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Ponto 5 Resumão TRF5 2016

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PONTO 5
Ponto 5 - Poder Judiciário. Natureza da função jurisdicional. As garantias do Poder Judiciário. O princípio da reserva legal na apreciação de lesão ou ameaça de lesão a direito individual e a direito coletivo. Poder Judiciário Federal e Poder Judiciário Estadual. O Conselho Nacional de Justiça, O Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, o Conselho da Justiça Federal e os Tribunais Regionais Federais. A Justiça Federal de 1º Grau. Lei Orgânica da Magistratura Nacional. 
Noções Gerais
O Poder Judiciário é a estrutura estatal que tem a função de resolver os conflitos de interesse, porquanto responsável pelo exercício da função jurisdicional.
Luiz Flávio Gomes, ao comentar sobre as funções do Poder Judiciário, ressalta:
a) aplicar a lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o conflito de interesses com força definitiva;
b) defesa dos direitos fundamentais;
c) defesa da força normativa da Constituição; 
d) o Poder Judiciário faz o seu autogoverno;
e) o Poder Judiciário resolve o conflito entre os demais Poderes;
 f) o Poder Judiciário edita a chamada legislação judicial.
São características da jurisdição: LIDE (conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida), INÉRCIA (ao poder judiciário, não é dado atuar de ofício - ne procedat iudex ex officio) e DEFINITIVIDADE (a coisa julgada material impede a rediscussão da causa).
A jurisdição é una e indivisível, exercida pelo Poder Judiciário nacionalmente.
Órgãos do Poder Judiciário
Os órgãos que compõem o Poder Judiciário estão devidamente previstos no Art. 92 da nossa Constituição. 
O STF reconheceu a constitucionalidade do CNJ, porque é um órgão interno do Judiciário (vide comentário ao art. 103-B)
OBS: Embora não listados pelo art. 92 da Constituição, também são órgãos do Poder Judiciário: I) Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (CF, art. 105, parágrafo único; II); Conselho da Justiça Federal (CF, art. 105, parágrafo único, III); Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (art. 111A, § 2º, IV) Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art. 111A, § 2º, II). Todos, exceto o Conselho da Justiça Federal, que já existia, foram criados pela EC. n.º 45/04.
Estatuto Constitucional da Magistratura
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. (Redação dada pela EC n. 45/2004)
É a chamada QUARENTENA DE ENTRADA. 
Regulamentando o assunto, há a Resolução nº 75/09 do CNJ.
O STF (RE 655265/DF), em 2016, entendeu que a exigência é constitucional, sendo externado o entendimento de que tal comprovação deverá ser efetuada no momento da inscrição definitiva. 
A contagem da atividade jurídica se dá a partir da data da conclusão do curso (e não da colação).
O EXERCÍCIO DO CARGO DE TÉCNICO JUDICIÁRIO PODE CARACTERIZAR ATIVIDADE JURÍDICA - STF, MS 27601/DF: a referência a três anos de atividade jurídica, contida na CF/88, não se limita à atividade privativa de bacharel em Direito. 
A resolução n.º 75/2009-CNJ veda, para fins de comprovação da atividade jurídica, a contagem do estágio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior à obtenção do grau de bacharel em direito.
A contagem do tempo de atividade jurídica relativa a cargos, empregos ou funções não privativos de bacharel em Direito será realizada mediante certidão circunstanciada, expedida pelo órgão competente, indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam a utilização preponderante de conhecimento jurídico, cabendo à Comissão do Concurso, em decisão fundamentada, analisar a validade do documento.
A Resolução em tela retrocede ao não considerar como atividade jurídica (apesar de reconhecer como título) a conclusão, com frequência e aproveitamento, de curso de pós-graduação (assegurando tal reconhecimento para os cursos comprovadamente iniciados anteriormente à referida Resolução). 
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: 
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; 
Na promoção de magistrado federal pelo critério de merecimento para o Tribunal Regional Federal, após a alteração pela EC 45/2004, a decisão de Presidente da República é vinculada, tendo em conta a regra geral explicitada no art. 93, II, a, da CF (STF, MS 30585 DF). 
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: Pressupõe-se que o Tribunal escolherá o mais antigo. Se não escolhê-lo, 2/3 dos membros do Tribunal terão que justificar por que não escolheram o mais antigo.
OBS2: A Lei 12.665/12 (Dispõe sobre a criação de estrutura permanente para as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais; cria os respectivos cargos de Juízes Federais; e revoga dispositivos da Lei no 10.259, de 12 de julho de 2001) assim dispõe em seu art. 4º:
 Art. 4o  Os cargos de Juiz Federal de Turmas Recursais serão providos por concurso de remoção entre Juízes Federais, observado, no que couber, o disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II do art. 93 da Constituição Federal ou, na falta de candidatos a remoção, por promoção de Juízes Federais Substitutos, alternadamente pelos critérios de antiguidade e merecimento. 
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Desperta interesse as Resoluções 13 e 14 do CNJ que distiguiu os subsídios dos membros da Justiça Federal e Estadual. O STF, em sede de liminar concedidana ADI, suspendeu a eficácia da resolução por vislumbrar ofensa ao caráter nacional do Poder Judiciário, conforme podemos verificar na ADI 3854 MC / DF - DISTRITO FEDERAL.
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A disponibilidade do magistrado é penalidade administrativa aplicada no interesse público por decisão, mediante voto, da maioria absoluta do respectivo tribunal, assegurada ampla defesa. 
A Constituição de 1988 previu uma forma de aposentadoria compulsória no interesse público nas mesmas condições da disponibilidade. Ao que parece, ela só pode recair em magistrado que já completou o tempo para aposentar-se e não o fez, pois antes disso a inatividade compulsória há de ser a disponibilidade.
OBS: Tais punições estão previstas na LOMAN.
Pesquisando, o STF, encontrei único julgado, em que diz que no caso de disponibilidade punitiva, os subsídios NÃO SÃO INTEGRAIS, sendo, pois, proporcionais. Diz que o art. da LOMAN que determina a fixação proporcional foi recepcionado. A percepção integral, somente quando a disponibilidade não for punitiva. RE 143776 / SP - SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
Achei também um julgado do CNJ que aplicou pena de aposentadoria compulsória com subsidio proporcional, Processo Administrativo Disciplinar nº 200910000019225, Rel. Cons. IVES GANDRA:
Ademais o art. 103 B, parágrafo 4º, inc. III, ao dispor sobre o CNJ, prevê a possibilidade de aposentadoria compulsória proporcional ao tempo de serviço.
 VIII-A. a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: A Constituição optou pela precedência, a priori, do direito à informação (publicidade). Excepcionalmente, a preservação do direito à intimidade poderá afastar “o interesse público à informação”.
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Recentemente, o STF (MS 26411) entendeu que o Tribunal local, ao criar órgão especial, é livre para definir as suas competências. 
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) - PARA PEDRO LENZA, PRINCÍPIO DA ININTERRUPTABILIDADE DA JURISDIÇÃO.
Recentemente, o STF (MS 26739) reconheceu ser inconstitucional conceder férias coletivas a servidores públicos pelo prazo de 60 (sessenta) dias: a EC 45/04, ao vedar férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, revogou todos os atos normativos inferiores que a elas se referiam. 
	OBS: Este dispositivo não se aplica aos Tribunais Superiores. Por outro lado, o cumprimento é obrigatório pelos Tribunais de 2º grau. 
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: Carreira da Magistratura
O Estatuto da Magistratura será estabelecido por lei complementar de iniciativa do STF e conterá as regras da carreira da Magistratura Nacional, observados os princípios constitucionais sobre o ingresso, a promoção, o acesso aos Tribunais, os vencimentos, a aposentadoria e seus proventos, a publicidade dos julgamentos e a constituição de órgão especial nos Tribunais. A Lei Complementar n.º 35/79, que instituiu a LOMAN – Lei Orgânica da Magistratura Nacional foi recepcionada como tal.
OBSERVAÇÃO: 1) Se tiveram de ser selecionados dois desembargadores, é possível elaborar listra quádrupla: sendo escolhido um desembargador, ainda faltam três nomes para a segunda escolha. 2) STF já concluiu pela inconstitucionalidade de regimento de Conselho Superior da Magistratura Estadual que exigia autorização para que magistrado pudesse se ausentar da comarca (inconstitucionalidade formal propriamente dita por haver invadido espaço reservado a LOMAN).
Quinto Constitucional
A Constituição Federal (art. 94) determina a observância do quinto nos assentos dos TJs, TJDFT e TRFs, independentemente da composição do respectivo tribunal ser ou não múltiplo de 5 (a regra também alcança a Justiça do Trabalho). O arredondamento deverá ser feito para cima (de modo a favorecer mais advogados/membros do MP), sob pena de inconstitucionalidade. 
Decidiu o STF que essa é uma norma expressa, que deve prevalecer sobre a regra implícita de que quatro quintos são dos juízes de carreira.
A regra do "quinto constitucional" não se aplica aos Tribunais Superiores, pois cada um deles possui regras próprias de composição e investidura – STJ 1/3; STF livre nomeação; TSE 2 advogados; STM 1/3 – 3 advogados, 1 MPM e 1 Juiz Auditor;
Quinto constitucional:
- Esta previsto também para os tribunais do trabalho
- O STF já admitiu a possibilidade de se compor a lista sêxtupla com membros do MP que ainda não tenham completado 10 anos de carreira na hipótese em que não havia, pelo menos, seis candidatos com esse requisito temporal. 
- O Tribunal pode recusar a lista sêxtupla desde que fundada a recusa em razões objetivas – STF.
- STF - MS 25624 SP: Pode o Tribunal recusar-se a compôr a lista tríplice dentre os seis indicados, se tiver razões objetivas para recusar a algum, a alguns ou a todos eles, as qualificações pessoais reclamadas pelo art. 94 da Constituição (v.g. mais de dez anos de carreira no MP ou de efetiva atividade profissional na advocacia). 
Depois de receber a lista sêxtupla, a votação do Tribunal ao compor a lista tríplice deve ser aberta (STF, MS 31.923).
Os Estados não podem prever novos requisitos para escolha dos membros de Tribunal que advêm do quinto: não podem exigir submissão do nome escolhido pelo Governador à Casa Legislativa (Info 775). 
Os requisitos para o provimento do cargo na sistemática do quinto constitucional estão taxativamente previstos na Lei Maior, não podendo o Estado-membro criar outros requisitos, a exemplo de aprovação da Assembleia Legislativa.
O STJ reserva 1/3 de suas vagas para membros do MP e da advocacia, mas o procedimentoé o do quinto constitucional: os órgãos de representação classista compõem lista sêxtupla e enviam ao Tribunal, que forma lista tríplice e envia ao Presidente da República. 
Garantias Constitucionais
	A Constituição Federal assegurou ao Poder Judiciário garantias próprias, colimando conferir-lhe ampla independência para o exercício de suas funções. Na lição de Castro Nunes (apud André Ramos Tavares), as garantias constitucionais do Poder Judiciário podem ser divididas em:
1 - Garantias institucionais ou orgânicas: asseguradas ao Judiciário como órgão, dizendo respeito à sua composição ou aparelhamento;
Capacidade de autogoverno: possibilidade de eleger seus próprios órgãos diretivos, organizar sua estrutura administrativa interna, como suas secretarias, serviços auxiliares, e deliberar sobre assuntos próprios, como realização de concurso, concessão de benefícios e licenças aos seus integrantes. Engloba também atribuições inerentes ao poder de polícia e ao poder disciplinar.
Autonomia financeira: o Judiciário elabora sua proposta orçamentária (art. 99, CF), dentro do limite da lei de diretrizes orçamentárias.
Capacidade normativa: cada Tribunal funciona a partir de um Regimento Interno, cuja competência é do respectivo Tribunal (art. 96, I, a, CF)
Inalterabilidade de sua organização: inalterabilidade de composição dos quadros dos Tribunais, salvo mediante proposta dos próprios Tribunais (art. 96, II, CF)
Escolha de seus dirigentes: art. 96, I, a, CF.
2 - Garantias funcionais ou subjetivas: relacionadas à garantia da autonomia da função, constituindo para seus titulares direitos subjetivos (garantias dos membros da magistratura).
Vitaliciedade
Inamovibilidade
Irredutibilidade de vencimentos
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
Vitaliciedade: “é a garantia de que os membros do Judiciário não podem ser destituídos de seus cargos, neles permanecendo até eventual falecimento ou aposentadoria compulsória, salvo exoneração por decisão judicial transitada em julgado.” (André R. Tavares). Em relação aos magistrados, cabe a compulsória aos 75 anos de idade (EC 88/2015 c/c LC 152/2015, art. 2º, II), o que limita a vitaliciedade – a vitaliciedade não é até a morte. Só é possível a perda do cargo por sentença transitada em julgado (art. 95, I, CF/88). Não diz se é sentença civil ou criminal, logo pode ser qualquer uma. Ex. Improbidade administrativa; interdição.
A EC 88/2015 possibilitou que lei complementar aumentasse a idade da aposentadoria compulsória de 70 (setenta) para 75 (setenta e cinco) anos de idade. A Lei em tela já foi editada (LC 152/2015), que alcança os membros do Poder Judiciário. 
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade: 
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações; 
II - os membros do Poder Judiciário; 
III - os membros do Ministério Público; 
IV - os membros das Defensorias Públicas; 
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas. 
Antes da edição da referida LC (152/2015), o STF decidiu que a compulsória aos 75 anos de idade só se admitia, sem a regulamentação infraconstitucional, em relação aos membros do STF, dos Tribunais Superiores e do TCU (art. 100 do ADCT). Este artigo da Constituição, contudo, exigia uma nova sabatina perante o Senado Federal: o STF entendeu que essa exigência é inconstitucional por malferir a separação dos Poderes.
Obs: O STF entendeu, na mesma oportunidade, que a compulsória aos 75 anos de idade só alcançaria outros agentes públicos, inclusive Desembargadores Federais e Estaduais, após a edição da LC, hoje já existente. 
A vitaliciedade é adquirida, em relação aos juízes de primeiro grau, após dois anos de exercício. Antes de se tornar vitalício (estágio probatório), o magistrado pode perder o cargo por deliberação do tribunal a que estiver vinculado (art. 95, I, CRFB). Em relação aos membros de Tribunal, a aquisição da vitaliciedade é imediata (todos os membros de Tribunal são vitalícitos).
Na vitalicidade (magistrados), só se pode perder o cargo por sentença judicial transitada em julgado; na estabilidade (servidores públicos em geral), pode perder o cargo por sentença judicial, por processo administrativo e mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho.
O CNJ não pode determinar a perda do cargo de magistrados vitalícios, na medida em que figura como órgão administrativo (a perda do cargo do juiz vitalício só decorre de sentença judicial transitada em julgado).
Exceção à vitaliciedade: os Ministros do STF e os membros do CNJ poderão sofrer perda do cargo em razão de condenação por crime de responsabilidade (julgamento a cargo do Senado Federal).
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; 
O direito à inamovibilidade é mais amplo do que o direito de não ser removido da comarca: por exemplo, um desembargador não pode contra sua vontade ser movido de uma turma para outra.
Por não ser garantia absoluta, a inamovibilidade apresenta exceção. A EC n.45/2004 manteve a exceção, modificando-lhe, entretanto, em dois aspectos:
O critério matemático utilizado para determinar ou não a remoção, disponibilidade ou aposentadoria do magistrado mudou de dois terços para maioria absoluta (quorum mais suave que o anterior)
Acrescentou-lhe outro ente competente para realizar os atos mencionados, a saber, o Conselho Nacional de Justiça.
OBS: Conforme julgado do STJ (ROMS 945/AM), o juiz só pode ser removido em três hipóteses: a) quando aceita promoção; b) quando pede remoção; c) por interesse público.
Para o STF, os juízes substitutos, ainda que não vitalícios, possuem a garantia da inamovibilidade, eis que a Constituição usa o vocábulo “juízes” sem qualquer distinção e tal garantia visa assegurar independência e imparcialidade ao próprio Poder Judiciário, não fazendo qualquer sentido em conferi-la apenas aos juízes titulares.
OBS: dessa maneira, muito embora o papel do juiz substituto seja o de substitutir, deverá exercer a sua função dentro da sua circunscrição judiciária.
"A garantia da inamovibilidade é conferida pela CF apenas aos magistrados, aos membros do Ministério Público e aos membros da Defensoria Pública, não podendo ser estendida aos procuradores do Estado." (ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, julgamento em 7-4-2010, Plenário, DJE de 10-9-2010.)
CNJ NÃO PODE CRIAR NOVAS EXCEÇÕES À INAMOVIBILIDADE
Irredutibilidade do subsídio: no caso dos magistrados, a CF não revela nenhuma exceção em que possa haver redução de seu subsídio. O valor nominal que não pode ser reduzido (irredutibilidade), mas não há garantia de valor real (não há garantia contra a perda inflacionária).
Obs: a irredutibilidade não serve apenas aos magistrados. Há previsão para o trabalhador comum - CLT (mas tem exceção) e para o servidor público estatutário (também há exceção). Todos os servidores têm direito à irredutibilidade, até os celetistas. 
Obs.: magistrado aposentado não tem prerrogativa de foro. Os magistrados que se aposentam perdem a prerrogativa de foro, mesmo em relação a atos praticados no exercício da função e em razão dela.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
(Vedações previstas constitucionalmente - existem ainda as de nível infraconstitucional - estatuto da magistratura - objetivando evitar determinadas situações que poderiam implicar uma violação da desejável neutralidade judicial). A Constituição estabeleceu garantias de imparcialidade da magistratura, sob forma de vedações aos juízes, que visam precipuamente a proteger a sua independência.
I - exercer,ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
Resolução de nº10/2005 – CNJ - impede que os magistrados atuem junto à justiça desportiva (não pertence ao poder judiciário, é atividade privada)
O exercício do magistério está regulamentado pela Resolução nº 34/2007 do STJ, com a redação dada pela Resolução 226/2016 (14 de junho de 2016), a que proíbe coaching. 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Este último preceito, qualificado pela doutrina como “quarentena de saída”, intenta preservar a imparcialidade-neutralidade dos juízos nos quais o ex-juiz ou ex-membro do MP tenha atuado. A proibição diz respeito ao órgão do qual se afastou. Pode exercer a advocacia em outro tribunal ou juízo durante os 3 anos; após os 3 anos pode atuar em qualquer órgão.
Importante observar o teor do art. 98: § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Competência
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
OBS: Os TRF´s elaboram a proposta de criação de novas varas e encaminham-na ao STJ, que exerce a iniciativa do projeto de lei.
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: (COMPETÊNCIA LEGISLATIVA)
OBS: a proposta de criação de novas varas federais tem que ser do STJ, porque ela importará despesas que deverão estar previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, de atribuição do STJ.
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
STF: “Vulnera a CF norma de Carta estadual que preveja limite de cadeiras no Tribunal de Justiça, afastando a iniciativa deste quanto a projeto de lei visando à alteração.” (ADI 3.362, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, julgamento em 30-8-2007, Plenário, DJE de 28-3-2008.)
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. (COMPETÊNCIA JURISDICIONAL)
Houve ressalva expressa da Justiça Eleitoral, então não pode ser feita outra ressalva interpretativa. No caso do prefeito é diferente, porque há a ressalva.
	
	CRIME
	
	
	ESTADUAL
	FEDERAL
	ELEITORAL
	JUIZ / MP
	TJ
	TJ
	TRE
	PREFEITO
	TJ
	TRF
	TRE
Quórum das Decisões: Maioria Absoluta e Reserva de Plenário
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (CISÃO FUNCIONAL NO PLANO HORIZONTAL)
 Súmula Vinculante nº 10 : Viola a cláusula de reserva de plenário (CF art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. 
OBS: A cláusula de reserva de plenário não se aplica: a) em regra, às Turmas do STF no julgamento do RE (há exceções); b) as Turmas Recursais de Juizados (não são consideradas "tribunais"); c) quando o Tribunal utilizar a técnica da interpretação conforme a Constituição, pois não haverá declaração de inconstitucionalidade; d) nas hipóteses de decisão em sede de medida cautelar, já que não se trata de decisão definitiva; e) quando reconhecer a constitucionalidade (a cláusula de reserva de plenário é necessária para afastar a norma).
Juizados Especiais e Juízes de Paz
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
No âmbito da JF, 60 salários-mínimos (competência absoluta); no âmbito da J. Estadual, 40 salários-mínimos (competência relativa).
HC CONTRA ATO DE TURMA RECURSAL: COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL LOCAL (TRF)
MS CONTRA ATO DE TURMA RECURSAL: PRÓPRIA TURMA RECURSAL (SÚMULA 376 DO STJ) - STJ (RMS 30.170) JÁ PERMITIU MS PARA O TRIBUNAL LOCAL EM CASO DE CONTROLE DE COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS, MAS O STF ENTENDEU, NO MESMO MÊS, QUE O MS SEMPRE DEVE SER DIRIGIDO À TURMA RECURSAL (AI 666.523).
“Na Lei 9.099/95 não há dispositivo que permita inferir que a complexidade da causa – e, por conseguinte, a competência do Juizado Especial Cível – esteja relacionada à necessidade ou não de realização de perícia. O art. 3º da Lei 9.099/95 adota dois critérios distintos – quantitativo (valor econômico da pretensão) e qualitativo (matéria envolvida) – para definir o que são ‘causas cíveis de menor complexidade’. Exige-se a presença de apenas um desses requisitos e não a sua cumulação, salvo na hipótese do art. 3º, IV, da Lei 9.099/95. Assim, em regra, o limite de 40 salários mínimos não se aplica quando a competência dos Juizados Especiais Cíveis é fixada com base na matéria” (STJ, RMS 30.170/SC, Rel.ª Min.ª Nancy Andrighi, 3ª Turma, jul. 05.10.2010, DJe 13.10.2010).
Juizados Especiais - A Constituição, no art. 98, I, impõe à União, no Distrito Federal e nos Territórios e aos Estados a criação de juizados especiais, providos por juízes togados ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. A EC. n.º 22/99, acrescentando parágrafo único no art. 98, autorizou a criação de juizados especiais também na Justiça Federal, o que foi levado a cabo pela Lei nº 10.259/01.
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anose competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
	
Os juízes de paz compõem uma magistratura especial, eletiva e temporária (eleitos para mandato de 4 anos). São eleitos pelo voto popular. Gozam de inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios. O STF (ADI 2938), considerando a competência privativa da União para legislar sobre processo penal e direito do trabalho, decidiu que lei estadual não pode estabelecer, relativamente aos juízes de paz, competência para: a) lavrar auto de prisão; b) processar auto de corpo de delito; c) prestar assistência ao empregado nas rescisões do contrato de trabalho. A remuneração do juiz de paz é pré-estabelecida, resultando de lei de iniciativa do respectivo TJ. Os juízes de paz são eleitos pelo voto popular, subtemetendo-se ao sistema eleitoral global (Código Eleitoral): precisam, por exemplo, ter filiação partidária. Os Estados não detêm competência para legislar sobre qualquer outra condição de elegibilidade dos juízes de paz, haja vista trata-se de matéria eleitoral, privativa da União (art. 22, I).
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
O STF reconheceu a constitucionalidade do art. 41 da Lei Maria da Penha, que proíbe a aplicação da Lei dos Juizados aos crimes cometidos com violência doméstica e familiar contra a mulher. Consequencias: lesão corporal leve com ação penal pública incondicionada e impossibilidade de transação penal, suspensão condicional do processo e composição civil dos danos.
Autonomia do Poder Judiciário
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
"LDO: participação necessária do Poder Judiciário na fixação do limite de sua proposta orçamentária (CF, art. 99, § 1º)." (ADI 848-MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 18-3-1993, Plenário, DJ de 16-4-1993.)
A autonomia financeira não se exaure na simples elaboração da proposta orçamentária, sendo consagrada, inclusive, na execução concreta do orçamento e na utilização das dotações postas em favor do Poder Judiciário. O diploma impugnado, ao restringir a execução orçamentária do Judiciário local, é formalmente inconstitucional, em razão da ausência de participação desse na elaboração do diploma legislativo.” (Vide: ADI 4.356, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 9-2-2011, Plenário, DJE de 12-5-2011.
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no parágrafo anterior não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
Precatório
PRECATÓRIO é o modo pelo qual a Fazenda Pública paga as dívidas oriundas de demandas judiciais.
A EC 62/09 (Emenda do Calote foi questionada, perante o Supremo Tribunal Federal, por ADI. 
Inicialmente, o STF concluiu que não houve ofensa ao devido processo legislativo, já que houve o respeito à determinação constitucional de que a proposta de emenda constitucional seja discutida e votada, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros (§ 2º do art. 60). Apesar dos dois turnos de votação no Senado terem acontecido no mesmo dia, ao longo de duas sessões legislativas ocorridas com menos de 1h de intervalo entre ambas, prevaleceu o entendimento de que a CF/88 não exigiu um tempo mínimo entre as duas votações (houve um silêncio eloquente do texto constitucional) e, no caso da EC 62/2009, esta regra foi cumprida porque as votações ocorreram em duas sessões distintas.
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
NÃO HÁ QUALQUER INCONSTITUCIONALIDADE NESTE ARTIGO, segundo o STF.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
NÃO HÁ QUALQUER INCONSTITUCIONALIDADE NESTE ARTIGO, segundo o STF.
“Nestes casos (débitos de natureza alimentícia), o credor da Fazenda Pública não precisa aguardar a ordem cronológica de precatório judicial ordinário, devendo receber seu crédito de uma só vez, atualizado monetariamente (classe especial de precatório)” Nelson Nery. OBS: CONTUDO, COM A ALTERAÇÃO DADA PELA EC 62 O PRECATÓRIO ALIMENTAR PODE SER FRACIONADO, NAS HIPÓTESES DO PAR. 2.
Súmula n.º 655/STF: A exceção prevista no art. 100, caput da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza. TEM FILA, MAS É UMA FILA DIFERENTE.
Súmula n.º 144/STJ: Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados os precatórios da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
"Não contraria os arts. 100 e 165, 8º, da CR o art. 57, 3º, da Constituição do Estado de São Paulo, segundo o qual ‘os créditosde natureza alimentícia’ – cujos precatórios observarão ordem cronológica própria – ‘serão pagos de uma só vez, devidamente atualizados até a data do efetivo pagamento.” (RE 189.942, rel. min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 1º-6-1995, Plenário, DJ de 24-11-1995.) No mesmo sentido: AI 166.000-AgR, rel. min. Moreira Alves, julgamento em 4-3-1997, Primeira Turma, DJ de 8-8-1997.
O STF considerou inconstitucional a expressão "na data de expedição do precatório", já que tal limitação violaria o princípio da igualdade e a superpreferência prevista no artigo deveria ser estendida a todos os credores que completassem 60 anos de idade enquanto estivessem aguardando o pagamento do precatório alimentar.
Importante mencionar decisão recente da 2ª Turma do STJ que entendeu que o direito de preferência no pagamento de precatório aos idosos NÃO SE ESTENDE AOS SEUS HERDEIROS, MESMO QUE SEJAM TAMBÉM IDOSOS (RMS 44836/MG).
“§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Precatórios. Obrigações de pequeno valor. CF, art. 100, § 3º. ADCT, art. 87. Possibilidade de fixação, pelos Estados-membros, de valor referencial inferior ao do art. 87 do ADCT, com a redação dada pela EC 37/2002." (ADI 2.868, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2-6-2004, Plenário, DJ de 12-11-2004.) Vide: AI 761.701-ED, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 15-10-2013, Primeira Turma, DJE de 27-11-2013.
Trata-se de uma exceção ao regime de precatórios – RPV – uma ordem de pagamento expedida pela autoridade judicial à autoridade da Fazenda Pública responsável para pagamento da quantia devida.
CUIDADO: Art. 97, § 11 do ADCT (com redação dada pela EC 62/09):
§ 11. No caso de precatórios relativos a diversos credores, em litisconsórcio, admite-se o desmembramento do valor, realizado pelo Tribunal de origem do precatório, por credor, e, por este, a habilitação do valor total a que tem direito, não se aplicando, neste caso, a regra do § 3º do art. 100 da Constituição Federal.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Para as condenações envolvendo a União, pequeno valor equivale a 60 salários mínimos (art. 17, § 1º, da Lei n.° 10.259/2001).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
 “Correios. Empresa pública. Impenhorabilidade de bens. Regime de precatório. ‘À empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Recepção do DL 509/69 12 e não-incidência da restrição contida na CF 173 §1º, que submete a empresa pública, sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da competência da União Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do disposto na CF 100” (STF, Pleno, EDclRE 230051-SP, rel. Min. Maurício Corrêa, j. 11.6.2003, v.u., DJU 8.8.2003).” (Nelson Nery)
 “Os precatórios apresentados até 1º de julho devem ser pagos até o final do exercício seguinte, por mandamento constitucional. (...) A não incidência de juros de mora nesse período ocorre justamente porque nele não existe mora, em decorrência de norma constitucional, e isso se mantém independentemente de quando ocorrer o pagamento do precatório. No caso de o pagamento ocorrer após o prazo estabelecido pela Constituição, haverá a incidência de juros de mora, mas só no período em que houver mora, ou seja, depois do prazo estabelecido para o pagamento. Não prospera, portanto, a pretensão dos agravantes de submeter a não incidência prevista na Súmula Vinculante 17 do STF a uma condição resolutiva, a qual seria o pagamento dentro do prazo.” (Rcl 15.906-AgR, voto do rel. min. Edson Fachin, julgamento em 18-8-2015, Primeira Turma, DJE de 7-10-2015.)
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Súmula 311/STJ: Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional”
Súmula 733/STF: Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatório.”
OBS: Lei 9.494/97 -Art. 1o-E.  São passíveis de revisão, pelo Presidente do Tribunal, de ofício ou a requerimento das partes, as contas elaboradas para aferir o valor dos precatórios antes de seu pagamento ao credor. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
É expressamente vedado o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para que o credor receba parte do valor devido sem precatório (como obrigação de pequeno valor - RPV) e o restante por precatório, sendo permitida a renúncia ao valor que exceder o quantum de pequeno valor previsto no ente federado, conforme parágrafo único do art. 87 do ADCT:
OBS: É PERMITIDO O FRACIONAMENTO PARA FINS DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, inclusive se estes se submeterem ao teto da RPV (autor recebendo por precatório e advogado por RPV);
SV 47 (DJE de 02.06.2015): "os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza".
“Alegado fracionamento de execução contra a fazenda pública de Estado-membro. Honorários advocatícios. Verba de natureza alimentar, a qual não se confunde com o débito principal. Ausência de caráter acessório. Titulares diversos. Possibilidade de pagamento autônomo. Requerimento desvinculado da expedição do ofício requisitório principal. Vedação constitucional de repartição de execução para fraudar o pagamento por precatório. Interpretação do art. 100, § 8º (originalmente § 4º), da Constituição da República.” (RE 564.132, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, julgamento em 30-10-2014, Plenário, DJE de 10-2-2015, com repercussão geral.)
“Execução. Precatório. Duplicidade. Longe fica de conflitar como art. 100, § 4º, da CF enfoque no sentido de ter-se a expedição imediata de precatório relativamente à parte incontroversa do título judicial, dando-se sequência ao processo quanto àquela impugnada por meio de recurso.” (RE 458.110, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 13-6-2006, Primeira Turma, DJ de 29-9-2006.) Pode ser determinada a expedição de precatório para pagamento do incontroverso.
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 3º do art. 100.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (declarado inconstitucional)
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (declarado inconstitucional)
O STF declarou a inconstitucionalidade dos §§9 e 10 do art. 100, pois tal regime de compensação em favor da Fazenda Pública viola o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa, a coisa julgada e a separação dos Poderes, constituindo uma inaceitável superioridade processual à Administração Pública.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização [correção monetária] de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora (juros de mora), incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Segundo a redação do §12, para evitar a perda do valor monetário a ser pago pela Fazenda Pública, no caso de precatórios pagos em atraso, devem ser adotados os índices aplicáveis à caderneta de poupança para a correção monetária e para os juros de mora, da mesma forma como previsto no art. 1º F da Lei 9494/97 (ou seja, como em qualquer condenação imposta à Fazenda Pública).
O STF CONSIDEROU INCONSTITUCIONAL A EXPRESSÃO “ÍNDICE OFICIAL DE REMUNERAÇÃO BÁSICA DA CADERNETA DE POUPANÇA”, já que o índice oficial da poupança não consegue evitar a perda de poder aquisitivo da moeda provocado pela inflação, de maneira a afrontar a coisa julgada.
O STF CONSIDEROU TAMBÉM INCONSTITUCIONAL A EXPRESSÃO “INDEPENDENTEMENTE DE SUA NATUREZA”, de maneira a esclarecer que aos precatórios de natureza tributária devem ser aplicados os mesmos juros de mora que incidem sobre os créditos tributários previstos no CTN, à luz do princípio da isonomia.
Por arrastamento (consequência lógica), o STF também declarou inconstitucional o art. 1º F da Lei 9494/97.
SITUAÇÃO ATUAL: “Regime de execução da Fazenda Pública mediante precatório. EC 62/2009. Existência de razões de segurança jurídica que justificam a manutenção temporária do regime especial nos termos em que decidido pelo Plenário do STF. (...) Confere-se eficácia prospectiva à declaração de inconstitucionalidade dos seguintes aspectos da ADI, fixando como marco inicial a data de conclusão do julgamento da presente questão de ordem (25.03.2015) e mantendo-se válidos os precatórios expedidos ou pagos até esta data, a saber: 
(i) fica mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TR), nos termos da EC 62/2009, até 25.03.2015, data após a qual (a) os créditos em precatórios deverão ser corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e (b) os precatórios tributários deverão observar os mesmos critérios pelos quais a Fazenda Pública corrige seus créditos tributários; e 
(ii) ficam resguardados os precatórios expedidos, no âmbito da administração pública federal, com base nos arts. 27 das Leis 12.919/13 e 13.080/15, que fixam o IPCA-E como índice de correção monetária.” (ADI 4.425-QO, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 25-3-2015, Plenário, DJE de 4-8-2015.) Vide: ADI 4.425, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, julgamento em 14-3-2013, Plenário, DJE de 19-12-2013.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Art. 97 do ADCT. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constituição Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo, farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já formalizados na data de promulgação desta Emenda Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62/2009).
O STF DECLAROU INCONSTITUCIONAL O §15 e todo o art. 97 do ADCT, pois retraria um verdadeiro calote, ferindo sobremaneira os princípios da moralidade administrativa, da impessoalidade e da igualdade, bem como do devido processo legal, do livre e eficaz acesso ao Poder Judiciário e da razoável duração do processo.
OBS – O STF PRESERVOU OS EFEITOS (MODULAÇÃO EM ADI) DAS LEIS EDITADAS SOB A ÉGIDE DO §15 E art. 97 do ADCT: “Regime de execução da Fazenda Pública mediante precatório. EC 62/2009. Existência de razões de segurança jurídica que justificam a manutenção temporária do regime especial nos termos em que decidido pelo Plenário do STF. (...) In casu, modulam-se os efeitos das decisões declaratórias de inconstitucionalidade proferidas nas ADIs 4.357 e 4.425 para manter a vigência do regime especial de pagamento de precatórios instituído pela Emenda Constitucional nº 62/2009 por 5 (cinco) exercícios financeiros a contar de primeiro de janeiro de 2016.” (ADI 4.425-QO, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 25-3-2015, Plenário, DJE de 4-8-2015.) Vide: ADI 4.425, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, julgamento em 14-3-2013, Plenário, DJE de 19-12-2013.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 62, de 2009).
LINK DO DIZER O DIREITO: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2015/04/info-779-stf.pdf
Supremo Tribunal Federal
Composição
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos (BRASILEIROS NATOS) com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
Competência
É guardião da constituição, mas não é uma corte constitucional típica, pelos seguintes motivos: seus membros não têm mandato fixo, não é o único órgão no Brasil que exerce o controle de constitucionalidade, tem competência para prática de atos distintos do controle de constitucionalidade.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
Competência Originária
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
OBS: trata-se de autoridades que ocupam a cúpula de cada um dos Poderes da União, além do Chefe do MPU.Competência do STF:- Infrações comuns: (“políticos”+ PGR) > membros do Congresso Nacional (Dep. e Sen.); Presidente e Vice-Presidente; Ministros do STF; PGR
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente (nem todo diplomata tem foro no STF);
Competência do STF:
- Infrações comuns E crime de responsabilidade: (“2º escalão”)> Min. de Estado; Min. dos Tribunais Superiores; Com. das 3 Armas; Chefe de missão diplomática permanente (não qualquer diplomata); Min. do TCU.
Lembrar:
SENADO FEDERAL - crimes de responsabilidade > AGU; PGR; membros do CNJ; membros do CNMP; Min. do STF (art. 52, II)
Os membros do CNJ e do CNMP não têm foro por prerrogativa de função pela prática de infrações comuns. Mas em caso de acusação por crime de responsabilidade, a competência para julgá-los é do Senado.
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
HC qdo for paciente: membros do CN; Presidente e Vice-Pres.; Min. de Estado; Min. dos Trib. Superiores; Min. do TCU; Com. das 3 Armas; Chefe de missão diplomática permanente; PGR; Min. do STF
MS ou HD contra atos: Presidente (o Vice não está incluído aqui); Mesa da Câmara e Mesa do Senado; PGR; TCU; STF.
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; (conflito de Estado estrangeiro ou organismo internacional em face de MUNICÍPIO OU PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA A COMPETÊNCIA É DOS JUÍZES FEDERAIS – art. 109, II, CF)
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
OBS: Conflito de Atribuições entre Ministérios Públicos: de acordo com recente decisão do STF (2016), cabe ao Procurador-Geral da República.
Conflito de atribuições e Fundef : Segundo o STF, as ações criminais vinculadas ao FUNDEF, são de alçada dos juízes federais, ainda que não haja complementação da União; já em relação às ações de natureza cível (ação de improbidade administrativa), a competência da J. Federal só se verifica caso tenha havido a referida complementação. 
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; (matéria de internacional público)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
"Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso." (SÚM. 606)
"Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar." (SÚM. 691) A jurisprudência do STF tem relativizado o rigor da Súmula quando diante de casos em que a ilegalidade é manifesta.
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
Segundo o STF, “a natureza jurídica da reclamação não é a de um recurso, de uma ação e nem de um incidente processual. Situa-se ela no âmbito do direito constitucional de petição previsto no art. 5º, inciso XXXIV da Constituição”. 
Na Constituição Federal, está prevista na competência do STF e do STJ. O NCPC prevê a possibilidade de se oferecer reclamação perante qualquer Tribunal (art. 988, §1º, NCPC). 
Art. 988.  Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;            (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)  (Vigência)
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência;             (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)   (Vigência)
Importante atentar que, com o advento das alterações promovidas pela EC n.º 45/2004, mais especificamente no §3º, do art. 103-A (que trata da súmula vinculante), o texto constitucional passou a prever uma hipótese de reclamação em face de ato administrativo.
Art. 7o  Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1o  Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. O manejo da reclamação contra ato administrativo pressupõe prévio esgotamento da via administrativa.
§ 2o  Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.
Súmula n.º 734/STF: não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
Nos termos da orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal, são legitimados à propositura de reclamação todos aqueles que sejam prejudicados por atos contrários às decisões que possuam eficácia vinculante e geral (erga omnes).
OBS: O STF tem entendimento assentado no sentido de não ser cabível reclamação em que se alega desrespeito ao que decidido em sede de outra reclamação.
OBS2: Nos autos da Reclamação (RCL) 15028, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), reafirmou entendimento da Corte que reconhece a legitimidade ativa de MinistérioPúblico estadual para propor reclamação diretamente ao STF em caso de desrespeito a súmula vinculante. O ministro julgou procedente a ação a fim de invalidar decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) que determinou ao Ministério Público paulista (MP-SP), autor de uma ação civil pública, o adiantamento do valor de honorários periciais."
OBS3: NO JULGAMENTO DE RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL, É POSSÍVEL AO STF REALIZAR A REINTERPRETAÇÃO E, PORTANTO, A REDEFINIÇÃO DO CONTEÚDO E DO ALCANCE DA DECISÃO PARADIGMA apontada pelo reclamante como violada
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; EX: AÇÃO QUE DISCUTE O DIREITO DOS MAGISTRADOS A PORTE DE ARMA. 
A competência não será originária do STF quando a matéria discutida for também do interesse de outras carreiras de servidores públicos. Ademais, deverá interessar a TODOS os membros da magistratura e não apenas uma parcela dos seus membros. (Informativo 735 STF)
Súmula 731 STF - PARA FIM DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, É DE INTERESSE GERAL DA MAGISTRATURA A QUESTÃO DE SABER SE, EM FACE DA LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL, OS JUÍZES TÊM DIREITO À LICENÇA-PRÊMIO.
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
OBS: Traduzindo o art. 102, I, o:
CC entre Tribunais Superiores (não esquecer que o STJ é um Tribunal Superior como qualquer outro) > STF
CC entre Tribunal Superior e qualquer outro Tribunal > STF
Ou seja, CC envolvendo um ou mais juízes (ainda que envolva Tribunal Superior), nunca será da competência do STF.
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45/2004)
Segundo a orientação adotada pelo Plenário do STF, as “ações” a que se refere o art. 102, I, “r” da Constituição Federal são apenas as ações constitucionais de mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e habeas corpus. As demais ações em que se questionam atos do Conselho Nacional de Justiça – CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP submetem-se, consequentemente, ao regime de competência estabelecido pelas normas comuns de direito processual. (Ação Cível Originária 2.291 DF - Relator : Min. Teori Zavascki – 20/03/2014) 
Competência: Recurso Ordinário
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
“Não cabimento de recurso ordinário constitucional em sede de execução em mandado de segurança. Rol de hipóteses de cabimento do recurso ordinário, do art. 102, II, a, CF, é taxativo.” (Pet 5.297-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 24-2-2015, Segunda Turma, DJE de 9-3-2015.)
REQUISITOS: única (e não última) decisão e desde que seja de denegação.
OBS: lembrar que a finalidade dos remédios constitucionais é resguardar os direitos fundamentais, daí que a proteção deles deve ser priorizada.
b) o crime político;
OBS: a competência na 1ª instância é do juiz federal. Trata-se de um caso específico, em que o processo sairá da 1ª instância e irá diretamente ao STF, caso se interponha o Recurso Ordinário.
O art. 102, II alínea b dispõe que: cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar, em recurso ordinário, o crime político. Vale relembrar que crime político é aquele que ofende ou põe em risco as normas que protegem o regime político social do Estado. (O STF ainda reconhece a subsistência dessa conceituação para alguns crimes previstos na lei 7170/83- Lei de Segurança Nacional).
“O Plenário do STF decidiu que, para configuração do crime político, previsto no parágrafo único do art. 12 da Lei 7.170/1983, é necessário, além da motivação e os objetivos políticos do agente, que tenha havido lesão real ou potencial aos bens jurídicos indicados no art. 1º da citada Lei 7.170/1983. Precedente: RCR 1.468-RJ, rel. p/ o ac. Maurício Corrêa, Plenário, 23-3-2000.” (RC 1.470, rel. min. Carlos Velloso, julgamento em 12-3-2002, Segunda Turma, DJ de 19-4-2002.)
Competência: Recurso Extraordinário
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
REQUISITOS: única ou última instância. Incisos abaixo e repercussão geral.
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela EC n.º 45/2004)
Competência: ADPF
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
Sobre o que seria preceito fundamental, Gilmar Mendes diz: “não se pode negar a qualidade de preceitos fundamentais da ordem constitucional aos direitos e garantias individuais (art. 5º, entre outros). Da mesma forma, não se poderá deixar de atribuir essa qualificação aos demais princípios protegidos pela cláusula pétrea do art. 60, § 4º, da Constituição: princípio federativo, a separação dos poderes, o voto direto, universal e secreto”.
OBS: regulamentada pela Lei 9.882/99.
Competência: ADI e ADC
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Recurso Extraordinário: Repercussão Geral
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros." (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A exigência de repercussão geral alcança os recursos cíveis e os recursos criminais.
Competência: ADI e ADECON
Previsão no art. 103 da CRFB, sendo que a uniformização dos legitimados à propositura da ADI e da ADC só ocorreu com a EC 45/04. Hoje a única diferença é o objeto: a ADC não alcança leis ou atos normativos estaduais. 
OBS: o AGU não se manifesta nas ADC´s. Vide ADC nº 1, STF.
Competência: Súmula Vinculante
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
Com relação aos legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, além dos da ADIN e da ADC, a lei acrescentou o Defensor Público-Geral da União e os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
OBS: o STF, ao julgar reclamação procedente, anula ato administrativo ou cassa decisão judicial.
Conselho Nacional De Justiça: ler art. 103-B, que trata da composição do CNJ. 
É órgão do Poder Judiciário, que não exerce função jurisdicional: ao CNJ, incumbe exercer o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais que recaem sobre os membros da magistratura. Os Conselheiros não são investidos de jurisdição, de maneira que as decisões do CNJ não possuem autoridade de coisa julgada. A ele não cabe fiscalizar a função jurisdicional (típica) do Judiciário e de seus membros ("CNJ não dispõe de atribuições institucionais que lhe permitam exercer fiscalização da atividade jurisdicional dos magistrados e Tribunais).
Os atos administrativos do CNJ podem ser controlados judicialmente apenas por meio de ação, a ser processada no STF (art. 102, I, r, CF), não havendo previsão legislativa de recurso administrativo para o STF.
Ressalte-se a novel interpretação do STF no sentido de que apenas mandado de segurança, mandado de injunção, habeas corpus e habeas data serão julgados pelo Tribunal. Na hipótese de ações ordinárias, estas serão julgadas pelo juízo federal de 1ª instância.
Cuidado! O CNJ não tem competência originária para julgar ações relativas a decisões negativas do CNJ:
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO NEGATIVA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. INCOMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF. 1. A orientação deste Tribunal se pacificou no sentido de que não lhe compete julgar, em caráter originário, as ações que impugnemdecisões negativas do CNJ – i.e., aquelas que, mantendo ato proferido por outro órgão, não agravam a situação dos interessados. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.
No dia 08/12/2012, o Plenário concluiu o julgamento da ADI da Resolução 135 do CNJ e, com relação ao art. 12 da Resolução, os Ministros decidiram, por maioria de votos, que o CNJ pode iniciar investigação contra magistrados independentemente da atuação da corregedoria do tribunal, sem necessidade de fundamentar a decisão.
Logo, pode-se concluir que a competência do CNJ é CONCORRENTE E AUTÔNOMA, isto é, diante da notícia de um desvio funcional praticado por magistrado, pode iniciar processo administrativo disciplinar contra ele, sem ter que aguardar a Corregedoria local.
Decisão de 2015 do STF (possibilidade de Desembargador Federal ser objeto de investigação realizada por juiz de direito, que recebeu delegação do CNJ): 1. O Conselho Nacional de Justiça tem competência constitucional autônoma, e não subsidiária da competência dos demais tribunais. 2. É regular a designação de juiz auxiliar, seja ele originário do Judiciário estadual ou federal, para a condução de sindicância, por delegação do Corregedor-Nacional de Justiça, ainda que o investigado seja magistrado federal. 
O CNJ pretendeu controlar as atribuições do Órgão Especial de determinado Tribunal, mas o STF condenou a prática, reservando ao Tribunal a função de definir a competência de seu Órgão Especial: 2. Incumbindo ao Plenário, de modo facultativo, a criação do Órgão Especial, compete somente a ele definir quais são as atribuições que delega ao referido Órgão, que, por expressa disciplina do art. 93, XI, da Constituição, exerce as atribuições administrativas e jurisdicionais da competência do Pleno que lhes sejam por esse delegadas. 3. Liminar deferida. (STF, 2015, MS 26411)
O CNJ só pode rever processos administrativos de magistrados, quando o fizer no prazo de um ano: o Supremo Tribunal firmou o entendimento de que o Conselho Nacional de Justiça possui atribuição correicional originária e autônoma, no sentido de que seu exercício não se submete a condicionantes relativas ao desempenho da competência disciplinar pelos tribunais locais. Todavia, a par do poder censório inicial atribuído ao CNJ, tratou, ainda, a EC nº 45/04, de conferir ao Conselho Nacional de Justiça poder revisional (art. 103-B, § 4º, inciso V), que, por essência, se realiza a partir do julgamento disciplinar pelo órgão local, sob limite temporal de um ano, de modo que, uma vez julgada a questão pela corregedoria de origem, a continuidade de eventual apuração em curso no CNJ há de se conformar àquele prazo constitucional. 
OBS:1- lembrar que o CNJ é órgão que compõe a estrutura do Poder Judiciário, portanto não há que se falar que a criação do CNJ implicou no surgimento de controle externo do Poder Judiciário. 2- A União pode intervir em mandado de segurança impetrado contra ato do CNJ, mesmo que no processo esteja sendo discutido um concurso público do Tribunal de Justiça (estadual), já que o CNJ é um órgão da União. 3 - O Presidente do STF é o Presidente do CNJ, sendo substituído, nas suas ausências e imepedimentos, pelo Vice-Presidente do STF, de modo que a Presidência do CNJ sempre está atrelada ao órgão de cúpula do Poder Judiciário. 4 - O Presidente do STF, para compor o CNJ, não passa por sabatina no Senado Federal, mas os demais membros do CNJ passam pela sabatina (quórum de maioria absoluta). 5- OBS: os Estados não podem instituir "CNJ" estadual (falta previsão constitucional autorizadora) - "Os Estados-membros carecem de competência constitucional para instituir, como órgão interno ou externo do Judiciário, conselho destinado ao controle da atividade administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva Justiça". O CNJ não exerce controle sobre o Supremo Tribunal Federal e seus membros: "Competência relativa apenas aos órgãos e juízes situados, hierarquicamente, abaixo do STF. Preeminência deste, como órgão máximo do Poder Judiciário, sobre o Conselho, cujos atos e decisões estão sujeitos a seu controle jurisdicional. Inteligência dos arts. 102, caput, I, letra r, e 103-B, § 4º, da CF. O CNJ não tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito." (ADI 3.367, rel. min. Cezar Peluso, julgamento em 13-4-2005, Plenário, DJ de 22-9-2006.)" 6 - CNJ edita atos normativos primários, que podem ser atacados por ADI. 7 - CNJ não exerce controle de constitucionalidade - CNJ não pode determinar a perda do cargo de juiz vitalícito (exige-se decisão judicial transitada em julgado).
Superior Tribunal de Justiça
Uniformizar a interpretação da legislação federal. 
A EC. n.º 45/04 criou uma nova competência para o STJ: julgar incidente de deslocamento de competência da justiça estadual para a federal, provocado pelo Procurador-Geral da República, quando ocorrer grave violação de direitos humanos que sejam objeto de tratados internacionais dos quais o Brasil seja parte.
Quanto à escolha dos Ministros:
Aqui existe uma diferença em relação à escolha dos Ministros do Supremo. Quem escolhe os Ministros do STJ

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