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Atos Ilícitos

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Atos Ilícitos: arts 186 a 188, CC/02
Ato ilícito = contrário ao direito
Art 186, CC: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
“Ação ou omissão voluntária” – Refere-se à conduta comissiva voluntária do sujeito ou à conduta omissiva: Ex.: Caio abre o portão da casa de Helena para que seus cães fujam, para causar-lhe dano (conduta comissiva voluntária). Ex.: Caio, ao sair do canil da casa de Helena ‘deixa de fechar o portão’ para que os cães fujam, para causar dano à Helena (conduta omissiva voluntária).
“Negligência” – é a desatenção, falta de diligência, falta de cuidado, se o sujeito tivesse agido com diligência, o dano não teria sido causado. Ex.: Augusto se aproxima da janela do apartamento comendo uma maçã, e esta escorrega de sua mão e cai sobre o carro de Rui, causando-lhe uma avaria.
“Imprudência” – é o atrevimento, a ousadia, o agir sem cautela ou prudência, o sujeito excede os limites do razoável, embora habilitado à prática do ato. Ex.: Berenice, andando de bicicleta, acelera excessivamente, de modo a não conseguir frear a tempo, quando avista um obstáculo à sua frente. Acaba se chocando contra o objeto, e lhe causa um estrago.
“Imperícia” – inaptidão, o sujeito não está habilitado a praticar o ato, praticou um ato que não sabia executar por desconhecimento técnico. Ex.: Sujeito conduz carro sem saber dirigir, acertando carro de outrem, estacionado na via.
“violar direito” – a prática de ato ilícito, violador da norma jurídica, pode ser cometido por ação, omissão, negligência, imprudência e/ou imperícia, se causar dano a alguém, aquele que o praticou fica obrigado a repará-lo.
Abuso de Direito – art 187, CC: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
O sujeito que ao exercer seu direito, excede manifestamente os limites impostos causando dano a alguém, comete ato contrário ao direito e também fica obrigado a repará-lo. Ex.: O credor de dívida vencida e não paga, cobra a dívida e divulga o nome do devedor na mídia, expondo-o ao ridículo, ao vexame, caracteriza então, o excesso do direito de cobrança.
Art. 188, CC/02: Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
Excludente de ilicitude: não há ilicitude no exercício regular de um direito, logo, aqui não há nenhuma violação à norma jurídica. Ex.: A inscrição do nome do devedor, cuja dívida se encontra vencida e não paga, em cadastros de proteção ao crédito, vez que é um direito do credor. Do mesmo modo, mover ação de despejo contra inquilino que não paga o aluguel é direito do locador.
Art. 188, II, CC/02: a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
Art. 188, parágrafo único, CC/02: No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Ex.: Clóvis, caminhando pela rua, constata que a TV da casa de Helena está em chamas. A casa é térrea, e a janela de vidro, por onde Clóvis avista o fogo, está fechada. Clóvis então, quebra o vidro da janela para entrar apagar o fogo, impedindo assim que as chamas tomem conta de todo o imóvel, a conduta de Clóvis (quebrar a vidraça está dentro dos limites do indispensável para a remoção do perigo).
Noutra feita, Clóvis, caminhando pela rua, avista um bebê trancado dentro de um automóvel parado no estacionamento externo de um supermercado. Com um calor intenso de 40ºC, Clóvis teme pela vida do bebê, que parece já bem debilitado, Clóvis então, não pensa duas vezes, verificando que o veículo encontra-se trancado, quebra o vidro do automóvel a fim de retirar a criança e impedir que esta morra.
Cansado de tantos atos de heroísmo, Clóvis pega seu carro e trafega em uma rodovia em velocidade acima do limite permitido, mas não causa dano a ninguém, Clóvis então não cometeu nenhum ilícito civil, muito embora, tenha cometido um ilícito administrativo.
Ao retornar, Clóvis avista um cachorro mordendo o braço de Berenice em um parque, imediatamente, lança-se sobre o animal tentando libertar Berenice, não conseguindo, resolve amputar o braço de Berenice para livrar-lhe dos dentes do animal, neste caso, Clóvis excedeu os limites do indispensável para o salvamento de Berenice, e agora sim, cometeu um ilícito civil, ficando, portanto, obrigado a repará-lo.
(Exemplos adaptados extraídos de: DONIZETTI:2013, p. 170-173).

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