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Resumo av2 Penal III

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Resumo Penal III – AV2
Dos Crimes Contra a Vida
Homicídio (art. 121, CP)
Caracterizado quando um homem mata outro homem DOLOSA ou CULPOSAMENTE;
Crime MATERIAL, pois possui um resultado previsto no tipo;
É considerado consumado quando a vítima tem MORTE CEREBRAL (art. 3º da Lei 9.434/97);
Tem que estar presente o ANIMUS DECANDI (dolo de matar);
Crime COMUM, qualquer pessoa pode praticá-lo.
Homicídio Tentado (art. 121 c/c art. 14, II, CP)
O agente inicia a execução do crime querendo o resultado morte, mas não atinge a consumação por circunstâncias alheias a sua vontade.
Homicídio privilegiado (art. 121, §1, CP)
Tem natureza jurídica de causa de diminuição de pena;
RELEVANTE VALOR SOCIAL: matar alguém por interesse público, sem qualquer motivação pessoal;
RELEVANTE VALOR MORAL: matar alguém por um forte motivo particular, de natureza moral; (ex: matar estuprador da própria filha)
MATAR POR VIOLENTA EMOÇÃO, logo em seguida a injusta provocação da vítima. 
Homicídio Qualificado (art. 121, §2, CP)
I – MATAR POR MOTIVO TORPE: por um motivo moralmente repugnante, mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (ex: herança, inveja, prémio de seguro de vida, etc.);
II- MATAR POR MOTIVO FÚTIL: por motivo insignificante (ex: discussão de futebol, jantar atrasou, dívida de 50 reais, etc);
III- MATAR POR MEIO CRUEL: quando o agente faz a vítima sofrer desnecessariamente até sua morte, com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
OBS 1: De acordo com a Jurisprudência se o veneno é empregado em eutanásia com o conhecimento da vítima e de forma indolor, não qualifica o crime, por não ser uma crueldade.
OBS 2: No crime de HOMICÍDIO QUALIFICADO MEDIANTE TORTURA o agente atua com dolo de matar e usa de tortura como meio de execução; no crime de TORTURA COM RESULTADO MORTE, o dolo do agente é torturar mais ele acaba culposamente matando a vítima.
IV- SURPRESA: o agente mata a vítima à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (ex: tocaia, emboscada, traição, etc.);
V- PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME (ex: matar pessoa que ia testemunhar em processo por outro delito cometido pelo autor no crime);
VI – FEMINICÍDIO: quando o homicídio está relacionado com a chamada violência de gênero, ou seja, violência doméstica contra mulher;
VII – CONTRA AGENTES DA LEI: quando praticado contra agentes da lei ou parentes destes até o 3º grau por razão desta condição, no exercício da profissão ou fora dela.
Homicídio Híbrido (art. 121, §1 e §2, III, CP)
É aquele que ao mesmo tempo é privilegiado pelo §1º e qualificado pelo §2º
Neste caso sofre o réu a pena de 12 a 30 anos com redução de 1/6 a 1/3
Não é considerado crime hediondo
Homicídio Culposo (art. 121, §3, CP)
O agente mata por inobservância, negligência, imperícia ou imprudência.
OBS: Sendo a morte por condução de veículo automotor então o crime será o da Lei 9.503/97, art. 302. 
Se comprovado que o autor do crime sofreu tanto com o fato que a pena se mostra desnecessária, de acordo com o §5º, deve o juiz aplicar o PERDÃO JUDICIAL, extinguindo a punibilidade.
Causas de aumento de pena (art. 121, §6 e §7, CP)
A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: 
durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
Induzimento à Suicídio (art. 122, CP)
o agente, dolosamente, induz, instiga ou auxilia a vítima a praticar suicídio;
crime MATERIAL, necessário a ocorrência do resultado no tipo (morte ou lesões graves) para que o delito seja consumado;
trata-se de crime condicionado ao resultado, e, portanto, não admite forma tentada;
se a vítima desiste do suicídio ou não sofre qualquer lesão, ou só lesões leves o crime não se configura;
é necessário que a vítima não esteja com a sua capacidade psicológica completamente anulada, ou então, estará caracterizado o crime de HOMICÍDIO (ex: induzir alguém totalmente bêbado, um doente mental, uma criança, etc.).
Infanticídio (art. 123, CP)
A mulher sofrendo de estado PUERPERAL mata o próprio filho DOLOSAMENTE durante o parto, com o rompimento da bolsa e o vazamento do liquido aminiótico, ou logo após.
Crime MATERIAL, é necessário a morte da criança para a consumação.
Crime PRÓPRIO, uma vez que o sujeito ativo tem que ser mulher em estado puerperal.
Admite a forma TENTADA.
Se a mulher mata o filho sem estar em estado puerperal o crime será de homicídio (art 121).
Se a mulher mata o filho antes do inicio do parto o crime será de aborto (art. 124).
Ação Penal Incondicionada.
ABORTO (arts. 124, 125, 126, 127 e 128, CP)
Interrupção da vida intrauterina.
Crime DOLOSO, MATERIAL e admite TENTATIVA.
Ação Penal Incondicionada.
O STF autoriza por jurisprudência o aborto de feto ANENCÉFALO, por entender que nesta hipótese não há crime já que o feto apresenta uma intensa deformidade cerebral, que equivale ao feto morto que apenas precisa ser extraído do útero materno.
Lesão Corporal (art. 129, CP)
O agente dolosa ou culposamente produz ofensa a integridade física ou a saúde da vítima sem intenção de matar.
Crime COMUM, qualquer pessoa pode praticar.
Crime MATERIAL se consuma com o resultado previsto no tipo.
OBS: A contravenção de vias de fato prevista no art. 21 da Lei 3.688/41, constitui um comportamento agressivo que não produz lesão a integridade física ou a saúde da vítima. (ex: puxão de cabelo, tapa na cara, empurrão, etc.).
As LESÕES GRAVES E GRAVISSÍMAS são sempre dolosas.
OBS: No crime de LESÃO GRAVISSÍMA COM RESULTADO ABORTO (art. 129, §2º, V, CP), temos delito pretter doloso, onde há dolo na lesão corporal e culpa no aborto, que não era pretendido pelo agente. Mas se o agente praticar a agressão com intenção de lesionar a vítima para produzir o aborto, o crime será do art. 125, CP.
Lesão seguida de morte (art. 129, §3, CP)
É crime pretter doloso, onde o agente atua com dolo de lesionar e acaba obtendo o resultado morte culposamente, sendo a morte um resultado além do pretendido.
NÃO se admite forma tentada.
Não vai a júri.
Lesão Corporal Privilegiada (art. 129, §4, CP)
Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Lesão Culposa (art. 129, §6, CP)
O agente ofende a integridade física da vítima por negligência, imprudência ou imperícia.
OBS: Se a lesão culposa é derivada de acidente de trânsito, aplica-se a Lei 9.503/97, art. 303.
A lesão culposa, pelo disposto no §8º, também admite, como no homicídio culposos, o perdão judicial.
Ação Penal Pública Condicionada a Representação do Ofendido (art. 88 da Lei 9.099)
Lesão em Violência Doméstica (art. 129, §9, §10 e §11, CP)
Se a lesão corporal leve é praticada em violência domestica contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade.
OBS: Se a vítima desta violência doméstica é mulher e o agressor homem o caso passa a ser de incidência da Lei Mª da Penha (art. 41 da Lei 11.340/06).
Crimes de Perigo (art. 130 a 136, CP)
Art.130: Neste crime o agente dolosamente através de contato sexual expõe alguém ao risco de CONTAMINAÇÃO POR DOENÇA VENÉREA, que o agente sabe possuir. 
Crime FORMAL, que não depende de resultado, basta o risco do contagio pelo contato sexual e o crime já está consumado.OBS: A doutrina entende que se há contaminação da vítima pela doença venérea, então o crime será de lesão corporal tendo em vista a ofensa à integridade física.
Trata-se de norma penal em branco, uma vez que para aplicação é necessário a complementação de outra norma jurídica.
Art. 131: Praticar, com o fim de TRANSMITIR A OUTREM MOLÉSTIA GRAVE de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio. Apresenta semelhanças ao art. 130, crime FORMAL, DOLOSO, etc.
Art. 133: No ABANDONO DE INCAPAZ o agente que tem responsabilidade de cuidado e vigilância abandona o incapaz causando perigo a sua vida e saúde.
Trata-se de crime FORMAL, pois pelo simples abandono o crime já se configura.
Se do abandono resulta lesão grave ou morte se aplicam os §1º e 2º do art. 133. (pretter dolosos)
Art. 134: ABANDONO DE RECÉM NASCIDO, o agente dolosamente expondo a risco a vida e a saúde da vítima abandona o recém nascido com finalidade de ocultar desonra própria. 
Trata-se de crime FORMAL, pois para se consumar independe de qualquer resultado lesivo.
Exige dolo específico, de ocultar desonra própria, portanto se o recém nascido é abandonado por outro motivo o crime será do art. 133.
Art. 135: OMISSÃO DE SOCORRO, o agente dolosamente deixa de prestar socorro a uma pessoa, mesmo podendo fazê-lo sem risco pessoal.
Trata-se de crime OMISSIVO e de MERA CONDUTA, pois ao deixar de prestar o socorro o agente consuma o delito, independente do resultado.
Não admite a forma tentata.
Este crime não se configura se o agente é garante da vítima, pois nesse caso o crime será comissivo por omissão e o agente responderá pelo resultado criminoso a que sua omissão deu causa.
Art. 136: MAUS TRATOS, o agente dolosamente expõe a risco a saúde ou vida da vítima, deixando de prestar cuidados indispensáveis, exigindo trabalho excessivo ou inadequado ou abusando dos métodos de correção contra pessoa incapaz que está sob sua responsabilidade.
Trata-se de crime FORMAL, pois independe de qualquer resultado.
Se em razão dos maus tratos a vítima sofre lesão grave ou morte, aplica-se respectivamente os §1 e §2 do art. 136. (pretter dolosos)
OBS: Para diferenciar o crime de tortura do crime de maus tratos a doutrina determina que seja observada a intensidade do sofrimento físico ou moral imposto à vítima. 
Crimes contra honra:
Calúnia (art. 138, CP):
O agente dolosamente imputa a vítima a prática de um fato falso que é definido como crime pela legislação.
É necessário que o agente atue com ANINUS CALUNIANDI, com consciência de que o fato atribuído a vítima é falso.
Se o agente imputa um fato que acredita ser verdadeiro não constitui calúnia.
Quem propaga a calúnia também comete crime (§1º)
Constitui calúnia a ofensa a honra dos mortos (§2º)
Há controvérsia na doutrina sobre a possibilidade de menor de 18 anos ser caluniado, no entanto o melhor entendimento é que há possibilidade, pois de acordo com a tipicidade do art. Basta que seja imputado um fato falso, classificado como crime, ao menor.
Imputar falsamente um crime ambiental a uma empresa também constitui calúnia.
É admitido a EXCEÇÃO DA VERDADE que é a possibilidade de quem é acusado provar nos autos que declarou fato verdadeiro e que não caluniou ninguém.
Denunciação caluniosa (art. 339, CP)
o agente atribui um falso crime a alguém fazendo com que essa pessoa responda a um inquérito, um procedimento adm. Ou um processo judicial. 
Difamação (art. 139, CP)
o agente dolosamente atribui a vítima a prática de uma conduta desonrosa, ofensiva a reputação, seja o fato verdadeiro ou falso.
É necessário o ANIMUS DIFAMANDI, OU SEJA, evidencie que a intenção do agente é atingir a reputação da vítima.
Trata-se de crime de MERA CONDUTA, a simples difamação já consuma o crime.
Não é admitida a exceção da verdade, salvo a difamação contra funcionário público no exercício de suas funções.
Injúria (art. 140, CP)
O agente dolosamente ofende através de palavras, gestos ou escritos, o sentimento de dignidade ou decoro da vítima.
Trata-se de crime de MERA CONDUTA, que se consuma quando a vítima toma conhecimento da ofensa.
PROVOCAÇÃO E RETORSÃO IMEDIATA: no §1º do art. 140, temos 2 hipóteses de perdão judicial: 
1ª - O réu que injuriou a vítima por ter sido injustamente provocado
2º - O réu que injuriou a vítima em retorsão imediata, logo após ter sido injuriado.
Injúria Real (art. 140, §2, CP)
Ocorre através de vias de fato aviltantes, ou seja, hipóteses de pequenas agressões praticadas com a finalidade de humilhar a vítima.
Injúria qualificada (art. 140, §3º, CP)
Se as expressões utilizadas na injúria estão relacionadas com preconceito de raça, cor, etnia, origem, religião, condição de idoso e deficiente.
Causas de Aumento de Pena (art. 141, CP) 
As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Imunidade (art. 142, CP)
Hipótese que excluem a criminalidade ou a ilicitude nos crimes contra honra:
A ofensa irrogada em juízo pelo operador do direito no debate da causa, salvo em excessos e ofensas não relacionadas ao debate.
Os críticos que no exercício da função de uma opinião desfavorável sobre alguém.
Os funcionários públicos que no exercício de suas funções seja intimado a prestar informações.
Retratação (art. 143, CP)
É causa de extinção da punibilidade nos crimes de calúnia e difamação independente da concordância do ofendido. Quando o querelado, antes da sentença, pede desculpas pela ofensa.
Ação Penal (art. 145, CP)
Em regra os crimes contra honra são de ação penal privada.
Se o crime é de INJÚRIA REAL e resulta lesão corporal leve na vítima, a ação será pública condicionada a representação.
No caso de ofensa contra a honra de presidente da República ou Chefe do Governo estrangeiro, a ação penal é pública condicionada a requisição do Ministério da Justiça.
No caso de ofensa contra a honra de funcionário público no exercício de suas funções e nos casos de ofensas preconceituosas, a ação é pública condicionada a representação do ofendido.
Súmula 714, STF:
Nos crimes contra honra de funcionário público no exercício de suas funções a jurisprudência entende que pode o ofendido entrar com ação privada ou representar ao MP para que se promova ação pública.
Constrangimento Ilegal (art. 146, CP)
O agente usa de violência ou grave ameaça, com fim de obrigar a vítima a fazer algo que não quer e que não é obrigada por lei.
Crime FORMAL, que se configura com o simples uso da violência ou ameaça, com tal finalidade já mencionada acima, mesmo que o resultado não seja obtido.
Este crime é classificado como SUBSIDIÁRIO, pois é meio de execução de outros crimes mais graves, neste caso O CRIME FIM ABSORVE O CRIME MEIO.
O uso de coação pelo médico, para intervenções emergenciais e suicidas, não configuram crime de constrangimento ilegal.
Este crime tem semelhança com o crime de tortura, no entanto, o crime de TORTURA tem uma finalidade específica, que é forçar a vítima uma confissão, ou a prestar uma informação, e envolve o emprego de intensa violência física ou moral.
Ameaça (art. 147, CP)
Significa promessa de um mal injusto e grave, através de palavras, escritos ou gestos, ou qualquer outro meio simbólico.
Para se caracterizar deve ter idoneidade, seriedade.
No que tange ameaça por pessoa EMBRIAGADA, há divergência na jurisprudência, sendo certo que o melhor entendimento é o que NÃO HÁ CRIME quando o autor da ameaça se apresentava tão embriagado a ponto de não ter nenhuma consciência do que estava fazendo.
A promessade mal justo, não é crime (ex: vou te processar).
É crime de MERA CONDUTA, pois uma vez feita a promessa o crime estará consumado.
Trata-se de ação penal publica condicionada à representação do ofendido.
OBS: Ameaça é diferente de Coação no curso do processo, que é crime contra administração da justiça, previsto no art. 344, sendo que neste delito, a ameaça é feita com fim de favorecer alguém em inquérito, procedimento ou processo judicial e é dirigida contra pessoa que funciona ou é chamada a intervir nos autos.
Sequestro e Cárcere Privado (art. 148, CP)
Trata-se de crime doloso, em que o agente priva a liberdade da vítima mediante sequestro ou cárcere privado.
OBS: Quando o agente priva a liberdade da vítima com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate, configura crime do art. 159, CP.
É crime permanente e material, que para se consumar exige a efetiva privação da liberdade da vítima.
Furto (art. 155, CP)
O agente dolosamente subtrai coisa alheia móvel, para si ou para outrem, com a intenção de apoderamento, sem o uso de violência ou grave ameaça, mesmo que a posse da coisa seja clandestina.
Deve estar presente o ANIMUS FURANDI (dolo de furto).
OBS: A hipótese classificada como FURTO DE USO pela doutrina, não caracteriza crime, tendo em vista a ausência do dolo de apoderamento, nesta situação o agente subtrai coisa alheia para uso momentâneo e posterior devolução.
O crime só se caracteriza se a coisa tiver um valor econômico significativo, até mesmo pelo princípio da bagatela.
É crime MATERIAL, que se consuma no momento que o agente assume a posse da coisa furtada, mesmo que por poucos instantes.
Admite-se a TENTATIVA.
A restituição voluntária da coisa pode caracterizar o ARREPENDIMENTO POSTERIOR, que de causa de diminuição de pena (art. 16, CP).
Furto em Repouso Noturno (art. 148, §1, CP)
Temos causa de aumento de pena, quando o agente pratica subtração, em momento de repouso do meio social em que o fato foi praticado.
Furto Privilegiado (art.148, §2, CP)
Temos uma causa de diminuição de pena, quando o agente é primário e subtrai coisa de pequeno valor, que de acordo com a jurisprudência é de um salário mínimo aproximadamente.
Furto de Energia (art. 148, §3, CP)
Neste crime o código equipara a energia elétrica, e outras similares, a coisa móvel. O que significa que o “gato” configura furto.
A jurisprudência atual vem entendendo que o pagamento do prejuízo junto à empresa fornecedora extingue a punibilidade do crime.
Tal entendimento está relacionado com o crime de sonegação fiscal, porque a jurisprudência também entende que o pagamento do imposto sonegado extingue a punibilidade dos crimes.
Furto Qualificado (art. 148, §4 e 5, CP)
§4º, I - Qualifica o furto a execução mediante o ARROMBAMENTO, ou seja, com a destruição ou rompimento de um anteparo que protege a coisa.
II – Qualificado por ABUSO DE CONFIANÇA, é necessário que além da relação de lealdade entre as partes, fique demonstrado que o autor do crime se aproveitou da confiança da vítima na execução do crime. OBS: Sendo certo, que a jurisprudência entende que o simples vinculo empregatício não é suficiente para a caracterização da qualificadora, tem que estar provado que o agente era funcionário de confiança.
II – Qualificado por FRAUDE, o agente utiliza de meio fraudulento para fazer com que a vítima reduza a vigilância sobre seu patrimônio facilitando a subtração.
OBS: Diferente de ESTELIONATO, em que o agente usa de meio fraudulento enganando a vítima e a convencendo a entregar o seu patrimônio.
OBS: Se alguém se apropria de coisa que chegou ao seu poder por erro, ou de coisa perdida comete o crime do art. 169 do CP.
“Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.”
II - Qualificado por DESTREZA, quando o agente se utiliza de esperteza na subtração de maneira que a vítima nem percebe que está sendo furtada (ex: batedor de carteira).
II – Qualificado por ESCALADA, quando o agente acessa o local da subtração através de uma via anormal, escalando um muro alto, entrando por um túnel, etc.
III – Qualificado por EMPREGO DE CHAVE FALSA, não necessariamente tem que ser chave, pode ser, por exemplo, um grampo.
IV – Qualificado por CONCURSO DE PESSOAS, caracterizado sempre que 2 ou mais pessoas, juntas, praticarem a subtração.
§5º - Qualificado se for furto de VEÍCULO AUTOMOTOR que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
§6º - Qualificado por SEMOVENTES DE PRODUÇÃO, animais que tenham finalidade econômica.
Crime de Roubo (art. 157, CP)
O agente subtrai coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante violência ou grave ameaça, ou após anular capacidade de resistência da vítima.
É crime MATERIAL, se consuma no momento em que o criminoso assume a posse da coisa, mesmo que por poucos instantes.
Roubo Impróprio (art. 157, §1, CP)
O agente realiza a subtração e depois utiliza de violência ou grave ameaça para garantir a posse da coisa roubada.
Causas de Aumento de Pena (art. 158, §2, CP)
I – Emprego de ARMA DE FOGO OU BRANCA: aumento de 1/3 a ½.
OBS: Se a arma que for usada for de brinquedo a jurisprudência entende que se caracteriza o crime de roubo, mas não o aumento de pena.
Também aumenta na pena do delito a RESTRIÇÃO DA LIBERDADE da vítima durante a execução do crime, não se confundindo com o crime de sequestro.
Roubo com Lesão (art. 157, §3, CP)
Caracteriza-se quando em razão da execução do roubo, o autor do crime, com a violência empregada, produz lesões graves na vítima.
OBS: Se as lesões graves são praticadas por uma violência com intenção de matar, e, a vítima não morre por circunstâncias alheias a vontade do assaltante, então o crime será de tentativa de latrocínio (art. 157, §3, parte final c/c art. 14, II, CP).
OBS 2: Se a violência empregada na execução do roubo produzir lesões leves na vítima, o crime sim absorve o crime meio, havendo apenas o crime de roubo.
Latrocínio (art. 157,§3, parte final, CP)
Temos o roubo com resultado morte, o agente mata durante a execução do roubo, sendo o seu dolo principal de subtração patrimonial.
OBS: Não é competência do tribunal do júri e sim de um juiz de direito, por ser considerado um crime contra o patrimônio.
Súmula 610 do STF:
Se a subtração é tentada, mas a morte consumada, temos latrocínio CONSUMADO.
Se a subtração é consumada, mas a morte tentada, temos latrocínio TENTADO.
Extorsão e Sequestro (art. 158, CP)
O agente constrange a vítima mediante violência ou grave ameaça com a intenção de obter uma vantagem econômica indevida. 
É crime FORMAL, pois mesmo se não houver o pagamento da vantagem o crime se consuma.
Sequestro Relâmpago (art. 158, §3, CP)
A vítima é extorquida e os criminosos usam como meio de execução a privação da liberdade. 
Extorsão mediante Sequestro (art. 159, CP)
O agente sequestra uma pessoa privando-a de sua liberdade com o fim de obter uma vantagem econômica indevida a título de resgate para sua consumação.
É crime FORMAL, que não depende do pagamento do resgate para ser consumado.
Se resultar em MORTE, caracteriza a qualificadora do §3º, ou seja sequestro com resultado morte.
Crime de Dano (art. 163, CP)
O agente destrói ou deteriora o patrimônio alheio dolosamente.
Se o dano e produzido de forma culposa o fato é atípico.
Dano Qualificado (art. 163, § único, V, CP)
Qualifica o delito o uso de substância inflamável no crime de dano.
OBS: Se o uso do fogo produz incêndio que alcança proporções de modo a gerar perigo do meio social, configura-se o crime de Incêndio, que absorve o crime de Dano (art. 250, CP).
Apropriação Indébita (art. 168, CP) 
O agente assume a posse da coisa alheia móvel de boa-fé e depois resolve dela se apropriar, passando a se comportar como se seu dono fosse.
É crime doloso, que difere do furto, pois o dolo do apoderamento é posterior a posse da coisa. 
É crime MATERIAL, quedepende do resultado para consumação.
Admite o princípio da bagatela.
Apropriação Indébita Previdenciária (art. 168-A, CP)
Quando o empregador desconta a verba previdenciária do salário de seu empregado e não a repassa ao instituto de previdência.
Outras hipóteses de apropriação (art. 169, § único, II, CP)
Apropriação de coisa que chegou ao seu pode por erro ou força maior.
II – Apropriação de coisa achada, caso não devolva em 15 dias ao seu dono ou autoridades.
Estelionato (art. 171, CP)
O agente usa de meio fraudulento para enganar a vítima e a mantendo em erro faz com que entregue voluntariamente o seu patrimônio.
É crime doloso e MATERIAL, que se consuma no momento em que o agente obtém a vantagem econômica indevida.
Admite a TENTATIVA.
É crime de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
No estelionato mediante EMISSÃO DE CHEQUE SEM FUNDO (art. 171, §2º, VI, CP), de acordo com a súmula 574 do STF, o pagamento da divida antes do recebimento da denúncia pelo juiz, obsta a ação penal, sendo extinta a punibilidade do crime.
Com relação ao cheque pré-datado a jurisprudência que considera não configurar o crime se a data ajustada não há previsão de fundos na conta, porque este tipo de cheque não é ordem de pagamento a vista, e sim, um contrato entre às partes.
Receptação (art. 180, CP)
O agente adquire determinado produto que é de origem criminosa.
Se ele possui a consciência da origem ilícita do produto, o crime é de RECEPTAÇÃO DOLOSA (art. 180, CP).
Se ele adquirir o produto sem conhecer sua origem ilícita, tendo condições de aferir esta circunstância, o crime é de RECEPTAÇÃO CULPOSA (art. 180, §3º, CP).
É crime AUTÔNOMO, de acordo com o §4º é punível mesmo que desconhecido ou isento de pena, o fato anterior que originou a mercadoria ilegal.
Se a receptação é feita para o uso da mercadoria ilícita em atividades comerciais ou industriais, é crime QUALIFICADO conforme previsto no art. 180, §1º, CP, mesmo em caso de atividade comercial clandestina ou informal.
Na receptação culposa, de acordo com o art. 180, §5º, é possível ao juiz, dependendo das circunstâncias e se o réu for primário, conceder o PERDÃO JUDICIAL.
É crime de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
É crime MATERIAL, porque se consuma com aquisição do produto.
Disposições Gerais (art. 181 a 183, CP)
É ISENTO DE PENA o crime patrimonial cometido entre cônjuges na constância do casamento, ou entre ascendentes e descendentes, seja o parentesco civil ou natural.
Esta escusa não se aplica se o crime envolve violência ou grave ameaça, ou se a vítima é idosa, nem se um estranho participar do crime.
Se o crime patrimonial ocorre entre cônjuges separados, entre irmãos, ou tio e sobrinho que coabitam, o fato é PUNÍVEL, mas o crime passa a ser de AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, sendo certo que a regra do art. 182 também sofre as limitações do art. 183.
Violação de Direito Autoral (art. 184, CP)
Trata-se de crime contra propriedade intelectual usufruir de obra intelectual alheia, violando os direitos do seu autor, conforme art. 184, CP.
É crime de AÇÃO PENAL PRIVADA (art. 186, I, CP)
Se a violação é praticada por quem reproduz pirataria, fabricando mercadoria ilegalmente, ou comercializando os produtos em violação de direito autoral, aplicam-se os § 1º e 2º, respectivamente.
É crime de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
Dos crimes contra o sentimento religioso e contra os mortos (art. 208 ao 2018, CP)
É considerado crime qualquer espécie que diz respeito às cerimônias e objetos religiosos e também cerimônias funeráveis, sendo tipificado ainda a violação de sepulturas, ocultação e destruição de cadáveres e qualquer espécie de desrespeito ou vilipêndio de cadáveres. 
Liberdade Sexual:
O Brasil adota como regra geral a liberdade sexual que é um bem jurídico tutelado pela lei, criminalizando apenas o ABUSO e a EXPLORAÇÃO SEXUAL.
Estupro (art. 213, CP)
O agente através de violência ou grave ameaça, pratica conjunção carnal ou atos libidinosos diversos com a vítima.
É crime doloso e MATERIAL, que depende da ocorrência do resultado (contato sexual).
Estupro de Vulnerável (art. 217-A, CP)
O agente mantém conjunção carnal ou pratica atos libidinosos com pessoa MENOR de 14 ANOS, DEFICIENTE MENTAL ou que por qualquer circunstância esteja com sua CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA ANULADA.
Presentes violência ou grave ameaça ou não.
Estupro com Resultado Morte (art. 213,§2º e art. 217-A, §4º, CP)
Temos o crime pretter doloso, onde o agente tem dolo de estuprar e acaba matando a vítima culposamente.
Se após encerrado o estupro o agente resolve matar a vítima, serão 2 crimes em concurso material, estupro e homicídio qualificado.
Ação Penal (art. 225, CP)
Em regra o crime de estupro é de AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO.
Se a vítima é menor de 18 anos ou pessoa vulnerável, o crime é de AÇÃO PENAL PUBLICA INCONDICIONADA.
Violação Sexual Mediante Fraude (art. 215, CP)
O agente dolosamente induz a vítima a erro fazendo com que a mesma mantenha contato sexual desconhecendo com quem está se relacionando ou desconhecendo a circunstância sexual do ato.
Assédio Sexual (art. 216-A, CP)
O agente se aproveita de sua condição de superior hierárquico em relação a vítima, com o fim de constrange-la a favores sexuais.
É crime FORMAL, não depende do efetivo contato sexual para consumação.
Os sujeitos ativo e passivo podem ser tanto mulher quanto homem.

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