetiva acabar com o Estado "por decreto", ao invés de acabar com as condições sociais que fazem 
do Estado uma necessidade e realidade. 
 
Dinheiro: a prostituta universal. 
 
Ecologia: Corpo orgânico e inorgânico. 
 
Racionalista: A empiria é a epiderme do real. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teses_sobre_Feuerbach
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_de_produ%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_social
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_pol%C3%ADtico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_prolet%C3%A1ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo
 
 
 
 
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40 
 
Stalinismo: crime em nome do ―comunismo‖. 
 
Referências: 
KARL MARX. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível 
em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Karl_Marx&oldid=40332731>. Acesso em: 23 out. 
2014. 
NETTO, José Paulo. Curso O Método em Marx. Curso ministrado em 2002 na pós-graduação em 
Serviço Social da UFPE. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tTHp53Uv_8g> Acesso 
em: 28/Fev/2015. 
 
Sugestão de filmes: 
Marx Reloaded - Jason Barker, 2010. 
Manifestoon, Manifesto Comunista - Legendado em Português. Trechos de o Manifesto Comunista com 
a ajuda dos cartoones da Disney, criado pelo o cineasta independente Jesse Drew. 
 
Sugestão de música: 
Um Comunista – Chico Buarque 
Hino a Internacional Comunista - A Internacional é um famoso hino socialista, sendo também uma das canções 
mais conhecidas de todo o mundo. A letra original da canção foi escrita em francês em 1871 por Eugène Pottier (1816-
1887), que havia sido um dos membros da Comuna de Paris. A intenção de Pottier era a de que o poema fosse cantado 
ao ritmo da Marselhesa. A Internacional ganhou particular notoriedade entre 1922 e 1944, quando se tornou o hino da 
União Soviética. Desde então, foi traduzida em inúmeros idiomas. 
 
EXERCÍCIOS 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
O marxismo (teoria desenvolvida por Karl Marx 1818-1883) constitui-se como a concepção 
materialista da História, longe de qualquer tipo de determinismo, mas compreendendo a 
predominância da materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento 
daquela, e a compreensão das coisas em seu movimento, em sua inter-determinação, que é a 
dialética. Marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas falsas: 
( ) ―Luta de classes‖ é o conceito que Marx elaborou junto com Engels para afirmar a união, o amor e 
a cooperação entre a burguesia (aqueles que detém os meios de produção) e os proletariados (os 
trabalhadores que detém somente a sua força de trabalho); 
( ) O conceito ―alienação‖ elaborado por Marx consiste no controle que o trabalhador tem do seu 
trabalho, ou seja, o controle do tempo trabalhado e do destino daquilo que é produzido ou prestado; 
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( ) ―Ideologia‖ para Marx é uma ―falsa consciência‖, é um conjunto de ideias que visam ocultar, 
naturalizar e justificar o domínio da burguesia sobre o proletariado; 
( ) A ―mais-valia‖ é a porcentagem que os capitalistas retiram do proletariado, essa porcentagem 
pode ser atingida aumentando o tempo de trabalho dos operários e com isso aumentando o salário 
dos mesmos. 
 
A sequência correta dasalternativas é: 
 
A) F, F, F, F 
B) F, V, F, F 
C) F, F, F, V 
D) F, F, V, F 
 
QUESTÃO 02 
 
 
Analise a figura a seguir: 
 
 
NOVAES, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Ática, 1995. p.123. 
A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a perspectiva sociológica baseada nas 
reflexões teóricas de Karl Marx (1818-1883) faz ao caráter ideológico de certas noções de Estado. 
Sobre a relação entre Estado e sociedade segundo Karl Marx, é CORRETO afirmar: 
A) A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e, portanto, é um bem 
indispensável à sociedade. 
B) O Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os interesses dos 
setores hegemônicos das classes dominantes. 
C) O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral dos cidadãos, garantindo, assim, 
a harmonia social. Por isto a educação, o transporte, a saúde e a segurança são para todos e de 
qualidade em todo o planeta Terra. 
D) O Estado ainda hoje está completamente ligado à igreja e o poder é sempre disputado entre eles. 
No Brasil as igrejas já conseguiram colocar a palavra Deus no preâmbulo da constituição e nas 
notas de dinheiro e também crucifixos nas paredes das instituições públicas. 
 
QUESTÃO 03 
 
 
 
 
 
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42 
 
 
Ideologia para este pensador é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa, com 
a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, 
construindo uma hegemonia daquela classe. A manutenção da ordem social requer dessa maneira 
menor uso da violência. 
O pensamento acima pertence a: 
A) Nietzsche. 
B) Freud. 
C) Marx. 
D) Descartes. 
 
QUESTÃO 04 
 
 
 
(UFPB 2009) (Adaptado) Leia o texto abaixo: 
 
― ... o primeiro pressuposto de toda a existência humana e, portanto, de toda a História, é que os 
homens devem estar em condições de viver para poder ‗fazer história‘. Mas, para viver, é preciso 
antes de tudo comer, beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico 
é, portanto, a produção dos meios que permitam a satisfação destas necessidades, a produção da 
própria vida material, e de fato este é um ato histórico, uma condição fundamental de toda história, 
que ainda hoje, como há milhares de anos, deve ser cumprido todos os dias e todas as horas, 
simplesmente para manter os homens vivos.‖ MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 39. 
As análises históricas de Marx (1818-1883), pensador alemão, exerceram e ainda exercem grande 
influência nas ciências humanas e sociais, entre elas, a História. Sobre a concepção marxista de 
História, assinale a alternativa verdadeira. 
A) A concepção da luta de classes como motor da História foi atribuída indevidamente ao marxismo, 
para o qual as transformações históricas decorrem apenas das ações dos indivíduos. 
 
 
 
 
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43 
B) O marxismo defende, teoricamente, uma postura neutra do historiador diante da sociedade e do 
conhecimento produzido sobre a mesma e, assim, nega validade prática a sua própria concepção. 
C) As sociedades, para Marx, não podem ser compreendidas sem um estudo pormenorizado de sua 
base econômica, e esse entendimento significa a análise da sua organização material para a 
produção da sobrevivência humana. 
D) A História, para Marx, não é feita por todos, é sobretudo pelos ―grandes homens‖ (Alexandre, 
Napoleão, Hitler) e essa concepção rompia com a ideia, bastante comum no século XIX, de uma 
História feita por todos, sobretudo os trabalhadores. 
 
QUESTÃO 05 
 
 
 
Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em 
Marx? 
A) Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha para o conceito de si mesma, em si 
mesma. Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é 
processo, depende da organização dos homens para a superação das contradições geradas na 
produção da vida material, pode avançar ou retroceder historicamente. 
B) Para Hegel, a História pode sofrer rupturas e ter retrocessos, por isso utiliza-se do conceito de 
movimento da base econômica da sociedade. Marx acredita que o modo de produção encaminhe 
para um objetivo final, que é a concretização da Razão. 
C) Para Hegel, a História tem uma circularidade que não permite a continuidade. Para Marx, a 
História é construída pelo progresso da consciência dos homens que formam o processo histórico. 
D) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o movimento da produção da vida 
material e, assim, o movimento histórico. Para Marx, a consciência determina cada época histórica, 
desenvolvendo o processo histórico. 
 
QUESTÃO 06 
 
 
 
Analisando sobre o Estado, o que esse deve ser, se temos duas posições distintas: uma é a 
concepção liberal, a outra, a concepção marxista. Marque a alternativa que corresponde à 
interpretação correta. 
 
 
 
 
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44 
 
A) Segundo a ótica de marxista, a função do Estado é promover a conciliação dos grupos rivais, 
enquanto na ótica liberal, o Estado é uma instituição que promove o domínio da classe dominante. 
B) O marxismo segue uma teoria de que o estado seria uma instituição supranacional com poderes 
comunitários, e o liberalismo compreende o Estado como uma instituição governada por todos os 
homens. 
C) Na concepção liberal o Estado deve promover o bem comum a partir de um governo absoluto, e a 
tese marxista parte do princípio de que o Estado é uma instituição que interfere de modo parcial na 
luta de classes sempre tomando partido da classe trabalhadora. 
D) Para a concepção liberal, a finalidade do Estado é agir como mediador dos conflitos entre os 
diversos grupos sociais, pois os conflitos são inevitáveis entre os homens; para o marxismo, o 
Estado é uma instituição que interfere na luta de classes de modo parcial, sempre tomando partido 
da classe dominante. 
 
QUESTÃO 07 
 
 
 
Sobre a Filosofia de Marx, analisando o conceito de trabalho., assinale a alternativa FALSA. 
A) A produção e a reprodução das condições de existência se realizam através do trabalho. 
B) A divisão social do trabalho não é uma simples divisão de tarefas, mas manifestação da 
existência da propriedade. 
C) Os seres humanos distingue-se dos animais não porque são dotados de consciência, mas sim 
porque produzem. 
D) As relações entre classes sociais são marcadas pela solidariedade. 
 
QUESTÃO 08 
 
Assinale a alternativa que não caracteriza corretamente o pensamento de Karl Marx. 
A) A Dialética considera as coisas e os conceitos no seu encadeamento, nas suas relações 
recíprocas. Assim, a realidade só pode ser compreendida dialeticamente, pois a dialética considera 
as coisas em interdependência. 
B) As lutas de classes representam uma espécie de ―motor‖ da história, por isso elas não 
desapareceriam nem mesmo com o surgimento de uma sociedade comunista perfeita. 
C) Modo de produção é a maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas 
relações de produção, num dado momento histórico. 
 
 
 
 
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45 
D Relações de produção são as relações fundamentais de toda sociedade, que revelam como os 
homens, desde as condições naturais, usam técnicas e se organizam atravésde uma divisão social 
do trabalho. 
 
: QUESTOES ABERTAS 
01) Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, 
em Marx? 
02) Defina o conceito marxista de ―Luta de classes‖. 
03) Defina o conceito marxista de ―alienação‖. 
04) Defina o conceito marxista de ―Ideologia‖. 
05) Defina o conceito marxista de ―mais-valia‖ e exemplifique. 
06) Segundo a ótica marxista, qual é a função do Estado no Capitalismo? 
07) Para Marx, o que move a História? 
08) Defina o conceito marxista de ―Luta de classes‖. 
09) Defina o conceito marxista de ―alienação‖. 
10) Defina o conceito marxista de ―Ideologia‖. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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46 
FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 – 1900) 
 
 
 
“Por vezes as pessoas não querem saber a verdade porque 
não desejam que suas ilusões sejam destruídas" Nietzsche 
 
“Todos esses pássaros audazes, que voam ao longe, ao mais longínquo – 
certamente! Em algum lugar não poderão ir mais longe e pousarão sobre 
um mastro ou um mísero recife – e, além do mais, tão gratos por esse 
deplorável pouso! Mas quem poderia concluir disso que adiante deles não 
há mais nenhuma descomunal rota livre, que eles voaram tão longe quanto 
se pode voar! Todos os nossos grandes mestres e precursores acabaram 
por se deter, e não é com o gesto mais nobre e mais gracioso que o 
cansaço se detém: também comigo e contigo será assim! Mas que importa 
isso a mim e a ti! Outros pássaros voarão mais longe!” (NIETZSCHE, F. 
Aurora. São Paulo: Nova Cultura, 1999, p. 170. (Os Pensadores) 
 
 
Influenciou o pós-modernismo: O conhecimento é interpretação, atribuição de sentidos e não 
explicação da realidade. Conferir sentidos é, também, conferir valores, ou seja, os sentidos são 
atribuídos a partir de determinada escala de valores que se quer promover ou ocultar. 
 
As abstrações inibem as intuições: Nietzsche dá o exemplo da dificuldade de se dizer o que é a 
honestidade. Pois nada sabemos de uma qualidade essencial que se chame a honestidade, mas 
sabemos, isso sim, de numerosas ações individualizadas, portanto desiguais. Ao reunir todas elas 
sob o conceito de honestidade, estamos diante de uma abstração. O que se perde nesse processo é 
que, ao colocar seu agir sob a regência das abstrações, as intuições são desprezadas para 
privilegiar o conceito. 
 
Como conhecemos, então?: Para Nietzsche, o conhecimento se vale da metáfora, ela assume um 
caráter cognitivo. Só ela consegue perceber as coisas no seu devir permanente, porque cada 
metáfora intuitiva é individual, e, por isso, escapa ao ―grande edifício dos conceitos‖. O conceito, por 
sua vez, nada mais é do que ―o resíduo de uma metáfora‖. 
 
 
 
 
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47 
Perspectivismo: Outro aspecto do caráter interpretativo de todo conhecimento é a teoria do 
perspectivismo, que consiste em perseguir uma ideia a partir de diferentes perspectivas. Essa 
pluralidade de ângulos não nos leva a conhecer o que as coisas são em si mesmas, mas é 
enriquecedora por nos aproximar mais da complexidade da vida em seu movimento. "Nietzsche 
concorda ser impossível conhecer totalmente um fenômeno. Porém, entende que quanto mais 
perspectivas se tem dele, maior o conhecimento. O perspectivista Nietzsche propôs uma nova forma 
de olhar a história que ficou conhecida como Genealogia.‖ 
 
Anti-metafísica: Recusou todos os modelos metafísicos para o mundo e para nós mesmos. 
Questiona a tese aristotélica de que todo ser tem em potência a sua essência. 
 
Crítica ao Cristianismo (moral de rebanho), e à igreja (o oposto exato do que Jesus pregou) e a 
admissão de que Jesus (com algumas reservas) foi um espírito livre (AC 32). 
 
Crítica à felicidade de rebanho: adequação das pessoas a comportamentos padronizados. 
 
Virtude a partir da necessidade: Bondade ou impotência? Obediência ou submissão? Paciência ou 
covardia? Perdão e amor ao inimigo ou incapacidade de vingança real? 
 
Consciência, culpa e má consciência (“consciência da culpa”): a capacidade e a prerrogativa de 
ser responsável por si mesmo, é o resultado de uma ―longa história‖ das práticas cruéis (mutilação, 
lapidação, empalação, esfolamento, arrastamento e esquartejamento, cozinhar vivo) capazes de 
estabelecer a memória em face do esquecimento ativo. Esse é o papel desempenhado pelas 
punições e pelos tormentos cruéis. A ―dor era a ajuda mais poderosa para a memória‖. 
 
Tarefa da filosofia: interpretar e desmascarar o modo pelo qual a linguagem passou do nomear as 
coisas concretas para o sistematizar verdades eternas e isso se faz pelo método genealógico. Em 
Nietzsche, genealogia significa o questionamento da origem dos valores. 
 
Transvaloração dos valores: Ao fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche preconiza a 
―transvaloração de todos os valores‖. Nietzsche relembra a Grécia homérica, do tempo das epopeias 
e das tragédias, momento em que predominavam o que para ele eram os verdadeiros valores 
aristocráticos, quando a virtude reside na força e na potência, como atributo do guerreiro belo e bom, 
amado dos deuses. ―Qual o valor dos valores ―bem‖ e ―mal‖? Substituição por bom ou ruim. 
Transvalorização de todos os valores: desprender dos valores, submetê-los a crítica e transformá-
los. 
 
Recuperação das forças vitais. Nietzsche critica Sócrates por ter sido o primeiro a encaminhar a 
reflexão moral em direção ao controle racional das paixões. Acrescenta que a tendência de 
desconfiar dos instintos culminou com o ascetismo cristão, que ele responsabiliza pelo processo de 
domesticação do ser humano, ao torná-lo culpado e fraco. Orienta-se então no sentido de recuperar 
as forças vitais, instintivas, subjugadas pela razão durante séculos.‖ (p.88) 
 
Critério Vida: No exame genealógico o critério vida se impõe. Os sentidos atribuídos as coisas 
(ideias, atitudes, valores) fortalecem nosso ―querer- viver‖ ou os degeneram? São sintomas de vida 
ascendente ou declinante?‖ 
 
Vida é vontade: Nietzsche e Schopenhauer concordam que vida é vontade! 
 
Ressentimento: Nietzsche utiliza o termo ressentimento associando-o à ideia de um auto-
envenenamento, derivado de sentimentos como inveja, rancor e ódio. Uma espécie de 
 
 
 
 
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envenenamento. Algo que advém do fato de esses sentimentos não poderem ser descarregados 
para fora e se voltarem para o interior do homem. 
 
Sugestão de Filmes: 
 Para Além de Bem e de Mal 
 Dias de Nietzsche em Turin 
 Quando Nietzsche Chorou 
 Meu Amigo Nietzsche 
 
Livros: 
16 livros de Nietzsche para download grátis: 
http://canaldoensino.com.br/blog/16-livros-de-nietzsche-para-download-gratis 
 
EXERCÍCIOS: 
 
QUESTÃO 01 
 
Sobre a filosofia de Nietzsche (1844 – 1900) é correto afirmar, EXCETO: 
 
 
 
A) Influenciou o realismo. O conhecimento é interpretação, atribuição de sentidos e não explicação 
da realidade. 
B) Para Nietzsche conferir sentidos é, também, conferir valores, ou seja, os sentidos são atribuídos a 
partir de determinada escala de valores que se quer promover ou ocultar. 
C) Para Nietzsche as abstrações inibem as intuições. Nietzsche dá o exemplo da dificuldade de se 
dizer o que é a honestidade. Pois nada sabemos de uma qualidade essencial que se chame a 
honestidade, mas sabemos, isso sim, de numerosas ações individualizadas, portanto desiguais. Ao 
reunir todas elas sob o conceito de honestidade, estamos diante de uma abstração. 
D) Segundo Nietzsche aocolocar seu agir sob a regência das abstrações, ao privilegiar o conceito, 
acabamos por desprezar as intuições. 
 
QUESTÃO 02 
 
Sobre a filosofia de Nietzsche (1844 – 1900) é correto afirmar, EXCETO: 
 
http://canaldoensino.com.br/blog/16-livros-de-nietzsche-para-download-gratis
 
 
 
 
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49 
 
 
A) Para Nietzsche, o conhecimento se vale da metáfora, ela assume um caráter cognitivo. Só ela 
consegue perceber as coisas no seu devir permanente, porque cada metáfora intuitiva é individual, 
e, por isso, escapa ao ―grande edifício dos conceitos‖. 
B) Para Nietzsche os conceitos nada mais são do que ―resíduos de metáforas‖. O fazer filosofia é 
uma maneira ascendente e mais poderosa de fazer poesia. 
C) Segundo a teoria do perspectivismo de Nietzsche devemos pesquisar nosso ―objeto de pesquisa‖ 
a partir de diferentes perspectivas. Essa pluralidade de ângulos não nos leva a conhecer o que as 
coisas são em si mesmas, mas é enriquecedora por nos aproximar mais da complexidade da vida 
em seu movimento. 
D) Nietzsche recusou todos os modelos metafísicos para o mundo e para nós mesmos. Questiona, 
entre outras, a tese aristotélica de que todo ser tende a realizar sua essência. 
 
 
QUESTÃO 03 
 
Sobre a filosofia de Nietzsche (1844 – 1900) é correto afirmar, EXCETO: 
 
 
 
A) Crítica o Cristianismo (moral de rebanho), e a igreja (o oposto exato do que Jesus pregou). 
B) Admite que Jesus, apesar de filho de deus e partícipe da santíssima trindade, foi um espírito livre; 
C) Critica a felicidade de rebanho: a adequação das pessoas a comportamentos padronizados. 
D) Defende que muitas virtudes se escondem por trás das necessidades. Impotência se disfarça de 
bondade, submissão de obediência, covardia de submissão, incapacidade de vingança real de 
perdão e amor ao inimigo. 
 
QUESTÃO 04 
 
 
 
 
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50 
 
Sobre a filosofia de Nietzsche (1844 – 1900) é correto afirmar, EXCETO: 
 
 
 
A) Para o filósofo a capacidade e a prerrogativa de ser responsável por si mesmo, é o resultado de 
uma ―longa história‖ das práticas cruéis (mutilação, lapidação, empalação, esfolamento, 
arrastamento, esquartejamento e cozinhamento) capazes de estabelecer a memória em face do 
esquecimento ativo. 
B) O papel desempenhado pelas punições e pelos tormentos cruéis foi, portanto o de criar no agora 
o paraíso na terra. A ―dor era a ajuda mais poderosa para a memória‖. 
C) A tarefa da filosofia é interpretar e desmascarar o modo pelo qual a linguagem passou do nomear 
as coisas concretas para o sistematizar verdades eternas e isso se faz pelo método genealógico. 
D) Em Nietzsche, genealogia significa o questionamento da origem dos valores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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51 
JEAN PAUL SARTRE (1905-1980) 
 
 
 
"Você só compreende algo quando o relaciona ao mundo." 
Biografia: filósofo, escritor, crítico francês e intelectual. Popularizou a filosofia. Foi politicamente 
engajado, militante popular. Apoiou causas políticas de esquerda com sua vida e sua obra. Era 
músico, ator talentoso e boêmio. Na Universidade tinha afinidade com os ateus e pacifistas. Sem 
família, sem filho, sem religião visava abandonar os valores burgueses (aparência vs essência). 
Sartre e Beauvoir mantinham uma relação aberta, nunca formaram um casal monogâmico e nunca 
se casaram. Além da relação amorosa, eles tinham uma grande afinidade intelectual. Torna-se 
comunista. Posiciona-se publicamente contra o colonialismo francês e em defesa da libertação da 
Argélia. Teve a amizade rompida com Albert Camus (O Estrangeiro) quando este publica O Homem 
Revoltado, um ataque crítico ao Stalinismo. Recusou a receber o Nobel de Literatura de 1964, pois 
segundo ele "nenhum escritor pode ser transformado em instituição". Sartre presta o serviço militar e 
torna-se soldado meteorologista e em 1939 volta ao exército francês, servindo na Segunda Guerra 
Mundial como meteorologista. É feito prisioneiro de guerra por um ano. Participar da resistência, 
agindo a sua maneira. Não chegou a pegar no fuzil. Sua arma era a palavra. Em 1952 ingressa no 
Partido Comunista Francês e rompe em 1956. Seu funeral foi acompanhado por mais de 50 000 
pessoas. 
 
Matrizes: 
 marxismo - histórico e dialético; 
 fenomenologia : Jaspers, Husserl, Martin Heidegger, Politzer; 
 historiografia contemporânea francesa – Bloch; 
 psicanálise 
 
Contexto Histórico: Segunda Guerra Mundial. Ocupação nazista da França e Maio de 68: Durante 
a revolta estudantil na França (1968) e em várias partes do mundo, Sartre põe-se ao lado dos 
estudantes da barricada. Greve geral de estudantes e ocupações de fábricas em toda a França, de 
proporção revolucionária, às quais aderiram dez milhões de trabalhadores, aproximadamente dois 
terços dos trabalhadores franceses. Mas foi um ―fogo de palha‖. Foi desencorajada pelo Partido 
Comunista Francês (PCF), de orientação Stalinista e pela Confédération Générale du Travail, a 
federação sindical de esquerda. E finalmente suprimida pelo governo, que acusa os Comunistas de 
tramarem contra a República. Após as eleições, em Junho, o partido Gaullista emergiu ainda mais 
poderoso do que antes. A maioria dos insurretos eram adeptos de ideias esquerdistas, comunistas 
ou anarquistas. Muitos viam os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores da "velha 
"Lia para me 
livrar do tédio 
e este tédio, 
mais tarde, 
chamei de 
existência." 
Sartre 
 
"Tudo que existe 
nasce sem motivo, 
se prolonga por 
fraqueza e tem um 
encontro com a 
morte. O essencial é 
a contingência. Por 
definição a 
existência não é 
necessária." 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escritor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monogamia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arg%C3%A9lia
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%27%C3%89tranger
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Homem_Revoltado
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Homem_Revoltado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nobel_de_Literatura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Meteorologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/1939
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Meteorologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_Franc%C3%AAs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_Franc%C3%AAs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_Franc%C3%AAs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Stalinista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conf%C3%A9d%C3%A9ration_G%C3%A9n%C3%A9rale_du_Travail
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esquerdismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo
 
 
 
 
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52 
sociedade", contrapondo ideias avançadas sobre a educação, a sexualidade e o prazer. Entre eles, 
uma pequena minoria, como o Occident, professava ideias de direita. Alguns filósofos e historiadores 
afirmaram que essa rebelião foi o acontecimento revolucionário mais importante do século XX, 
porque não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores ou minorias, masa 
uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe. Começou 
como greves estudantis nas universidades e escolas de ensino secundário em Paris, após 
confrontos com a administração e a polícia. Um filme de Bernardo Bertolucci, Os Sonhadores, narra 
a história de três jovens que, durante o Maio de 1968, vêem a revolução acontecer pela janela do 
quarto. Nos extras de um DVD do filme há um documentário sobre a época. 
 
Humanismo: Sartre é um humanista, mas não crê numa essência humana à priori. Não existe 
qualquer determinação necessária que defina o homem ante o existir. Se o homem não possui 
essência, seu ser não sendo dado de antemão, coincide com a tarefa do se fazer. 
 
O Em-si (Hegel): Há modos de aparição do ser: O ―em-si‖ é um deles. O mundo é povoado de Em-
si": qualquer objeto que não possui consciência de si ou do mundo. Que não tem potencialidades. 
Ele apenas é. 
 
O Para-si: O ser humano é o único nesta condição. Tem consciência do mundo e tem consciência 
de si mesmo. Constrói um sentido para o mundo que vive. 
 
Existência precede a essência: O autor nega a existência a priori de uma "essência humana" seja 
ela boa ou ruim. Não tem uma essência definida. Na medida em que vive, ele define, a cada 
momento o que é sua essência. A única coisa imutável em nós é o nosso passado. O futuro está 
aberto. O que fui se definiu por características e atos que realizei. De agora em diante, estamos 
livres. Nosso passado é um Em-si, possui uma essência conhecida, mas essa essência não foi 
predeterminada e nada nos obriga a mantê-la. Ela só existe no passado. Cada Para-si tem a 
liberdade de fazer de si o que puder. ―O importante não é o que fazem do homem, mas o que ele faz 
do que fizeram dele‖ (Sartre). A personalidade e o projeto estão em construção e podem por isso 
serem alterados, enquanto vivos somos um "tornar-se‖, um vir-a-ser". O próprio homem é o 
definidor de sua essência. Mas a alteração de si depende de uma gama ampla de "condicionantes". 
O homem deve ser inventado todos os dias‖. Existindo, ele tem que escolher a cada momento aquilo 
que será no momento seguinte. 
 
Não há deus: Para Sartre (Hume, Feuerbach, Marx, Nietzsche), não há a existência de um deus. Se 
não há deus, não há destino. O homem é o único responsável por seus atos e escolhas. O que 
direciona nossas escolhas? O homem "Projeta tornar-se deus". 
 
Liberdade: há uma noção de liberdade originada e absoluta. Sendo constituídos pela liberdade, a 
única coisa não podemos escolher é de não ser livre. Somos fatalmente livres. Estamos 
―condenados a sermos livres‖. O que define a humanidade, é a escolha incondicional que o próprio 
homem faz de seu ser e de seu mundo. Apenas nós mesmos definimos nosso futuro, através de 
nossa liberdade de escolha. As escolhas que os homens tomam frente às contingências às quais 
estão sujeitos, cabem somente a nós mesmos, não havendo, assim, fator externo que justifique 
nossas ações. Quem define o que somos? Não são os anjos, demônios, deus (es), os astros, o 
destino, o outro, meu inconsciente, mas sim sua conduta. Somos o que escolhemos ser e sempre 
poderemos mudar o que fomos. ―Estamos sós e sem desculpas‖. Sartre não nega por completo o 
determinismo, mas determina o ser humano através da liberdade, não somos livres para não sermos 
livres. 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sexualidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prazer
http://pt.wikipedia.org/wiki/Occident
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direita_pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_secund%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paris
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_Bertolucci
http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Sonhadores
 
 
 
 
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53 
Condicionantes ou Índices de adversidade: a história não está em meu poder, ela me escapa, e 
isto não decorre do fato de que não a faço: decorre do fato que o outro também a faz. O humano faz 
a história e se faz ao mesmo tempo, mas também é feito por ela, porque outros também a fazem. O 
homem é livre para escolher, dentro de possibilidades diferentes. Não escolho: época, classe social, 
são as condições que possibilita e limita minha liberdade. E escolhemos coisas diferentes, mas tem 
um aspecto da liberdade, que é a direção da consciência, a intencionalidade, que é igual em todos. 
As limitações em escolher não diminuem este aspecto. 
 
O outro como inferno e o outro como chave/espelho: o inferno são os outros , porque ―os 
outros‖ atrapalham a concretização dos nossos projetos. Todas as escolhas de uma pessoa levam à 
transformação do mundo para que ele se adapte ao seu projeto. O conflito decorre do conflito de 
projetos. As outras pessoas são fontes permanentes de contingências. O outro chave/espelho: O 
homem por si só não pode conhecer-se em sua totalidade. Só através dos olhos de outras pessoas 
é que alguém consegue se ver como parte do mundo. Não podemos evitar a convivência. Sem a 
convivência, uma pessoa não pode perceber-se por inteiro. "O ser Para-si só é Para-si através do 
outro", ideia que Sartre herdou de Hegel. Não temos acesso às consciências das outras pessoas, 
mas temos todos consciência. Sem ―os outros‖, o próprio projeto fundamental não faria sentido. O 
olhar do outro me faz tomar consciência de que existo e me faz pensar sobre mim mesmo. Só a 
convivência é capaz de me dar a certeza de que estou fazendo as escolhas que desejo. 
 
Angústia: Fruto da consciência de saber-se livre e portanto, responsável por usar tal liberdade de 
forma adequada. As escolhas definem a essência, são irreversíveis e afetam o mundo. 
 
Má-fé: é a atitude daqueles que renuncia a própria liberdade. A liberdade traz angústia e má-fé é 
uma defesa contra esta angústia. É um auto-engano, um equívoco, um erro, pois afasta a pessoa do 
seu Projeto pessoal. 
 
Responsabilidade: É a consciência de ser responsável por cada escolha que fizer. Sempre se 
soube que a responsabilidade é a contrapartida da liberdade. Quase todas as teorias éticas dizem 
isto. O homem é o único responsável pelas consequências de suas decisões. As mudanças são 
irreversíveis. Afetam a todos, portanto perante suas escolhas, o homem torna-se também 
responsável por toda a humanidade. ―Não há desculpas para o homem‖. Junto com a liberdade, que 
é o poder de escolher, vem à responsabilidade pelas nossas escolhas. As escolhas definirão nossa 
essência. 
"Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa 
própria passividade seria uma forma de ação." 
 
Absurdo e contingência (A náusea): A vida é absurda e regida pela contingência. A vida não tem 
sentido determinado, somos obrigados a dar um sentido a ela. 
 
Moral laica: Sartre não abandona a moral, mas a coloca em seu devido lugar: na responsabilidade 
individual de cada pessoa. Os valores humanos existem sem a necessidade da existência de Deus. 
O que deve determinar as escolhas morais é a consciência da responsabilidade e não o medo da 
punição divina. 
 
Consciência: A consciência é intencionalidade, está permanentemente voltada para fora. (Crítica à 
teoria do Ego de Husserl e de Descartes). Para Sartre o ego não é um conteúdo da consciência. Ele 
está fora da consciência, porque a consciência é vazia, é o nada. A consciência se dirige ao ego 
como a qualquer outro objeto do mundo. O homem objetifica-se na fala, no trabalho, nas ideias. 
Livrou a consciência de conteúdos, tornando-a o "Nada". A intencionalidade, pelo qual a consciência 
sempre aponta para algo fora de si mesma, é a raiz da liberdade do ser consciente. Devido a 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ego
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consci%C3%AAncia
 
 
 
 
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54 
intencionalidade da consciência o Homem entende que não é um mero objeto, mas um sujeito que 
pode mudar o mundo e a si mesmo a todo instante. 
 
Epistemologia: avesso ao dogma 
 
Ética: avessa à moral constituída, mas não endossa uma vida desregrada. O existencialismo 
(movimento) não pode ser refúgio para os que procuram o escândalo, a inconsequência e a 
desordem. 
 
Index: Foi vista como uma filosofia nociva aos valores da sociedade e à manutenção da ordem. 
Toda a obra de Sartre foi incluída no Index de obras proibidas da Igreja Católica. 
 
Totalidade: “destotalizada‖- porque está em constante processo de construção dialética. 
 
 
Psique: A psique humana exprime-se no corpo; 
 
Compreensão: Destaque para a noção de situação. (ser-no-mundo, ser-em-situação). A 
compreensão é o movimento totalizador que ajunta a meu próximo, a mim mesmo e ao ambiente na 
unidade sintética de uma objetivação em curso. 
 
Personalidade: é a totalização das experiências singulares do sujeito com a materialidade, com o 
corpo, com o tempo, com os outros, enfim, com o mundo, cujo nexo é o projeto. 
 
Projeto: é o nexo do sujeito e o mundo, e está circunscrito pelo campo dos possíveis, pelas 
condições materiais, sociais, históricas que definem a existência de um homem, perfazendo as 
possibilidades de devir do sujeito. 
 
Obra: 
1943. O Ser e o Nada: Ensaio de Ontologia Fenomenológica. 
1943: As Moscas. 
1945: Entre quatro paredes 
1960: Náusea: a angústia diante da existência. 
1960: Na Obra ―A crítica da razão dialética‖ compatibiliza o existencialismo ao marxismo, tentando 
conciliar a visão individualista do existencialismo e a visão coletivista do marxismo. "o marxismo é a 
filosofia insuperável de nosso tempo", e admite que enquanto a humanidade estiver limitada por leis 
de mercado e pela busca da sobrevivência imediata, a liberdade individual não poderia ser 
totalmente alcançada. No existencialismo há a autodeterminação e para o marxismo as forças sócio-
econômicas que estão acima do nosso controle individual, têm o poder de modelar as nossas vidas. 
A auto-determinação do indivíduo é bem limitada diante de fatores sócio-econômicos, culturais e os 
movimentos históricos coletivos que, segundo o marxismo e o estruturalismo, determinam as 
escolhas e diminuem a liberdade individual. 
 
EXERCÍCIOS 
 
QUESTÃO 01 
 
Sobre o conceito de liberdade na primeira fase da filosofia de Sartre, pode-se afirmar que sua tese 
central é a de que ela (a liberdade) deve ser absoluta. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Index_Librorum_Prohibitorum
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica
http://pt.wikipedia.org/wiki/1943
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Ser_e_o_Nada
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ontologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estruturalismo
 
 
 
 
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Assinale a alternativa que se coaduna com esta tese. 
A) Os valores permitem definir a liberdade para os homens e suas sociedades. 
B) O simples fato da liberdade impõe uma forma materialista de determinismo, em que se abandona 
a ideia de consciência. 
C) Os atos livres do ser humano possuem uma essência psicológica que os define e possibilita. 
D) É preciso excluir a possibilidade da existência de Deus, pois sua onipotência não permite a 
liberdade humana. 
 
 
QUESTÃO 02 
 
Em seu tratamento da liberdade, Sartre afirma que esta é um projeto e não um dado da realidade, 
sendo necessária uma preocupação com o que o autor chama de má fé. 
 
 
Considerando-se a ideia de má fé e de suas consequências para a liberdade, é incorreto afirmar: 
A) Agir em má fé consiste em viver na seriedade. 
B) Agir em má fé representa uma afirmação do sujeito. 
C) Agir em má fé significa uma fuga à responsabilidade da decisão livre. 
D) Agir em má fé representa identificar-se com o ser. 
 
 
QUESTÃO 03 
Para Sartre (1905-1980), “o filósofo da Liberdade‖, o homem é inerentemente livre. Uma de suas 
frases famosas diz o seguinte: ―O Homem está condenado à liberdade‖. Sua posição era a de que 
um fenômeno chamado intencionalidade, pelo qual a consciência sempre aponta para algo fora de 
si mesma, era a raiz da liberdade incondicional do ser consciente. Devido a intencionalidade da 
consciência o Homem entende que não é um mero objeto, mas um sujeito que pode mudar o mundo 
e a si mesmo a todo instante. Sartre diz ainda que junto com a liberdade, que é o poder de escolher, 
vem à responsabilidade pelas nossas escolhas e a angústia de, para preferir algo, preterir outras 
opções. 
 
 
 
 
 
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Podemos expressar o conceito de Liberdade em Sartre da seguinte forma: 
 
 
Assim, podemos afirmar que, EXCETO: 
 
A) A responsabilidade é a causa da angústia dos existencialistas. Essa angústia decorre da 
consciência do homem de que são as suas escolhas que definirão a sua essência, e mais, de que 
essas escolhas podem afetar, de forma irreversível, o próprio mundo. A angústia, portanto, vem da 
própria consciência da liberdade e da responsabilidade em usá-la de forma adequada. 
B) A má-fé é uma defesa contra a angústia criada pela consciência da liberdade, mas é uma defesa 
equivocada, pois através dela nos afastamos de nosso projeto pessoal, e caímos no erro de atribuir 
nossas escolhas a fatores externos, como Deus, os astros, o destino, ou outro. 
C) Sartre afirma que, nós os seres humanos, temos nossa essência antes que nossa existência seja 
definida. Esse seria um dos preceitos básicos do Existencialismo. Assim, o autor reafirma a 
existência de uma suposta "essência humana" (pré-concebida), seja ela boa ou ruim. 
D) Sartre nega a suposição de que haja um propósito universal, um plano ou destino maior, onde 
seríamos apenas atores de um roteiro definido. Porém, Sartre não se restringe em "justificar" a 
angústia dos existencialistas, fruto da consciência de sua responsabilidade, mas vai além, e acusa 
como má-fé a atitude daqueles que não procedem de tal forma, renunciando, assim, a própria 
liberdade. 
 
 
QUESTÃO 04 
 
Analise a figura a seguir: 
 
 
 
 
 
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De acordo com a filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre essa figura representa: 
 
A) ―Os outros‖ na figura é representado pelo inferno em que o ser humano paga por todas as suas 
dívidas criadas a partir da não obediência aos valores religiosos, morais e éticos; 
B) ―Os outros‖ na figura é representado pela a ideia de que o inferno são os outros", ou seja, 
embora sejam eles, ―os outros‖, que impossibilitem a concretização de meus projetos, colocando-se 
sempre no meu caminho, não posso evitar a convivência. Sem eles o próprio projeto fundamental 
não faria sentido. 
C) ―Os outros‖ na figura são agentes externos ao ser humano, representados por anjos, demônios, 
deuses ou até mesmo um Deus soberano que nos condena, assim como a nossa consciência. 
D) ―Os outros‖ na figura é representado pela minha consciência que me condena a partir da minha 
liberdade ―Estamos sós e sem desculpas‖, afirma Sartre. 
 
QUESTÕES ABERTAS 
 
01) Jean-Paul Sartre foi um dos principais filósofos do século XX. Ele sustentou um projeto 
existencialista centrado na ação da pessoa, que diante do mundo se dilacera para poder realizar sua 
vida como projeto de autonomia da própria existência. Eis o comentário de Sartre: ―O existencialismo 
nãoé tanto um ateísmo no sentido em que se esforçaria por demonstrar que Deus não existe. Ele 
declara, mais exatamente: mesmo que Deus existisse, nada mudaria; eis nosso ponto de vista. 
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção 
―Os Pensadores‖. p. 22. O que Sartre colocou em evidência com esta afirmação polêmica? 
 
02) "Eu não podia admitir que a gente recebesse o ser de fora, que ele se conservasse por inércia, 
nem que os movimentos da alma fossem os efeitos de movimentos anteriores (...). Diziam-me 
amiúde: o passado nos impele; mas eu estava convencido de que o futuro me puxava". (Sartre - As 
palavras) O que significa, segundo Sartre, dizer que "O importante não é o que fazem do homem, 
mas o que ele faz do que fizeram dele"? 
 
03) Qual a relação entre Deus e a liberdade em Sartre? 
 
04) Em seu tratamento da liberdade, Sartre afirma que esta é um projeto e não um dado da 
realidade, sendo necessária uma preocupação com o que o autor chama de má fé. Explique em que 
consiste este conceito. 
 
 
 
 
 
 
 
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MICHEL FOUCAULT (1905-1980) 
 
 
 
Biografia: Michel Foucault (Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de1984) foi 
um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico literário. Suas teorias abordam a 
relação entre poder e conhecimento e como eles são usados como uma forma de controle social por 
meio de instituições sociais. Embora muitas vezes seja citado como um pós-estruturalista e pós-
modernista, Foucault acabou rejeitando essas etiquetas, preferindo classificar seu pensamento 
como uma história crítica da modernidade. Seu pensamento foi muito influente tanto para grupos 
acadêmicos, quanto para ativistas. Nascido em Poitiers, na França, em uma família de classe média-
alta, Foucault foi educado no Lycée Henri-IV e, em seguida, na Escola Normal Superior de Paris, 
onde ele desenvolveu seu interesse por filosofia e teve influência de seus tutores, Jean 
Hyppolite e Louis Althusser. Depois de vários anos como diplomata cultural no exterior, ele retornou 
à França e publicou seu primeiro grande livro, A História da Loucura. Após trabalhar entre 1960 e 
1966 na Universidade de Clermont-Ferrand, ele produziu duas publicações mais significativas, O 
Nascimento da Clínica e As Palavras e as Coisas, que exibiu seu crescente envolvimento com 
o estruturalismo, um movimento teórico na antropologia social, do qual ele distanciou-se mais tarde. 
Essas três primeiras obras foram exemplos de uma técnica historiográfica que Foucault estava 
desenvolvendo e que ele chamou de "arqueologia". De 1966 a 1968, a Foucault lecionou 
na Universidade de Túnis, na Tunísia, antes de retornar para a França, onde se tornou chefe do 
departamento de filosofia de uma nova universidade experimental, a Paris VIII. Em 1970, ele foi 
admitido no Collège de France, onde permaneceu até sua morte. Ele também tornou-se ativo em 
alguns grupos de esquerda envolvidos em campanhas anti-racistas, contra violações aos direitos 
humanos pela luta por uma reforma penal. Em seguida ele publicou A Arqueologia do Saber, Vigiar e 
Punir e História da Sexualidade. Nestes livros, ele desenvolveu métodos arqueológicos e 
genealógicos que enfatizavam os jogos de poder na evolução do discurso na sociedade. Foucault 
morreu em Paris por conta de problemas neurológicos agravados por HIV/AIDS; ele foi a primeira 
figura pública francesa que morreu por causa desta doença, sendo que seu parceiro Daniel Defert 
criou a fundação da caridade AIDES em sua memória. 
 
Temas: Foucault é conhecido pelas suas críticas às instituições sociais, especialmente à psiquiatria, 
à medicina, às prisões, e por suas ideias sobre a evolução da história da sexualidade, suas teorias 
gerais relativas à energia e à complexa relação entre poder e conhecimento, bem como por estudar 
a expressão do discurso em relação à história do pensamento ocidental. Têm sido amplamente 
discutidas a imagem da "morte do homem", anunciada em ―As Palavras e Coisas‖, e a ideia de 
subjetivação, reativada no interesse próprio de uma forma ainda problemática para a filosofia 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poitiers
http://pt.wikipedia.org/wiki/15_de_outubro
http://pt.wikipedia.org/wiki/1926
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paris
http://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_junho
http://pt.wikipedia.org/wiki/1984
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fil%C3%B3sofo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_das_ideias
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_social
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Controle_social
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-estruturalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-modernidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-modernidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Classe_m%C3%A9dia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Classe_m%C3%A9dia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Normal_Superior_de_Paris
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Hyppolite
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Hyppolite
http://pt.wikipedia.org/wiki/Louis_Althusser
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diplomata
http://pt.wikipedia.org/wiki/Histoire_de_la_folie_%C3%A0_l%27%C3%A2ge_classique
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_Nascimento_da_Cl%C3%ADnica&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_Nascimento_da_Cl%C3%ADnica&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=As_Palavras_e_as_Coisas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estruturalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia_social
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Universidade_de_T%C3%BAnis&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tun%C3%ADsia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coll%C3%A8ge_de_France
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esquerda_pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_Arqueologia_do_Saber&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vigiar_e_Punir
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vigiar_e_Punir
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Sexualidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/HIV
http://pt.wikipedia.org/wiki/AIDS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Defert
http://pt.wikipedia.org/wiki/AIDES
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psiquiatria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sexualidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Foucault5.jpg
 
 
 
 
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clássica do sujeito. Parece então que mais do que em análises da "identidade", por definição, 
estáticas e objetivadas, Foucault centra-se na vida e nos diferentes processos de subjetivação. 
 
Filiação filosófica: Se seu trabalho é muitas vezes descrito como pós-moderno ou pós-
estruturalista por comentadores e críticos contemporâneos, ele foi mais frequentemente associado 
com o movimento estruturalista, especialmente nos primeiros anos após a publicação de ―As 
Palavras e as Coisas‖. Inicialmente aceitou a filiação; posteriormente, ele marcou a sua distância à 
abordagem estruturalista, explicando que ao contrário desta última, não tinha adaptado uma 
abordagem formalista. Ele não aceitou o rótulo de pós-modernista aplicado ao seu trabalho, dizendo 
que preferia discutir como se dá a definição de modernidade em si. As teorias sobre o saber, o poder 
e o sujeito romperam com as concepções modernas destes termos, motivo pelo qual é considerado 
por certos autores, contrariando a própria opinião de si mesmo, um pós-moderno. Os primeiros 
trabalhos (Históriada Loucura, O Nascimento da Clínica, As Palavras e as Coisas, A Arqueologia do 
Saber) seguem uma linha pós-estruturalista, o que não impede que seja considerado geralmente 
como um estruturalista devido a obras posteriores como Vigiar e Punir e a História da Sexualidade. 
Além desses livros, são publicadas hoje em dia transcrições de seus cursos realizados no Collège 
de France e inúmeras entrevistas, que auxiliam na introdução ao pensamento deste autor. Michel 
Foucault é mais conhecido por ter destacado as formas de certas práticas das instituições em 
relação aos indivíduos. Ele destacou a grande semelhança nos modos de tratamento dado ou 
infligidos aos grandes grupos de indivíduos que constituem os limites do grupo social: os loucos, 
prisioneiros, alguns grupos de estrangeiros, soldados e crianças. Ele acredita que, em última 
análise, eles têm em comum o fato de serem vistos com desconfiança e excluídos por uma regra em 
confinamento em instalações seguras, especializadas, construídas e organizadas em modelos 
semelhantes (asilos, presídios, quartéis, escolas), inspirados no modelo monástico; instalações que 
ele chamou de "instituições disciplinares". 
 
História da loucura: Na grande maioria das suas obras, Michel Foucault esforçou-se por se limitar a 
problemas concretos (a loucura, a prisão, a clínica psiquiátrica), num contexto geográfica e 
historicamente bem determinado (a França, a Europa ou o Ocidente; no fim do século XVIII, na 
Grécia antiga, etc.). No entanto, as suas observações permitem extrair conceitos que ultrapassem 
esses limites de tempo e espaço. Elas conservam, assim, uma grande atualidade. Por isso, muitos 
intelectuais - em várias áreas do conhecimento - podem se referir a Foucault atualmente. É, por 
exemplo, estudando a mutação das técnicas penais no final do século XVIII que ele pôde analisar a 
emergência de uma nova forma de subjetividade constituída pelo poder. A relação de poder entre o 
institucional e o indivíduo funda a constituição de saberes e é, por sua vez, fundado por eles: é a 
noção de "saber-poder". Não há relações de poder sem a constituição correlata de um campo de 
saber, nem há saber que não suponha e constitua, ao mesmo tempo, relações de poder. 
 
Em defesa da sociedade: Nesta ontologia de revisão, simultaneamente genealógica e 
arqueológica, o trabalho sobre problemas pouco específicos são inseparáveis dos das "formações 
discursivas" (As palavras e as Coisas, A Arqueologia do Conhecimento e A Ordem dos discursos), 
como o significado de racismo, além de seus significados particularizados, é inseparável do advento 
das ciências humanas. No segundo semestre de 1970, ele estava interessado no que parecia uma 
nova forma de exercício do poder (de vida), ele chamou de "biopoder" (um conceito tirado e 
desenvolvido por François Ewald, Giorgio Agamben, Judith Revel e Antonio Negri, entre outros). 
Conceito de biopoder: o poder de morrer e deixar viver foi substituído pelo biopoder que é Viver e 
deixar morrer, do estado de bem-estar: segurança social, seguros, etc. No início de 1980, em suas 
palestras no Collège de France, Du Gouvernement des vivants (em português, 'Do Governo dos 
Vivos'), Foucault inicia uma nova linha de investigação: os atos que o sujeito pode e deve operar 
livremente em si para chegar à verdade. Este novo eixo, o conhecimento do domínio irredutível de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-estruturalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estruturalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coll%C3%A8ge_de_France
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coll%C3%A8ge_de_France
http://pt.wikipedia.org/wiki/Subjetividade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ontologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/1970
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fran%C3%A7ois_Ewald&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Giorgio_Agamben
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Judith_Revel&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Negri
http://pt.wikipedia.org/wiki/1980
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coll%C3%A8ge_de_France
 
 
 
 
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60 
domínio e de poder, é chamado de "regime de verdade" e pode isolar a parte livre e decisão 
deliberada do sujeito na sua própria atividade. 
 
Os exercícios cristãos ascéticos fornecem o primeiro campo de exploração desses sistemas na sua 
diferença com os exercícios ascéticos greco-romanos. Seu pensamento visa ligar em conjunto, sem 
confundi-las, estas três áreas: conhecimento, poder e discurso. Sua obra, a partir da perspectiva do 
todo, aparece como uma vasta história dos limites estabelecidos na definição do que seja louco, 
doente, criminoso, desviante. O poder não é uma autoridade exercida sobre questões de direito, 
mas acima de tudo um poder imanente na sociedade, que se reflete na produção de normas e 
valores. O problema político é, portanto, aquele que investe sobre o corpo aparelhos de micropoder 
e, silenciosamente, inventam formas de dominação, mas que pode também oferecer a oportunidade 
para novas possibilidades de vida. "Não há relação de poder entre sujeitos livres", ele gostava de 
dizer. 
 
Biopoder: G.D. (...) Foucault é com frequência considerado como o pensador das sociedades de 
disciplina, e de sua técnica principal, o confinamento (não só o hospital e a prisão, mas a escola, a 
fábrica, a caserna). (DELEUZE, 1992, p.215) (...) Certamente, não se deixou de falar da prisão, da 
escola, do hospital: essas instituições estão em crise. Mas se estão em crise, é precisamente em 
combates de retaguarda. O que está sendo implantado, às cegas, são novos tipos de sanções, de 
educação, de tratamento. Os hospitais abertos, o atendimento a domicílio, etc., já surgiram há muito 
tempo. Pode-se prever que a educação será cada vez menos um meio fechado, distinto do meio 
profissional – um outro meio fechado - , mas que os dois desaparecerão em favor de uma terrível 
formação permanente,...‖ (...) as formas de delinqüência ou de resistência (dois casos distintos) 
também aparecem.‖ (DELEUZE, 1992, p.216) 
 
Liberdade: A ética do ―cuidado de si mesmo‖ (epiméleia heautoû) como prática de liberdade (ontem 
e hoje) é quase uma conseqüência da qual seu pensamento não poderia escapar. Que é ser livre? 
Que é a liberdade? Como é possível a liberdade? Foucault nos leva a fazer essas questões sem nos 
oferecer respostas exatas, retas. Foucault não deixou uma teoria da liberdade, mas deixou diversos 
assinalamentos, indicações: ―A liberdade não começa ali onde cessa a intervenção centralizada do 
Estado (...) De fato, não creio que o poder seja somente o Estado, ou que o não-estado já seja a 
liberdade‖. A liberdade é da ordem das resistências às sujeições dos diversos poderes. O poder, 
longe de impedir a liberdade, excita-a. Mas de que liberdade se trataria? Ser livre de quê? É possível 
a constituição do sujeito sem sujeição? Para Foucault, isso implica na transformação do sujeito 
como objeto do saber, objeto de sua própria verdade, sendo a liberdade construída num processo, 
numa vida construída na maneira como cada um determinar. Assim, nos caminhos que escolher 
trilhar - não importa onde se chegue - e mais, na própria escolha é que é a liberdade, o sujeito 
construirá sua vida como decidir, mas criando as condições de coexistência com o outro, pois não 
pode haver liberdade apenas no sujeito, mas vivenciada por ele nas relações com todos os demais. 
Foucault deixa aqui um embaraço, não é possível ser livre em si mesmo, no pensamento, na 
independência do cuidado virtuoso de si, como um aristocrata da alma? Se a liberdade é, pois, 
igualmente uma construção, resta-nos buscá-la como um valor a orientar nossas ações. Importando 
destacar, mais uma vez, que possivelmente jamais seja encontrada integralmente. Referência: 
FILHO, Alípio de Sousa. Foucault: o cuidado de si e a liberdade,ou a liberdade é uma agonística. 
Trabalho apresentado no IV Colóquio Internacional Michel Foucault. Abril de 2007, Natal. 
 
O Sujeito e o Poder: Foucault (1979) renega os modos tradicionais de analisar o poder e procura 
realizar suas análises não de forma dedutiva e sim indutiva, por isso passou a ter como objeto de 
análise não categorias superiores e abstratas de análise tal como questões do que é o poder, o que 
o origina e tantos outros elementos teóricos, voltando-se para elementos mais periféricos do sistema 
total, isto é, passou-se a interessar-se pelos locais onde a lei é efetivada realmente. Hospitais 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1979
 
 
 
 
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psiquiátricos, forças policiais, etc. são os locais preferidos do pensador para a compreensão das 
forças reais em ação e com quais devemos realmente nos preocupar, compreender e buscar 
renovar constantemente. 
Segundo este pensamento, devemos compreender que a lei é uma verdade "construída" de acordo 
com as necessidades do poder, em suma, do sistema econômico vigente, sistema, atualmente, 
preocupado principalmente com a produção de mais-valia econômica e mais-valia cultural, tal como 
explicado por Guattari (1993). O poder em qualquer sociedade precisa de um delimitação formal, 
precisa ser justificado de forma abstrata o suficiente para que seja introjetado psicologicamente, a 
nível macrossocial, como uma verdade a priori, universal. Desta necessidade, desenvolvem-se as 
regras do direito, surgindo, portanto, os elementos necessários para a produção, transmissão e 
oficialização de "verdades". "O poder precisa da produção de discursos de verdade (p.180), como 
diria Foucault (1979). O poder não é fechado, ele estabelece relações múltiplas de poder, 
caracterizando e constituindo o corpo social e, para que não desmorone, necessita de uma 
produção, uma acumulação, uma circulação e um funcionamento de um discurso sólido e 
convincente. 
 
Panóptico: O panóptico foi um projeto arquitetônico de prisão inventado por Jeremy Bentham e 
destinado a garantir que todos os prisioneiros possam ser vistos a partir de uma torre central como 
um paradigma da evolução da nossa sociedade. (ver o conceito deleuziano de "sociedade de 
controle", na discussão com a obra de Foucault). 
 
Recepção: A filosofia de Foucault influenciou (como ele foi influenciado por) movimentos de protesto 
na França e no mundo anglo-saxão desde 1970 (o movimento antipsiquiatria, movimento de 
prisioneiros, o movimento feminista). 
 
Todos os livros de Michel Foucault para dowload gratuito: 
https://bibliotecaucs.wordpress.com/2013/11/05/todos-os-livros-de-michel-foucault-para-download-
gratuito/ 
 
Referência: 
DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro. Editora 34. 1992 
FILHO, Alípio de Sousa. Foucault: o cuidado de si e a liberdade, ou a liberdade é uma agonística. 
Trabalho apresentado no IV Colóquio Internacional Michel Foucault. Abril de 2007, Natal. 
MICHEL FOUCAULT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. 
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Michel_Foucault&oldid=40901794>. Acesso 
em: 24 fev. 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Bentham
http://pt.wikipedia.org/wiki/1970
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antipsiquiatria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_feminista
https://bibliotecaucs.wordpress.com/2013/11/05/todos-os-livros-de-michel-foucault-para-download-gratuito/
https://bibliotecaucs.wordpress.com/2013/11/05/todos-os-livros-de-michel-foucault-para-download-gratuito/
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Michel_Foucault&oldid=40901794
 
 
 
 
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ATIVIDADE EXTRA 1: 
Contrato tácito entre as pessoas que se conformam1 
O mundo em que vivemos assenta num contrato tácito entre os conformistas e cujo conteúdo é o 
seguinte: 
1) Aceito a competição como base do nosso sistema social e econômico, mesmo tendo consciência 
que o seu funcionamento gera frustração e cólera por entre a esmagadora maioria dos perdedores. 
2) Aceito ser humilhado ou explorado na condição de também eu humilhar e explorar quem quer que 
se encontre abaixo de mim na hierarquia social. 
3) Aceito a exclusão social dos marginais, desadaptados e dos fracos em geral, uma vez que a 
integração social tem que ter limites. 
4) Aceito remunerar os bancos a fim destes investirem o meu salário conforme as suas 
conveniências, mesmo sem receber qualquer dividendo pelos seus gigantescos lucros. Aceito 
igualmente que os bancos me exijam uma comissão elevada para me emprestarem dinheiro que não 
é outro senão o dos seus clientes. 
5) Aceito que permanentemente sejam congeladas e sejam lançadas fora toneladas de alimentos a 
fim de que os preços não baixem, o que é preferível a dá-los às pessoas necessitadas e que 
permitiriam salvar algumas centenas de milhares de pessoas da fome a cada ano que passa. 
6) Aceito que seja expressamente proibido pôr fim aos seus dias, mas que seja perfeitamente 
tolerável que se vá morrendo aos poucos ao inalar-se ou ingerir-se substâncias tóxicas autorizadas 
pelos Estados. 
7) Aceito que se faça a guerra para fazer reinar a paz. Aceito que em nome da paz a primeira 
despesa pública dos Estados seja para o orçamento do exército. Aceito igualmente que os conflitos 
sejam criados artificialmente a fim de garantir o escoamento dos estoques de armas e de fazer girar 
a economia mundial. 
8) Aceito a hegemonia do petróleo sobre a nossa economia, muito embora se trate de uma 
economia de elevado custo e geradora de poluição, pelo que estou de acordo em travar ( e mesmo 
impedir) qualquer substituição, mesmo se vier a descobrir um qualquer meio gratuito e ilimitado de 
produzir energia, o que seria uma grande perda e prejuízo elevado para o nosso sistema econômico. 
9) Aceito que se condene a morte do próximo, salvo se o Estado decretar que se trata de um 
inimigo, caso esse em que devemos então encorajar a que seja morto. 
10) Aceito que se divida a opinião pública criando partidos de direita e partidos de esquerda, que 
passarão o seu tempo a combater-se entre si, dando a impressão de fazer avançar o sistema. 
Aceito, além disso, todas as divisões possíveis e imagináveis, visto que elas me permitirão canalizar 
a minha cólera para os tais inimigos referenciados, e cujo retrato será agitado perante os meus 
olhos. 
11) Aceito que o poder de moldar e formatar a opinião pública, outrora entregue às religiões, esteja 
hoje nas mãos dos negociantes, não eleitos democraticamente e que são totalmente livres do 
controle dos Estados, já que estou plenamente convencido do bom uso que não deixarão de fazer 
daquele poder sobre a opinião pública. 
12) Aceito a ideia que a felicidade se resume ao conforto, amor ao sexo, e liberdade à satisfação de 
todos os desejos, pois é isso que a publicidade não se cansa de me transmitir. Quanto mais infeliz, 
mais eu hei-de consumir, e ao desempenhar com competência este meu papel, estou a contribuir 
para o bom funcionamento da nossa economia. 
13) Aceito que o valor de uma pessoa seja medido em função da sua conta bancária, assim como a 
sua utilidade social esteja dependente da sua produtividade, e não tanto da suas qualidades, pelo 
que será excluído do sistema quem não se mostre suficientemente produtivo. 
 
1 Texto retirado da internet, com pequenas alterações. Segundo informações de autoria dos Amigos da Terra. 
 
 
 
 
 
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14) Aceito voluntariamente que sejam prodigamente pagos os jogadores de futebol e os atores e 
atrizes, e a um nível muito inferior os professores e médicos, profissionais encarregados da 
educação e da saúde das futuras gerações. 
15) Aceito que sejam lançados para os lares, especialmente destinados para esse fim, as pessoas 
de idade, cuja experiência poderia ser útil, uma vez que sendo nós a civilização mais evoluída do 
planeta ( e, sem dúvida, do universo) sabemos bem que a experiência não se partilha nem se 
transmite. 
16) Aceito que todos os dias sejam apresentadas as notícias mais terríveis e mais negativas do 
mundo a fim que de que eu possa apreciar até que ponto é normal e possa dar-me por satisfeito a 
sorte que tenho em viver numa sociedade ocidental, tanto mais que incutir o medo nos nossos 
espíritos só pode ser benéfico para todos nós. 
17) Aceito que os industriais, os militares e os políticos se reúnam regularmente para tomar 
decisões, sem nos consultar, sobre o futuro da vida e do planeta. 
18) Aceito consumir carne bovina tratada com hormônios sem que eu esteja informado sobre o 
assunto. Aceito que a cultura dos transgênicos se expanda por todos os sítios do mundo, permitindo 
às transnacionais do setor agro-alimentar patentear as sementes, recolher dividendos e colocar sob 
o seu jugo toda a agricultura mundial. 
19) Aceito que os grandes bancos internacionais emprestem dinheiro aos países desejosos de 
adquirir armamento, escolham aqueles que farão a guerra e os que a não farão. Estou plenamente 
consciente que mais vale financiar as duas partes beligerantes a fim de estar seguro que o conflito 
possa durar o mais tempo possível, de modo a ser possível pilhar os seus recursos caso não 
possam reembolsar os empréstimos recebidos. 
20) Aceito que as empresas multinacionais se abstenham de aplicar os progressos sociais do 
ocidente nos países desfavorecidos. Considerando que é uma verdadeira beleza vê-los a trabalhar, 
prefiro que seja permitido o trabalho de crianças em condições infra-humanas e precárias e que, em 
nome dos direitos do homem e do cidadão, não haja o direito de ingerência nesses assuntos. 
21) Aceito que os políticos possam ter uma duvidosa honestidade e, por vezes, sejam corruptos, 
perante as fortes pressões de que eles são alvos, desde que para a maioria dos cidadãos a regra 
seja a tolerância zero. 
22) Aceito que os laboratórios farmacêuticos e os industriais do setor agro-alimentar vendam aos 
países periféricos produtos fora do prazo ou com componentes cancerígenos, e que estejam 
interditas nos países centrais. 
23) Aceito que o resto do mundo não-ocidental possam pensar diferentemente de nós, sob a 
condição de não virem para cá exprimir as suas crenças e ainda menos tentar explicar a nossa 
História com as suas noções filosóficas primitivas. 
24) Aceito a ideia que não existe senão duas possibilidades na natureza, a saber: caçar ou ser 
caçado. E se somos dotados de uma consciência e de linguagem, não é com certeza para saber 
escapar a esta dualidade, mas sim para justificar porque é que agimos assim. 
25) Aceito considerar o nosso passado como uma sucessão ininterrupta de conflitos, conspirações 
políticas e de vontade para obter hegemonias, mas eu sei que hoje tudo isso já não existe porque 
estamos no apogeu da evolução humana, e que as únicas regras que regem o nosso mundo são a 
busca da felicidade e da liberdade de todos os povos, tal como ouvimos dizer constantemente nos 
discursos políticos. 
26) Aceito sem discutir e considero como verdades todas as teorias propostas para explicar o 
mistério das nossas origens. Além disso, aceito que a natureza tenha demorado milhões de anos 
para criar um ser humano, para o qual o único passatempo é a destruição da sua própria espécie 
daqui a alguns instantes. 
27) Aceito que a procura do lucro seja o fim último da Humanidade, e que a acumulação das 
riquezas seja a realização efetiva da vida humana. 
28) Aceito a destruição das florestas, a quase destruição da fauna marítima dos rios e oceanos. 
Aceito o aumento da poluição industrial e a dispersão de venenos químicos e de elementos 
 
 
 
 
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radioativos na natureza. Aceito a utilização de todas as espécies de aditivos químicos na minha 
alimentação, porque estou convencido que, se aí são introduzidos, é porque são úteis e desprovidos 
de risco. 
29) Aceito a guerra econômica que alastra pelo planeta, mesmo se sinto que ela nos conduz para 
uma catástrofe sem precedentes. 
30) Aceito esta situação e admito que não posso fazer absolutamente nada para a mudar ou 
melhorar. 
31) Aceito ser tratado como besta, pois feitas as contas, penso que não valho mais que isso. 
32) Aceito não levantar qualquer questão, de fechar os olhos a tudo isso e em não me opor a nada, 
uma vez que estou demasiado ocupado com a minha vida e já tenho preocupações que me 
cheguem. Aceito mesmo defender até à morte este contrato se me pedirem. 
33) Aceito pois, consciente e voluntariamente, este meu triste destino contratual que me colocaram à 
frente dos olhos e que vou assinar, apesar de tal me impedir de ver a realidade das coisas. 
Nota final: Caso estejas contra e recusas subscrever este contrato, podes em alternativa começar 
por utilizar os recursos que a amizade e o amor, a fraternidade e a responsabilidade partilhada te 
oferecem e passar a refletir, a conceber, a ousar e a tecer uma teia não-venenosa, mas saudável, 
para manter saudável o planeta e garantir à Humanidade o direito a viver com justiça e liberdade. 
Todo o atraso é demais. 
 
O texto acima faz uma crítica irônica e mordaz ao “Contrato Social” que aceitamos e 
mantemos por meio de nossa indiferença e conformismo. Após uma leitura atenta do mesmo 
desenvolva uma reflexão de no mínimo 10 linhas sobre suas possibilidades de cooperar na 
reversão desta situação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATIVIDADE EXTRA 2: 
 
O Direito de Sonhar - Eduardo Galeano 
Tente adivinhar como será o mundo depois do ano 2000. Temos apenas uma única certeza: se 
estivermos vivos, teremos virado gente do século passado. Pior ainda, gente do milênio passado. 
Sonhar não faz parte dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 
1948. Mas, se não fosse por causa do direito de sonhar e pela água que dele jorra, a maior parte 
dos direitos morreria de sede. 
Deliremos, pois, por um instante. O mundo, que hoje está de pernas para o ar, vai ter de novo os 
pés no chão. 
Nas ruas e avenidas, carros vão ser atropelados por cachorros. 
O ar será puro, sem o veneno dos canos de descarga, e vai existir apenas a contaminação que 
emana dos medos humanos e das humanas paixões. 
O povo não será guiado pelos carros, nem programado pelo computador, nem comprado pelo 
supermercado, nem visto pela TV. 
A TV vai deixar de ser o mais importante membro da família, para ser tratada como um ferro de 
passar ou uma máquina de lavar roupas. 
Vamos trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar. 
Em nenhum país do mundo os jovens vão ser presos por contestar o serviço militar. Serão 
encarcerados apenas os que quiserem se alistar. 
Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem de qualidade de vida a 
quantidade de coisas. 
Os cozinheiros não vão mais acreditar que as lagostas gostam de ser servidas vivas. 
Os historiadores não vão mais acreditar que os países gostem de ser invadidos. 
Os políticos não vão mais acreditar que os pobres gostem de encher a barriga de promessas. 
O mundo não vai estar mais em guerra contra os pobres, mas contra a pobreza. E a indústriamilitar 
não vai ter outra saída senão declarar falência, para sempre. 
Ninguém vai morrer de fome, porque não haverá ninguém morrendo de indigestão. 
Os meninos de rua não vão ser tratados como se fossem lixo, porque não vão existir meninos de 
rua. 
Os meninos ricos não vão ser tratados como se fossem dinheiro, porque não vão existir meninos 
ricos. 
A educação não vai ser um privilégio de quem pode pagar por ela. 
A polícia não vai ser a maldição de quem não pode comprá-la. 
Justiça e liberdade, gêmeas siamesas condenadas a viver separadas, vão estar de novo unidas, 
bem juntinhas, ombro a ombro. 
Uma mulher - negra - vai ser presidente do Brasil, e outra - negra - vai ser presidente dos Estados 
Unidos. Uma mulher indígena vai governar a Guatemala e outra, o Peru. 
Na Argentina, as loucas da Praça de Maio vão virar exemplo de sanidade mental, porque se 
negaram a esquecer, em tempos de amnésia obrigatória. 
A Santa Madre Igreja vai corrigir alguns erros das Tábuas de Moisés. O sexto mandamento vai 
ordenar: "Festejarás o corpo". E o nono, que desconfia do desejo, vai declará-lo sacro. 
A Igreja vai ditar ainda um décimo-primeiro mandamento, do qual o Senhor se esqueceu: "Amarás a 
natureza, da qual fazes parte". 
Todos os penitentes vão virar celebrantes, e não vai haver noite que não seja vivida como se fosse a 
última, nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro. 
O texto acima de Eduardo Galeano mistura realidade e ficção, presente e futuro,... após uma 
leitura atenta do mesmo teça um comentário de 10 linhas sobre o projeto de mundo do autor. 
Retirando os aspectos surreais do texto, você concorda com este projeto? Quais são os 
desafios para torná-lo real? 
http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/Language.aspx?LangID=por
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dez_Mandamentos
 
 
 
 
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66 
ATIVIDADE EXTRA 3: 
O Último Discurso - Charles Chaplin 
 
 
Desculpe! Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. 
Gostaria de ajudar - se possível –judeus, o gentio ... negros ... brancos. Todos nós desejamos ajudar 
uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não 
para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há 
espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades. O caminho 
da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do 
homem ...levantou no mundo as muralhas do ódio ...e tem-nos feito marchar a passo de ganso para 
a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro 
dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos 
fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos 
bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, 
precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será 
perdido. A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A própria natureza dessas coisas é um 
apelo eloqüente à bondade do homem ... um apelo à fraternidade universal ... à união de todos nós. 
Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de 
desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos 
e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem 
caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia ... da amargura de homens que 
temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores 
sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem 
os homens, a liberdade nunca perecerá. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos 
desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos 
atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos 
submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam 
como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em 
vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os 
inumanos. Soldados! Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo 
de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um 
grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de 
criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e 
bela ... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse 
poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo ... um mundo bom que a todos assegure 
o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais 
coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. 
Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar 
o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por 
um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. 
Soldados, em nome da democracia, unamo-nos. Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, 
levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo 
 
 
 
 
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da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens 
estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem 
ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, 
Hannah! Ergue os olhos! 
O texto acima mostra as consequências negativas do progresso tecno-científico e de igual 
modo aponta para as possibilidades de superação dos aspectos negativos da sociedade. 
Após uma leitura atenta do mesmo desenvolva uma reflexão de no mínimo 10 linhas sobre 
suas possibilidades de cooperar na conquista deste novo mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATIVIDADE EXTRA 4: 
 
REDAÇÃO: Assista ao filme Waking Life (2001), EUA, de Richard Linklater e com base nele e nos 
conhecimentos construídos ao longo de sua existência, redija um texto dissertativo-argumentativo na 
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre algum tema relacionado ao filme. Selecione, 
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de 
vista. O filme está disponível na internet. Pode ser assistido, por exemplo aqui: 
https://archive.org/details/Despertar.da.Vida. O texto deve ter no mínimo 25 linhas e no máximo 30 
linhas e NÃO DEVE SER COPIADO DA INTERNET. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://archive.org/details/Despertar.da.Vida
 
 
 
 
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69 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
ARANHA, Maria Lucia Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. Introdução à filosofia. 
volume único..4ªedição. S.P: - Moderna. 2009. 
DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro. Editora 34. 1992 
FERREIRA. Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. 1ª 
Edição. Editora Nova Fronteira. 
FILHO, Alípio de Sousa. Foucault: o cuidado de si e a liberdade, ou a liberdade é uma agonística. 
Trabalho apresentado no IV Colóquio Internacional Michel Foucault. Abril de 2007, Natal. 
HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Tradução de Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasilia: 
Editora da UNB, 1998 
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do espírito. Tradução de Paulo Meneses. Petrópolis: Vozes, 2002. 
HEGEL, G.W.F. Filosofia da História. 2.ed. Brasília. Editora da UnB, 1998 
HEGEL. Introdução à História da Filosofia. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1989 
HEGEL. Introdução à História da Filosofia. Trad. de Antonio Pinto de Carvalho. Coleção Os 
Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1989. 
JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. Jorge Zahar Editor. Rio de 
Janeiro.1993. 
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Prefácio da primeira edição, 1781. Lisboa: Fundação 
Calouste Gulbenkian, 1994. 
KARL MARX. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível 
em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Karl_Marx&oldid=40332731>. Acesso em: 23 out. 
2014. 
MARQUES, Marcelo; KAUARK, Patrícia; BIRCHAL, Telma. Currículo Básico Comum – Filosofia – 
Proposta Curricular – Ensino Médio - Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. 2008. 
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 
MICHEL FOUCAULT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. 
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Michel_Foucault&oldid=40901794>. Acesso 
em: 24 fev. 2015. 
NETTO, José Paulo. Curso O Método em Marx. Curso ministrado em 2002 na pós-graduação em 
Serviço Social da UFPE. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tTHp53Uv_8g> Acesso 
em: 28/Fev/2015. 
NIETZSCHE, F. Aurora. São Paulo: Nova Cultura, 1999, p. 170. (Os Pensadores) 
NOVAES, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Ática, 1995. 
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção 
―Os Pensadores‖ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Karl_Marx&oldid=40332731
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Michel_Foucault&oldid=40901794
 
 
 
 
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SUGESTÕES DE VÍDEOS, FILMES, DOCUMENTÁRIOS, MÚSICAS 
TEMA TÍTULO ANO PAÍS DIRETOR/MÚSICO 
ANIMAIS A Carne é Fraca 
ANIMAIS Discurso sobre o Veganismo Gary Yourofsky 
ANIMAIS Não matarás! Instituto Nina Rosa 
ANIMAIS Terráqueos 2005 EUA Shaun Monson 
CÂNCER O Milagre Gerson 2004 
CAPITALISMO Da Servidão Moderna 
CAPITALISMO Ilha das Flores 
CRIMINOLOGIA Juízo: Os Infratores do Brasil Maria Augusta 
CRIMINOLOGIA Justiça Maria Augusta 
CRISTOLOGIA A vida de Brian 
DESCARTES Descartes (Cartesius) 1973 FRA/IT
A 
Roberto Rosselini 
DROGAS Bicho de sete cabeças 2000 BRA Laís Bodanzky 
DROGAS Cortina de Fumaça 
DROGAS Quebrando o Tabu 
ECOLOGIA A história das Coisas Anne Leonard 
ECOLOGIA A história secreta da 
obsolescência programada 
 Cosima Dannoritzer 
ECOLOGIA Home 
ECOLOGIA Lixo Extraordinário 2010 
ECONOMIA A Corporação 
ECONOMIA Ilha das Flores Jorge Furtado 
EDUCAÇÃO A Onda 
EDUCAÇÃO Entre os Muros da escola 2008 FRA Laurent Cantet 
EDUCAÇÃO O Jarro 1992 IRÃ Ebrahim Foruzesh 
EDUCAÇÃO Pink Floyd The Wall 1982 Alan Parker 
ESPECULAÇÃO 
IMOBILIÁRIA 
Quem manda na cidade que 
você vive 
 
ESPIRITUALIDADE Eu maior 
ÉTICA A história dos direitos humanos 
ÉTICA O Riso dos Outros 
ÉTICA Solitário Anônimo 
FILOSOFIA A Vida de David Gale 2003 EUA Alan Parker 
FILOSOFIA Baraka 1992 EUA 
FILOSOFIA Beleza Americana 1999 EUA Sam Mendes 
FILOSOFIA Cronicamente Inviável 2000 Sérgio Bianchi 
FILOSOFIA Filosofia – Mart‘nália Música 
FILOSOFIA Freud, além da alma. 
FILOSOFIA Futebol Filosófico Monty Python 
FILOSOFIA Giordano Bruno 1973 ITA/FR
A 
Giuliano Montaldo 
FILOSOFIA Hanna Arendt 2012 
FILOSOFIA La Belle Verte 
FILOSOFIA Matrix 1999 EUA Andy Wachowski 
FILOSOFIA Matrix Reloaded 2003 EUA Andy Wachowski 
FILOSOFIA Matrix Revolutions 2003 EUA Andy Wachowski 
FILOSOFIA O Mundo de Sofia 
 
 
 
 
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71 
FILOSOFIA O nome da rosa 1986 ALE/FR
A 
Jean Jacques 
Annaud 
FILOSOFIA O som ao redor 2013 BRA Kleber Mendonça 
Filho 
FILOSOFIA Os alquimistas estão chegando 
– Jorge Ben 
 Música 
FILOSOFIA Sociedade do Espetáculo Guy Debord 
FILOSOFIA Surplus - com Zerzan 
FILOSOFIA V for Vendetta 
FILOSOFIA Waking Life 2001 EUA Richard Linklater. 
GÊNERO O Corpo das Mulheres 
GÊNERO Tudo pode dar certo 
GÊNERO Volver 
HISTÓRIA A Batalha do Chile. (1975, 
1977, 1979) 
 CHI Patricio Guzmán 
HISTÓRIA Nós que aqui estamos, por vós 
esperamos 
 
HISTÓRIA O Grande Didator 1940 EUA Charles Chaplin 
HISTÓRIA Olga 
HISTÓRIA Our History in 2 minutes 
HOMOFOBIA Car@s amig@s 
ILLUMINATIS Bode de estimação 
INDÍGENAS Xingu – O filme 
MARX Hino a Internacional Comunista 
MARX Manifestoon, Manifesto 
Comunista 
 Jesse Drew 
MARX Marx Reloaded 2010 Jason Barker 
MARX (Marighella) Um Comunista Chico Buarque 
MÍDIA Além do Cidadão Kane Simon Hartong 
MÍDIA Criança. A alma do negócio 
MITOLOGIA A Odisséia 
MITOLOGIA Os 12 trabalhos de Hércules Música Zé Ramalho 
MITOLOGIA Os trezentos de Esparta 1962 EUA André Klotzel 
MITOLOGIA Tróia 
MOTIVACIONAL O processo é lento Música BNegão 
MOTIVACIONAL Qual o tamanho do seu apetite 
pelo sucesso 
 
NEGRITUDE Atlântico Negro - Na Rota dos 
Orixás 
 
NEGRITUDE Jango Livre Quentin Tarantino 
NEGRITUDE Preta – Cordel do Fogo 
Encantado 
 Música 
NEGRITUDE Quanto Vale Ou É Por Quilo 
NEGRITUDE Vista minha pele Joel Zito Araújo 
NIETZSCHE Dias de Nietzsche em Turim 2001 BRA Júlio Bressane 
NIETZSCHE Meu Amigo Nietzsche 
NIETZSCHE Para Além de Bem e de Mal 
NIETZSCHE Quando Nietzsche Chorou 
PALESTINA A Chave da casa 
PALESTINA A intervenção divina 
 
 
 
 
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PALESTINA Al Nakba (A Catástrofe) 
PALESTINA Last Interview, com Edward 
Said. 
 
PALESTINA Lemmon Tree 
PALESTINA O Sal Desse Mar 
PALESTINA Palestina: A História de uma 
Terra. 
 Simone Bitton 
PALESTINA Terra Fala Árabe 
PALESTINA Valsa com Bashir 
PAZ A Paz - Gilberto Gil Música 
PITÁGORAS Donald no país da matemágica 
PSICOLOGIA O Efeito Sombra 
SARTRE Sartre 
SAÚDE Muito Além do Peso 2013 BRASIL Maria Farinha Filmes 
SAÚDE O Mundo Segundo a Monsanto 
SAÚDE O veneno está na mesa Silvio Tendler 
SAÚDE Sicko (S.O.S. Saúde) 2008 EUA Michael Moore 
SAÚDE Simply Raw Dr. Gabriel Cousins 
SAÚDE MENTAL A casa dos mortos Débora Diniz 
SOCIOLOGIA Bourdie: Sociologia como 
esporte de combate. 
 
SOCIOLOGIA Etiquetas psiquiátricas de 
transtornos inventados 
 
SOCIOLOGIA Florestan Fernandes, O Mestre. 
SÓCRATES Sócrates 1971 ITA/FR
A/ESP 
Roberto Rossellini 
SUPERAÇÃO Janela da Alma 
ZEITGEIST Filme Zeitgeist Addendum 
ZEITGEIST Zeitgeist 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CALENDÁRIO DE LUTAS 
JANEIRO 
FEVEREIRO 24 Dia da conquista do voto feminino no Brasil 
 
 
MARÇO 
8 Dia internacional das mulheres 
21 Dia Internacional das Florestas 
Dia Internacional pela eliminação da Discriminação Racial 
22 Dia Mundial da Água 
 
ABRIL 
17 Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária 
19 Dia dos povos indígenas 
22 Dia da Terra 
30 Dia Nacional da Mulher 
 
 
MAIO 
1 Dia Internacional dos Trabalhadores 
17 Dia Internacional contra a Homofobia 
18 Dia Nacional da Luta Antimanicomial 
22 Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e 
Adolescentes 
25 Dia da Unidade Africana 
 
JUNHO 
24 Dia Mundial dos Discos Voadores 
Dia mundial contra a Violência Policial 
 
JULHO 
4 Dia Internacional do Cooperativismo 
25 Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha 
 
AGOSTO 
28 Dia de combate à violência sexual às mulheres 
29 Dia da Visibilidade Lésbica no Brasil 
 
 
SETEMBRO 
7 Grito dos Excluídos 
11 Dia do Cerrado 
20 Homenagem a Zumbi dos Palmares 
21 Equinócio da Primavera 
22 Dia mundial sem carro 
28 Dia de luta pela descriminalização do aborto na América Latina e 
Caribe 
 
OUTUBRO 
11 Dia Mundial de Ação contra a Retenção de Dados 
12 Dia da resistência Indígena à colonização 
24 Dia Internacional da Ação Climática 
26 Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre 
 
 
 
NOVEMBRO 
1 Dia de luta pela legalização da maconha 
Dia Mundial Vegano 
20 Dia Nacional da Consciência Negra 
25 Dia Internacional Sem Carne 
29 Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino 
Último 
Sábado 
Dia Mundial Sem Compras 
 
DEZEMBRO 
6 Dia Internacional de Solidariedade com Mumia Abu-Jamal 
Campanha internacional pela abolição da pena de morte 
9 Dia Internacional de Combate à Corrupção 
10 Dia Internacional dos Direito dos Animais 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
OBRA AUTOR (A) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FILMOGRAFIA SUGERIDA 
FILME DIRETOR (A) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O que está escrito ali? 
Esforça só um pouquinho que você vai entender?

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