Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMCA E BIOLOGIA MOLECULAR BQI 086 Oxidação dos Aminoácidos e Ciclo da Uréia Catabolismo de aminoácidos em mamíferos Resumo do catabolismo dos grupos amino no fígado dos vertebrados As proteínas dos alimentos ingeridos são enzimaticamente degradadas em aminoácidos • As proteínas ingeridas são degradadas à peptídeos e aminoácidos (aa) no trato gastrintestinal; • A entrada de proteínas no estomago secreção do hormônio gastrina pela mucosa gástrica secreção de HCl (células parietais das glândulas gástricas) e do pepsinogênio (células principais); •Pepsinogênio (zimogênio) pepsina gástrica (ativa): hidrolisa ligações peptídicas no lado amino de aa aromáticos. No estômago: As proteínas dos alimentos ingeridos são enzimaticamente degradadas em aminoácidos • pH baixo do bolo alimentar secreção do hormônio secretina para o sangue secreção de bicarbonato (pelo pâncreas) no intestino delgado ↑ pH; • entrada de aa no duodeno hormônio colecistoquinina (CCK) secreção de várias enzimas pancreáticas (tripsinogênio, quimotripsinogênio e procarboxipeptidases A e B); • Enteropeptidases (secretada por células intestinais): tripsinogênio tripsina; • Pâncreas sintetiza uma proteína inibidora pancreática de tripsina; No intestino: • Os aa livres entram em capilares sangüíneos das vilosidades e são transportados até o fígado; • Nos humanos a maioria das proteínas (ptns) globulares de origem animal é quase completamente hidrolisada em aa; • Muitas ptns vegetais (cereais) são incompletamente digeridas; • Pancreatite aguda: provocada pela obstrução da via normal pela qual as secreções do pâncreas atingem o intestino; os zimogênios são prematuramente ativados no pâncreas promovendo a destruição do tecido pancreático. As proteínas dos alimentos ingeridos são enzimaticamente degradadas em aminoácidos PROCESSO DE DIGESTÃO DAS PROTEÍNAS Pró-enzimas zimogênios Enzimas Ativas Proteínas Aminoácidos Livres Absorvidos METABOLISMO ₪ Pepsina ₪ Tripsina ₪ Quimiotripsina ₪ Elastase ₪ Carboxipeptidases ₪ Enteropeptidase ₪ Aminopeptidases ₪ Dipeptidases ₪ Tripeptidases Estômago Pâncreas Digestão de Proteínas ENZIMAS Intestino Delgado Importância de diversas especificidades enzimáticas – garantir que as ligações peptídicas sejam hidrolisadas e produção de peptídeos bioativos. • Pepsina terminal carboxílico dos aminoácidos: Phe, Tyr, Glu e Asp; • Tripsina terminal carboxílico dos aminoácidos: Arg e Lys; • Quimotripsina terminal carboxílico dos aminoácidos: Phe, Tyr, Trp, Leu, Glu e Asp; • Elastase terminal carboxílico dos aminoácidos: Ala, Ser e Gly; •Aminopeptidases terminal amínico de todos os aminoácidos; •Carboxipeptidases: A atua no terminal carboxílico dos aminoácidos hidrofóbicos; B atua no terminal carboxílico dos aminoácidos: Arg e Lys. Especificidade das proteases Digestão de Proteínas As proteínas dos alimentos ingeridos são enzimaticamente degradadas em aminoácidos Reação de Transaminação • O primeiro passo no catabolismo quando os aas chegam ao fígado é a remoção dos grupos α-amino – aminotransferases ou transaminases; • O piridoxal fosfato (PLP) participa da transferência dos grupos amino para o α-cetoglutarato; •Nos hepatócitos o Glu é transportado do citosol para o interior das mitocôndrias sofrendo desaminação oxidativa; • Glutamato desidrogenase presente apenas na matriz mitocondrial; • Reação de transdesaminação = aminotransferase + Glu desidrogenase; Desaminação oxidativa Transporte do grupo amino dos aminoácidos extra-hepáticos através do nitrogênio amida da glutamina • [Gln] no sangue muito maior que os demais aa; • Gln – função de transporte de grupos amino e de fonte de grupos amino em processo biossintétcos; • Gln sintase encontrada em todos os organismos. • A Gln excedendo à quantidade necessária para as reações biossínteticas é transportada pelo sangue para o fígado e rim; • N do grupo amida é liberado como amônia nas mitocôndrias do fígado e rim; • Rins extraem pouca Gln do sangue em condições normais; • Em condições de acidose metabólica ocorre aumento da extração de Gln pelo rim; • O NH4 + produzido nos rins forma sais com ác. metabólicos e é excretado na urina. Gln Glu + NH4 + Glutaminase Glutamato desidrogenase Esqueletos carbônicos + NH4 + (combustíveis metabólicos) Mitocôndria Ciclo da glicose-alanina A amônia é tóxica para os animais; As especulações dessa toxicidade são baseadas em uma depleção potencial do ATP em células cerebrais; Livrar o citosol do excesso de amônia requer a ação tanto da glutamato desidrogenase quanto da glutamina sintetase – presentes em altas [ ] no cérebro (α-cetoglutarato → Glu → Gln); O Glu e seu derivado γ-aminobutirato (GABA) são neurotransmissores importantes. Grupos amino que não são destinados à síntese de novos produtos nitrogenados são destinados à produção de uréia; Formas de excreção do N: Animais amoniotélicos – excretam amônia (espécies aquáticas, p.e. peixes ósseos); Animais ureotélicos – excretam uréia (maioria dos animais terrestres); Animais uricotélicos – excretam ácido úrico (pássaros e répteis); Vegetais reciclam praticamente todos os seus grupos amino; Amônia é convertida em uréia nas mitocôndrias dos hepatócitos – ciclo da uréia (Krebs); Produção de uréia ocorre quase exclusivamente no fígado e representa o destino da maior parte da amônia canalizada por esse órgão; Uréia → sangue → rins → urina. A Excreção do Nitrogênio e o Ciclo Da Uréia • A uréia é produzida da amônia em cinco passos – 2 passos na matriz mitocondrial hepática e 3 passos no citosol; Todo NH4 + é reunido com o CO2 (CK) → carbamil fosfato (carbamil fosfato sintetase I - enzima regulatória) com gasto de ATP; Carbamil-P doa o grupo carbamil para a ornitina pela ornitina transcarbamilase formando citrulina (mitocôndria); Asp doa o 2º grupo amino para a citrulina (citosol) pela argininossuccinato sintase formando argininossuccinato – gasto de ATP; Argininossuccinato é lisado pela argininossuccinato liase liberando arginina e fumarato (CK); Arg é hidrolisada (citosol) pela arginase a ornitina e uréia. Carbamil fosfato Carbamato Anidrido do ácido carbônico fosfórico Bicarbonato 2º Asp (citosol) CO2 (mitocondrial) NH4 + (mitocondrial) Uréia • O ciclo do ácido cítrico e o ciclo da uréia podem ser unidos; • Fumarato produzido no ciclo da uréia é um intermediário do CK; • A comunicação entre os ciclos depende do transporte de intermediários-chave entre a matriz mitocondrial e o citosol; Fumarato (citossólico) → malato (entra na matriz mitocondrial) → oxaloacetato; Asp (mitocondrial) → transportado para o citosol → doador de N no ciclo da uréia; “Bicicleta de Krebs” A atividade do ciclo da uréia é regulada em dois níveis; Dieta rica em proteínas ou processo de desnutrição severa – alta velocidade de produção das 5 enzimas envolvidas no ciclo da uréia; N-acetilglutamato (acetil-CoA + Glu) N-acetilglutamato sintase – síntese de novo de Arg a partir do Glu. •Catabolismo dos aminoácidos contribuem com 10 a 15% da energia produzida; •As 20 vias catabólicas convergem para formar apenas 5 produtos → CK; •OsC podem ser conduzidos para a gliconeogênese ou para a cetogênese ou completamente oxidados a CO2 e H2O; 10 aa são hidrolisados para liberar acetil-CoA; 5 aa são convertidos em α-cetoglutarato; 4 aa são convertidos em succinil-CoA; 2 aa são convertidos em fumarato; 2 aa são convertidos em oxaloacetato Vias de degradação dos aminoácidos • Defeitos genéticos no ciclo da uréia podem ameaçar a vida de seus portadores; • Deficiência em qualquer uma das enzimas do ciclo da uréia levam à intolerância a dietas ricas em proteínas; O excesso de aa ingeridos, serão desaminados no fígado e a amônia livre não poderá ser convertida em uréia – acúmulo de amônia;
Compartilhar