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Influência dos Filósofos na Administração

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INTRODUÇÃO
A Administração recebeu enorme influência da Filosofia. Durante os séculos que vão da Antiguidade até o início da Idade Moderna, a Filosofia voltou-se para uma variedade de preocupações que nada tinham a ver com problemas administrativos. Muitos princípios da Administração, como o da divisão do trabalho, da ordem e do controle surgiram por meio dos pensamentos filosóficos da época. 
O conhecimento filosófico se torna imprescindível para conhecermos as coisas que nos rodeiam. Os executivos de uma empresa assumem posturas filosóficas, os religiosos, os políticos, os rockeiros, os ecologistas, os sindicalistas e assim por diante, quer os próprios agentes tenham consciência disso ou não. Em suma, a filosofia está presente na existência humana e sua utilização permite ao ser humano pensar com clareza, refletir mais profundamente sobre suas ações.
Os principais filósofos à Administração, como: Platão, Aristóteles, Nicolau Maquiavel, Francis Bacon, René Descartes, Thomas Hobes e Karl Marx.
PLATÃO
Platão (428 – 347 C), filósofo grego, nasceu em Atenas e se destacou entre os pensadores mais influentes da civilização ocidental. Platão foi um brilhante escritor e filósofo. Seus diálogos abordaram praticamente todos os tópicos que vieram a ser discutidos por filósofos que se seguiram a ele. Suas obras fazem parte da mais reconhecida literatura mundial. Platão nasceu em uma família aristocrata de Atenas. Desde jovem, Platão tinha ambições políticas, mas logo se decepcionou com a liderança política de Atenas. Platão se tornou discípulo de Sócrates, seguindo sua filosofia e aderindo ao método por ele utilizado: a busca da verdade através de perguntas, respostas e mais perguntas. Seu professor, Sócrates, não escreveu seus ensinamentos. Platão, como discípulo de Sócrates, escreveu muito dos ensinamentos que lemos dele. Porém, nos diálogos, Platão faz do personagem Sócrates porta-voz de seus próprios pensamentos, de modo que é difícil estabelecer quais são os ideais de Platão e quais são os de Sócrates.Os ensinamentos de Platão foram escritos em forma de dialogo, de uma conversa ou um debate entre várias pessoas. A parte central da filosofia de Platão é a teoria das formas, ou o mundo das idéias. A República é a maior e mais reconhecida obra política de Platão. A obra se foca na questão de justiça: Como é um Estado justo? Quem é um individuo justo? Segundo Platão, a melhor forma de governo é a aristocracia por mérito. Platão divide o estado ideal em três classes: a classe dos comerciantes, a classe dos militares e a classe dos filósofos-reis. Os filósofos-reis são encarregados de governar o país. As classes não são hereditárias, elas são determinadas pelo tipo de educação obtida pela pessoa. Com maior nível de educação a pessoa se pertence à classe dos filósofos-reis.
A República aborda diversos temas sobre justiça, governo e apresenta um governo utópico. Essa obra vem sendo amplamente lida através dos séculos, por mais que suas propostas nunca foram adotas como uma forma de governo concreta. "... os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente". (Platão).
Esta afirmação de Platão deve ser compreendida baseado na teoria do conhecimento, e lembrando que o conhecimento para Platão tem fins morais. Mas cumpre ressaltar outro aspecto: Platão acreditava que existiam três espécies de virtudes baseadas na alma.
A primeira virtude era a da sabedoria, deveria ser a cabeça do Estado, ou seja, a governante, pois possui caráter de ouro e utiliza a razão. A segunda espécie de virtude é a coragem, deveria ser o peito do estado, isto é, os soldados, pois sua alma de prata é imbuída de vontade. E, por fim, a virtude da temperança, que deveria ser o baixo-ventre do estado, ou os trabalhadores, pois sua alma de bronze orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.
ARISTÓTELES
Aristóteles(384–322 a.C.) foi um filósofo grego nascido em Estagira, um dos maiores pensadores de todos os tempos e considerado o criador do pensamento lógico. Suas reflexões filosóficas — por um lado originais e por outro reformuladoras da tradição grega — acabaram por configurar um modo de pensar que se estenderia por séculos.
Prestou inigualáveis contribuições para o pensamento humano, destacando-se: ética, política, física, metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia, história natural e outras áreas de conhecimento humano. É considerado por muitos o filósofo que mais influenciou o pensamento ocidental.
Por ter estudado uma variada gama de assuntos, e também por ter sido um discípulo que em muito sentidos ultrapassou seu mestre, Platão, é conhecido também como o filósofo. Na filosofia aristotélica a política é o desdobramento natural da ética. Ambas, na verdade, compõem a unidade do que Aristóteles chamava de filosofia prática.Se a ética está preocupada com a felicidade individual do homem, a política se preocupa com a felicidade coletiva da pólis. Desse modo, é tarefa da política investigar e descobrir quais são as formas de governo e as instituições capazes de assegurar a felicidade coletiva. Trata-se, portanto, de investigar a constituiçãodo estado. Acredita-se que as reflexões aristotélicas sobre a política originam-se da época em que ele era preceptor de Alexandre.
É no livro Política, que Aristóteles desenvolve seu conceito de cidade. A componente inicial é família ou casa, com as relações entre marido e esposa, pais e filhos, senhores e servos. A aldeia resulta da reunião de várias famílias ou casas. A cidade resulta da associação de vários povoados, que tem por finalidade o bem soberano, assim é somente nela que o homem pode alcançar a vida perfeita e a felicidade. Para Aristóteles o cidadão é aquele que possui o direito de administrar a justiça e exercer funções públicas, participar da função judicial, ou seja, aquele que exerce política. Ele exclui dessa categoria mulheres, escravos, crianças e estrangeiros. Todos aqueles que não exercem na prática as funções que os cidadãos devem exercer, são deixados de fora do conceito aristotélico. Restringe, portanto a idéia de cidadão a todos os adultos nativos, do sexo masculino.
Aristóteles aceita a escravidão, em seu livro diz que sempre há um ser que manda e outro que obedece, desde o nascimento, segundo ele uns são destinados por natureza a serem escravos e outros destinados a reger.Para Aristóteles, o governo pode ser exercido de três maneiras diferentes: por um só, por poucos ou por muitos. Se tais governos têm como objetivo o bem comum, podemos dizer que são constituições puras. São elas a realeza, a aristocracia e ademocracia.
- A realeza é o governo de um só homem, de caráter hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência às leis e às tradições.
- A aristocracia é o governo dos melhores homens da república, selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a cidade procurando o benefício de toda coletividade.
- A democracia é o governo do povo, da maioria que exerce o respeito ás leis e que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum tipo de discriminação. Segundo Aristóteles, para se obter uma sociedade estável, ele considera que o regime mais adequado é o misto, que equilibre a força dos ricos com o número dos pobres. Para ele, a sociedade ideal seria aquela baseada na mediania, que graças à presença de uma poderosa classe média, atenua os conflitos entre ricos e pobres, dando estabilidade à organização social. Esse governo, ele definia como timocracia (timé = honra), em que o poder político seria exercido pelos cidadãos proprietários de algum patrimônio e que governariam para o bem comum. Ao lermos o livro "Política", percebemos que muitas das idéias de Aristóteles sobre o estado e a política são aproveitadas atualmente. Além das idéias políticas, ele introduz também idéias sobre Economia, que é a ciência da administração da casa e da família; a Sociologia, que éo estudo das sociedades; a Ética, que é a ciência que estuda a conduta do indivíduo formado; e entre outras idéias. A ética é a doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social. O livro "Política" nos mostra muitos conceitos para entendermos a política atual, mas o que me chamou a atenção na leitura, é quando Aristóteles diz que "o homem é um animal político, que deve viver em sociedade", o que é a mais pura verdade. Enfim, "Política" é um livro de leitura obrigatória.
NICOLAU MAQUIAVEL
NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527), nasceu e viveu em Florença, na Itália, no tempo dos Médici, filho de Bernardo, advogado e de Bartolomea de Nelli, poetisa amadora. Terceiro de quatro filhos, foi educado em ambiente culto e abastado. Herdou do pai uma vocação para os estudos históricos e jurídicos, que viria a desempenhar um papel essencial em seus futuros interesses políticos. Observava com apreensão a falta de estabilidade da vida política numa Itália dividida em principados e condados onde cada um possui sua própria milícia, geralmente formada por mercenários condottieri. Um dos mais conhecidos filósofos políticos de todos os tempos, se tornou famoso por defender a visão de que um governante, se necessário, deveria ser cruel e fraudulento para obter e manter o poder. Seus críticos o denunciam como um homem que foi desprovido de moralidade, porém, seus admiradores afirmam que ele foi um dos únicos realistas que verdadeiramente entendiam o mundo político e que teve a coragem de descrevê-lo como ele realmente é. Em todo caso, séculos após terem sido publicados, os trabalhos de Maquiavel continuam sendo lidos e analisados por estudantes de filosofia, história e política. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do dia-a-dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. . Maquiavel, ao escrever sua principal obra, O PRÍNCIPE, criou um "manual da política", que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez por isso sua frase mais famosa: -"Os fins justificam os meios"- seja tão mal interpretada. Para Maquiavel , um príncipe não deve medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo.
.Para ele, a coerência está contida na arte de governar. Maquiavel procura a prática. A execução fria das observações meticulosamente analisadas, feitas sobre o Estado, a sociedade. Maquiavel segue o espírito renascentista, inovador. Ele quer superar o medieval. Quer separar os interesses do Estado dos dogmas e interesses da igreja.
A contribuição de Nicolau Maquiavel para o mundo é imensa. Ensinou, através da sua obra , a vários políticos e governantes. Aliás, a obra de Maquiavel entrou para sempre não só na história, como na nossa vida cotidiana atual, já que é aplicável a todos os tempos.
É possível perceber que "Maquiavel, fingindo ensinar aos governantes, ensinou também ao povo". E é por isso que até hoje, e provavelmente para sempre, ele será reconhecido como um dos maiores pensadores da história do mundo.
Os dez mandamentos de Maquiavel
Sua obra mais conhecida é O príncipe.
Ele escreveu dez curiosos mandamentos que se tornaram célebres:
Zelai apenas pelos vossos interesses.
Não honreis a mais ninguém além de vós.
Fazei o mal, mas fingi fazer o bem.
Cobiçai e procurai fazer tudo o que puderdes.
Sede miseráveis.
Sede brutais.
Lograi o próximo toda vez que puderdes.
Matai os vossos inimigos e, se for necessário, os amigos.
Usai a força em vez da bondade ao tratardes com próximo.
Pensai exclusivamente na guerra.
FRANCIS BACON
Francis Bacon (1561 — 1626) foi um político, filósofo. Desde cedo, sua educação orientou-o para a vida política, na qual exerceu posições elevadas. Em 1584 foi eleito para a câmara dos comuns. O iniciador do empirismo (é um movimento que acredita nas experiênciascomo únicas (ou principais) formadoras das idéias, discordando, portanto, da noção de idéias inatas. A mente seria, originalmente, um "quadro em branco", sobre o qual é gravado o conhecimento, cuja base é a sensação. Ou seja, todas as pessoas, ao nascer, o fazem sem saber de absolutamente nada, sem impressão nenhuma, sem conhecimento algum. Todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro) é Francis Bacon. Enalteceu ele a experiência e o método dedutivo de tal modo, que o transcendente e a razão acabam por desaparecer na sombra.
Falta-lhe, no entanto, as consciências críticas do empirismo, que foram aos poucos conquistando os seus sucessores e discípulos até Hume.
O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros depende da observação e da experimentação regulada pelo raciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos.
Para isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para, em seguida, confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua da presença(responsável pelo registro de presenças das formas que se investigam), a tábua de ausência(responsável pelo controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes) e a tábua da comparaçãoresponsável pelo registro das variações que as referidas formas manifestam). Com isso, seria possível eliminar causas que não se relacionam com o efeito ou com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e variações seria possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão suporte ao método indutivo, mas fazem uma distinção entre a experiência vaga (noções recolhidas ao acaso) e a experiência escriturada (observação metódica e passível de verificações empíricas). Mesmo que a indução fosse conhecida dos antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia.
O método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro lugar, Bacon não dá muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples disposição ordenada dos dados nas três tábuas acabaria por levar à hipótese correta. Isso, contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon não imaginou a importância da dedução matemática para o avanço das ciências.
Segundo CHIAVENATO com Bacon é que se encontra a preocupação com a separação experimental do que é essencial em relação ao que é acidental. Antecipou-se ao princípio da Administração “prevalência do principal sobre o acessório”.
RENÉ DESCARTES
René Descartes(1596-1650) Filósofo, cientista e matemático francês, René Descartes é conhecido como "o pai da filosofia moderna". Descarte tentou direcionar o estudo da filosofia para uma nova direção, recusando-se a aceitar os pensamentos que predominavam na época. Suas contribuições revolucionaram o estudo da filosofia. Seguindo sua linha de pensamento, seusestudos tiveram início colocando em dúvida sua própria existência. Descarte chegou à conclusão que uma consciência clara de seu pensamento provava sua própria existência. Isso foi considerado um fato verdadeiro a partir do qual ele passou a provar a existência de outras coisas. O método cartesianoconsiste no Ceticismo Metodológico- duvida-se de cada idéia que pode ser duvidada. Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque precisamexistir, ou porque assim deve ser, etc, Descartes institui a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que possa ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo - cogito ergo sum, penso logo existo) e de deus.Descarte quis estabelecer um métodouniversal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas cadeias de razão".“ O Discurso do Método”, em que descreve os principais preceitos do seu método filosófico, hoje denominado “método cartesiano”.
Princípios do método cartesiano:
1. - Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência: não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". ou seja, evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida, apesar de todos os resíduos, o produto do espírito crítico.
2. - Princípio da Análise ou da Decomposição: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis".
3. - Princípio da Síntese ou da Composição : "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos mais complexos".
4. - Princípio da Enumeração ou da Verificação: "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar certo de nada ter omitido". – em tudo fazer recontagens, verificações e revisões de modo a tornar-se seguro de não ter havido qualquer omissão durante o processo de raciocínio (checklist).
Se esse método tornou-se muito célebre, foi porque os séculos posteriores viram nele uma manifestação do livre exame e do racionalismo.
Livro: Discurso do Método
THOMAS HOBBES
THOMAS HOBBES (1588-1679), inglês de família pobre, conviveu com a nobreza, de quem recebeu apoio e condições para estudar, e defendeu o direito absoluto dos reis, ameaçado pelas novas tendências liberais. Teve contato com Descartes, Francis Bacon e Galileu. Preocupou-se com o problema do conhecimento. Escreveu sobre política: De cive e Leviatã (assinala que o povo renuncia a seus direitos naturais em favor de um governo que, investido do poder a ele conferido, impõe a ordem, organiza a vida social e garante a paz). Hobbes parte da analise do homem em estado de natureza. A teoria do Estado de Hobbes é a seguinte: "quando os homens primitivos vivem no estado natural, como animais, eles se jogam uns contra os outros pelo desejo de poder, de riquezas, de propriedades. É o impulso à propriedade o que dirige os homens. Percebe-se já nisso a sociedade burguesa que se desenvolve na Inglaterra: "homo homini lupus", cada homem é um lobo para o seu próximo. Mas como, dessa forma, os homens destroem-se uns aos outros, eles percebem a necessidade de estabelecerem entre eles um acordo, um contrato. Um contrato para constituírem um Estado que refreie os lobos, que impeça o desencadear-se dos egoísmos e a destruição mutua. Esse contrato cria um Estado absoluto, de poder absoluto. A noção do Estado como contrato revela o caráter mercantil, comercial das relações sociais burguesas. Esse contrato surge a partir de uma visão individualista do homem, pois o individuo preexiste ao estado, e o pacto visa garantir os interesses dos indivíduos e sua conservação. Segundo Hobbes, os homens estabelecem as restrições em que vivem dentro do Estado, com a finalidade de obter sua própria conservação e um ávida mais confortável; para saírem da miserável condição de guerra permanente que é a conseqüência necessária das paixões naturais. O pacto social, a fim de permitir aos homens a vida em sociedade e a supervisão de seus egoísmos, deve produzir um Estado absoluto, duríssimo em seu poder. Afirmou, também, que a paz só era possível se a Igreja se subordinasse ao Estado. Separou a justiça em distributiva (a sociedade dará a cada um o bem que lhe é devido) e comunicativa (um único sujeito dará a outro particular o bem que lhe é devido) e ratificou a importância do cumprimento do contrato para se manter em sociedade. Ao dizer que o "homem é lobo do homem", ele expressa que o individuo em si é o seu próprio inimigo, seu agressor e seu próprio destruidor. O Estado se reduz à garantia do conjunto dos interesses particulares. Pois, se no estado de natureza "não há propriedade, nem domínio, nem distinção entre o meu e o teu", no Estado de soberania perfeita a liberdade dos súditos está naquelas coisas que o soberano permitiu, como a liberdade de comprar e vender, realizar contratos mútuos, escolher sua residência, sua alimentação, sua profissão, instruir seus filhos conforme achar melhor, e coisa semelhantes". Outro motivo do surgimento do contrato foi a decorrência da atribuição de uma qualidade possessiva ao homem, o qual, por natureza, tem medo da morte, anseia pelo viver confortável e pela segurança e é movido pelo instinto de posse e desejo de acumulação. O estado representa em pacto social que ao crescer alcança as dimensões de um dinossauro, ameaçando a liberdade de todos. Hobbes é defensor do absolutismo e do pensamento burguês e liberal: o individualismo, a garantia da propriedade e a preservação da paz e segurança indispensáveis para os negócios. Thomas Hobbes defende o governo absoluto em função de sua visão pessimista da humanidade
KARL HEINRICK MARX
KARL HEINRICK MARX, filosofo e economista, nasceu em Trier, Alemanha, em 05/05/1818. Ele é o principal identificador do socialismo e do comunismo revolucionário, onde propõe a derrubada da classe dominante por uma revolução do proletariado; critica o capitalismo e seu sistema de livre imprensa por levar a classe operaria à miséria; propõe uma sociedade onde os meios de produção fossem da coletividade; morreu em Londres em 14/03/1883. O pouco interesse de Marx pela tipologia das formas de governo é devido sua concepção negativa do Estado. São duas as concepções: a) considera o Estado como pura e simples superestrutura que reflete o estado das relações sociais determinadas pela base econômica; b) identifica o Estado como aparelho de que se serve a classe dominante para manter seu domínio, motivo pelo qual o fim do Estado não é um fim nobre, como a justiça, a liberdade ou o bem-estar, mas o interesse de uma parte da sociedade; não é o bem comum, mas o bem da classe dominante, o bem particular de quem governa, o que faz o Estado se manifestar de uma forma corrompida. Marx considera o Estado como um puro e simples ‘instrumento" de domínio.."No sentido próprio, o poder político é o poder de uma classe organizada para oprimir outra classe". Para Marx importa a relação real de domínio, entre classe dominante e classe dominada, qualquer que seja a forma institucional de que se revista. Do ponto de vista das relações reais de domínio, cada Estado é uma forma de despotismo. A republica burguesa significa despotismo absoluto de uma classe sobre outras classes. Identifica o conceito de "republica" como de "despotismo".A categoria do despotismo caracterizou um tipo de Estado e um tipo corrompido de Estado para indicar a própria essência do Estado . A essência da doutrina do Estado de Marx só é alcançada por quem compreende que a ditadura de uma classe é necessária não apenas para toda sociedade classista, mas para todo o período histórico que separa o capitalismo da sociedade sem classes e do comunismo. Todos os Estados constituem em ultima instancia, de um modo ou de outro, uma ditadura da burguesia. outra não é "despotismo", mas sim ditadura. O desinteresse de Marx pelas formas de governo é confirmada pela sua filosofia da história. A filosofia marxista baseada no materialismo histórico cujo objetivo seria a implantação do comunismo, com a destruição do capitalismo, da propriedade privada e da exploração do homem pelo homem.
Livros: O Capital e o Manifesto Comunista.
CONCLUSÃO
A melhor maneira de utilizar a Filosofia na Administração : Primeiro é necessário você ter certeza que esta ligado a Filosofia que é coerente com o que você almeja e o que a empresa tem como potencial de realizar. Se existir compatibilidade, então você precisa desenvolver a linguagem correta para usar o pensamento filosófico e assim tersucesso no uso de sua filosofia. Sem pensamento e aprofundamento as idéias são muito superficiais. A Filosofia estabelece um padrão de análise, crítica, e reflexão que propiciam um aprofundamento das coisas que a pessoa quer compreender. Isso é vital para o sucesso da empresa. Para desenvolver uma visão filosófica da Administração e aplicá-la, a primeira coisa a fazer é se distanciar do pensamento quantitativo, e focar-se no pensamento essencial (qualitativo). Não se conhecem as coisas pelos seus grupos, pela maneiras que elas se relacionam e inter-relacionam com outros objetos. Cada coisa precisa ser conhecida pela sua essência e atributos básicos. Isto significa que você precisa meditar sobre a origem de cada agente e coisa que você quer gerenciar para assim desenvolver uma visão de base. Somente depois você pode fazer considerações quantitativas. Ou seja, conhecer é algo que demanda a ligação com a raiz de cada coisa.A filosofia ajuda as pessoas a serem mais tolerantes em seus relacionamentos, pois uma gama maior de variáveis são levadas em consideração diante dos embates. A filosofia, ou a atitude filosófica deve estabelecer uma conduta moral e mais uniforme, favorecendo a coerência das idéias e, portanto, um alinhamento maior entre as pessoas que assim buscam agir.
BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia, São Paulo, Moderna, 1986.
ARISTÓTELES. A Política. 2ª. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia.São Paulo: Ática, 1995.
CHIAVENATO, Idalberto – Introdução as Teoria Geral da Administração 5ª edição Editora Campus Rio de Janeiro 1999
DE BONIS, Daniel F. e ABUD, Marcelo R. Introdução ao Estudo da Administração. Editora Pioneira: São Paulo, 2002.
DESCARTES, René.- Discurso sobre o Método, Hemus, 1975. Tradução de Torrieri Guimarães
HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil.3. ed. Tradução por João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Coleção Os Pensadores).
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe, 2ª ed., São Paulo, Martins Fontes, 2001.
MAXIMIANO, Antônio César Amaru; Teoria Geral da Administração: da escola cientifica à Competitividade na Economia Globalizada , 2º Edição , Editora Atlas
PLATÃO. A República LivroVII. 2ª. Edição. Editora UNB
Relação entre as Concepções Filosóficas: Racionalismo e Empirismo; Idealismo e Realismo
Taguatinga, junho de 2004
Racionalismo 
Breves Considerações
Preliminarmente podemos dizer que Racionalismo é qualquer doutrina que privilegia a razãocomo meio de conhecimento e explicação da realidade.
Ou também o conjunto de teorias filosóficas (eleatismo, platonismo, cartesianismo etc.) fundamentadas na suposição de que a investigação da verdade, conduzida pelo pensamento puro, ultrapassa em grande medida os dados imediatos oferecidos pelos sentidos e pela experiência.
Toda doutrina (o hegelianismo, p.ex.) que considera o intelecto humano capaz de atingir a plenitude da verdade objetiva, já que a realidade estaria organizada segundo leis, recorrências e subdivisões equivalentes e semelhantes à organização do pensamento cognitivo.
Linha filosófica, da qual faz parte, p.ex., o spinozismo, que privilegia formas argumentativas, empíricas ou dedutivas de conhecimento como meios privilegiados para a compreensão da realidade, em detrimento da fé, misticismo, intuição ou revelação religiosa.
É de praxe dividir os filósofos dos séculos XVII e XVIII em racionalistas e empiristas. Racionalista é o título dado, em termos gerais, aos filósofos da Europa continental do período; e, empirista aos filósofos britânicos Locke, Berkeley e Hume. Trata-se de classificação muito imperfeita e às vezes inexata. Há aspectos na filosofia de Locke, por exemplo, que são claramente racionalistas no sentido em que destacam a razão ou a compreensão, em contraposição aos sentidos ou percepção sensorial. Por outro lado, houve certo número de filósofos da Europa continental no período, em especial franceses, que sofreram influência de Locke – como, por exemplo, Condillac e alguns outros ligados a Encyclopédie, sob a égide de Diderot e, mais tarde, de Maine de Biran – que foram de tendência empirista. A história da filosofia raramente é muito linear.
Segundo o autor, há certa razão para estabelecer uma distinção entre o tipo de movimento filosófico iniciado por Descartes e levado adiante, em vários graus de exaustividade, por Spinoza e Leibniz, e a filosofia mais empírica que começou com Locke e, na Grã-Bretanha, continuou com Berkeley e Hume. É possível que alguns desses filósofos não tivessem aceitado o título pertinente e pelo menos Berkeley é, de certa maneira, mais notável por certa forma de metafísica – o idealismo – mesmo que construída sobre uma epistemologia empirista. Nas páginas seguintes, seguiremos a divisão convencional, que na melhor das hipóteses reflete apenas tendências do pensamento porque apresenta certa conveniência. Mas cabe sempre lembrar que ela não é inteiramente exata.
Principais Filósofos Racionalistas 
Descartes (1596 - 1650) - Francês, mundano (ou viajante), cristão, dualista. Sustentava que existiam dois tipos de substâncias: a corpórea e a espiritual e esses dois tipos podem se unir. Deus seria o liame entre o espírito e o corpo.
Espinosa (1632 - 1677) - Holandês, judeu. Ao contrário de Descartes era monista. Só há um tipo de substância, que é a substância Divina. Essa substância tem uma pluralidade de atributos: o pensamento e a extensão.
Leibniz (1646 - 1716) - Alemão, cristão, pluralista. Existe um número infinito de substâncias, cada substância ele chama de mônadas. Todas as mônadas são imateriais. O conjunto das mônadas forma um conjunto harmonioso que é Deus. A origem do conhecimento está na razão. Quem coordena o conhecimento é o sujeito. A norma da verdade é a razão.
Empirismo 
Breve Consideração
Na seara da filosofia, o empirismo afirma ser da experiência sensível que obtemos todos os nossos conhecimentos, que são constituídos e controlados pelas experimentações sucessivas, afirmam que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas idéias, é adquirida por nós, por meio da experiência. Antes da experiência, dizem eles, nossa razão é como uma "folha em branco". Tem por princípio fundamental a "tese enunciada por John Locke de que todas nossas idéias vêm da experiência, da percepção sensível e da introspecção." Ou seja, é somente através dos sentidos que passamos a perceber, a apreender um objeto, a conhecê-lo, conclui o autor. A sensação que temos do objeto já é percepção e apenas por abstração é que isolamos a sensação para estudá-la.
Fundamentalmente o que os empiristas rejeitam no raciocínio é o inatismo. Isto é, a doutrina segundo a qual o homem seria dotado de idéias inatas e portanto anteriores a qualquer dado dos sentidos.
A preocupação com a matemática influenciou os filósofos racionalistas e também os empiristas. Porém, enquanto os racionalistas acreditavam chegar a certezas absolutas, os empiristas nunca afirmarão esta certeza. Dirão: "pelo fato do conhecimento vir da experiência, não podemos chegar a certezas absolutas." Para eles o raciocínio procede sempre por indução.
Principais filósofos Empiristas 
Francis Bacon (1561-1626) - Considerado o primeiro empirista, insistiu na experiência da ciência e na necessidade da indução.
Thomas Hobbes (1588-1679) - Também insiste em que o conhecimento se origina pelo sensível, mas não despreza o método matemático (dedução). Se para Descartes a razão é substância pensante, para Hobbes a razão é pura atividade, é razão operativa, é ato de raciocinar. Ou seja, é cálculo, adição de juizo a utilizar sinais convencionais, as palavras.
John Locke (1632-1704) - Se deu ao trabalho de criticar veementemente a teoria das idéias inatas. Afirma que o conhecimento nasce da experiência, mas as idéias não estão todas ligadas às experiências sensíveis. Isto é, apenas as idéias simples estão imediatamente ligadas às experiências sensíveis, poissomente assim teremos condições de construir idéias mais complexas (substância material). O substrato material não é ele próprio perceptível.
George Berkeley (1685-1753) - A substância material de que fala Locke é incognoscível, pois não podemos ter desta uma percepção imediata. Berkeley afirma ainda que, o que é incognoscível pela percepção não existe. O que podemos ter garantia é apenas da nossa percepção, pois as coisas que percebo, digo apenas que percebo. Nunca percebo a pluralidade das coisas, mas apenas a coisa em si. O que nós temos são fenômenos. O que nós captamos ó o modo de como a coisa nos aparece, mas não a coisa em si. Berkeley nega a substância material, porém, diz que podemos ter substância espiritual, pois estas são de outra ordem de conhecimento, que não nos é perceptível.
David Hume (1711-1776) - Tudo o que nós conhecemos depende das impressões que estas coisas causam em nós. Então, não existe nem substância material nem substância espiritual, pois elas não nos causam quaisquer impressões. O que podemos afirmar são fatos que mostram a percepção de uma associação. Não temos impressão direta da causalidade. Não podemos extrapolar os fatos em si e usar a idéia de causalidade para afirmar impressões.
Relação entre Racionalismo e Empirismo
A palavra racionalismo é utilizada para distinguir-se do empirismo britânico, pois defende que o homem nasce com verdades inatas ou "a priori". Para os racionalistas todo conhecimento procede por dedução, ao contrário dos empiristas que tudo concluem por indução. 
Para o racionalismo, a fonte de conhecimento verdadeiro é a razão operando por si mesm, sem o auxílio da experiência sensível.
Para o empirismo, a fonte de todo e qualquer conhecimento é a experiência sensíveil, responsável pelas idéias da razão e controlando o trabalho da própria razão.
Essas diferenças, porém, não impedem que haja um elemento comum a todos os filósofos a partir da modernidade, qual seja, tomar o entendimento humano como objeto da investigação filosófica.
Idealismo
Breves Considerações
Tendência filosófica que reduz toda a existência ao pensamento, o idealismo toma como ponto de partida para a reflexão o sujeito, não o mundo exterior. O idealismo metódico de Descartes é uma doutrina racionalista que, colocando em dúvida todo o conhecimento estabelecido, parte da certeza do pensar para deduzir, por meio da idéia da existência de Deus, a existência do mundo material. O idealismo dogmático surge com George Berkeley (1685-1753), que considera a realidade do mundo exterior justificada somente pela sua existência anterior na mente divina ou na mente humana. Para ele, "ser é ser percebido". Immanuel Kant formula o idealismo transcendental, no qual o objeto é algo que só existe em uma relação de conhecimento. Ele distingue, portanto, o conhecimento que temos dos objetos, sempre submetidos a modos especificamente humanos de conhecer, como as idéias de espaço e tempo, dos objetos em si, que jamais serão conhecidos.
Qualquer teoria filosófica em que o mundo material, objetivo, exterior só pode ser compreendido plenamente a partir de sua verdade espiritual, mental ou subjetiva.
No sentido ontológico, doutrina filosófica, cujo exemplo mais conhecido é o platonismo, segundo a qual a realidade apresenta uma natureza essencialmente espiritual, sendo a matéria uma manifestação ilusória, aparente, incompleta, ou mera imitação imperfeita de uma matriz original constituída de formas ideais inteligíveis e intangíveis.
No sentido gnosiológico, tal como ocorre esp. no kantismo, teoria que considera o sentido e a inteligibilidade de um objeto de conhecimento dependente do sujeito que o compreende, o que torna a realidade cognoscível heterônoma, carente de auto-suficiência, e necessariamente redutível aos termos ou formas ideais que caracterizam a subjetividade humana
No âmbito prático, cujo exemplo mais notório é o da ética kantiana, doutrina que supõe o caráter fundamental dos ideais de conduta como guias da ação humana, a despeito de uma possível ausência de exeqüibilidade integral ou verificabilidade empírica em tais prescrições morais.
Realismo
Breves Considerações
A outra mudança, o estudo do objeto do conhecimento e iniciar pelo sujeito do conhecimento é algo novo na Filosofia, algo que aconteceu a partir do século XVII, com o que foi chamado de racionalismo clássico, cujo ponto de partida era a indagação: Pode nosso pensamento alcançar a realidade?
Até o século XVII, porém, não era essa a indagação filosófica principal.
Desde os gregos, partia-se da afirmação da existência da realidade e de que ele poderia ser conhecida verdadeiramente pela razão ou pelo pensamento. A pergunta filosófica era: O que é a realidade? Por isso, costuma-se dizer que a Filosofia nasceu como um realismo e desse realismo surgiu a metafísica.
Desde o seu nascimento, a Filosofia perguntou: O que existe? Por que existe? O que é isso que existe? Como é isso que existe? Por que a Natureza ou o mundo se mantêm ordenados e constantes, apesar da mudança contínua de todas as coisas?
A busca do princípio que causa e ordena tudo quanto existe na Natureza (minerais, vegetais, animais, humanos, astros, qualidades como úmido, seco, quente, frio) e tudo quanto nela acontece (dia e noite, estações do ano, nascimento, transformação e morte, crescimento e diminuição, saúde e doença, bem e mal, belo e feio, etc.) foi a busca de uma força natural perene e imortal, subjacente às mudanças denominada pelos primeiros filósofos com o nome de physis.
No século XVII, o filósofo alemão Jacobus Thomasius considerou que a palavra correta para designar os estudos da metafísica ou Filosofia Primeira seria a palavra ontologia.
Na metafísica primeira, Aristóteles afirma que a Filosofia Primeira estuda os primeiros princípios e as causas de todas coisas e investiga "o Ser enquanto Ser".
Principais filósofos que escreveram acerca do assunto
Edmund Hussel (1859 – 1938) – está indissociavelmente ligado à fenomenologia, método que influenciou pensadores como Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty.
David Hume (1711 – 1776) – escreveu sua principal obra filosófica aos 26 anos de idade, durante um tratamento de saúde na França.
Martin Heidegger (1889 – 1976) – foi aluno de Husserl e publicou um 1927 o livro Ser e tempo – criticado pelo mestre -, que o celebraria como o mais famoso representante da filosofia existencialista, título recusado pelo autor.
Relação entre Idealismo e Realismo
O realismo parte da afirmação de que a realidade ou o Ser existem em si mesmos e que, enquanto tais, podem ser conhecidos pela razão humana.
O idealismo opõe-se ao realismo, que afirma a existência dos objetos independentemente do pensamento. No idealismo absoluto, o ser é reduzido à consciência. Ao longo da história da filosofia, ele aparece sob formas menos radicais -não nega categoricamente a existência dos objetos no mundo, mas reduz o problema à questão do conhecimento. 
O realismo também afirma que, se eliminarmos o sujeito ou a consciência, restam as coisas em si mesmas, a realidade verdadeira, o ser em si.
O idealismo, ao contrário, afirma que se eliminarmos as coisas ou o nôumeno, resta a consciência ou o sujeito que, através das operações do conhecimento, põe a realidade, o objeto.
Bibliografia
Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. Editora Ática, 12ª edição, 1999.
Houaiss, Antônio. Dicionário da Eletrônico Língua Portuguesa.2002.
http://geocities.yahoo.com.br/mcrost09/uma historia da filosofia oc
DIALÉTICA EM MARX E HEGEL
Até hoje não foi definido quem teria sido o fundador da dialética. Alguns acreditam que tenha sido Sócrates, outros, Zênon de Eléa. Na Grécia Antiga, a dialética era considerada a arte de argumentar no diálogo. Atualmente é vista como o modo de pensarmos as contradições da realidade, a forma de compreendermos a mesma como essencialmente contraditória e em permanente transformação.
Diferentes doutrinas filosóficas utilizam o conceito de dialética, que assume significados distintos de acordo com cada uma. Para Platão, a dialética é um sinônimode filosofia, o método mais eficaz de aproximação entre as idéias particulares e as idéias universais ou puras. Já Aristóteles define a dialética como a lógica do provável, do processo racional que não pode ser demonstrado. "Provável é o que parece aceitável a todos, ou à maioria, ou aos mais conhecidos e ilustres", diz o filósofo. O alemão Immanuel Kant retoma a noção aristotélica quando define a dialética como a "lógica da aparência", ou seja a dialética é uma ilusão, pois baseia se em princípios que, na verdade, são subjetivos. Mas conceito de dialética usado hoje pelos intelectuais é um misto da forma idealista de Hegel e da materialista de Marx. A dialética não pode se deixar de ressentir do cerceamento do diálogo. É certo que dialética e dialógica não são sinônimos; existem procedimentos dialógicos que não são dialéticos, quer dizer não reconhecem a centralidade da contradição. No entanto, quando as condições históricas se tornam muito desfavoráveis ao diálogo, elas tendem a prejudicar a dialética.
O método dialético possui várias definições, tal como a hegeliana, a marxista entre outras. Para alguns, ela consiste em um modo esquemático de explicação da realidade que se baseia em oposições e em conflitos entre situações diversas ou opostas. Esse método dialético é composto por três elementos de um esquema básico que são: a tese (em nosso exemplo, a revolução), a antítese (o terror subseqüente) e a síntese(o estado constitucional de cidadãos livres). A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada, como algo é. A antítese é uma oposição à tese, uma negação da tese. Do conflito entre tese e antítese surge à síntese, que é uma situação nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A síntese, então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova antítese gerando uma nova síntese, em um processo de cadeia infinita.
A dialética é a história do espírito, das contradições do pensamento que ela repassa ao ir da afirmação à negação. O reprimido ou negado permanece dentro da totalidade. Esta contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade, já que ser e pensamento são idênticos. Totalidade e reconciliação são termos de Hegel.Tudo se desenvolve pela oposição dos contrários: arte, filosofia, religião e história que são vivos devido a esta dialética. Então, tudo está em processo de constante devir. Mas a compreensão deste devir só se dá a posteriori.
Hegel afirmava que toda a nossa realidade funciona dialeticamente. Alegava que toda afirmação traz dentro de si sua negação, o que evidentemente resulta na negação da primeira afirmação, o que já se torna uma segunda afirmação, contendo dentro de si sua própria negação. Essa visão conduz necessariamente a um indeterminismo, pois nada pode ser definitivo, eliminando a possibilidade de uma determinação finalista dada por um Deus providente. Didaticamente essa teoria é apresentada como consistindo de tese que produz sua antítese. A união dessas duas produz a síntese que é uma nova tese que produzirá sua antítese. A dialética hegeliana é idealista, aborda o movimento do espírito, é o procedimento superior do pensamento. Para Hegel, o trabalho é o conceito chave para compreensão da superação da dialética, atribuindo o verbo suspender (com três significados): negação de uma determinada realidade, conservação de algo essencial dessa realidade e elevação a um nível superior. Mas Marx criticou Hegel, pois ele não viveu nessa realidade, apenas em sala de aula e bibliotecas, não enxergando problemas como a alienação nesse trabalho.
De todo modo, a dialética é uma das muitas partes do sistema hegeliano objeto de má compreensão ao longo do tempo. Possivelmente, uma das razões para tal compreensão se deve ao fato de que, para Hegel, é preciso abandonar a idéia de que a contradição produz um objeto vazio de conteúdo. Ou seja, Hegel dá dignidade ontológica para a contradição, bem como para o negativo. Por outro lado, Hegel não queria com isso dizer que absurdos como, por exemplo, pensar um quadrado redondo fosse possível. Talvez um melhor exemplo da dignidade ontológica da contradição é pensarmos nos conceitos aristotélicos de potência e ato (um ser que é ao mesmo tempo potência e ato) ou então na concepção dos objetos como uno e múltiplos ao mesmo tempo.
Só se pode compreender a dialética hegeliana em ligação com a revolução e a destruição do mundo feudal, e isso não se passou no "Pensamento". O seu papel foi traduzir filosoficamente o movimento revolucionário da época. Ela é revolucionária também quanto à forma: Separação dos dados imediatos, ruptura radical com o que existe, novo começo; Princípio da oposição e da negação; Princípio da mudança e do desenvolvimento incessantes - o "salto qualitativo".
Marx era francamente materialista. Portanto, sua doutrina não podia explicar os fenômenos naturais determinados por uma Causa externa (Deus). A teoria dialética ajudava explicar tudo sem recorrer a determinações externas aos fatos ou às coisas. A dialética marxista é um método de análise da realidade, que vai do concreto ao abstrato. Apesar de influenciado por Hegel, Marx diz ter invertido a teoria dialética deste. Ao passo que Hegel, entre outros de sua época, postulava a crença no Absoluto (estado, idéias), Marx veio a inverter essa ordem (chamando a si mesmo de um hegeliano às avessas) e através de Ludwig Feuerbach passa para o movimento conhecido por hegelianos de esquerda. Coloca a produção material de uma época histórica como a base da sociedade e, também, a criadora da subjetividade dessa época. Não é o conhecimento espiritual que muda a produção da existência e, conseqüentemente, a vida social, mas exatamente o contrário: com a atividade prática, a revolução (equiparação das forças produtivas com relação ao corpo social), o corpo social transforma também a sua subjetividade. Marx tinha um pensamento prático e político que muitos entenderam como sendo um método a determinar a realidade, chamando-o de materialismo histórico e dialético, que mais tarde veio a ser denominado de marxismo.
O método dialético de Marx reflete no controle das forças econômicas cegas sobre o desenvolvimento da sociedade. O conceito que liga a dialética de Marx à história da sociedade de classe, é o conceito de necessidade. Sendo assim, as leis dialéticas são leis necessárias. Marx critica a dialética de Hegel porque esta generaliza o movimento dialético em um movimento de ser, com isto atinge apenas a "expressão abstrata, lógica especulativa do movimento da história".
Marx e juntamente com Engels viam na dialética de Hegel a doutrina do desenvolvimento mais vasta, mais rica de conteúdo e mais profunda, a maior aquisição da filosofia clássica alemã. Considerava qualquer outro enunciado do princípio do desenvolvimento, da evolução, unilateral, pobre, que mutilava e deturpava a marcha real do desenvolvimento (marcha que muitas vezes se efetua através de saltos, catástrofes, revoluções) na natureza e na sociedade.
Foi este aspecto revolucionário da filosofia de Hegel que Marx adotou e desenvolveu. O materialismo dialético "não precisa de nenhuma filosofia colocada acima das outras ciências". A única coisa que resta da filosofia anterior é "a teoria do pensar e das suas leis, a lógica formal e a dialética". E a dialética compreende, na concepção de Marx, como na de Hegel, o que hoje se chama a teoria do conhecimento, ou gnosiologia, ciência que deve considerar o seu objeto também historicamente, estudando e generalizando a origem e o desenvolvimento do conhecimento, a passagem do não conhecimento ao conhecimento.
Adotando a dialética hegeliana, Marx, rejeita o idealismo, mas não procura preservar os valores do cristianismo. Se Hegel tinha identificado, o ser e o dever-ser (o Sen e o Solene) encarando a realidade como um desenvolvimento da razão e vendo no dever-ser o aspecto determinante e noser o aspecto determinado dessa unidade.
A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. A dialética não é só pensamento: é pensamentoe realidade a um só tempo. Mas, a matéria e seu conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo: a realidade é contraditória com o pensamento dialético. A contradição dialética não é apenas contradição externa, mas unidade das contradições, identidade: "a dialética é ciência que mostra como as contradições podem ser concretamente (isto é, vir-a-ser) idênticas, como passam uma na outra, mostrando também porque a razão não deve tomar essas contradições como coisas mortas, petrificadas, mas como coisas vivas, móveis, lutando uma contra a outra em e através de sua luta".
Para ambos, Hegel e Marx, a transformação ocorre na prática. A diferença é que meio para essa transformação é, em Hegel a Idéia, a Razão, e em Marx são as forças produtivas e as relações de produção, a forma como o Homem e as forças produtivas se relacionam entre si no processo produtivo. Todavia para Hegel, ao contrário de Marx, é a Razão quem dirige a História. Existe uma "astúcia da Razão", que utiliza os homens da História universal, imbuídos que são, regra geral: da sede do poder, da glória, da ambição, para através destes objetivos "egoístas" trazerem para a humanidade uma liberdade maior, um estado superior de civilização.
Marx adota de Hegel o que viria a ser a característica central de sua dialética – um método de crítica – não exercida somente a nível do conceito, e portanto de natureza mistificadora, mas exercida à nível do real, do prático, e portanto, de natureza revolucionária, isto é, a dialética marxista seria uma crítica da totalidade das relações sociais efetivas.
Marx ainda diz que a dialética é "a ciência das leis gerais do movimento tanto do mundo exterior como do pensar humano". Foi este aspecto revolucionário da filosofia de Hegel que Marx adotou e desenvolveu. O materialismo dialético "não precisa de nenhuma filosofia colocada acima das outras ciências". A única coisa que resta da filosofia anterior é "a teoria do pensar e das suas leis, a lógica formal e a dialética". E a dialética compreende, na concepção de Marx, como na de Hegel, o que hoje se chama a teoria do conhecimento, ciência que deve considerar o seu objeto também historicamente, estudando e generalizando a origem e o desenvolvimento do conhecimento, a passagem do não conhecimento ao conhecimento. Existem grandes diferenças entre a dialética de Marx e a dialética de Hegel. Sendo a primeira questão é a de encarar a dialética da perspectiva dos dois pensadores. Ambos não tem para si a dialética como mero procedimento lógico (ou retórico) como seria para Aristóteles. A dialética está relacionada indistintamente com uma filosofia da história e, no caso de Marx, com uma teoria da práxis. Em segundo lugar, é preciso ter em mente que Marx é um seguidor de Hegel, sendo a dialética idealista transformada em uma dialética materialista. O Processo é semelhante em ambos: a uma tese (determinada situação histórica) se antepõe uma antítese (contida na própria tese) que gera uma síntese diversa das partes que a originaram. Daí as diferentes fases da História. Agora a grande diferença é que para Hegel o caminho dialético segue até o Absoluto, mediante um processo em que o Espírito ganha consciência de si (nos termos do idealismo alemão). A cada novo estágio o Espírito se conscientiza mais de si através dos elementos de contradição contidos em sua própria fase histórica. Assim em determinado período "o homem é escravo", entretanto, a própria "idéia" de homem concebe a liberdade e se contrapõe à escravidão. Homem e escravidão entram em contradição, então, o homem deve deixar de ser escravo, o Espírito ganha consciência (Nova fase histórica). Marx coloca Hegel sobre os próprios pés. Para ele não é a consciência que transforma as relações materiais, mas o contrário: é através dos processos sociais materiais, notadamente do trabalho, que a consciência é formada. Vale dizer que nossas relações materiais se exprimem nas nossas idéias. Assim, embora o processo seja o mesmo: tese - antítese - síntese, em Hegel a Idéia entra em contradição com as relações materiais e transforma as condições históricas para algo novo, em Marx as relações de produção (para ficarmos em seus termos) entram em contradição com as Idéias e apontam para algo novo. Pode parecer simples, mas essa simples mudança de posição tem conseqüências importantes na filosofia e teoria social dos dois pensadores. Existem ainda outras "dialéticas" na obra de Hegel e Marx (e.x. uma grande mudança quantitativa provoca uma mudança qualitativa e, ainda, a dialética entre homem e natureza - Engels tem um trabalho importante sobre esta última "Dialética da Natureza").
REFERÊNCIAS
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LEFEBVRE, Henri. Lógica formal/ Lógica dialética, trad. Carlos N. Coutinho, 1979.
HAUPT, Georges. (1983), "Marx e o marxismo". In: HOBSBAWM, Eric (org.). História do marxismo. Rio de Janeiro, Paz e Terra, vol. 1.
LEFEBVRE, Henri. Que es la dialectica. Trad. Rodrigo Garcia Treviso. Buenos Aires, La Plêiade, 1975. _FOULQUIÉ, Paul. A Dialética. 3.ed. Europa-América, 1978. (Col. saber). _KONDER, Leandro.O que é Dialética. 17. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. (Col. primeiros passos; 23). _KRAPIVIENE, V.O que é o Materialismo Dialético? Moscou: Progresso, 1986. (col. abc dos conhecimentos sociais e políticos; 6).
http://www.mundodosfilosofos.com.br
http://www.culturabrasil.pro.br/marx.htm
http://www.pco.org.br/biblioteca
http://pt.wikipedia.org

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